Nos primeiros séculos do cristianismo proliferaram dezenas de seitas cristãs, que foram consideradas heréticas pelos pais fundadores da igreja, também chamados pais apostólicos.
No princípio do cristianismo essas seitas seguiam uma linha gnóstica,palavra esta que significa conhecimento. Com grande dose de imaginação, elas procuravam racionalizar e conciliar os ensinos bíblicos em função da perspectiva de um platonismo exacerbado.
Algumas das antigas heresias defendidas pelas diversas seitas eram de cunho Soterológico, Cristológico e Trinitário. Elas estavam preocupadas em entender como a natureza humana e a divina se relacionavam na pessoa de Jesus Cristo.
As antigas Cristologias podiam ser agrupadas em duas classes. A primeira negava a humanidade de Jesus Cristo. Esse ponto de vista era defendido pelas seitas docetistas, apolinaristas e eutiquianistas.
A segunda negava a divindade de Jesus Cristo. Esse ponto de vista era defendido pelas seitas dos ebionistas, adocionistas e arianistas.
ROMA PAPAL
A partir do Edito de Milão, editado no século quarto por Constantino, o cristianismo apostólico transmudou-se radicalmente para o catolicismo romano, tornando-se a religião oficial do Império Romano.
Imediatamente, o bispo de Roma tornou-se uma figura proeminente, uma espécie de primeiro ministro para assuntos religiosos. Nesse mesmo século, com o apoio dos imperadores romanos, o catolicismo começou a realizar as suas primeiras perseguições contra as seitas cristãs.
No final do quinto século (476) o domínio do Império Romano do Ocidente chegou ao fim quando o chefe germânico Odoacro forçou a abdicação do imperador Rômulo Augusto.
No início do século seguinte (538) o bispo de Roma adquiriu pela primeira vez na história a supremacia do poder temporal absoluto, com o apoio do imperador bizantino Justiniano.
A partir de então todas as seitas consideradas heréticas passaram a ser sistematicamente dizimadas e os seus livros queimados.
Não se argumentava mais contra as heresias, razão pela qual os pais apostólicos desapareceram.
O catolicismo agora era protegido pela força e violência resultante da intolerância religiosa dos papas, que detinham o poder religioso e temporal.
As principais vítimas do catolicismo romano foram as seitas gnósticas cristãs, que exerciam uma tremenda influência sobre a população e estavam divididas em incontáveis ramificações, com uma enorme diversidade de crenças.
Porém, em geral, eles acreditavam na imortalidade e divindade de alma, na malignidade da matéria e do corpo, no Demiurgo, nome dado pelos platônicos ao Deus que criou o mundo utilizando a matéria preexistente.
Para a maioria das seitas gnósticas cristãs, Demiurgo era um deus inferior e até mesmo maligno, que concedia favores aos seus servos.
Neste post o leitor encontrará mais de trinta comentários descrevendo resumidamente as principais seitas e heresias cristãs que predominaram nos primórdios do cristianismo.
Os temas foram organizados num ordem cronológica, desde o primeiro ao sétimo século. Sendo que cada tema é identificado pelo nome popular da seita ou da heresia e, na maioria das vezes, isso inclui o nome da pessoa que
formulou a heresia.
Cada texto apresenta em negrito um cabeçalho contendo o título, o século e o local de sua origem e uma epígrafe (resumo) da ideia principal da heresia.
Desejo de todo meu coração que este livro seja um instrumento de pesquisa rápido e valioso nas mãos de muitos leitores e que traga alguma luz sobre os diversos movimentos religiosos cristãos dos primeiros séculos do cristianismo.
LISTA COMPLETA
Clique sobre os temas para conferir a descrição de cada seita:
1. Nicolaítas
2. Ebionitas
3. Nazarenos
4. Gnosticismo
5. Cerintismo
6. Docetismo
7. Marcus de Mênfis
8. Ofitas
9. Naassenos
10. Setianismo
11. Simonianismo
12. Peratas
13. Cainitas
14. Basílides de Alexandria
15. Carpócrates de Alexandria
16. Saturnino de Antióquia
17. Valentim de Alexandria
18. Marcião de Sinope
19. Taciano, o Assírio
20. Montano da Frígia
21. Adocionismo
22. Sabélio da Líbia
23. Mani da Pérsia
24. Novaciano de Roma
25. Ario de Alexandria
26. Donato Magno
27. Macedônio de Constantinopla
28. Apolinário de Laodiceia
29. Pelágio da Bretanha
30. Agostinho de Hipona
31. Borboritas
32. Prisciliano de Ávila
33. Nestório de Constantinopla
34. Eutiques de Constantinopla
35. Cirilo de Alexandria
36. Diofisismo
37. Juliano de Halicarnasso
38. Sérgio I de Constantinopla
39. Diotelismo
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