21 TORNAI-VOS PARA MIM

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Adaptado - Pr. Elias Lombardi

Texto: Malaquias 3:7 (u.p.)


I - Introdução


O texto que acabamos de ler mostra um convite de misericórdia: “Tornai-vos para mim”. Esse convite é o eterno apelo que Deus faz ao ser humano através dos tempos e das idades. Achamos esse convite em todas as páginas da bíblia:


Desde a pergunta a Adão: “Onde estás tu?”


Passando pelo dramático lamento “Jerusalém, Jerusalém, quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos debaixo de minhas asas e não quisestes.”


Até ao amorável convite a Laodicéia: “Eis que estou a porta e bato”.


A história sempre foi a mesma. Deus procurado o homem. O homem fugindo de Deus. Hoje, o convite continua. Deus continua com os Seus braços abertos em forma de Cruz apelando ao ser humano: “Tornai-vos para Mim”. Por que? Por que o homem tem que se tornar a Deus? Vejamos:


II - O homem pertence a Deus


Ele nos criou. “No princípio criou Deus os céus e a terra. Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida e o homem passou a ser alma vivente.” Gên.1:2; 2:7


O homem saiu de Deus. Deus é a fonte de nossa procedência. Nosso corpo é o pó da terra que Ele fez. Nossa vida é o sopro que saiu de Seu ser.


Deus disse: “Adão tu és Meu. Eu te fiz. Tua vida não é tua, tua vida é Minha. Eu te emprestei minha vida.” E ao emprestarmos a vida, na realidade Deus emprestou-nos quantas coisas: Tempo, talentos, templo (corpo) e tesouros, porque a vida para ser vivida, precisa destas quatro coisas.


Deus fez uma aliança com o homem.


Era a intenção de Deus fazer uma aliança com o homem para este nunca esquecer que saíra das mãos do Criador.


1. Deus disse: “Filho vou lhe emprestar o tempo porque eu sei que você precisa de tempo para poder viver, mas você deve lembrar que o tempo é Meu. Para você nunca esquecer que o tempo é Meu, vou lhe dar o tempo dividido em dias. 


Seis dias você poderá usar para você, mas o sétimo dia você terá que Me devolver. Se você assim fizer, eu saberei que você está se lembrando que o tempo é Meu.”


Assim, quando eu guardo o sábado na verdade estou dizendo: “Oh! Senhor eu reconheço que o tempo não é meu, é Teu e por isso Te devolvo o sábado”. Se eu porém, não guardo o sábado estou dizendo: “Senhor, Tu não és dono do meu tempo. Eu é que sou dono.” Noutras palavras, eu roubei aquilo que pertence a Deus.


2. Deus disse: “Filho, vou lhe emprestar talentos porque eu sei que você precisa de talentos para poder viver, mas você deve lembrar que os talentos, são Meus (audição, visão, tato, etc.). 


Para que você nunca se esqueça de que os talentos são Meus vou permitir que você use os talentos para você durante seis dias, mas no sétimo dia você deve devolver-me todos os seus talentos, seus olhos, suas mãos, seus ouvidos. Se você fizer assim eu saberei que está se lembrando que  os talentos são Meus.”


Assim quando eu dedico o sábado, todos os meus talentos a Deus, na verdade estou dizendo: Oh, Senhor, eu reconheço que os talentos não são meus, por isso Te devolvo os talentos no sábado”. 


Se eu porém, não devolvo para Deus os talentos durante o sábado, estou dizendo: “Senhor, tu não és dono dos meus talentos, eu sou o dono”. Noutras palavras, eu apropriei-me ilicitamente daquilo que pertence a Deus.


3. Deus também disse: “Filho, vou lhe emprestar um corpo (templo do Espírito Santo), porque eu sei que você precisa de um corpo para poder viver, mas você deve lembrar que esse corpo é Meu, façamos uma aliança: você não poderá alimentar esse corpo com coisas que eu lhe disse para você não tocar (alimentos proibidos, drogas, tabaco, café, etc.) Se você respeitar a aliança eu saberei que você está se lembrando que eu sou dono do seu corpo.”


Assim, quando eu respeito as leis da saúde na verdade estou dizendo: “Oh, Senhor, reconheço que Tu és dono de meu corpo”. Se eu porém, toco em alguma coisa dessas coisas que Deus disse para eu não tocar, estou dizendo: “Senhor, eu sou dono de meu próprio corpo”. Noutras palavras, estou roubando aquilo que pertence a Deus.


4. Deus finalmente disse: “Filho vou emprestar-lhe tesouros, posses, coisas, porque eu sei que você precisa dessas coisas para poder viver (casa, terreno, comida, roupas, etc.), mas você deve lembrar que todas essas coisas são Minhas. 


Então, para você não esquecer que Eu sou o dono de todas  as duas coisas: “De toda árvore comerás, menos da árvore da ciência do bem do mal”. Mais tarde quando Adão foi expulso do Éden, já não havia árvore da ciência do bem e do mal e Deus substituiu a  mesma pelo dízimo.


Assim, quando eu devolvo o dízimo, na verdade estou dizendo: “Oh, Senhor, reconheço que todas as coisas que tenho são Tuas”. Se eu porém não devolvo o dízimo, estou dizendo: “Senhor, sou dono de todas as minhas coisas”. Em outras palavras, estou roubando aquilo que pertence a Deus.


III - O homem se fez dono daquilo que pertencia a Deus


O primeiro pecado do ser humano não constituiu simplesmente em comer um fruto. As raízes eram muito mais profundas. O pecado consistiu em tocar naquilo que pertencia a Deus. Pegar para nós algo que não nos pertence é roubar. 


Adão roubou a Deus. Ele se apoderou daquilo que não lhe pertencia, aquilo que Deus tinha reservado para si. Ao fazer isso Adão disse: “Deus eu não te pertenço, Tu não és meu Criador. Eu sou meu, eu faço com a minha vida o que eu quero.”


Adão quebrou a aliança com Deus. Ele pegou o que pertencia a Deus e começou a correr, a fugir. Deus começou a eterna procura, o terno apelo: “Adão, onde estás?”. “Tornai-vos a Mim... Estou à porta do teu coração e bato...”


Deus nunca nos abandonou. Fomos nós que abandonamos a Deus. Fomos nós que roubamos a Deus. Somos nós que fazemos com a vida que pertence a Deus as coisas mais lamentáveis. 


Somos nós que hoje estamos nos escondendo atrás de uma árvore como Adão. Essa árvore pode ser o trabalho, os estudos, o dinheiro, o poder, os prazeres, etc. Somos nós os que hoje continuamos fazendo vestimentas da folha para cobrir a nudez da nossa alma?


O mais interessante é que Deus não discute com o homem. “Você quer ser dono do tempo, que eu lhe emprestei?”, disse Ele. “Tudo bem, pode ficar com ele”. “Você quer ser dono dos talentos que são Meus?” acrescenta, “não há problema, são seus”. 


“Você quer se tornar proprietário do corpo que lhe emprestei?” continua Cristo, “pode ficar, é seu”.  “Você não quer reconhecer que Eu sou dono de suas posses. Tudo bem, fica para você”.


É triste saber que o homem se faz dono de algo que pertence a Deus, então é o homem que tem que resolver os seus problemas sozinho. Ele roubou aquilo que pertence a Deus. Quer dizer que ele não precisa de Deus. 


Ele é suficientemente forte para triunfar sem a ajuda de Deus. E já dizia Abraan Lincoln: “Separado de Deus nunca poderei triunfar. Junta a Ele nunca poderei fracassar”.


Antes de tocar algo que pertence a Deus, o homem deveria pensar 100 vezes. Miserável aquele que se atreve a usar o sábado para si. Coitado do homem que não devolve os talentos para Deus no sábado. 


Pobre daquele que não respeita as leis da saúde. Não gostaria de estar na pele daquele que mexe para si, no sagrado dízimo. O homem ou a mulher que fizer isso está tirando a aliança que Deus colocou em seu dedo e jogando no lixo. 


Está traindo Aquele que confiou a vida. Está roubando a vida que é de Deus e seguido para um mundo de desespero e miséria.


IV - O homem tem que se devolver a Deus


Devolver por que?

Porque o homem é de Deus.

O homem pertence a Deus.

Deus é Criador. É Salvador e é o Sustentador.

O ser humano não tem o direito de usar o sábado para si.

O ser humano não tem o direito de usar seus talentos no sábado para si.

O ser humano não tem o direito de comer tudo o quiser.

O ser humano não tem o direito de usar o dízimo para si.

Não é justo. Não é honesto. Não é decente, nem sequer humano, tirar as coisas do próximo.

Muito menos de Deus


Mas o homem se apoderou dele mesmo.

Quando esqueceu que pertence a Deus.

Quando transgride o sábado mesmo que seja pouco.

Quando usa seus talentos para si no sábado “andando em seus próprios caminhos”.

Quando usa para si o santo dízimo do Senhor.


Nisso tudo está dizendo: “Deus eu quero saber nada de Ti; eu sou meu, eu me pertenço, meu tempo é meu, talentos são meus, meu corpo é meu, minhas coisas são minhas”.

Experiência


Como o Filho Pródigo está dizendo: “Vai embora Senhor, me deixa  tranqüilo, dê parte da fazenda que me pertence”.


Deus porém está suplicando: “Tornai-vos a Mim”. Isto quer dizer, volver a Deus. Hoje temos que volver a Deus, porque estamos longe. Talvez estejamos na Igreja, mas estamos longe. 


Pode ser que sejamos membros ativos, mas estamos longe. E o triste é que não sabemos que estamos longe. E perante o apelo divino, perguntamos: “Em que havemos de tornar?”. 


V - Em que o homem tem de se tornar?


A resposta de Deus é : “Roubará o homem a Deus? Toda via vós Me roubais e dizeis: Em que Te roubamos? Nos dízimos...”.


É interessante notar que Adão caiu na área dos tesouros. Não sabemos porque Adão caiu na área do Tesouro. Ele foi fiel a Deus no sábado, nos talentos, nos alimentos, mas não resistiu a prova da árvore que Deus tinha reservado para Si.


Nos tempos de Malaquias também o povo era fiel no sábado, nos talentos, na alimentação, mas Deus tinha uma queixa: “Vós Me roubais nos dízimos”. Hoje a história continua se repetindo. 


Existem muitos irmãos fiéis no sábado, nos talentos, na alimentação, mas alguma estranha coincidência não conseguem ser fiéis no dízimo. Quando falamos em dízimo, não estamos falando de dinheiro. Deus não inventou o dinheiro. 


Deus está procurando a integridade de seus filhos. Ele está interessado, não em sua carteira, mas em seu coração.


O dízimo é a décima parte de tudo aquilo que recebemos. Se Deus te dá 10 pedras, afasta uma para Ele. Se Ele te dá 10 bananas, uma é do Senhor. Estamos respeitando o feijão de nossa chácara? 


Estamos devolvendo ao Senhor o dízimo dos ovos que a galinha põe, do leite que a vaca dá? Se tudo isso pode se reverter em dinheiro muito bem. Se não é possível, não tem problema. O interessante de Deus não é o dinheiro, não é quantidade. É fidelidade.


O amor ao dinheiro sempre foi a raiz de todos os males. Paulo sabia disso quando falou: “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; a alguns, nessa cobiça se desviaram da fé, e a si mesmos se atormentaram com muitas dores”. II Tim. 6:10


Sim, amados, quem segura para si o santo dízimo do Senhor, seja pelo motivo que for, a “si mesmo se atormenta com muitas dores”. Ele carrega sobre si a maldição do céu. “Com maldição, sois amaldiçoados, porque a Mim Me roubais diz o Senhor”. Mal. 3:8


E tudo isso é certo porque você ao roubar aquilo que pertence a Deus, você rompe a aliança com o Criador. Ele não é mais dono. Agora você se tornou dono. Você resolve seus problemas. Você não tem o direito de pedir o auxílio de Deus.


Como seria  se um dia emprestasse minha casa a uma pessoa e depois de um tempo ela se apoderasse daquilo que eu emprestei para ela. Você acha que essa pessoa é honesta? Claro que não.


Mas como seria se depois de algum tempo estivesse toda estragada pela chuva e quando a casa não servisse, quando tudo estivesse arruinado a pessoa voltasse para pedir que eu consertasse a casa. Você acha que é justo? Claro que não.


Porém, o homem faz isso com Deus. Apoderamo-nos daquilo que pertence a Deus e quando tudo fica ruim para nós, então pedimos a ajuda d’Ele. Ainda bem que Deus é amor. Ainda bem que seu amor escapa ao entendimento humano. Ainda bem que Sua misericórdia não tem limites, e Ele continua com Seu apelo: “Tornai-vos a Mim e Eu me tornarei a vós outros”.


Ele quer que nos volvamos a Ele. Ele espera que O reconheçamos como o dono de tudo. Ele anseia resolver os nossos problemas, mas para isso só há um caminho: Respeitar aquilo que lhe pertence: O sábado, os Talentos no sábado, não tocar os alimentos que Ele diz para não tocarmos e o Santo Dízimo.


VI - Conclusão.


Zezé era um menino pobre e o pai não tinha dinheiro para comprar brinquedos. um dia Zezé fez para si um barquinho de madeira, enfeitou-o e o mesmo ficou muito bonito. Com ele brincava no rio. Sentia-se feliz. 


Mas certo dia, o barquinho se perdeu. Algum tempo depois, achou o barquinho em poder de um homem que vendia brinquedos usados: Ei, esse barquinho é meu! disse Zezé, mas o homem agora era o novo dono e pedia a Zezé 50 cruzados se queria ter de volta o barquinho. Zezé voltou para casa, trabalhou muito e conseguiu o dinheiro. 


Foi e comprou o brinquedo. Já em casa, ele chorando beijou seu barquinho e disse: “Barquinho, barquinho, você é meu, duas vezes meu: meu porque lhe fiz e meu porque eu lhe comprei”.


Sim, meus queridos. Nós também somos duas vezes de Jesus. Somos dele porque ele nos fez e somos d’Ele porque Ele nos comprou. Hoje é o dia para reconhecermos isso e retornarmos ao Pai. Devolvamos o tempo, talentos, o corpo. Devolvamos o dízimo. Restituamos aquilo que talvez roubamos de Deus no passado.


Façamos um ajuste de contas.


Ele continua a nos suplicar: “Tornai-vos para Mim e eu tornarei para vós outros”.


Qual será a sua resposta?


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