Analisando a parábola do rico e Lázaro surgem algumas perguntas:
- Teria o rico ido realmente para o inferno? E Lázaro pro céu, ou seio de Abraão?
A maioria das igrejas cristãs acredita que sim e baseiam-se nesse relato a fim de justificarem a existência de um inferno de tormento eterno, a mortalidade da alma e a consciência pós-morte, coisas essas que não fazem o menor sentido escriturístico, que mais ressoam semelhante ao platonismo, a mitologia grega, ou a idolatria pagã, por mais incrível que pareça...
Talvez inocentemente nos dias de hoje grande parte das massas têm dado ouvidos:
“... a espíritos enganadores e a ensinos de demônios...”(1.Tm.4:1)
Mas falando a pessoas sinceras que desejem ir a fundo na mensagem de Deus para: “fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo.” (Jo. 7:17) nós iremos saber toda a verdade!
É impressionante como as pessoas não leem a bíblia, e ainda que a leiam, não a estudam, e ainda que estudem, não a conhecem, pois a confundem com sofismas do paganismo, e como Jesus disse:
“Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.” (Mt.22:29)
O QUE DIZ O TEXTO?
A questão é a seguinte: é a história real ou fictícia?
Tudo aconteceu de fato ou é uma parábola?
Calma! Não precisa estresse, vamos analisá-la das duas formas e em seguida concluir o que viria a ser mais coerente e aceitável, sem levar em conta nossas opiniões pré-moldadas, mas o sentido exato da coisa.
Comecemos então supondo, ou acreditando firmemente, como a maioria das pessoas, que o relato foi como está escrito, ou seja, ocorreu de fato, para isso respondamos a algumas perguntas.
Então como diz Lucas, o rico vestia-se bem, se regalava ou fazia festas, morreu e foi para o inferno, por outro lado, Lázaro era mendigo, cheio de feridas, morreu e foi para o seio de Abraão.
AGORA RESPONDA...
O que o rico fez de tão mal pra ir pro inferno? Teria sido pelo fato de vestir-se de linho finíssimo? Creio que não:
“... pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos.” (Ap.19:8)
E isso não parece ser uma coisa má, muito pelo contrário, é símbolo de santidade. Então teria sido por causa das festas que fazia?
Ora se você é rico, está alegre, que mal há em fazer uma festa? Bem talvez ele tenha exagerado pois eram
“Todos os dias”(Vs19); mas os filhos de Jó também faziam festas sucessivas e convidavam suas irmãs (Jó1:4) para comerem e beberem, e que mal tinha?
Vá lá que as festas do rico eram profanas, ai sim haveria razão que explicasse sua ida para o inferno, mas a passagem não diz assim, diz apenas que:
“se regalava esplendidamente.” Ou “todos os dias dava uma grande festa.” (NTLH)
Então seu pecado foi porque ele não tratou melhor a Lázaro?
Talvez sim, por não compartilhar de sua riqueza como o pobre, todavia note o seguinte:
Lázaro era como diz o (Vs20) “coberto de chagas”, o que seria provavelmente lepra, pústula ou doença do tipo, o que certamente não tinha cura nem tratamento na época, inclusive existia uma lei levítica que proibia o acesso de tais pessoas ao convívio do ambiente social, como exemplo leia:
“As vestes do leproso, em quem está a praga, serão rasgadas, e os seus cabelos serão desgrenhados; cobrirá o bigode e clamará: Imundo! Imundo! Será imundo durante os dias em que a praga estiver nele; é imundo, habitará só; a sua habitação será fora do arraial.” (Lv. 13:45, 46)
Ainda que as feridas de Lázaro não fossem lepra, ou não contagiosas, seria no mínimo horripilante vê-lo ali parado, pense no que você faria se todo dia um mendigo canceroso batesse à sua porta para pedir comida?
Por certo daria, e quem sabe até o ajudasse a fazer um tratamento intensivo em um hospital privado, entretanto, considerando a época de Jesus, como foi dito, não havia meios medicinais de sanar sua enfermidade, exceto as curas operadas por Jesus, a única forma de tratamento era isolar tais pessoas, e isso para evitar um mal maior.
MAIS DESSE PARADOXO
Como vimos, o rico não parecia ser tão mal para merecer o tormento no inferno, porém o inverso, pasmo ao dizer que ele demonstrou ser até razoavelmente bom!
Talvez, quem sabe, Deus desejasse que ele fizesse um pouco mais de esforço, do que o costume tradicional da lei mandava, e quebrando os paradigmas de sua sociedade contemporânea, fosse mais generoso com aquele pobre desvalido, logo adiante, no decorrer desse capítulo veremos mais acuradamente a implicação dessa ideia.
Contudo agora, observemos o outro personagem:
Lázaro, o mendigo coberto de chagas. Por que foi ele para o seio de Abraão? Ou seja, o que fez de tão bom para alcançar isso? Seria pelo fato de ser mendigo?
Pode até parecer estranho, mas há motivos para crer que lázaro não era justo!
Confira você mesmo:
Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão. (Sl. 37:25) Lázaro recebeu os males durante sua vida terrena (Vs 25), porém Jesus disse:eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. (Jo. 10:10)
Não sei, mas acredito que se lázaro vivesse hoje, muitos líderes de igrejas o reputariam como crente fraco, sem fé, que “não toma posse da benção de Deus”, frio e acomodado, pois não “determina sua vitória” prefere mendigar e não expulsa a doença de seu corpo!
Digamos entrementes que Lázaro tenha sido um pobre honrado, quando posteriormente veio seguir a Jesus, aceitando-o e recebendo a salvação pela fé!
,br> Todavia por mais contrariante e incrível que pareça, o texto bíblico nos mostra um homem rico e aparentemente justo que foi pro inferno e outro pobre e aparentemente infiel que foi para o seio de Abraão!
Veja bem, faz sentido isso?
SEIO DE ABRAÃO?
Tentemos descobrir o que seria o “seio de Abraão” (Vs 22).
- Seria o céu?
- Seria algum paraíso intermediário entre terra e céu?
Isso é pouco provável, por que ao que parece estava mais próximo era do inferno, separado apenas por um “grande abismo”, dando até para ver as almas queimando no tormento.
Qual a referencia ao “seio de Abraão” (Vs 22) no restante da bíblia? Por que não aparece mais em nenhum outro lugar?
- Será que todo justo que morre vai pra lá?
- Para onde teria ido Abel, se, quando morreu, Abraão nem existia ainda?
E pasmem:
- Para onde teria ido Abraão? Pro seio dele mesmo?
Amigo, o patriarca Abraão está morto já há muito tempo (Gn. 25:8) e ainda se quer, recebeu a sua herança (Hb.11:30), como pode servir ele de refúgio para os justos que morrem?
Aguarda sim, juntamente com todos os justos mortos a esperança da ressurreição como cita Jesus em (Mt.22:31) para viver na cidade que Deus lhe preparou (Hb.11:16) (Jô.14:1) e não no seu próprio seio!
Promessa dada Também a todos que participam de sua fé e imitam o seu exemplo para um dia chegarem ao “seio do pai” (Jo. 1:18) o único que realmente pode acolher a todos.
IMORTALIDADE X RESSURREIÇÃO
Quem acredita na imortalidade da alma sugere que ao morrer, o corpo fica aqui, no cemitério, enquanto a alma entra de imediato no céu se for boa ou no inferno se for má, pensando assim rejeitam cegamente o que a bíblia diz, Pois como poderia o rico ter “levantado os olhos” (Vs23) e pedido que Lázaro molhasse a ponta do dedo para lhe refrescar a língua?
Se tanto seus olhos como sua língua haviam sido sepultadas (Vs22) com todo o restante do seu corpo? Ora, se tinham olhos, dedos e língua, certamente também tinham cabeça, corpo e membros, do contrário seriam mutantes.
É ilógico e até bizarro supor que alguém esteja queimando no inferno enquanto sua matéria está no túmulo, estaria queimando o que então?
Observe que tal crença não se coaduna com a verdade, visto que não expressa o menor sentido literário, e na parábola não pode ser, pois vai contra todas as regras de interpretação litúrgica.
A única forma de um morto receber o tormento da condenação, ou sendo justo, entrar no paraíso é através da ressurreição, o que o habilitará para que em corpo, alma e espírito receba conforme o bem ou mal que tiver feito.
“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” (2Co5:10)
Observe também que os mortos não podem ter contato algum com os vivos como sugeriu o rico (Vs30) a não ser por meio da ressurreição como Abraão disse (Vs 31) .
Responda essas e outras questões ouvindo o áudio, baixando e vendo os slides.