1. Conhecer, Compreender e Apreciar a Vontade de Deus
Muitos não se surpreenderão ao colocarmos a Deus em primeiro lugar. Mas alguns acharão estranho que o conhecimento venha antes da compreensão.
Eis a lógica: só depois de conhecermos a vontade de Deus, poderemos compreendê-la e conseqüentemente apreciá-la. O homem foi feito à imagem de Deus e é livre para decidir. Qual é a melhor decisão? É ter a sua vontade afinada com a vontade de Deus.
Como conhecemos a vontade de Deus? As Escrituras são a fonte. Por isso a educadora Ellen White diz que o estudo das Escrituras ocupa o primeiro lugar.
As Escrituras são mais importantes do que qualquer outro livro. Nas escolas cristãs, Matemática, Português e História são importantes, mas a Bíblia é a mais importante.
Quando conhecer a vontade de Deus? Hoje a Psicanálise está frisando a importância dos primeiros anos de vida. A infância é a fase importantíssima da vida. Nós cremos que é na infância que alguém deve afinar a sua vontade com a vontade de Deus.
Diz a Escritura:
“Ensina a criança no caminho em que deve andar e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6); “Lembra-te do teu Criador nos dias de tua mocidade” (Eclesiastes 12:1).
2. Conhecer, Compreender e Apreciar a Formação e o Desenvolvimento do Caráter
É necessário formar e não somente desenvolver o caráter. Caráter é aquilo que está gravado na mente; é o in-divíduo como ele é de fato. “Acima da capacidade está a bondade e acima das aquisições intelectuais está o cará-ter”.
Além do mais, “a única aquisição que levaremos para o céu é o nosso caráter”.
3. Prover o Conhecimento, Experiência e Apreciação das Leis da Saúde
Desenvolver e manter um corpo sadio e mente sã.
Mas por quê? O princípio da interação e interdependência entre a mente e o corpo é constante na Bíblia. É um princípio Bíblico, ele caracteriza a igreja verdadeira: o nosso corpo é um templo e devemos desenvolver um corpo sadio e uma mente sã.
Nosso corpo está relacionado com o nosso cérebro. O cérebro é a base física da mente consciente. A mente consciente é o manancial do caráter, da consciência. O caráter é aquilo que o homem é na realidade.
Existe a perfeita relação: quanto mais sadia, quanto mais harmoniosa; os objetivos serão alcançados mais facilmente.
Aqui aparece o sabor da temperança, aparece o trabalho educativo, o exercício físico e mental, o treinamento para a graça harmoniosa e estética para a paz. Só assim é que seremos educados, treinados para as coisas belas e nobres.
O cristão deve ter vida plena e harmoniosa. Jesus veio para nos dar esta vida, como disse:
(João 10:10) “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. Não uma vida de miséria, mas vida plena e abundante. Moisés disse ao povo: (Deut. 30:19): “Escolhe, pois a vida”.
4. Prover Conhecimento, Experiência e Apreciação para a Atividade e Educação no Lar
A preparação para sermos pais e mães de sucesso é mais importante que sermos bons profissionais. Se o lar correr perigo e fracassar, é menor a possibilidade de êxito na vida.
“A família é o mais poderoso agente para edu-car e ensinar o domínio próprio. Jovens devem ser instruídos a serem bons pais e colocados em lugar de Deus aqui na terra”.
Os pais em certa fase da vida dos filhos estão no lugar de Deus. E que fervor deve alguém ter para ocupar o lugar de Deus. Aí está a razão para o preparo do lar, da educação para a família.
Aí está o porquê do sistema de co-educação de nossas escolas. Este sistema é uma espada de dois gumes; se tivermos aptidão para compreendê-lo, será uma bênção; mas se não for bem aplicado, pode perverter e cortar a medula da alma. Portanto educação para o lar é fundamental.
5. Prover Conhecimento, Experiência e Apreciação para uma Efetiva e Boa Cidadania
Educar para ser um bom cidadão. E ser um bom cidadão, ser cumpridor dos seus deveres para com as autoridades constituídas também está na Bíblia.
Na Bíblia Jesus enfatiza a nossa obediência, não só a Deus como também à pátria.
Enoque cumpria seus deveres “como esposo e como o pai, como amigo e cidadão”.
Jamais um mau cidadão na terra será bom cidadão no céu. Isso é importante. Na oração intercessora, Jesus disse:
“Não peço que os tires do mundo, mas que os livre do mal” (S. João 17:15).
Por enquanto nós devemos permanecer neste mundo, mas libertos do mal.
6. Prover Conhecimento, Experiência e Apreciação para uma Acentuada Eficiência Vocacional
Muitos pensam que a educação significa uma profissão, mas é engano. Educar não pode ser profissão; é mui-to mais do que isso. E uma escola cristã deve enfatizar e desenvolver nos alunos a eficiência vocacional.
O indivíduo vocacionado para alguma coisa vale mais. Devemos desenvolver a eficiência vocacional.
7. Prover Conhecimento, Experiência e Apreciação para o Desenvolvimento do Saber Escolher Bem o Certo e de Cumprir os deveres Diuturnos da Vida
Isto implica no aprimoramento da vontade humana. Diz um ditado: “É da inteligência contemplar o céu, mas é da vontade conquistá-lo”. Só assim seremos verdadeiramente livres.
Quantas vezes falhamos nisso: ou a vontade é fraca ou é vontade não muito aprimorada. Fraquezas evitadas, vontades aprimoradas; vamos harmonizá-las e desenvolvê-las.
“A vontade é o poder que governa a natureza humana, o poder da decisão ou de escolha”. O poder da escolha deve ser preservado, deve aprimorar e desenvolver a vontade. Sem isto, tudo estará perdido.
Aí vem os princípios, e muitos não gostam de princípios, embora vivam num Universo regido por princípios. Disse alguém: “Regras serão usadas quando cérebros não forem usados”.
Goethe afirmou: “Foi apreendendo a obedecer que aprendi a ser livre”. Vamos aprimorar a vontade.
8. Prover Conhecimento, Experiência e Apreciação para os Vários Ramos do Conhecimento do Mundo e da Cultura Humana
A educadora Ellen White afirma que “a verdadeira educação não desconhece o valor dos conhecimentos científicos ou aquisições literárias”.
Também faz parte do nosso sistema educacional prover base cultural para enfrentar os problemas da vida. O jovem cristão seguindo os nossos princípios, tem o dever de ser culto; ele não pode decepcionar.
Jovens cristãos medíocres seriam uma afronta à cultura. Isso não deve acontecer. Não podemos desconhecer o nosso tempo, não podemos ignorar um mundo de foguetes, satélites, de cérebros e computadores eletrônicos. Temos que formar a base cultural.
9. Prover Conhecimento, Experiência e Apreciação para o Desenvolvimento de Desejáveis Relações Humanas
O que é desejável nas relações humanas? Amizade, simpatia, compreensão e solidariedade humana. Saber apreciar as virtudes, honrar ao mérito, ou honrar a quem tem mérito. Os gestos nobres e as grandes ações devem ser do nosso conhecimento.
Em Detroit, nos EUA, um cego era guiado por um cão para locomover-se pela cidade. Certo tempo depois, o cego notou que o cão estava mais hesitante para atravessar as ruas.
Descobriu-se que o cão também era cego e mesmo assim guiava com segurança. Esta história do cão cego, com o seu dono também cego, despertou a atenção dos jornais americanos.
Foi publicada a história por toda a América. O cão teve remédio e foi curado da cegueira e continuou a guiar o seu dono.
Isso nos ensina que bons atos e ações devem ser conhecidos, pois sensibilizam positivamente as pessoas. Devemos crescer em graça para com os homens.
10. Prover Conhecimento, Experiência e Apreciação para a Recreação Sadia e Uso Sábio do Tempo
Aproveitamento do tempo: Como temos falhamos neste assunto. Estamos desperdiçando nosso tempo livre em divertimentos ou nós o usamos em recreações sadias?
As grandes questões envolvidas: Será que me enobrece ou embrutece? Torna-me calmo ou violento? Instrui ou só informa? Vitaliza ou esgota? É saudável ou destrutivo? Com tais perguntas, se respondidas, não há risco de errarmos.
Havia um pai que possuía dois filhos, e o mais novo lhe disse: “Pai, dá-me uma parte do teu tempo, da tua companhia, e o conselho, e a direção que me correspondem”.
E o pai dividiu com ele os seus bens, pagando suas contas e sustentando-lhe o estudo e introduzindo-o em bailes.
Poucos dias depois o pai reuniu todo o seu interesse, aspirações e ambições e saiu rumo a uma terra longínqua, a um país de bônus, ações, títulos e outras coisas que não preocupam a um adolescente.
Ali afastou todas as oportunidades possíveis de ter a companhia de seu filho. E quando havia vivido o melhor de sua vida, e havia feito fortuna, porém, não lograva achar em tudo isso satisfação alguma, nasceu-lhe no coração um grande anelo de simpatia e companheirismo, e fez-se sócio de um clube daquele país.
Foi eleito presidente da agremiação. Tentou em vão satisfazer-se com admiração que lhe devotavam os demais sócios, mas nenhum lhe proporcionava verdadeira amizade.
E então caiu em si, e pensou:
“Quantos homens de minha amizade têm filhos e os compreendem e vice-versa, que repartem tudo com eles e a eles se referem constantemente, falando de uma felicidade completa pela felicidade que desfrutam, enquanto eu aqui pereço de fome! Irei ter com o meu filho, e dir-lhe-ei: “Filho, pequei contra o céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu pai”.
E dirigiu-se para o seu filho. Porém, estando ainda longe, o jovem o viu e quedou assombrado; em vez de cor-rer e atirar-se sobre ele, retrocedeu e sentiu-se molestado.
O pai então lhe disse:
“Filho, pequei contra o céu e contra ti. Não cumpri com o meu dever, e não sou digno de ser chamado teu pai. Perdoa-me e deixa-me ser como um dos teus companheiros”.
Contudo, o filho respondeu:
“De maneira nenhuma. Desejaria que fosse possível; porém é demasiado tarde. Houve um tempo que eu desejava saber certas coisas, quando necessitava de amizade e conselho; porém tu te encontravas muito atarefado. Consegui as informações e muitas amizades, entretanto eram todas enganosas, e agora estou física e espiritualmente arruinado. É muito tarde, muito tarde, muito tarde!”.
• E se você tivesse que resumir esses dez objetivos num só, qual seria?
• Qual(is) objetivo(s) da educação tem sido mais negligenciado(s)? Por que?
REFLEXÃO
“Habitar para sempre no lar de bem-aventuranças, trazer na alma, corpo e espírito, não os traços negros do pecado e da maldição, mas a perfeita semelhança de nosso Criador, e através de eras intérminas progredir em sabedoria, em conhecimentos e em santidade, explorando sempre novos campos do pensamento, sempre encontrando novas maravilhas e novas glórias, aumentando sempre a capacidade de saber, desfrutar e amar, e sabendo que há ainda diante de nós alegria, amor e sabedoria infinitos — tal é o objetivo a que aponta a esperança cristã, para o qual prepara a educação cristã. Conseguir esta educação e auxiliar outros a adquirirem-na, deve ser o objetivo da vida crista”.
FONTE
Este texto, aqui resumido, foi publicado no dia 25 de junho de 2003 no Jornal Pedagógico da UCB, mídia eletrônica cujo site é http://noticias.ucb.org.br/NPViewArticle.asp?cmd=view&articleid=197 (Offline atualmente), da auto-ria dos educadores Orlando Rubem Ritter e Orlando Mário Ritter; captado em 31 de julho de 2003. Ibid., p. 225.
WHITE, Ellen G. Parábolas de Jesus. Tatui: CPB, 1996. p. 332.
WHITE, Ellen G. O Desejado de Todas as Nações. Tatuí: CPB, 1990. p. 602.
WHITE, Ellen G. Patriarcas e Profetas. Tatuí: CPB, 1991. p. 602.
WHITE, Ellen G. O Caminho a Cristo. Tatui: CPB, 1995. p. 47.
WHITE, Ellen G. Educação. Tatui: CPB, 1996. p. 225.
WHITE, Ellen G. Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes. Tatuí: CPB, 2000. p. 55.