Pela lógica, não há erro algum em devolver o dízimo em bens, mas deve haver muita cautela nisso.
Nesse caso específico, o dizimista pode ser um fiel adorador. Então, por exemplo, sabendo que a igreja tem uma necessidade grande e urgente para comprar um terreno e construir um novo templo, o dizimista, tendo um bom terreno, em um lugar bom e estratégico para uma igreja, pode oferecê-lo à igreja como dízimo.
Porém, deve haver interesse mútuo nesse dízimo, pois, pode acontecer de o terreno ou a escritura dele ser irregular e, nesse caso, o dizimista acaba colocando mais um encargo sobre a igreja, pois ela terá que fazer todo o processo burocrático da negociação, o que não é nada fácil e prazeroso e pode implicar gastos não previsíveis.
COMO FAZER
Nesse exemplo, parece mais que o dizimista quis se livrar de uma “dor de cabeça” que teria com a venda do terreno do que adorar a Deus com suas dádivas.
O mesmo processo pode ser aplicado no caso da devolução de dízimo em forma de roupas, alimentos, etc. O dizimista realmente quer fazer seu melhor, quer adorar a Deus com o melhor que tem, ou quer se ver livre de algo que está “empatado” em casa? É preciso ter muita cautela e ponderar os motivos que o levam a agir, ou mesmo a pensar, dessa forma.
Talvez seja melhor o próprio membro dizimista negociar seus bens e dar para a igreja o valor correspondente em dinheiro, uma vez que:
1) a igreja não está necessitada de bens (terrenos, carros, roupas, etc.);
2) a igreja não tem uma pessoa específica para negociar a venda dos bens para reverter o valor do produto em dinheiro; e
3) o dízimo em produtos vai causar certo desgaste para a igreja, podendo implicar até mesmo na saída de dinheiro do caixa da igreja na resolução de detalhes burocráticos da venda (documentação de terrenos e carros).
Contudo, não há erro em o dizimista ofertar em bens, desde que seja sincero adorador e esteja dando com alegria (2 Coríntios 9:7).
Nesse caso, é bom que se saiba que a igreja vai atentar para os detalhes, alguns que já mencionei, mas vou enfatizar. Caso receba os dízimos em bens, não em dinheiro, a igreja vai assumir a seguinte postura :
1) Vai pedir ao membro da igreja para que redima os produtos (animais, etc.), pagando o preço conforme o valor no mercado;
2) No caso do membro insistir em deixar os produtos ou animais, a comissão da igreja deve designar dois ou mais irmãos para os vender no mercado, pelo melhor preço;
3) Em qualquer dos casos anteriores, a venda nunca deverá ser efetuada no sábado;
4) Sempre que possível, o pastor distrital não deve realizar diretamente a venda desses bens, a fim de não dar a aparência de um comerciante.
Em todo caso, o dizimista sincero vai pedir sabedoria a Deus para que Ele o oriente em como pode fazer o melhor para a causa dEle, uma vez que a devolução do dízimo foi estipulada pelo próprio Deus.
Que levemos todos os nossos dízimos à casa do tesouro, pois, certamente, Deus vai nos dar muito mais do que temos devolvido a Ele (Malaquias 3:10; Lucas 6:38).