Judaizante – Século I – Judeia - Fora da lei de Moisés não há salvação.
Etimologicamente, palavra “ebionitas” significa “os pobres”. Ela aparece pela primeira vez nos escritos dos pais apostólicos. Esse nome servia para designar um grupo de judeu-cristãos que reconheciam a Jesus como figura messiânica do judaísmo.
Segundo Orígenes de Alexandria (185-253) e Eusébio de Cesareia (263-339) existiam dois grupos distintos de judeu-cristãos: os ebionitas e os nazarenos. Diferenciavam um do outro devido a determinadas crenças e práticas.
Por exemplo, um dos grupos reconhecia o nascimento virginal de Jesus, enquanto que o outro sustentava que Jesus foi concebido como qualquer ser humano.
Com o passar do tempo surgiu uma nova seita: a dos ebionitasgnósticos. Todavia, estes diferiam grandemente das principais escolas gnósticas na medida em que rejeitavam qualquer distinção entre o Demiurgo e o Supremo Deus.
O ebionismo surgiu na Judeia durante o primeiro século da era cristã. Era praticado pelos judeus-fariseus convertidos ao cristianismo, e que estavam profundamente enraizados na Lei de Moisés.
Os ebionistas são identificados como sendo os cristãos judaizantes mencionados em Atos 15:1; 21:17-26, haja vista que as suas crenças e práticas eram as mesmas.
Os cristãos judaizantes entraram em conflito com o apóstolo Paulo, quando passaram a pregar as suas crenças radicais aos gentios, obrigando a Igreja a realizar o Concílio de Jerusalém (Atos 15).
Após a queda de Jerusalém no ano 70, os cristãos gentios passaram a liderar a Igreja e constituíam a maior parte da cristandade, enquanto que os cristãos ebionitas gradualmente foram perdendo força e começaram a diminuir no segundo século.
Tertuliano, Irineu, Eusébio e Orígenes foram inflexíveis adversários do ebionismo. Porém, é digno de nota observar que nenhum concílio jamais condenou oficialmente o ebionismo.
Os ebionistas defendiam as seguintes doutrinas:
1. Consideravam que Jesus era o Messias, mas negavam a Sua divindade.
2. Para eles, Jesus foi apenas um homem que observou a Lei de Moisésde forma especial, sendo assim escolhido por Deus para ser o Messias.
3. Os ebionitas acreditavam que o Salvador veio especialmente para o povo israelita.
4. Eles davam muito valor à pobreza voluntária. A origem disso encontra-se no fato de que a igreja de Jerusalém sempre passou por grandes necessidades.
5. Os ebionitas tinham alta consideração por Tiago, o Justo, que era a principal coluna da Igreja, cuja sede estava em Jerusalém.
6. Os ebionitas abominavam as cartas paulinas, porque para eles Paulo de Tarso era um grande apóstata da Lei de Moisés.
7. Para os ebionitas, os cristãos gentios e judeus ainda continuavam sobre o domínio da Lei de Moisés.
8. Reprovavam severamente os gentios cristãos por transgredir os mandamentos referentes às carnes limpas e imundas.
9. Aprovavam apenas uma versão sintética do Evangelho de Mateus, escrito em hebraico, que era chamado de Evangelho dos Hebreus.
10. Para os ebionitas, não havia salvação fora da circuncisão e da Lei de Moisés.
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