1 - Por que o sábado é contado a partir do pôr do sol de sexta-feira, e não a partir da meia-noite? E o calendário nunca foi mudado? Poderia o sábado original ser na verdade uma segunda-feira ou estar em outro dia da semana?
RESPOSTA
“O tempo que a Terra gasta em seu movimento de oeste para leste, descrevendo uma elipse alongada em torno do sol, forma o ano. O espaço de tempo necessário para uma evolução completa da lua em volta da Terra forma o mês. O período que a Terra leva para completar o movimento de rotação ao redor de seu próprio eixo, forma o dia. Com efeito, o ano, o mês e o dia estão associados, como unidade de tempo, aos fenômenos astronômicos. A semana, entretanto, constitui um ciclo independente, de origem divina, sem qualquer relação com as lunações ou movimento de translação e rotação da Terra”(RA, 09-78, pág. 8 CPB).
Quando Deus criou o mundo, o fez em seis dias, descansando no sétimo. Gênesis capítulo 1 e 2:1-3.
É interessante observar que após cada dia, o escritor bíblico registra: “houve tarde e manhã, o primeiro dia” (verso 5); “houve tarde e manhã, o segundo dia” (verso 8); “houve tarde e manhã, o terceiro dia” (verso 13); “houve tarde e manhã, o quarto dia” (verso 19); “houve tarde e manhã, o quinto dia” (verso 23); “houve tarde e manhã, o sexto dia” (verso 31).
Você percebeu? ... TARDE e MANHÃ. Primeiro TARDE (a parte escura do dia), depois MANHÃ (a parte clara). Assim começou o mundo e assim eram contados os dias.
O Dicionário da Bíblia, de John D. Davis, esclarece que “Dia era o intervalo de tempo, compreendendo o período entre dois nascimentos sucessivos do sol. O dia na Bíblia era de uma tarde até a outra. De um pôr do sol a outro (Lev. 23:32; Êxodo 12:18).
Este modo de medir o tempo baseava-se no costume de calcular os meses pelo aparecimento da lua nova. A designação exata do dia civil compreendia a tarde e a manhã, ou noite e dia (Daniel 8:14; II Cor. 11:25). Posto que a tarde servia de entrada para um novo dia, também fazia parte do dia natural, que restritamente falando, o completava.
A tarde que dava início ao dia quinze de Nisã é designada pela expressão “desde o dia quatorze do primeiro mês à tarde, comereis pães asmos, até a tarde do dia vinte” Êxodo 12:18; compare com II Crônicas 35:1 e Levítico 23:32.
Os dias da semana não tinham nome; eram designados por números, com exceção do sétimo dia que tinha o nome de sábado.”
O dicionário prossegue afirmando também que dia era o “nome dado ao espaço de tempo entre a luz e as trevas, Gênesis 1:5, 8:22.
Depois do exílio, tornou-se comum contar os dias pelas horas; o dia entre o nascer do sol e o seu ocaso, dividia-se em doze horas, Mateus 20:1-12; João 11:9. A sexta hora correspondia ao meio-dia, João 4:6; Atos 10:9. A nona hora, três da tarde, era a hora de oração, Atos 3:1.”
Ainda segundo o mesmo dicionário bíblico, NOITE era o período das trevas (Gênesis 1:5) dividido em três vigílias: do pôr do sol à meia-noite, da meia-noite ao cantar do galo e do cantar do galo ao amanhecer (Lamentações 2:19; Juízes 7:19; Êxodo 14:24).
A divisão grega e romana repartia a noite em quatro vigílias, sistema este em vigor no tempo de Cristo (Lucas 12:38; Marcos 6:48).
O período da noite constava de 12 horas, desde o entardecer até o romper da aurora (Atos 23:23).
A recomendação bíblica de Levítico 23:32 é “de uma tarde a outra celebrareis o sábado.”
Ou seja, do pôr do sol de sexta-feira, ao pôr do sol de sábado. Assim, pelo método bíblico e divino de contar os dias, estes não começam a meia-noite, e sim, de pôr do sol a pôr do sol. Tarde e manhã.
Parte escura e parte clara. Por exemplo: segunda-feira à noite, pelo método humano de contar os dias é, biblicamente falando, terça-feira, parte escura do dia. E, assim sucessivamente.
Assim sendo, o ano novo não começa à meia-noite, e sim ao pôr do sol. O dia 31 de dezembro acaba ao pôr do sol. (Nesse ano, às 20:29 min.). A partir de 20:30, começamos 1995. Esta, repito, é a forma bíblica de contar os dias. Tarde e manhã. De pôr do sol a pôr do sol.
CALENDÁRIOS DIFERENTES
Um outro fato interessante que vale a pena ser ressaltado aqui é de que os calendários têm mudado, mas a semana jamais foi alterada desde o começo do mundo. Apesar de mudanças de um calendário para outro, a semana permanece em seqüência ininterrupta desde o começo, quando Deus trouxe à existência Sua Criação.
O Calendário Gregoriano, agora em uso em todo o mundo, é preciso e exato com relação à ordem dos dias da semana. Alguns imaginam que ocorreram mudanças do calendário entre o tempo de Cristo e o nosso.
Houve apenas uma: a mudança do Calendário Juliano para o Gregoriano. Essa mudança não exerceu nenhuma influência sobre os dias da semana desde os tempos de Cristo: tão pouco houve qualquer mudança antes disso, tanto quanto os registros o demonstrem.
Os dias do mês foram deslocados, ao ser adotado o Calendário Gregoriano; os dias da semana, porém, não. Continuaram imutáveis desde o começo e são agora os mesmos de toda a história passada.
O calendário que foi na Palestina e em todas as províncias do Império Romano dos dias de Cristo era conhecido como o Calendário Juliano. Entrou ele em uso por autorização e no tempo de Júlio César, e é chamado pelo seu nome. Foi promulgado no ano 708 da cidade de Roma, cerca de 46 A.C.
Júlio César gostava de estar em evidência. Arrogou a si muitas prerrogativas. Chamou o sétimo mês pelo seu próprio nome, e por isso é ele conhecido como julho, derivado de Júlio.
Conta-se que ao escolher um mês para chamá-lo pelo seu próprio nome, escolheu cuidadosamente o que tivesse trinta e um dias, pois considerava o seu nome digno de um dos mais longos meses do ano. O mês seguinte contava, naquele tempo, apenas trinta dias.
César Augusto, o sucessor de Júlio, não se considerava de forma alguma inferior em importância ao seu sucessor e, quando chamou de Agosto o oitavo mês, acrescentou-lhe mais um dia, tirando-o de fevereiro, de maneira que agosto tem tantos dias quanto julho.
O Calendário Juliano foi usado durante 15 séculos depois de Cristo, praticamente em todo o mundo civilizado. Não era, entretanto, um calendário exato. Supunha o ano como tendo 365 dias e um quarto, quando este tem doze minutos e uns poucos segundos menos que isso.
Não parece isso ser uma grande diferença, mas com o correr dos anos aumentou. Como resultado, durante o Calendário Juliano um pouco de tempo foi sendo perdido cada ano, isto é, ele não se baseava exatamente nos movimentos dos corpos celestes, e o resultado foi que, de ano para ano o equinócio vernal, que no tempo de Júlio César ocorreu por volta de 25 de março, retrocedeu gradualmente para o dia primeiro de março.
Aproximadamente no começo do século dezesseis depois de Cristo, ocorreu por volta de 11 de março.
Foi somente no décimo terceiro século que os astrônomos começaram a escrever a respeito da inexatidão do Calendário Juliano. Alguns países da Europa desejavam tomar uma decisão no sentido de uma reforma no calendário.
Mas nada foi feito durante muito tempo, porque havia necessidade de liderança e acordo, a fim de empreender a revisão do calendário, a qual o tornaria uniforme em todos os países. Por fim, foi atraída a simpatia e interesse do próprio papado.
Nos dias do papa Gregório XII o calendário foi mudado, tendo sido feita uma correção de dez dias, a fim de que o dia 21 de março coincidisse com o equinócio vernal, onde ficara no tempo do Concílio de Nicéia, em 321, quando a questão da celebração da Páscoa foi solucionada por aquele concílio da igreja.
(Ver Catholic Encyclopaedia, vol. III, págs. 168 e 169, art. “O Calendário Reformado”). Publicou ele uma bula, datada de 1 de março de 1582, anulando dez dias, de maneira que, o dia que deveria ser contado como 5 de outubro de 1582, foi considerado como 15 de outubro.
O novo calendário recebeu o nome do papa em cujo pontificado foi instituído, o papa Gregório. É ele, por conseguinte, conhecido como o Calendário Gregoriano.
E o Calendário Gregoriano é o mesmo que usamos em nossos lares, em nossas agendas, de acordo com o qual quase todo o mundo se orienta na contagem do tempo. Como já dissemos, foi introduzido por proclamação do papa de Roma em 1582 A. D.
A alteração que o fez entrar em vigor, uma alteração de dez dias entre ele e o Calendário Juliano, foi afetuada na sexta-feira, 5 de outubro de 1582. De maneira que os dez dias que foram alterados, o foram apenas para que esse dia, que no Calendário Juliano era considerado 5 de outubro, fosse chamado 15 de outubro.
Isso é tudo o que foi feito. E isto fez o ano do calendário coincidir com o equinócio vernal. Note bem: o dia ainda era sexta-feira, mas em vez de ser sexta-feira dia 5, era sexta-feira dia 15.
Não houve nenhuma alteração no mês. Este continuou sendo outubro. Nenhuma alteração houve na semana. O mesmo quanto ao dia da semana. Continuou ele sendo sexta-feira. A diferença estava no dia do mês. Este era o dia 15 em lugar de ser 5. E isto é tudo.
O dia seguinte foi sábado, exatamente como seria se o calendário não houvesse sido mudado. Com a diferença que era dia dezesseis, quando deveria ser seis de outubro.
Cremos que a Bíblia é a verdade. E ela menciona que no sábado, final da semana - semana que vem de forma sistemática, sem alterações. desde a criação - Deus convida o ser humano para receber as bênçãos desse dia que Ele separou no Éden.
Esse sétimo dia idêntico ao da criação pode ser encontrado, caso alguém deseje encontrá-lo. E ele pode ser identificado mesmo que alguém o queira fazê-lo desaparecer.
Não há meio algum pelo qual possa ele ser perdido de vista. Quando o sol se põe na sexta-feira à noite, o mesmo sétimo dia da criação tem início. É o mesmo sétimo dia que o mandamento de Deus nos ordena guardar. Em qualquer lugar do mundo.
Este mandamento declara: “O sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus: não farás nenhuma obra.” Por conseguinte, quando o Sol se põe ma sexta-feira à noite, estamos em tempo sagrado.
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