(NOTA: Por alguma razão injustificável perdemos o nome do autor deste tema.)
1. Esta noite gostaria que me acompanhassem ao consultório de um dos milhares de doutores que exercem medicina em nosso país.
O interrogatório e consulta, caso que vamos escutar, repete-se uma centena de vezes cada dia como demonstração de um feito que quisera apresentar hoje para vocês.
(O diálogo que segue poderia ser gravado e acompanhado com diapositivos sobre cenas num hospital ou no consultório de um médico.)
O MÉDICO acaba de escrever os dados pessoais no histórico clínico de seu novo paciente, homem um pouco obeso e cujo rosto reflete certa ansiedade.
– O que sente, senhor?
– Pois bem, doutor, desde algum tempo sinta dor freqüente e uma estranha pressão no peito.
– Acentua-se esta dor ao fazer algum esforço?
– Sim, doutor; ao subir escadas ou andar depressa, vem a dor.
– Dorme bem à noite?
– A verdade é que há vários anos custo a conciliar o sono e sempre tomo algum medicamento para dormir.
– Tem bom apetite, não é verdade?
– Muito bom; embora há anos tive úlcera do duodeno e às vezes sinto ardor no estômago que alivia tomando bicarbonato.
– Você fuma?
– Sim, desde jovem, mas não mais de um maço por dia.
– Toma café?
– Fui proibido quando tinha a úlcera, mas agora tomo várias xícaras por dia, embora note que não me faz muito bem para o estômago.
– Usa bebidas alcoólicas?
– Apenas vinho na mesa, e em ocasiões especiais alguma bebida forte, mas sempre sem exceder-me, doutor.
A Lei da Semeadura e da Colheita
O resto do interrogatório continuou revelando os hábitos vitais do paciente, que poderiam ser resumidos assim: vida sedentária, atividade física insuficiente, alimentação excessiva, hábitos tóxicos vários e atitude mental de ansiedade e tensão constantes.
O exame físico, completado com análises, radiografias e um eletrocardiograma, revelou no paciente um princípio de diabetes e arteriosclerose com estreitamento das artérias coronárias (que irrigam o músculo cardíaco), excessiva acidez gástrica e deformação ulcerosa do duodeno. A tarefa mais difícil para o médico, neste caso, não foi chegar ao diagnóstico exato, mas fazer o paciente compreender que seus problemas não poderiam ser resolvidos simplesmente tomando alguns remédios, e que a recuperação de sua saúde requeria mudanças profundas em sua forma de viver, a correção de seus hábitos tóxicos e alimentares, e a reorganização de sua atitude mental frente aos problemas da vida.
No organismo também se cumpre a lei da semeadura e da colheita, e nossos hábitos físicos e mentais de hoje, nosso modo de trabalhar e de descansar, de comer e beber, etc., constituem a semeadura, que determinará em grande medida a colheita de saúde ou enfermidade para os anos futuros.
Eis aqui o fato a que antes me referia e que muitos não entendem ou não querem entender.
Que é a Saúde?
A saúde é o completo bem-estar que resulta do funcionamento normal e harmonioso de todas as funções biológicas e psíquicas de nosso ser.
(A parte que segue deve ser ilustrada com diapositivos, filme, luz negra ou qualquer outro meio que permita seguir a explicação.)
Os diversos órgãos que formam nosso corpo possuem estruturas totalmente distintas umas das outras, adapta das às diversas funções que cada uma realiza. Assim por exemplo o cérebro, centro do controle geral do organismo, está integrado de milhões de pequenos receptores, transmissores ou conectores – as células nervosas – das quais partem finíssimos cabos condutores cobertos de uma delicada capa isolante. Algumas dessas fibras nervosas conduzem estímulos procedentes dos centros nervosos a todos os órgãos do corpo; outras levam aos centros constante informação do que ocorre nos órgãos; e as que procedem dos órgãos dos sentidos transmitem ao cérebro impressões recolhidas no ambiente que nos rodeia.
Finalmente, outro sistema de fibras nervosas – chama das de associação – liga entre si os diversos centros nervosos, completando desse modo a complexa e delicada estrutura do cérebro, cuja frágil consistência acha-se perfeitamente resguardada pela resistente caixa óssea do crânio.
Muito distinta é a arquitetura do coração, outro órgão vital constituído por um poderoso músculo ocorre coberto por uma dupla lâmina deslizante que facilita seus movimentos. Na face interior, o coração acha-se revestido de uma suave membrana que facilita a circulação do sangue por suas quatro cavidades, as quais estão convenientemente separadas por membranas e comunicadas por válvulas que determinam o sentido da corrente sangüínea. Mas o mais admirável deste órgão é o músculo que forma suas paredes, capaz de contrair-se em forma rítmica, constante e automática, e que para repor suas energias e continuar seu trabalho vital e incessante, basta-lhe um instante de repouso que transcorre entre duas contrações.
Igualmente assombroso resultado e a adaptação arquitetônica e funcional de todos os órgãos de nosso corpo, desde a forte estrutura esquelética que possibilita a esbeltez de porte e movimentos, até a delicada glândula endócrina, que verte no sangue que a irriga seu suco hormonal destinado a estimular as funções dos órgãos distantes, adaptando-se és necessidades gerais do organismo.
As diversas funções orgânicas não ocorrem independentemente; acham-se coordenadas de tal modo que todo o conjunto atua como uma única unidade. Esta integração do organismo é mantida por mecanismos nervosos, endócrinos e humorais. Estes três sistemas de controle, atuando simultaneamente sobre todos os órgãos, logram que o conjunto se comporte como um todo.
No estado de saúde, todas as funções orgânicas realizam-se "silenciosamente". Nenhum órgão nos faz sentir sua presença: respiramos livremente, sem pensar nisso. Não percebemos as batidas de nosso coração nem os movimentos do tubo digestivo. O fígado, os rins e todos os demais órgãos cumprem sua função sem provocar sensação alguma. Os "desejos fisiológicos" como o sono, a fome e a sede são gerados pelo organismo apenas quando o cumprimento de uma função biológica requer – a participação consciente do indivíduo. No estado de saúde, a atenção da mente não é atraída a nenhum órgão. Do funcionamento normal e harmonioso de todas as funções biológicas resulta uma agradável sensação de bem-estar que estimula o pensamento para suas mais altas realizações.
Mas a saúde integral implica mais que um mero jogo harmonioso de funções biológicas. Por sobre seu plano físico, tem o homem sua estrutura mental e sua responsabilidade moral. Por isso a verdadeira saúde inclui a normalidade física, o equilíbrio mental e a correção moral do indivíduo.
Leis da Vida
A mãe de um rapaz chamado Joãozinho surpreendido ao ver seu filho de oito anos trepando na árvore do fundo de sua casa, gritou:
– Joãozinho, você vai cair!
– Não, mamãe, eu me agarro bem forte -- respondeu o menino, enquanto deslizava sobre um ramo um pouco curvo pelo seu peso.
– Desça rápido! – ordenou a mãe, vendo o perigo.
– Espera um pouco; quero apenas alcançar... Neste instante o estalo do ramo interrompeu a frase do menino, ao quebrar-se sob seu peso. Ao cair Joãozinho apoiou suas mãos no chão e fraturou com a queda os dois ossos do antebraço direito.
Em sua experiência, o menino havia tentado escapar da lei da gravidade, mas esta cumpriu-se implacavelmente, com sérias conseqüências para ele. O médico reduziu a fratura, a imobilizou com gesso, e em quatro semanas Joãozinho estava curado.
É que a resistência e a flexibilidade de um ramo, a força da gravidade, o peso e a queda dos corpos, a dureza dos ossos e a consolidação das fraturas, são todos fenômenos regidos por leis naturais. De fato, as mesmas grandes leis que regulam o movimento dos átomos e os astros regem também as variadas manifestações da vida.
Tudo quanto existe acha-se regido por leis estabelecidas pelo supremo Artífice a fim de manter a ordem e a harmonia indispensáveis para a vida no universo. O homem não escapa dessa regra, e em todos os estratos de seu ser impera também a lei. Como ente físico acha-se submetido às leis físicas, cumprindo, por exemplo, as leis da gravitação e da inércia. (Volte a ilustrar isto com diapositivos.)
O homem, como estrutura química, acha-se submetido às leis químicas que regem a constante transformação de seus alimentos em matéria vivente graças a uma série de complexas e delicadas reações. Neste aspecto da existência o ser humano tampouco pode escapar das nefastas conseqüências de desacato às leis. Assim, a introdução de substâncias tóxicas em seu corpo pode desencadear desequilíbrios químicos incompatíveis com a vida.
Como ser vivo, o homem acha-se submetido também às leis biológicas que regulam toda sua fisiologia. A circulação, a respiração, a digestão, a secreção glandular, o metabolismo e a atividade muscular são regidas por leis cuja observância influi decisivamente na saúde corporal.
A mente do homem tem assim suas próprias leis, existem grandes princípios de higiene do pensamento, de cujo acatamento dependem em grande medida o equilíbrio da personalidade e a saúde mental.
Além e acima das estruturas mencionadas, o homem tem sua natureza moral, que rege toda sua conduta e afeta o comportamento do indivíduo em sua relação com a sociedade e em sua relação com os planos psíquicos e físicos de seu próprio ser. O mesmo grande Autor das leis do átomo, da molécula e da célula, como legislador moral do Universo, tem estabelecido sua lei para reger a conduta de Suas criaturas inteligentes. Da obediência a esta lei depende a saúde espiritual do homem, fator decisivo de seu bem estar físico e mental, e a chave de sua felicidade mais genuína.
Por tudo isso, é dever de cada pessoa, para seu próprio bem e para o bem da humanidade, inteirar-se das leis da vida e obedecer a elas com toda consciência.
Oito Remédios Verdadeiros
O desacato às leis da vida, durante os séculos da história humana, tem trazido como conseqüência o acúmulo de enfermidades e doenças que hoje agravam a nossa espécie. Todos estamos expostos ao sofrimento ou já padecemos, em maior ou menor escala, da enfermidade, e portanto necessitamos de remédios. Existem medicamentos cujo uso oportuno pode resultar em benefício em diversas enfermidades. Tais produtos podem adquirir-se nas farmácias, sendo seu custo proporcional à complexidade de seu método de elaboração. Temos entre eles os hormônios, as vitaminas, os calmantes, os estimulantes, os antibióticos, etc. (Mostrem-se recipientes específicos.) Mas de muito mais valor que estes produtos que consideramos "remédios de emergência", são os verdadeiros remédios que se encontram sempre à nossa disposição sem custo algum, e de cujo uso constante e inteligente dependem fundamentalmente a conservação e a recuperação da saúde. "O ar puro, o sol, a abstinência, o descanso, o exercício, o regime alimentar conveniente, o uso da água e a confiança no poder divino, estes são os verdadeiros remédios."
Analisemos brevemente cada um deles.
O Ar Puro
A constante provisão de ar puro aos pulmões é essencial para a carreta oxigenação do sangue. Os glóbulos vermelhos transportam o oxigênio do pulmão até as células mais distantes na intimidade dos tecidos, e a vida das células e com ela a do organismo dependem desta constante provisão de oxigênio. Qualquer perturbação dos mecanismos destinados a fazer chegar o oxigênio desde o ar que respiramos até a célula que o utiliza, atenta seriamente contra a saúde e a vida.
Por isso é necessário evitar a respiração do ar viciado, como o de lugares mal ventilados onde permanecem numerosas pessoas que vão consumindo o oxigênio e carregando o ambiente com anidrido carbônico, vapor d'água e outras emanações que o tornam insalubre.
Igualmente é perigosa a respiração de ar contaminado por fumaça de tabaco, escape de automotores, perda de gás, emanações de fossas ou chaminés industriais. Vários destes fatores combinados tornam francamente insalubre o ar de algumas cidades. Ademais, toda roupa que oprima o tórax ou impeça sua livre expansão respiratória deve ser evitada.
A ginástica respiratória praticada em breves minutos ao levantar-se pela manhã e antes de deitar-se à noite, aumenta a capacidade vital do indivíduo.
(Nesse momento deve aparecer sobre o estrado o primeiro monitor ou monitora. Pode ser um menino ou uma menina, um rapaz ou uma moça. Escolham pessoas engraçadas e bem habilitadas. Enquanto o pregador explica, o monitor praticará uns exercícios de ginástica respiratória. Deverá ir, de preferência, em traje de ginástica. Quando começar a explicar o seguinte remédio, o monitor se retira.)
Realiza-se ao ar livre ou em frente de uma janela aberta. Consiste em inspirar profundamente pelo nariz tom a cabeça erguida e as mãos apoiadas ao lado do tórax sobre as últimas costelas. Deste modo podem encher-se os pulmões o máximo, porque entram em ação todos os músculos respiratórios. Depois solta o ar pela boca, procurando esvaziar totalmente os pulmões enquanto as mãos comprimem a parte inferior do tórax. Estes movimentos respiratórios devem ser repetidos várias vezes, calmamente, procurando sempre encher e esvaziar os pulmões totalmente.
O hábito de manter-se erguido tanto ao andar como ao estar sentado, facilita em grande medida a função respiratória. Deve cuidar da ventilação adequada dos cômodos, locais de trabalho e particularmente dos quartos cujas janelas, durante as horas de sono, deveriam estar sempre abertas em maior ou menor grau segundo as condições do clima.
A vida ao ar livre é, sem dúvida, o método ideal de aproveitar os benefícios do ar puro sobre a saúde. Deve ser favorecida a permanência das crianças ao ar livre todo o tempo possível.
O Sol
A vida sobre a terra é mantida mediante os raios do sol. Por um lado, os raios caloríficos aquecem a atmosfera e produzem a temperatura necessária para os processos vitais; por outro lado, os raios actínicos promovem o fenômeno da fotossíntese, consistente na formação de substâncias orgânicas a partir das inorgânicas (anidrido carbônico e água) nas folhas dos vegetais, que constituem a base da alimentação humana.
A fração ultravioleta do espectro solar, ao incidir sobre a pele, modifica a estrutura molecular de certas substâncias procedentes da alimentação chamadas provitaninas, transformando-as em vitamina D, fator essencial para a absorção intestinal e a fixação óssea do cálcio. Por isso é importante deixar as crianças em contato com o sol desde os primeiros meses de vida, a fim de favorecer o desenvolvimento normal de seus ossos.
(Ilustrar o que segue com dispositivos ou desenhos.)
A luz do sol exerce um efeito destrutivo sobre numerosos germes patogênicos. Daí a conveniência de permitir sua entrada nas habitações para evitar inúmeras enfermidades contagiosas.
Os que levam a vida sedentária ou trabalham em locais fechados deveriam aproveitar toda oportunidade para submeter-se aos benéficos raios do sol que, ao atuar sobre o corpo humano, produzem efeitos tônicos e estimulantes, melhorando as defesas do organismo.
Os banhos de sol praticados racionalmente constituem a forma mais completa de helioterapia (tratamento pelo sol). A hora mais apropriada, dependendo do clima e da estação. No inverno, próximo ao meio-dia; no verão, de manhã ou â tarde. É possível acondicionar facilmente um lugar adequado, de modo que seja reservada e se possa expor ao sol a totalidade do corpo, com a cabeça sempre bem protegida e à sombra. A exposição ao sol deve ser progressiva. Podem expor-se em forma sucessiva e por tempos crescentes nas diferentes regiões anatômicas, começando dos pês para cima, ou pode expor-se de início todo o corpo de frente ou de costas durante tempos progressivamente crescentes. Geralmente, recomenda-se dois minutos e meio de exposição de frente e outros tantos por trás cada dia até chegar a uma hora de cada lado, como máximo. Nas crianças menores de um ano deve começar com meio minuto por lado e por dia até chegar a trinta minutos. A helioterapia assim praticada, é um excelente preventivo do raquitismo e um estimulante da saúde geral do bebê.
A temperança
A complacência desordenada dos apetites naturais (excessos) ou dos apetites artificiais (vícios) é a causa frutífera de enfermidade física e degradação moral; por isso incluímos a temperança entre os verdadeiros remédios. O consumo habitual de substâncias tóxicas praticado por milhares de pessoas afeiçoadas ao tabaco, ao álcool e a diversos alcalóides (morfina, cocaína, maconha e cafeína) causam prejuízos inexplicáveis à raça humana (mostrar cigarros, bebidas alcoólicas e para o sexo um desenho muito esquematizado em vermelho vivo). A prática de tais vícios é incompatível com a saúde; daí que a abstinência completa de toda prática prejudicial e de todo hábito tóxico seja um fator imprescindível na conservação da saúde, tal como veremos detidamente na segunda parte deste livro.
O Descanso
A reposição das energias físicas e psíquicas gastas durante um dia de vida ativa só pode ser conseguida mediante o repouso do sono. Não existe droga nem procedimento que possa substituir esta desconexão da consciência com a meio exterior, durante a qual as células nervosas recuperam sua capacidade funcional e devolvem o vigor físico e psíquico ao indivíduo.
Tanto como o repouso noturno, o descanso semanal é também imprescindível na conservação das energias psíquicas do ser. A manutenção das faculdades físicas e espirituais ao mais alto nível de produtividade e percepção requer esse parêntese semanal, o dia em que se abandonam as tarefas e preocupações cotidianas e se canalizam os pensamentos e atividades com sentido espiritual para a contemplação da natureza, a prática do altruísmo, a meditação e a adoração.
Muito antes que as leis do trabalho regulassem o descanso semanal nos países civilizados, o Decálogo bíblico ordenou: "Lembra-te do dia de sábado, para o santificar". Cristo ensinou: "O sábado foi feito para o benefício do homem".
Outra forma de descanso essencial, para os que levam uma vida ativa cheia de responsabilidades, são as férias anuais. O aproveitamento inteligente desta ocasião, de modo que redunde na saúde da família, demanda consideração especial. As verdadeiras férias colocarão os que as desfrutam, em ótimas condições físicas e psíquicas para empreender com renovado ânimo e eficácia suas responsabilidades e tarefas. Melhor que a congestionada urbe ou o buliçoso centro turístico, prestam-se para este fim a praia, o campo ou a montanha, onde o contato com a natureza seja direto e possa desfrutar de abundante ar puro, água, sol, uma alimentação simples e um sono noturno reparador.
Poderíamos comparar o sistema nervoso com um banco no qual constantemente depositamos ou do qual retiramos somas de dinheiro de nossa conta pessoal. Os depósitos representam as horas de sono, o dia de repouso semanal e as férias anuais; e a extração de fundos representa a atividade das horas de vigília. A fim de manter aberta nossa conta bancária devemos repor mediante o repouso necessário as energias gastas durante nossas atividades. Os que se atrevem a liberar cheques sem fundos – isto é, a consumir suas reservas nervosas sem efetuar as reposições indispensáveis, trabalhando sem trégua dia após dia e mês após mês, sem o sono noturno necessário – logo sua conta vem cancelada por tempo indefinido.
A estafa física e psíquica acaba por obrigá-los a deter-se e são requeridos meses de repouso e tratamento adequado para recuperar o vigor perdido.
Por tudo isso, o descanso inteligentemente praticado é um dos verdadeiros remédios cujas virtudes preventivas e terapêuticas são essenciais para a boa saúde.
O Exercício
A atividade muscular que tão importantes funções desempenha em toda a fisiologia, tem-se visto reduzida na vida moderna a um mínimo perigoso, a tal ponto que certas pesquisadores afirmam que 50% das mortes devem-se hoje em dia, em última instância, à insuficiência muscular.
O exercício muscular é um dos estímulos fisiológicos das funções circulatória e respiratória. A circulação de retorno, principalmente a nível dos membros inferiores, realiza-se com base na dinâmica muscular que comprime as veias, cujas válvulas orientam o sentido da corrente sangüínea para o coração. Durante o exercício físico produz-se um aumento do caudal de sangue que o coração se põe em movimento; as artérias e os capilares se dilatam para facilitar a passagem, ao aumentado fluxo sangüíneo; e o incremento circulatório a nível das artérias, conjuntamente com as mudanças dinâmicas que o exercício impõe às provas destes vasos, contribui para prevenir a arteriosclerose. O exercício muscular é, além disso a via natural de descarga para a tensão nervosa. O trabalhador intelectual que altera seu esforço mental com algum tipo de atividade muscular, obtém o maior rendimento de suas faculdades. Todos podemos beneficiar-nos da prática diária do exercício físico.
Como é natural, cada idade e cada condição física requer um tipo diferente de exercício. Desde a criança que corre várias horas por dia sem sentir, até o ancião que caminha lentamente apoiado em seu bastão, todos necessitamos dos efeitos saudáveis do exercício.
Os que realizam trabalhos físicos têm por isso mesmo o problema resolvido de sua atividade muscular. Os que mais necessitam empreender com vontade a prática sistemática do exercício são os intelectuais e as pessoas de vida sedentária.
Existem diversas formas de ginástica que podem ser praticadas cientificamente sob a direção de um cinesiologista ou com a ajuda de um bom livro. A ginástica tem a vantagem de pôr em ação, em forma gradual e ordenada, todos os grupos musculares do corpo, e bastam poucos minutos diários para sua realização. Todo exercício deste tipo deve incluir imprescindivelmente a ginástica abdominal, a ginástica da coluna e a ginástica respiratória.
(Novamente aparece um monitor ou monitora. Se antes foi usado um menino agora deve sair uma moça. Se antes atuou uma moça deve fazê-lo agora um rapaz. Não parece correto que estes exercícios sejam feitos por crianças. Os monitores devem atuar num estrada separado do pregador e um pouco elevado para que seja visível por todos.)
Um excelente hábito que vale a pena cultivar, é o de praticar ginástica uns minutos ao levantar-se pela manhã. Começar uma corrida lenta com duração de três a dez minutos, segundo as possibilidades e o treinamento de cada um. Isto põe em movimento a maior parte dos músculos, acelera a circulação e aprofunda a respiração. Deve realizar-se uma série de respirações profundas na forma indicada anteriormente, método que tem a virtude de eliminar rapidamente a fatiga do organismo.
Iniciam-se os exercícios para a coluna vertebral, que mobilizam uma série de músculos não usados habitualmente na vida sedentária e aumentam a flexibilidade geral do corpo. Para isso, estando em posição de pé com as pernas separadas, elevam-se os braços para cima da cabeça e curva as costas para trás, fazendo descer em seguida os braços para frente até o solo. Flexiona a cintura sem dobrar os joelhos. Estes movimentos amplos de flexão e extensão devem ser repetidos alternadamente várias vezes com suavidade sem forçar a flexibilidade própria da coluna. Depois, na mesma posição, com as pernas separadas e os braços estendidos horizontalmente aos lados do corpo, realizam-se movimentos de torção girando todo o tronco para um lado e para o outro várias vezes sem levantar os pés. Finalmente, desde a mesma posição já mencionada, faz-se um giro e flexiona-se procurando aproximar a mão direita ao pé esquerdo enquanto se mantêm ambos os braços estendidos e sem dobrar os joelhos. Volta-se à posição inicial e repete-se o movimento em sentido contrário, aproximando a mão esquerda ao pé direito.
Terminado estes exercícios para a coluna vertebral, inicia-se a ginástica abdominal. Para isso, estando deitado de costas no chão com os braços estendidos para cima da cabeça, inicia-se um movimento de flexão com todo o corpo que leva as mãos para os pés para procurar tocá-los. Depois volta-se lentamente à posição inicial.
Após realizar várias vezes este movimento ensaiará o seguinte que a princípio pode ser fácil: Estando sempre de costas com os braços estendidos, elevam-se ambas as pernas sem dobrar os joelhos e abaixam-se lentamente para voltar a levantá-las antes de que os calcanhares toquem no solo. Este movimento deve ser repetido várias vezes. Antes de terminar esta sessão de ginástica, respirem várias vezes profundamente e estarão prontos para tomar um banho de chuveiro. Os quinze a trinta minutos gastos em tudo isto constituem, junto com um bom desjejum, a melhor preparação física para um dia pleno de atividades e êxito.
Outro tipo de atividade física que pode ser saudável, se for devidamente encarada, é o esporte. Excluímos desta designação todo tipo de competição brutal que implique dar ou receber golpes capazes de causar lesões ao corpo humano.
Esclarecemos também que presenciar uma competição com as escadarias repletas, em meio da tensão e o amontoamento, poderá ser emocionante, mas não é esporte. Existem, contudo, numerosos esportes verdadeiros entre os quais é possível escolher o que é mais saudável segundo a idade e a condição de cada um.
(Aqui pode ilustrar esta parte alusiva ao esporte com diapositivos dos desenhos publicados pela campanha de televisão para promoção do esporte, terminando com o famoso Contamos Contigo! Será uma nota simpática).
Várias atividades físicas, coma as caminhadas ou passeios a pé, os trabalhos realizadas como distração – como a carpintaria, a jardinagem, horticultura, etc. – oferecem a homens e mulheres de toda idade os benefícios deste verdadeiro remédio que é o exercício.
O Regime Alimentar Conveniente
O objetivo da alimentação é oferecer todas as substâncias químicas necessárias para o desenvolvimento, conservação e a função normal do organismo. Graves conseqüências sucedem ao desprezo destes princípios e à prática de hábitos alimentícios que só buscam a gratificação de gostos e apetites mas desconhecem as necessidades reais do organismo.
Consideremos em forma sucinta alguns aspectos do regime alimentar conveniente. Basicamente, os alimentos podem dividir-se nos seguintes grupos: água, sais minerais, vitaminas, proteínas, açúcar ou glicoses, gorduras ou líderes. Nas frutas frescas (mostrem os alimentos indicados e outras semelhantes para ilustrar esta parte e produzir o apetite dos ouvintes. Podem ser naturais ou de plásticos. Indique com uma etiqueta visível o elemento principal que cada alimento contém. Laranja, maçã, etc. e secas: oleaginosas, nozes, etc.); nas verduras, os legumes e os cereais, encontram-se todos os elementos de nutrição que necessitamos. O leite é o alimento insubstituível para a criança.
Quanto à carne, sua inclusão na dieta é optativa, mas de nenhum modo essencial para um regime completo.
O número de refeições diárias varia segundo a idade: seis para o recém-nascido e quatro para a criança desde os seis meses até os três anos. Daí em diante bastam três refeições diárias.
O intervalo entre uma refeição e outra deve permitir a completa digestão de uma comida antes de ingerir a seguinte. O intervalo mínimo entre as refeições é de três horas para o latente e de cinco horas para o adulto. O hábito de comer em qualquer momento, fora das refeições, é prejudicial para a saúde. Uma pequena ingestão fora de hora – uma guloseima, uma fruta ou um pedaço de pão – quebra novamente todo o processo da digestão, e perturba o repouso que o tubo digestivo necessita entre uma refeição e outra.
O comer fora de hora na maioria dos casos é meramente um mau hábito, o qual com vontade pode ser conseguido. Para as crianças, o comer fura de hora diminui o apetite durante as principais refeições, e como estes bocados fora de hora não interrompem seus brinquedos, as mãos sujas que levam à boca os expõem a diversas parasitoses ou infecções gastrointestinais, Cabe aos pais corrigir este mau hábito em seus filhos, o que além dos benefícios digestivos lhes oferece a oportunidade de formar nas crianças hábitos de abstinência e domínio próprio.
Tomar líquidos em abundância durante as comidas induz a uma escassa mastigação dos alimentos, os quais são engolidos umedecidos somente com o líquido de bebida e insuficientemente salivados. Isto dificulta a digestão dos amidos ingeridos. Além disso, a ingestão abundante de líquidos durante as refeições dilui os sucos digestivos e enfraquece seu poder transformador sobre os alimentos; de modo que quanto mais líquido se toma nas refeições mais difícil se torna a digestão do alimento.
A alimentação saudável requer uma cuidadosa preparação dos alimentos. Devem lavar-se prolixamente os que serão comidos crus para evitar parasitose, e devem ser cozidos em forma correta os demais a fim de facilitar sua digestão. A saúde de toda família será beneficiada com uma alimentação simples, sem condimentos fortes nem frituras com gorduras, apresentada com bom gosto e servida num ambiente de afeto e sadio contentamento.
A Água
Aproximadamente 70% do peso total do corpo humano está constituído por água, a qual é ademais o veículo de todos os intercâmbios químicos que correm no organismo, e o elemento imprescindível das funções circulatória, digestiva, urinária e de regulação da temperatura corporal. (Ilustrar com diapositivos.)
A água potável, isto é, apta para ser tomada, deve ser fria, transparente, inodora, de sabor agradável, desprovida de sais tóxicos e de germes patogênicos. Deve ser tomada em abundância fora das refeições.
Tomar pouca água obriga os rins a concentrar os resíduos que expelem em um pequeno volume de urina, o qual pode produzir a precipitação de cristais que formam cálculos renais capazes de originar graves conseqüências.
A água é, além disso, o instrumento insubstituível da higiene corporal. O banho higiênico de preferência deve ser de chuveiro, morno se possível e com sabonete. Deve ser praticado com tanta freqüência como for necessário segundo o tipo de atividades de cada um, mas nunca menos de uma ou duas vezes por semana.
A ducha fresca matinal constitui um excelente hábito que exerce uma ação estimulante sobre o sistema nervoso e uma ação sobre todo o organismo. Por seus efeitos sedativos, o banho de imersão quente ou neutro tomado antes de deitar-se, é muito proveitoso para os que têm insônia.
O emprego da água como tratamento recebe o nome de hidroterapia, a qual, corretamente aplicada, é de benefício positivo em muitas enfermidades. A brevidade do espaço só permite mencionar algumas formas de hidroterapia: (1) Compressas frias e aquecedoras, (2) Fomentos, (3) Ablução, (4) Fricções, (5) Pedilúvios, (6) Banhos de assento e banhos locais, quentes e frios e alternados.
Concluindo: A água pura é a bebida provida pela natureza para saciar a sede dos animais e do homem. Aplicada exteriormente, é um dos meios mais simples e eficazes para regularizar a circulação do sangue. Bebida em abundância, supre as necessidades do organismo e o ajuda a enfrentar as diversas enfermidades que o ameaçam continuamente.
CONCLUSÃO:
Eis aqui o remédio mais eficaz para a enfermidade. Nestes sete remédios está o segredo de uma boa saúde. Porém, havíamos falado de oito remédios, qual é o que falta? Anteriormente definimos a saúde com o funcionamento harmonioso de todas as funções biológicas e psíquicas de nosso ser e dentro das funções psíquicas o equilíbrio mental e a correção mural. O oitavo remédio com e qual concluiremos nossa palestra de hoje, é precisamente de dimensão psíquica, espiritual:
A Confiança no Poder Divino.
No fundo da personalidade humana existe um desejo natural que nenhum bem material, nenhuma conquista intelectual nem nenhum contato humano podem saciar. Freqüentemente confundido com uma paixão dominante – sentimental, intelectual ou artística – ou com a ânsia natural de superação, aquele profundo desejo permanece insaciável apesar de todas as realizações, e somente se satisfaz mediante o contato ou comunhão do homem com a Divindade. Assim se explica o fenômeno histórico de que todos os povos da Terra em todos os tempos tiveram sempre alguma forma de vida religiosa.
A maior porcentagem de irreligiosos pode ser encontrada, sem dúvida, entre os homens modernos, e a profunda insatisfação e ansiedade que isto implica traz aparelhado o alto índice de desequilíbrio e transtornas mentais que vemos hoje em dia. Por outro lado, são vários os psiquiatras modernos que reconhecem a estreita vinculação existente entre a religião e a saúde mental.
Naturalmente, devemos admitir que nem toda religião é um fator positivo de saúde mental. As que fundamentam seu poder sobre a alma humana no temor e no mistério são causa frutífera de enfermidade mental. Mas a religião que se baseia no poder do amor e esclarece com a luz da verdade as grandes incógnitas do coração humano, leva consigo o antídoto eficaz para os grandes tóxicos mentais. Uma religião tal substitui a incerteza pela segurança, a solidão pelo sentimento de comunhão, o temor em todas suas formas pela implícita confiança em Deus, a ambição insaciável pelo sadio contentamento, e o sentimento de culpa pela paz do perdão. A religião que reúne essas características é um verdadeiro remédio e um fator decisiva de estabilidade mental. Procurar descobri-la nos meios que Deus colocou ao nosso alcance será nosso propósito nas palestras posteriores.
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