Pr. Scilas Barbosa
I - Introdução
Certo missionário escreveu uma carta à Associação Geral. Acarta dizia:
“Caro irmão... Quando éramos jovens Deus nos chamou, a mim e a minha esposa, para a África. Nós O servimos ali alegremente por muitos anos, até que nossa saúde ficou abalada e tivemos de voltar à nossa Pátria.
Estou agora com 85 anos. Minha querida companheira já foi para o descanso, e logo eu a seguirei. As necessidades são ainda tão grandes e o tempo para terminar a obra mais curto do que quando fomos para a África pela primeira vez, faz muitos anos.”
“Ontem fui a uma casa funerária para saber quanto custa um funeral simples. Disseram-me que o mais barato custa 200 dólares. Depositei essa importância em conta especial no banco, com as devidas instruções.”
“O resto das economias de nossa vida, e não é muito, enviei à Associação Geral para o trabalho na África. Usem-na para a divulgação da tríplice mensagem angélica. É muito tarde.”
“Eu posso viver com a pequena soma que recebo mensalmente, visto que não necessito muito mais dos bens desta vida. Que Deus abençoe o trabalho na África e meu Jesus venha logo!”
“Depois que escreveu estas palavras e fez esta liberal doação este santo homem de Deus desceu para o descanso em Jesus. Suas obras verdadeiramente o seguem!” Vida Total, pág. 90 e 93.
II - Uma oferta planejada
Somando as palavras do missionário de nossa experiência com as de São Judas, dizemos: as necessidades são ainda tão grandes e o tempo para terminar a Obra mais curto do que quando aceitamos esta bendita fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. S. Judas 3 Diante desta realidade, Deus espera, da parte de Seu povo fiel, uma entrega total a Ele, para a conclusão da magna tarefa confiada a esta igreja.
Quando entregamos nossa vida a Deus, isso requer que façamos decisões definidas. Muitos caminham pela vida com a segura intenção de entregarem-se a Deus algum dia. O tempo porém vai passando.
Os dias transformam-se em semanas, as semanas em meses, os meses em anos. E, para muitos, o momento esperado de uma entrega total a Deus e à Sua causa jamais chega.
Idêntica situação aplica-se aos tesouros. Quantos de nós, ao estarmos na igreja no solene momento dos dízimos e ofertas, apreciaríamos ter uma liberal oferta para depositar no tesouro do Senhor; todavia, não estamos prevenidos, pois não fizemos o devido planejamento para esse sagrado momento.
O apóstolo Paulo recomenda-nos a fazer um planejamento quanto às nossas ofertas voluntárias: “Portanto, julguei conveniente recomendar aos irmãos que me precedessem entre vós, e preparassem de antemão a vossa dádiva já anunciada, para que esteja pronta como expressão de generosidade, e não de avareza.” II Cor. 9:5 - Ed. Revista e Atualizada no Brasil
Para aqueles que sinceramente desejam fazer uma generosa oferta ao Senhor em benefício de Sua causa, a recomendação do apóstolo é fazer um preparo antecipado dessa dádiva “como expressão de generosidade”.
Se a dádiva que desejamos ofertar ao Senhor não for devidamente planejada, via de regra, ela se torna uma contribuição mesquinha que vem de um coração egoísta.
Muitas pessoas pouco fazem pela causa de Deus enquanto vivem; todavia, cultivam a idéia de fazerem alguma coisa por esta Causa, após a morte.
Ellen G. White, falando sobre o assunto, diz: “Muitas pessoas retêm egoisticamente os meios que dispõem, e acalmam a consciência com a idéia de fazerem alguma coisa pela Causa do Senhor depois da morte... Onde negaram o próprio eu por este ato?
Ao contrário, manifestaram a verdadeira essência do egoísmo. O pedido de meios para levar avante a Causa da Verdade jamais será mais urgente que agora. Nosso dinheiro nunca há de fazer maior soma de bem do que no tempo atual...” I TS, pág. 470
“Se queremos que nossos meios vão à causa... demos o que realmente não necessitamos para o nosso sustento, enquanto vivemos... A caridade depois de mortos, é um pobre substituto da beneficência durante a vida.” I Tes., pág.155
III - Ofertar de forma regular e sistemática
A palavra sistemática designa regularidade e continuidade. Ofertar de forma regular e sistemática é dar regularmente a vida inteira a Deus. É colocar à disposição de nosso bom Pai Celeste: o corpo, como templo do Espírito Santo, os talentos, o tempo e os tesouros. Tudo por Deus e por Sua causa.
Dar de forma regular e sistemática é o plano estabelecido por Deus para o crescimento espiritual do homem, bem como o desenvolvimento de seu caráter.
A dádiva, planejada e praticada de forma regular e sistemática, sempre será feita com disposição alegre por parte do doador.
Na segunda carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo deixa bem claro que a dádiva aceitável por Deus, é aquela que é feita por um doador que sente a verdadeira alegria em poder contribuir: “Cada um contribua segundo tiver proposto em seu coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama a quem dá com alegria.” II Cor. 9:7
Não é suficiente reconhecer que Deus é o dono de tudo o que possuímos. O coração deve abrir-se regularmente em gratidão pelo muito que recebemos, a cada dia de nosso Pai celeste.
“O coração aberto por uma dádiva, não deve ter tempo de tornar-se egoísta, frio e fechar-se antes que a seguinte seja feita. A corrente deve estar continuamente fluindo, mantendo assim aberto o canal por atos de beneficiência.” I TS., pág. 373
“A beneficência sistemática destina-se no plano de Deus a arrancar tesouros dos cobiços tão depressa quanto são ganhos, e a consagrá-los ao Senhor a quem pertencem...”O Lar Adventista, pág. 370 e 371.
O dar constantemente ajudar-nos-á a vencer e, afinal, eliminar a cobiça e o egoísmo.
IV - Dando continuamente
Nossa dádiva ao Senhor deve ser contínua, pois continuamente dEle recebemos. “Assim como continuamente estamos recebendo as bençãos de Deus, assim devemos nós estar continuamente dando.” MP, pág. 17
Só existe uma boa desculpa para deixarmos de dar nossas ofertas voluntárias ao Senhor e a favor de Sua causa na terra. Que desculpa será esta? Quantos desejam saber?
O espírito de profecia tem a resposta: “Quando o Benfeitor Celeste deixar de nos dar, então poderemos ser desculpados; pois então nada teremos para dar.” M.P., pág. 17
V - Conclusão
Em seu número de 21 de novembro de 1942, o Saturday Evening Post publicou um “poster” em que se via um cidadão americano, em pé no banco de sua igreja, que reagia aos trágicos acontecimentos no Pacífico, nos primeiros dias da II Guerra Mundial.
Recapitulando, ligeira mas enfaticamente, as vitórias americanas em guerras anteriores, falava sobre os sacrifícios que a América estava disposta a fazer... E desafiava o governo...
“Se precisamos de açúcar para ganhar esta guerra, tome-o;
Se necessitamos de borracha para ganhar esta guerra, tome-a;
Se necessitamos de dinheiro para ganhar esta guerra, tome o nosso dinheiro!
Tudo o que tivermos, se necessário, para ganhar esta guerra, e boa sorte!
Porque há uma coisa que ninguém tomará de vós outros e de mim. se Deus quiser: a América!
Viveremos de pão e água, se for preciso, e ainda diremos: Que delícia!”
Que desafios estas palavras contem, quando aplicadas à Igreja de Deus hoje, diante da magna tarefa a ser concluída:
Se Deus precisa de nossas mãos para terminar esta Obra, tome-as;
Se Deus necessita de nossos pés para terminar esta Obra, tome-os;
Se Deus necessita de nossos lábios para terminar esta Obra, tome-os;
Se Deus necessita de nossa capacidade para terminar esta Obra, tome-a;
Se Deus precisa de nosso tempo para terminar esta Obra, tome-o;
Se Deus necessita de dinheiro para terminar esta Obra, tome o nosso dinheiro!
Viveremos de pão e água se for preciso, e ainda diremos: Que delícia!
“Porém, há uma coisa que ninguém tomará de nós: A esperança da Vida Eterna com Cristo, no Seu reino.” AMÉM!
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