O segundo dízimo em Dt 14:22 permite reter para entregar de 1 vez?

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segundo dizimo
No texto citado, podemos perceber que Deus pedia ao povo o dízimo de todo o fruto do campo (verso 22). Era um dízimo especial, um segundo dízimo que o Senhor queria que os israelitas devolvessem no final de cada três anos para ser doado aos levitas (porque não tinham herança entre o povo de Israel), aos estrangeiros, aos órfãos e ás viúvas. 

Era diferente do primeiro dízimo que servia só para manter os Levitas e Sacerdotes (Números 18:21, 26).  

DISTÂNCIA


Interessante é que, como as pessoas muitas vezes colhiam muito e o local para a entrega do dízimo era muito longe (verso 24), Deus permitia que eles guardassem e levassem tudo de uma vez só num período mais favorável. Isso por causa da quantidade de produtos acumulados e da distância. Tal estratégia ensinada por Deus evitaria que certos produtos mais perecíveis se estragassem no caminho.

O mesmo princípio não se aplica aos dias do hoje porque (1) não enfrentamos dificuldades em relação à distância – temos várias igrejas nossas para dizimar e (2) recebemos em dinheiro (um “produto não perecível) e não em produtos agrícolas. 

O dinheiro “não pesa tanto” no bolso de modo que tenhamos que “carregá-lo” com dificuldades. Assim, não se justifica reter os dízimos para dar no final do ano, por exemplo, como alegam alguns irmãos. 

Além disso, nos tempos em que vivemos, em que Jesus está muito perto de voltar (Apocalipse 22:20) precisamos com mais urgência levar nossos dízimos até a igreja para que a pregação do evangelho não seja atrasada.

O amor de Deus é tão grande que Ele se preocupa com todos os necessitados. Assim como naquele tempo a bênçãos de Deus eram dadas ao povo se cumprissem Seus mandamentos – inclusive o de ajudar os necessitados - hoje também seremos abençoados se fizermos nossa parte em ajudar os carentes. 

Pregar o evangelho não é somente falar das Escrituras, mas envolve sim o “atender aos necessitados”. Precisamos entender que o ser humano é um todo indizível e que para estar bem e feliz, este todo deve desenvolver-se harmoniosamente. Não adiantará ajudarmos aos outros a suprirem suas necessidades espirituais sem ajudá-los em suas necessidades físicas, mentais e sociais.

É por isso que Jesus dirá aos fiéis quando Ele voltar: 

“... Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.  Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes;  estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.  Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?  E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos?  E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar?  O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. Mateus 25:34-40.