INTRODUÇÃO
"No dia 27 de julho de 1931, uma nuvem de gafanhotos desceu sobre os Estados de Iowa, Nebraska, e Dakota do Sul, nos Estados Unidos, destruindo milhares de acres de cereais. Em várias outras partes do mundo praga semelhante foi relatada.
"Quando esses gafanhotos desceram sobre o Quênia, toda erva verde foi consumida, e o governo teve de agir a fim de salvar o povo da fome.
"Nessa ocasião um cristão resolveu reclamar a promessa de Deus contida em Mal. 3:11.
'Amado Senhor, eu tenho sido fiel a Ti na devolução dos dízimos e de minhas ofertas. Agora Te peço que cumpras a Tua promessa e repreendas o devorador em meu benefício. Por favor, Senhor, protege minha lavoura dos gafanhotos.'
'Nada pode impedir esses gafanhotos de chegarem até aqui', seus vizinhos diziam. 'Ou será que o seu Deus é melhor do que os outros?' eles zombavam.
"Quando os gafanhotos chegaram o céu ficou negro com seus corpos. Eles desceram nos campos ao redor comendo cada folha verde e cada grão de cereal. Nem mesmo nas árvores foi deixada uma folha sequer.
Mas nenhum gafanhoto tocou na lavoura do cristão que havia reclamado a promessa divina. Seu campo permaneceu como um verde oásis em meio de um seco deserto.
"Pessoas vieram de longas distâncias para ver a lavoura que os gafanhotos não haviam tocado. A todos eles o homem contava a história de como Deus cumprira a promessa de Sua Palavra.
" 'Não podemos compreender isto' eles diziam. 'O senhor está certo de que não usou nenhum veneno?'
" 'Não', ele respondia, 'simplesmente orei a Deus. Ele ordenou aos gafanhotos e eles obedeceram, ficando longe de minhas plantações.' " (Dorothy Eaton Watts. Inspiração Juvenil – 1983, p. 214).
Na verdade, a promessa divina é: - Mal. 3:10-12
E nesta oportunidade analisaremos juntos o significado daquilo que a Bíblia chama de "dízimo".
I – A MISSÃO QUE CRISTO DEIXOU AOS SEUS SEGUIDORES
A – Os Seguidores de Cristo Deveriam Levar o Evangelho a Todas as Nações
a) Cristo ordenou que os Seus discípulos deveriam ir e fazer novos discípulos "de todas as nações": – Mat. 28:19
b) E a Promessa divina com respeito a pregação do evangelho a todo o mundo é: – Mat. 24:14
B – O Exemplo dos Apóstolos
a) A Bíblia declara que os primeiros apóstolos, ao ouvirem o convite de Cristo para se tornarem "pescadores de homens" (Mat. 4:19), "deixando tudo, O Seguiram" ( Luc. 5:11).
b) Ainda durante o Seu ministério terrestre, a Bíblia declara que "chamou Jesus os doze e passou a enviá-los de dois a dois" (Mar. 6:7). E nos é dito que: – Luc. 9:6
C – O Sustento dos Primeiros Evangelistas
a) Neste ponto surge a pergunta: Se os apóstolos deixaram tudo o que possuíam para seguirem a Cristo e se dedicarem inteiramente a causa do evangelho, de que viviam?...
b) Também a esta indagação a Bíblia responde: – I Cor. 9:14 (um plano divino)
– II Cor. 11:8 ("salário" das igrejas – o próprio apóstolo Paulo)
II – O CONCEITO BÍBLICO DAS POSSES
A – Todas as Coisas Pertencem a Deus:
a) Ao Senhor pertence a Terra, e tudo o que ela contém, inclusive os próprios seres humanos. – Sal. 24:
b) A Ele pertencem todos os animais: – Sal. 50:10 e 11
c) É o próprio Deus que nos concede a força para adquirirmos riquezas: – Deut. 8:18
d) Como a Deus pertencem todas as coisas, a Ele pertencem também os nossos recursos financeiros: – Ageu 2:8
e) Até a nossa vida é um dom de Deus.
– "Manifesta-se o poder de Deus no bater do coração, na ação dos pulmões, e nas correntes vivas que circulam pelos mil diferentes condutos do corpo. Somos-Lhe devedores por todo momento de existência, e por todos os confortos da vida." (Conselhos Sobre Mordomia, p. 17)
B – Nossas Posses São-nos Dadas Apenas em Confiança
a) "Grandes ou pequenas que sejam as posses de qualquer indivíduo, lembre-se ele de que isto é seu apenas em confiança. Por sua força, habilidade, tempo, talentos, oportunidades e recursos, tem que prestar contas a Deus." (Conselhos Sobre Mordomia, p. 22)
b) A Parábola de Cristo sobre os Talentos, em S. Mat. 25:14-30, ilustra muito bem este princípio.
C – O Dízimo, Porém, Pertence ao Senhor
a) Como vimos anteriormente, todas as coisas pertencem a Deus, inclusive tudo o que possuímos, e que Deus nos deu em confiança.
b) Porém a décima parte das nossas rendas Ele reservou para Si, e a Bíblia a considera "santa": – Lev. 27:30
III – O DÍZIMO
A – O Objetivo do Dízimo
a) Entre o povo de Israel, o dízimo era dado aos levitas pelo serviço que prestavam na tenda da congregação, e por serem eles os responsáveis entre o povo judeu pelo ensino da lei do Senhor: – Núm. 18: 21; II Crôn. 17:8 e 9
b) Portanto o dízimo destina-se ao sustento dos obreiros que se acham direta e exclusivamente ligados à obra da pregação do evangelho e da expansão da causa de Deus na Terra.
B – Referências ao Dízimo no Novo Testamento
a) Jesus Cristo, em Suas advertências aos escribas e fariseus, aprovou o sistema do dízimo: – Mat. 23:23 – "deveis, porém, fazer estas coisas (a justiça, a misericórdia e a fé), sem omitir aquelas (dar o dízimo)".
b) Também na Epístola aos Hebreus, é declarado que Abraão, o "pai" dos crentes, deu o dízimo a Melquisedeque, o sacerdote do Deus Altíssimo: – Heb. 7:1 e 2
C – O Dízimo e a Prosperidade
a) A Bíblia declara que aqueles que professam ser filhos de Deus, porém não são fiéis a Ele nos seus bens, não são por Ele abençoados, como poderiam ser: – Ageu 1:6
b) Por outro lado a Bíblia afirma que uma bênção especial é reservada por Deus àqueles que Lhe são fiéis:
– Mal. 3:10 e 11
c) "A promessa é certa, porém é condicional: 'Trazei todos os dízimos á casa do tesouro'. Algumas pessoas tentam ir vivendo com apenas tocar de leve ao Senhor ocasionalmente.
Eles acalmam a consciência com uma amostra de dízimo. Declara a Inspiração que as bênçãos virão se somos honestos no trato
com o Senhor – quando todos os dízimos são levados a Seu tesouro.
'Todos os nossos dízimos' incluem dez por cento do valor dos dons recebidos – produto da horta e pomar, da leiteria doméstica, e outras 'rendas' que às vezes contamos como certas." (Robert H. Pierson. Meditações Matinais - 1960, p. 326)
d) E o profeta Malaquias diz que, se assim fizermos, os nossos vizinhos nos chamarão de felizes: – Mal. 3:12
ILUSTRAÇÃO
"Quase todos conhecem a marca de sabonete e pasta Colgate. Guilherme Colgate, com dezesseis anos de idade, saiu da casa do pai, porque faltava o pão para a família.
Na estrada, encontrou-se com um velho conhecido, que, de joelhos, orou com ele e disse: 'Alguém será brevemente, o principal fabricante de sabão em Nova Iorque. Espero que seja você.
Seja homem prudente; dê seu coração a Cristo; entregue-lhe de cada dólar que você receber, a parte que lhe pertence; faça um sabão honesto; no peso dê uma libra inteira e sei que você tornar-se-á rico.' Entrou na grande cidade de Nova Iorque levando consigo tudo que possuía, embrulhado numa toalha.
"Foi com grande dificuldade que Guilherme encontrou emprego. Com saudades de casa e lembrando-se das palavras conselheiras da mãe, como das expressões confortadoras do velho que o aconselhara buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça, unindo-se à Igreja de Cristo.
"Do primeiro dinheiro que recebeu, deu a décima parte ao Senhor. Não muito tempo depois de achar esse emprego, tornou-se sócio do patrão. Depois de alguns anos, morreu o patrão e Guilherme Colgate ficou como único proprietário da fábrica. Imediatamente ordenou que o seu contador abrisse conta corrente para o Senhor, e que lançasse, a crédito do Senhor, a décima parte de todos os lucros.
Guilherme Colgate prosperava; seus negócios cresciam. Sua família foi abençoada. O sabão que fabricava, tinha a maior aceitação, e, por isso, enriqueceu como jamais pensara. Começou, então, a dar ao Senhor dois décimos e prosperou mais ainda. Passou depois a dar três décimos, depois quatro e depois cinco décimos.
Educou sua família; completou todos os planos de sua vida e depois entregou todo o lucro ao Senhor." (Natanael de Barros Almeida. Tesouro de Ilustrações, vol. l, pp. 75 e 76)
a) Isto não significa, entretanto, que todos aqueles que devolvem a Deus um dízimo fiel, serão assim prosperados materialmente; pois na maioria dos casos a prosperidade material leva a negligência espiritual (Prov. 30: 8 e 9). Porém uma coisa é certa, no dizer de Davi: – Sal. 37:25
D – A Retenção dos Dízimos e das Ofertas
a) Por outro lado, a Bíblia declara também que a retenção dos dízimos e das ofertas é uma apropriação indevida:
– Mal. 3:8 e 9
b) "Aqui se estabelece um princípio que se vê em todo o trato de Deus com os homens. O Senhor colocou nossos primeiros pais no Jardim do Éden. Cercou-os de tudo aquilo que lhes poderia trazer a felicidade, e lhes ordenou que O reconhecessem como o possuidor de todas as coisas.
Fez crescer, no jardim, toda a árvore agradável à vista ou boa para comer; mas, dentre elas, fez uma reserva. De todas as demais, Adão e Eva poderiam comer livremente; mas, sobre esta única árvore, disse Deus: 'Dela não comerás.' Aí estava a prova de sua gratidão e lealdade a Deus." (Conselhos sobre Mordomia, p. 65)
c) De igual forma, "nosso Pai celestial concede dons e solicita a devolução de uma parte, a fim de provar se somos dignos de possuir o dom da vida eterna." (Evangelismo, p. 251)
CONCLUSÃO
"O dar o dízimo traz sempre bênçãos. Nem Sempre essas bênçãos são monetárias; são muitas vezes espirituais. Ocasiões, verificam-se imediatamente; vêm com freqüência por tal maneira que não serão reconhecidas como bênçãos enquanto não chegarmos ao Céu. Ocasiões Deus Se manifesta protegendo miraculosamente a propriedade de um dizimista; outras, talvez ele permita que algum de Seus servos sofra prejuízo.
"O caso de Jó ilustra a última situação; o de Alexandre Kerr, a primeira. Em junho de 1902, o Sr. Kerr, converso de Dwight Moody, começou a dar fielmente o dízimo.
Se bem que tivesse uma hipoteca sobre sua casa de morada, muitas dívidas, e estivesse sobrecarregado de cuidados e preocupações financeiras, avançou pela fé. Bênçãos inesperadas vieram sobre ele.
Com restrito capital, organizou a Manufatura de Vidro Kerr, em um pequeno prédio em S. Francisco. Tornou-se um dos maiores produtores de vidros para conservas de fruta, na América.
"Por quatro anos tudo foi bem. Veio então 1906 e o terremoto de S. Francisco. Os amigos pensaram que Kerr havia provavelmente perdido tudo, que estava arruinado, em falência. Deus, porém, não esquecera Seu servo.
Uma semana depois do desastre, chegou um telegrama: 'Por mais de quilômetro e meio de todos os lados da fábrica, tudo queimado, mas sua fábrica foi miraculosamente salva!
O fogo pegara a cerca de madeira em torno do edifício de dois andares, indo depois ao redor ce4a. Nem sequer um jarro de vidro se havia rachado com o terremoto e o incêndio! O Senhor cumprirá de sobejo Sua promessa: 'derramar sobre vós bênção sem medida'.
"Deus nos convida a prová-Lo. Nossa parte é exercer fé, e agir. O testemunho unido dos que Lhe aceitaram o convite, é: 'Deus não falta nunca'. Descobristes vós isto por vós mesmos?" (Kenneth H. Wood, Jr. Meditações Matinais – 1964, p. 111).
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