A natureza da inspiração da Bíblia

A NATUREZA DA INSPIRAÇÃO BIBLIA

Durante quase dezoito séculos, a ideia sobre a inspiração da Bíblia não foi questionada de forma que viesse a causar prejuízos para a igreja e a própria Bíblia.

Contudo, com o desenvolvimento de conceitos modernistas e existencialistas na sociedade, a ideia de inspiração bíblica dividiu-se em três grandes teorias. 

ORTODOXIA 


A Bíblia é a Palavra de Deus 
Defendem que a Bíblia é realmente o registro escrito inspirado por Deus. Possui duas correntes de pensamento:

Ditado Verbal 

– A Bíblia foi ditada por Deus palavra por palavra.

Conceitos Inspirados 


– Deus deu aos profetas a inspiração dos conceitos e os homens exprimiram em termos humanos, segundo seus próprios estilos. 

Teóricos da área, como William Nix e Norman Geisler, defendem o caráter ortodoxo da inspiração bíblica, isto é, eles defendem de que a Bíblia é a palavra de Deus e que esta foi ditada palavra por palavra, caracterizando assim a inspiração verbal.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia concorda com o conceito de inspiração conceitual, onde Deus mostrou Sua mensagem ao escritor ou profeta, e este movido pelo

Espírito exprimiu as verdades eternas e divinas em seu próprio estilo e contexto em que vivia. 

ARGUMENTOS


Através da revelação divina, os autores bíblicos haviam sido habilitados a “ver” as verdades (Isa. 1:1; Amós 1:1; Miq. 1:1; Hab. 1:1; Jer. 38:21).

Os escritores bíblicos indicaram o Espírito Santo como sendo a fonte de suas revelações. Ele Se comunicava com o povo através dos profetas (Nee. 9:30; Zac. 7:12). 

Davi declarou: 

“O Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a Sua palavra está na minha língua” (II Sam. 23:2).

Ezequiel escreveu: 

“Então, entrou em mim o Espírito”, “caiu, pois, sobre mim o Espírito do Senhor”, “depois, o Espírito de Deus me levantou” (Ezeq. 2:2; 11:5 e 24). 

O Novo Testamento reconhece o papel desempenhado pelo Espírito Santo na produção do Antigo Testamento.

Jesus disse que Davi fora inspirado pelo Santo Espírito (Mar. 12:36). 

Paulo percebeu que o Espírito Santo falara “através de Isaías” (Atos 28:25).

Pedro salientou o fato de que o Espírito Santo não operara por intermédio de uns poucos homens selecionados, e sim através de todos os profetas (I Ped. 1:10 e 11; II Ped.1:21). 

Por vezes a figura do autor humano desaparece completamente, e apenas o verdadeiro autor – o Santo Espírito – passa a falar: 

“Assim, pois, como diz o Espírito Santo”; “querendo com isto dar a entender o Espírito Santo...” (Heb. 3:7; 9:8).

São inúmeras as evidências bíblicas de que o autor da Bíblia é o próprio Deus. 

Quanto a inspiração Paulo mostra que 

“toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino” (II Tim. 3:16). 

A palavra grega theopneustos, aqui traduzida como “inspirada”, significa literalmente “proveniente do fôlego de Deus”.

Deus “inspirou” a verdade nas mentes dos homens, os quais expressaram estas mesmas verdades em suas próprias palavras, que foram consolidadas nas Escrituras. 

Portanto, inspiração é o processo através do qual Deus comunica Sua verdade eterna. 

A revelação divina foi concedida através da inspiração de Deus, ou – conforme Pedro menciona, tendo em mente a revelação profética – 

“homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (II Ped. 1:21). 

Eles traduziram estas revelações em linguagem humana com todas as limitações e imperfeições de que esta se acha revestida, mas ainda assim aquele era o testemunho de Deus. Os homens – não as palavras – foram inspirados. 

“A inspiração não atua nas palavras do homem ou em suas expressões, mas no próprio homem que, sob a influência do Espírito Santo, é possuído de pensamentos. As palavras, porém, recebem o cunho da mente individual. Ellen White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 21.

Esta teoria defende a ideia de que certas partes da Bíblia são inspiradas e divinas, mas outras são meramente humanas e apresentam erros. Ela é dividida em dois conceitos também:

Conceito da Iluminação 

– Iluminação religiosa concedida por Deus a apenas determinados autores.

Conceito da Intuição 

– A Bíblia não é um registro divino, não passando apenas de uma caderneta de rascunho dos judeus para registro de lendas e histórias sem valor histórico. 

NEO-ORTODOXIA 


– A Bíblia torna-se a Palavra de Deus  

A Bíblia torna-se a Palavra de Deus mediante um encontro pessoal entre Deus e o homem. Ela possui duas visões: 

Visão Demitizante 

– A Bíblia foi elaborada com trajes mitológicos, e que a tarefa do crente é despi-la de seus mitos e descobrir o conhecimento existencial que ela possui.

Encontro Pessoal 

– A Bíblia é uma revelação divina a pessoas do passado e não a Palavra de Deus. Porém, quando o homem moderno necessita de algo, basta apenas ir até a “revelação” e este terá um encontro pessoal com seu Deus.  

Ensino Bíblico Sobre Inspiração 


A Inspiração é o processo que Deus comunica Sua verdade eterna – II Tim. 3:16 

- Diz a Bíblia que tais verdades vieram da parte de Deus 
– Êx.24:4; II Sam.23:2; Jer.26:2; Mat.4:4,7; Luc.24:27,44; I Cor.2:13; Apo.22:19; Mat.5:18 

A Inspiração é Plena – II Tim. 3:16 - Toda a Bíblia recebeu total e plena autoridade divina.

A Inspiração Atribui Autoridade – João 10:35 - A Bíblia provém de Deus e está envolta na autoridade divina que o próprio Deus lhe concedeu. 

Implicações da Doutrina Bíblica da Inspiração  

O AT e o NT estão em pé de igualdade quanto a sua inspiração;

A inspiração compreende vários estilos literários e diversas fontes; 

Inspiração pressupõe inerrância, isto é, não contém erros de ordem doutrinária que venham interferir na salvação do homem. Todavia, houveram erros na reprodução dos textos ou cópias, onde são vistos nas variantes, nas omissões e interpolações feitas pelos escribas. 

SLIDE COMPLETO


Baixe aqui o slide completo com o conteúdo desse artigo preparado por Mark Wallacy e Wanderson Saraiva:

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