Nesse artigo nos propomos a responder a lista de argumentos apresentados no artigo publicado pelo Pastor Marco Feliciano em seu blog, quando fala a respeito da consciência humana após a morte, no qual expõe a ideia predominante do mundo evangélico atual, acerca do estado de consciência desfrutado pelos que falecem, e que supostamente é apoiado pela Bíblia.
RESPONDENDO
No referido artigo o autor afirma que acreditar que a morte é um sono é uma interpretação equivocada dos textos bíblicos.
O mesmo afirma que quando a Bíblia diz que os mortos estão dormindo é em sentido figurado e não literalmente. Só que ao dizer que os mortos estão em estado consciente, por essa perspectiva, entra em contradição direta com a palavra de Deus, de acordo com o que está escrito em Eclesiastes, veja:
Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento.(Ecl 9:5)
Para embasar o raciocínio, o pastor cita a estória do rico e Lázaro como uma evidência da consciência ativa dos mortos, esquecendo de mencionar que em nenhum momento é afirmado na bíblia que àquela seja uma história verídica, quando todas as melhores análises provam ser ela uma parábola, o que pode ser constatado nesse artigo onde explicamo-a parte por parte.
Depois enfatiza que outro exemplo da Bíblia de que os mortos estão em estado de consciência é a presença de Moisés e Elias na transfiguração de Jesus (Mateus 17.3). Nesse ponto é importante considerar que Moisés, apesar de ter morrido, foi ressuscitado pelo arcanjo Miguel conforme menciona Judas 1:9, e que portanto Jesus não estava conversando com mortos, mas sim com seres humanos que já haviam obtido a bem aventurança, Elias mediante a trasladação e Moisés mediante a ressurreição, as duas formas elementares pelas quais os justos hão de entrar no céu. (Ver I Tess 4:14-18)
E ainda num terceiro argumento, cita Apocalipse 6.9-10 onde se menciona os justos que foram mortos por conta das perseguições religiosas e que pedem a Deus por Justiça, demonstrando a racionalidade deles diante da situação de repouso.
Nesse caso vemos uma aplicação literal de um texto bastante difícil, que na melhor da hipóteses, tem sentido figurativo, e que na abordagem em questão tem foi usado forçadamente para apoiar um ponto de vista, enquanto diversas passagens em seu contexto deixam claro que os mortos só obterão recompensa após a ressurreição, como poderemos ver abaixo.
Se os mortos estão em estado de consciência e racionalidade, como alega o Pr. Marco Feliciano, então como entender as passagens abaixo?:
Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.(Ecl 9:10)
Pois, na morte, não há recordação de ti; no sepulcro, quem te dará louvor? (Slm 6:5)
Os mortos não louvam o SENHOR, nem os que descem à região do silêncio. (Slm 115:17)
A sepultura não te pode louvar, nem a morte glorificar-te; não esperam em tua fidelidade os que descem à cova. (Isa 38:18)
Em João 5:28 e 29 Jesus disse:
Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.
Agora Perceba a Lógica da Coisa:
Se os mortos estão em estado consciente, por que Jesus vai vir chamar "todos os que se acham nos túmulos?"
Se eles já estão conscientes em algum lugar, que utilidade tem a ressurreição?
Outra Questão:
Adão existia antes de Deus o cria-lo?
É evidente que não, por que em Gênesis 2:7 é afirmado que só após Deus sopra-lhe nas narinas o fôlego de vida é que ele passou a SER uma 'alma vivente'.
E quando o indivíduo morre, ocorre exatamente o oposto:
"... O pó volta à terra, como o era, e o espírito (fôlego) volta a Deus, que o deu." (Ecl 12:7)
Por ai se percebe que o tema é bastante profundo e exige, além de muito estudo dirigido, um espírito de oração genuíno. Tendo em vista que é preciso analisar as escrituras sem o filtro das crenças predominantes, por que as mesmas quase sempre carregam as sementes do paganismo, inclusive esse ensinamento da consciência após a morte é largamente defendido na filosofia platônica e não da Bíblia.
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