No inicio da década de 1980 um ex-pastor adventista da Califórnia, EUA, chamado Walter Rea levantou duvidas sobre a legitimidade do Dom profético, tal como manifestado na vida e ensinos de Ellen G. White, um de seus principais argumentos contra a inspiração da Senhora White, foi fato segundo ele, de que a escritora plagiou outros autores de sua época e portanto não seria divinamente inspirada.
As conclusões de Rea causaram preocupações no meio adventista por que elas não ficaram apenas no seio da igreja, mas se alastraram para a imprensa secular a ponto de a revista mundialmente famosa, Time, publicar uma matéria sobre o assunto.
Embora acusações de plagio já tivessem acontecido antes de 1980, D. M. Canright, ex-destacado líder da Associação geral e contemporâneo de Ellen White, já havia feito críticas semelhantes. Na época muito se debateu e ainda hoje quando alguém quer falar contra a autenticidade da inspiração trata logo de acusá-la de plagiadora.
THE WHITE LIE
Tais fatos demonstram a grande importância do estudo do presente tema: a natureza da inspiração divina da Bíblia e dos Testemunhos, e o caráter dos empréstimos literários de autores não inspirados feitos pelos escritores do Cânon Sagrado bem como a Senhora Ellen G. White.
O presente estudo fará um abordagem suscita deste amplo tema de relevância especial para os Adventistas do Sétimo Dia que cremos serem os escritos de Ellen White uma divinamente autorizada fonte de orientação, conforto e repreensão para o povo de Deus nestes últimos dias.
O conceito de plágio
Plágio, como geralmente se entende, inclui o ato de um autor ao fazer extrações dos escritos de outros sem mencioná-los,, a pratica fraude por fazer material de outro passar como se fosse seu, e o ato de privar o autor original de reconhecimento e de seus justos benefícios financeiros.
Algumas pessoas bem intencionadas porem mal informadas tentam defender a obra literária de E.G.W. da acusação de plagio afirmado que no período em que sua obra foi escrita (1848-1915), não existiam leis de direitos autorais.
Este argumento não e valido por que já existiam leis sobre direitos autorais, e os White, e também os adventistas do sétimo dia, sabiam disso e sabiam o que significava a palavra plágio. (101 perguntas sobre Ellen White e o Santuário, 81). Como claramente demonstram as citações abaixo.
Estamos plenamente de acordo que trechos da Review, ou de qualquer de nossos livros, sejam publicados em qualquer extensão, e tudo que pedimos e, que se nos faca simplesmente, justiça ao fazer a devida menção do autor ou da obra. Review and Herald, 6 de setembro de 1864, p. 120. (Ibidem).
E ainda:
Um plagiador e alguém que alega terem escrito um artigo original, mas que tomou emprestado-talvez roubou seria a palavra mais apropriada - de outra pessoa.
Algumas pessoas que achariam ser um grande pecado roubar uma arroba de macas ou um dólar em dinheiro, não hesitam em roubar os pensamentos ou expressões escritas, de outros, e então apresenta-los como seus.
Tais indivíduos necessitam ter suas sensibilidades morais aguçados, a fim de poderem compreender que e tão verdadeiramente roubo furtar um artigo de um livro ou periódico e manda-lo para ser publicado como se fosse original, como e furtar qualquer outra coisa. Youth`s Instrutor, 1895.
A despeito da existência de leis sobre direitos autorais, não era raro que os escritores de mais de um século atrás, tanto religiosos quanto seculares, fizessem empréstimos uns dos outros sem fazer menção do autor.
O historiadores do inicio do século dezenove não sentia necessidade de provar sua originalidade, e não teria compreendido porque deveria de fazer questão de retrabalhar um material quando o que ele queria dizer já havia sido melhor dito por outro.
Os historiadores em geral se sentiam lisonjeados e não insultados quando suas palavras eram usadas por outrem.
Canybeare e Howson, de quem acusou-se Ellen White de haver copiado, fizeram empréstimos de outros autores sem faze-lhes menção ou usar aspas (Veja Nichol, 424) D.M. Caringht que 1887 condenou a Sr ª . White por esta pratica, fez, ele próprio, extensos empréstimos literários em uma publicação sua de 1878, sem nenhuma indicação no prefacio ou qualquer outra parte de que ele estava fazendo isto. (Veja Nichol, 408).
Ellen White utilizou o que fora escrito por outros, porém da maneira como fez, transformou e enriqueceu os textos de forma tão ética como legal. (Revista Adventista junho de 82).
Por que Ellen White copiou
Para ajudá-la bem expressar o que o que ela havia visto e ouvido em visão. Ela freqüentemente aludia a sua sensação de insuficiência diante da tarefa de colocar pensamentos e cena de origem divina em linguagem humana.
Ao escrever seus livros, ela achou algumas vezes muito difícil e trabalhoso colocar em palavras as cenas a ela apresentadas e; e quando encontrou na linguagem de outrem uma representação correta do pensamento apresentado a ela, algumas vezes copiou orações e parágrafos, sentindo que era privilégio utilizar as corretas declarações de outros escritores sobre as cenas que lhe haviam sido apresentadas. (W. C. White a J. Gorrel, 13 de maio de 1904).
Ela extraiu detalhes históricos, geográficos, cronológicos, e de outros tipos, não revelados em visão. Ficou a seu encargo estudar a Bíblia e a historia para obter datas e referencias geográficas, e aperfeiçoar sua descrição de detalhes.
( Mensagens escolhidas v. 3, 462). Na verdade o “ Senhor a guiava na descoberta de lindas gemas da verdade em outros autores ...foi lhe trazida a lembrança o fato de que toda a sabedoria e conhecimento vem de Deus e foi lhe assegurado que Deus lhe assegurado que Deus lhe concederia graça e guia.
Ela se utilizou alguns dos escritos doutrinários de seus companheiros de labuta, uma vez que vez que desenvolveram seus conceitos doutrinários através de estudo em conjunto.
Ellen White não transcreveu tudo que os autores escreveram, mas somente os pontos que confirmavam as verdades que ela estava apresentando. Se o assunto dela fosse simplesmente copiar de outros autores, sem nenhuma preocupação com a verdade divina, ela poderia ter copiado de autores e livros que simplesmente falassem sobre o assunto, sem necessariamente terem concordado com as doutrinas de estilo de vida que ela apresentava.
Um exemplo pode ser visto nas questões dos princípios de saúde. Em seu tempo existiam vários conceitos sobre saúde por que ela utilizou-se apenas dos corretos, em certo sentido, revolucionário para a sua época? O mesmo pode ser dito do modelo de educação cristã proposto por Ellen White, que é utilizado nas escolas adventistas.
O modelo de inspiração dos autores bíblicos permite o uso de outras fontes na composição do texto uma olhada rápida nos escritos Sagrados nos permite ver que vários autores copiaram uns dos outros, suas afirmações.
O evangelho de Mateus cita varias vezes os autores do AT inclusive fazendo aplicações diferentes do sentido origina do texto. Outro exemplo clássico é o evangelho de Lucas, que foi construído a partir de uma pesquisa feita pelo autor, em várias fontes. (Lc 1: 1-5). O livro do Apocalipse estar repleto de citações de outros livros sem se quer mencionar a fonte de onde foram tiradas.
E o que dizer de algumas passagens bíblicas cujos autores copiaram de livros apócrifos e tornaram-se inspirados por estarem na Bíblia. Como ilustração desse uso podemos citar: Tg 1:13; que faz uma citação de eclesiástico 15: 11e também Tg 1: 19 que é uma citação de eclesiástico 5: 11.
Outro que se encaixa no perfil é Atos 17: 28, onde Paulo cita uma expressão da filosofia estóica, e aplica a capacidade criadora de Deus. Neste processo o Espírito Santo guia o escritor sagrado na seleção do material a ser colocado no texto inspirado, pois, inspiração do ponto de vista bíblico não quer dizer originalidade, tais princípios podem e devem ser aplicados ao escritos de Ellen White. (Revista Assim Diz o Senhor, nov-dez/2002).
E.G.W. quando em vida não ocultou os empréstimos literários que fazia, pelo contrario, fez recomendações publicas das obras que achava serem úteis para os leitores adventistas.
Quando apresentei a mamãe a questão sobre o que devíamos fazer no que respeita às citações de historiadores e referências aos mesmos ela foi pronta e segura em sua opinião de que devíamos fazer as devidas menções onde quer que fosse possível. (W.C. White a A.G. Daniels, 20 de Junho de 1910; Arquivos de Documentos 83b.)
As palavras são minhas.
A Srª. White estava dizendo, em realidade: “O palavreado não me é dado por Deus. As vezes são mostrados cenas sem quaisquer palavras e expressões. As palavras são minhas, não de Deus”.
Era principalmente por que Deus não ditava as suas mensagens palavra por palavra que ela sentia a necessidade de ajuda de outros escritores para se expressar da melhor maneira possível. É injusto para com Ellen White tomar uma declaração que ela fez dentro de um contexto especifico e fazer que pareça significar exatamente o oposto do que pretendia.
Ellen White escreveu em 1867: “...embora eu seja tão dependente do Espírito do Senhor para escrever minhas visões como para recebê-las, todavia as palavras que emprego ao descrever o que vi em minhas visões são minhas, a menos que sejam ditadas por um anjo”.
CONCLUSÃO
Uma perfeita com preensão do fenômeno da inspiração divina tal como é exposto na própria Bíblia pode perfeitamente sanar qualquer dúvida quanto a autenticidade da obra literária de Ellen G. White nos que diz respeito a origem divina de seus escritos.
Aqueles que acusam a Sr ª . White de plagio ou a relegam a categoria de mera copiadora carecem de se despir de preconceitos ou magoas e apreciar seus escritos a luz da palavra de Deus, e assim constatar a perfeita harmonia entre a Bíblia Sagrada e o que nos adventistas temos chamados de Testemunhos,
Por outro lado cada Adventista do sétimo dia deve ter clara compressão da natureza e função dos Testemunhos a fim de fazer o mais sábio uso destes para si e o para a Igreja.