3 A JUVENTUDE E O SEGREDO DO ÊXITO

SERMAO PRONTO 3


INTRODUÇÃO:


1. Como é definida a etapa da juventude.


a) Alguns definem a juventude como a maravilhosa ponte estendida entre o mundo inocente e límpido da infância e o mundo da idade madura. 


b) Outros como o elo da esperança e o período do descobrimento da vida. 


c) Os mais pessimistas a vêm como a hora mais cruéis e violentas dores. 


d) Também há os que reconhecem as lutas dessa fase da vida, mas enfatizam o encanto que se desfruta e que se esbanja nesses anos nos quais se pode viver com mais intensidade o romantismo. 


e) José Ingenieros expressou-se assim: "A juventude é medida pelo inquieto afã de renovar-se, pelo desejo de empreender obras dignas, pela incessante floração de sonhos capazes de embelezar a vida. Jovem é o que sente dentro de si o desabrochar de seu próprio destino." 

2. É uma fase da vida na qual decidimos o rumo que seguiremos.

a) Dos lucros dessa fase dependerá o mérito de uma existência.  

b) Ao mesmo tempo é a época do esforço para afirmar-se e ser alguém. 

c) Nessa luta desabrocha freqüentemente a instabilidade. 

Um caso ilustrativo é o daquele jovem que escreveu à sua noiva a seguinte carta: 

"Minha adorada: Para ver a luz de teus olhos, escalaria as montanhas mais escabrosas e cheias de precipícios. Cruzaria nadando uma torrente mais impetuosa e larga que o Esponto para estar a teu lado. Para sentar a teus pés, desafiaria as violentas tempestades e chuvas torrenciais. Teu para sempre." E assinava. Debaixo podia-se ler: P.S. Amanhã irei ver-te, se não chover." 

3. Certo grau de instabilidade na juventude é natural. O alarmante é a desorientação num grande setor dos jovens, que não têm escrúpulos em confessar a confusão em que vivem.

a) A leitura de alguns livros escritos por estes jovens que têm como núcleo diversos movimentos, é francamente desanimadora. 

b) Por exemplo, vejamos parágrafos do livro En el Camino, de Jack Kerowac: "Respirávamos névoa no ar frio noturno. Finalmente decidi ocultar-me com ela uma noite mais. Ao diabo o dia de amanhã" (p. 96). 

"Rickey tinha uma garrafa. Hoje beberemos e amanhã trabalharemos! Vamos lá, homem. Tome um gole." (P. 98). 

"O sol começou a ficar vermelho. Não havíamos feito nada de fundamento. Havia na realidade algo que fazer? Rickey disse: 'Amanhã, amanhã, homem, faremos. Toma outra cerveja, homem. Ali vamos, ali vamos'. Saímos dali cambaleando e fomos a um bar da estrada" (p. 99). 

"Gosto muito das coisas e confundo-me e desconcerto-me correndo atrás de uma estrela fugaz após outra até cair. Vivo na noite e não posso remediá-lo. Nada posso oferecer, a não ser minha própria confusão" (pp. 134, 135) 

"– Sal, temos que nos mover e não parar até chegar. 

"– Para onde vamos, homem? 

"– Não sei, mas temos que nos mover" (p. 249).

c) Isso é o que tem e o que pode oferecer um setor da juventude que integra diversas linhas dentro da corrente geral "da nova onda".

4. Cada um tirará as conclusões que achar razoáveis sabre as possibilidades que teria nossa sociedade de sair garbosa no difícil futuro que se vislumbra com estes jovens no poder das diferentes nações do planeta. 

5. Porém, demos graças a Deus que esse panorama não é de toda a juventude. Há os que têm toda a segurança que se espera deles.


I. A  HISTÓRIA  ESTÁ  COM  OS  JOVENS


1. Ao lançar uma olhada retrospectiva à História, vemos que as maiores realizações da humanidade estiveram encadeadas com a juventude.

a) Dante compôs seu primeiro soneto antes ser jovem, aos 9 anos. 

b) Tasso compôs seus primeiros versos aos 10 anos. 

c) Caldeirão da Barca, aos 13, começou a escrever para o público.  

d) Vítor Hugo foi premiado nos jogos florais de Tolosa aos 16 anos. 

e) Rafael começou a pintar aos 7 anos. 

f) Blas Pascal que morreu antes de completar os 40 anos, foi um dos grandes homens do século XVII. 

g) Alexandre iniciou suas formidáveis conquistas militares aos 21 anos de idade. 

h) Edson, antes dos 30 anos, já havia fundado seu terceiro laboratório. 

i) Sarmento, em torno dos 30 anos, já havia fundado seu jornal El Zonda, havia fundado escolas e escrito seu livro Facundo.  

j) Gandhi aos 26 anos iniciou seu movimento de resistência passiva. 

k) Churchill, aos 26 anos, iniciou sua carreira parlamentar. 

l) Kennedy havia entrado no congresso aos 30 anos. 

m) San Martin aos 35 anos já havia ganho sua batalha de São Lourenço. 

n) E a lista poderia seguir com uma tremenda abundância de nomes, porque quase todos os grandes homens em todos os campos de atividades humanas já sobressaíam antes dos 30 anos. 

o) Até o personagem máximo dos que se pudessem nomear, nosso Senhor Jesus Cristo, foi jovem: começou a pregar aos 30 anos de idade e foi crucificado aos 33.

2. Frente a este acúmulo de fatos podemos compreender que um jovem com aspirações tem grandes possibilidades. O que necessita é descobrir o caminho que conduz ao êxito e segui-lo.

3. Alguns, às vezes, são pessimistas como aqueles que se queixavam diante de um famoso jurista. 

Não há lugar para a juventude em nosso tempo. Todos os altos cargos estão ocupados. 

Jovens – respondeu energicamente – Sempre há lugar no cume! 

Analisemos agora alguns princípios fundamentais que permitirão a um jovem abrir caminho e triunfar na vida. 


II. PRINCÍPIOS  TRIUNFADORES


1. Comecemos com a necessidade de auto-realização.

a) Um dos pontos negativas de nossa época é a falta de sinceridade. 

b) Nossos contemporâneos gastam muito tempo procurando aparecer em vez de realizar-se e ser alguém. Em certa medida parecemo-nos como aquele pequeno galpão municipal onde um deputado leu a seguinte inscrição: 

"4.156, Serviço Geral da Administração Nacional; Terceira Região; Serviço Municipal de Edifícios Públicos; Divisão Administração de Edifícios; Quarto de Implementos; Depósito de Vassouras." 

c) Em muitos aspectos o homem moderno sente-se como enfeitiçado diante dos que têm a habilidade de representar o que não são. Tal é o caso, por exemplo, dos atores. 

(1) Recordo da oportunidade quando o faleci do doutor Alexandre Fleming visitou nosso país. Um pequeno grupo de pessoas – muito selecionadas certamente – esperou sua chegada e os meios de difusão publicaram discretamente a notícia. Nesses mesmos dias chegou uma famosa atriz cinematográfica. Praticamente toda a cidade foi ao aeroporto. Os diários e revistas dedicaram páginas inteiras com grandes fotografias; os noticiários competiam freneticamente para apresentar as notícias mais chamativas a respeito da mundialmente famosa artista. 

(2) Ao fazer um balanço uma pessoa pode cair na tentação de tirar conclusões mais ou menos como estas: nossos cidadãos vibraram ante a presença de alguém cujo maior mérito é o de representar o que outro escreve; parecer com o personagem imaginado por um bom argumentista. E lhes foi quase indiferente a presença daquele que foi um verdadeiro benfeitor que salvou milhares de vidas em todas as partes do mundo por meio de seu descobrimento, a penicilina. 

(3) Em outras palavras, têm mais interesse nos que se aparecem do que nos que são algo. 

(4) Não é estranho, então, o fato de que são poucos os que triunfam.

d) O grande libertador disse: "Serás o que deves ser, ou se não, não serás nada." 

(1) Um de meus professores de história, o Professor Guilherme Krieghoff, costumava dizer que a frase original do general San Martin reza da seguinte maneira: "Serás o que deves ser, ou se não, não és nada." 

(2) Eu não poderia ser juiz para determinar qual das duas versões é a autêntica, mas considero mais significativa esta última que traça o problema no presente: Já, neste momento, não és nada. 

(3) Por não ser o que deve está anulando a você mesmo. 

(4) Jovem, se quiser vencer na vida seja leal com você mesmo, não se conforme em ter uma aparência. Esforce-se e seja alguém; realize-se. 

e) Da mesma forma como não há duas pessoas que tenham as impressões digitais exatamente iguais, muito menos há duas pessoas que tenham 100% a mesma personalidade. 

(1) Só essa razão já seria suficiente para lutar depois do que acabamos de dizer. 

f) Recordemos da noz. O que vale não é a casca mas o fruto que se esconde no interior. 

(1) É bom que reflitamos bom aspecto, sempre que se harmonize com boas realizações interiores. Do contrário estaríamos caminhando para o fracasso. 

(2) Abraão Lincoln foi muito explícito a respeito. Disse: "É possível enganar a todos durante um tempo, a alguns todo o tempo, mas não é possível enganar a todos a todo o tempo." 

2. Vocação 

Para que possamos cumprir com este objetivo faz-se imprescindível determinar a vocação a seguir na vida.

a) Alguém disse que "o que leva ao êxito não é a distância percorrida, mas o rumo tomado". 

b) A escolha da atividade na qual se inverterá a existência marca o rumo a seguir. 

c) De nada valeria se corrêssemos freneticamente sem saber para onde nos propusemos chegar, não é verdade? 

d) Certo dia Miguel Ângelo passou por um mercado de mármore e viu um pedaço velho, que nenhum outro escultor havia querido adquirir; parecia deformado e pouco prometedor, mas o artista olhou-o detidamente e com interesse. Um de seus amigos achou isto estranho e perguntou-lhe por que se interessava em algo inútil, e Miguel Ângelo respondeu: 

- Nesse pedaço de mármore vejo um anjo; vou despertá-lo. 

Com genial maestria transformou aquela pedra aparentemente sem valor em uma das cabeças mais bonitas que havia esculpido. É conhecida como a forma de um rosto de anjo e está no palácio dos Médici de Florença.

(1) Dentro de todo jovem dormem grandes possibilidades. 

(2) O importante é despertar a vocação e segui-la com lealdade. 

e) Um menino maltrapilho oferecia jornal num trem. 

- Alô, menino! Vende-me um jornal - disse um dos passageiros. 

- E daí, que vai ser quando crescer?

Os olhos da criança brilharam de ansiedade, mas com segurança e arrogância respondeu: 

- Senhor, eu serei um inventor. 

Um sorriso indulgente desenhou-se no rosto do homem ao observar a mísera figura do menino. Mas o que o cavalheiro não sabia é que o jornal que acabava de comprar havia sido redigido e impresso por esse menino, que tinha uma pequena imprensa no vagão posterior do trem. Passaram os anos e aquele menino patenteou 1.300 inventos utilíssimos. 

Chamava-se Tomás Alva Edson.

(1) Em seu coração ardia a chama de uma vocação. Havia orientado seus interesses em uma direção bem definida, e não estranho que haja chegado. 

(2) Admitimos que com isto só não é suficiente, que devem dar-se outros passos para chegar ao êxito. Um deles é o da dedicação conscienciosa na procura desse ideal.

f) Conta a condessa de Pardo e Bazar que o conde sonhava. Via a si mesmo passeando em um bosque frondoso. De súbito ouviu o estampido de um disparo; um instante depois uma pomba ferida caía a seus pés. Levantou a infeliz avezinha, e enquanto a contemplava com infinita compaixão, apareceu o caçador que lhe disse: 

Conde, dá-me essa pomba; derrubei-a e pela lei do bosque ela me corresponde. 

Dá-me caçador; permite-me que lhe salve a vida. 

A pomba é minha - insistiu o caçador - não a darei. 

Caçador, dá-me a pomba e em troca pede-me o que quiseres. 

Bem – disse o caçador – dar-te-ei se me deres um pedaço de tua carne que pese tanto como a pomba. 

Concedido, caçador. 

O caçador, com habilidade própria do homem do bosque, improvisou uma balança e com sua faca afiada de caça aproximou-se do conde e este lhe disse: 

– Corta, não temas. 

O caçador cortou, mas a balança indicou que a pomba pesava mais. 

– Corta mais, caçador - disse o conde. 

E o caçador cortou, mas a pomba pesava mais. 

– Volta a cortar, caçador. Não vaciles. 

Fez aquilo que se lhe indicava, mas a pomba pesava mais. Finalmente o conde compreendeu. 

Caçador – disse-lhe – coloca-me e todo o meu corpo, todo meu ser, na balança. 

E quando tal coisa sucedeu, o conde pesava mais.

(1) Não podemos nos entregar a um ideal pela metade e esperar que nos coroe o êxito. 

(2) Devemos colocar nosso coração, nosso esforço e entusiasmo para chegar à meta proposta. 

3. Preparação.

a) Uma vez definido o problema da vocação frente à vida, teremos que nos aproximar à preparação. 

(1) O jovem que anseia triunfar não pode deixar tudo livre ao acaso. 

(2) Os que confiam na boa sorte podem, em casos isolados, obter certos triunfos, mas isso não é alcançar o êxito. 

(3) E mesmo no melhor dos casos, o mérito não seria dele, mas da casualidade.

a) A vida presente, com seu crescente tecnicismo, exige homens e mulheres preparados. 

(1) O nível de conhecimento intelectual de nossos contemporâneos supera em muito o de nossos antepassados. 

(2) Um século e meio atrás era muito razoável a frase de Sarmento: "As coisas devem ser feitas. Bem ou mal, mas há que fazê-las." 

(3) Nossos dias exigem jovens devidamente capacitados para fazê-las bem. 

(4) Jovens esforçados que tenham escalado os degraus do saber na área de atividades para a qual se dedicarão. 

b) Durante os primeiros anos de vida, a diferença entre a criança aplicada e a negligente se deixa ver, mas não tão nitidamente como quando se chega aos anos de maior produtividade. 

(1) É ali quando a diferença chega a ser apreciada em toda sua dimensão. 

(2) Os anos transcorreram igualmente para Adolfo e Gustavo, aqueles meninos que partilhavam o banco da escola primária e os jogos infantis. Mas – aos 40 anos de idade – vemos Adolfo consertando sapatos (tarefa que de nenhuma maneira desonra a quem a realiza) e Gustavo à frente de uma importante fábrica de automóveis. 

(3) Qual é a razão? 

Diferente quociente intelectual? Mesmo admitindo que pudesse ser isso, torna-se difícil passar por alto o fato de que o primeiro recusou seguir estudando quando terminou o primário, enquanto que o segundo formou-se na Faculdade de Engenharia.

c) O jovem que triunfa na vida se prepara, embora isto lhe signifique realizar grandes esforços. 

(1) Sei de muitos que, devido a situação econômica, trabalham durante o dia e assistem às aulas noturnas. 

(2) Um jovem, atualmente bioquímico, colava cartazes para cobrir seus gastos enquanto estudava. 

(3) Uma senhorita que lavava louça em várias casas para puder estudar seu curso de Filosofia. 

(4) Para eles a vocação era suficientemente forte e a meta razoavelmente apetecível para realizar qualquer tarefa lícita que lhes permitisse chegar ao que seria sua profissão de toda a vida.

d) A falta de recursos não deveria ser razão de desânimo. Muitos jovens pobres chegaram a triunfar. 

(1) Rousseau foi filho de um cervejeiro. 

(2) Epicuro e Tamerlão foram pastores. 

(3) Franklin trabalhou de tipógrafo de imprensa. 

(4) Demóstenes foi filho de um ferreiro. 

(5) Terêncio nasceu escravo. 

(6) O rei Davi foi um pastorzinho de ovelhas. 

(7) Lucano foi filho de um oleiro. 

(8) Colombo foi filho de um operário. 

(9) Milton não era mais que um pobre escriturário. 

(10) Cervantes era um simples soldado. 

(11) Lincoln foi filho de um pobre lenhador. 

(12) De certa forma, Mahatma Gandhi foi um dos dirigentes de mais êxito do século XX. Por ocasião de sua morte, suas posses consistiam em duas xícaras de arroz, uma colher, dois pares de sandálias, uma cópia do Bhagavad Cita, seus óculos e um velho relógio de bolso.

4. Um bom caráter.

a) Alguns jovens com capacidade intelectual destacável ficaram para trás por falhar nisto. 

b) Em primeiro lugar um jovem deve ser sincero consigo mesmo para poder descobrir e corrigir seus erros.

(1) Não é fácil. 

(2) A mente humana tem diversos mecanismos por meio dos quais procura escapar da realidade quando esta é desfavorável ao eu. 

(3) Mas teremos que lutar contra essa tendência e – por tais difícil que seja – contemplarmos como somos na realidade, e como os demais nos vêem. 

c) Outro ingrediente valioso do caráter encontramos no espírito de cooperação. 

(1) A Universidade de Chicago realizou um estudo sobre 1.000 formandos durante o ano. Descobriu-se que 87% dos que fracassaram, sofreram esse revés por não saber se sair bem com os demais. Somente 13% fracassaram por falta de capacidade. Este dado é de muita utilidade para os que desejam abrir caminho na vida. 

(2) Uma inspetora visitou uma escola pela primeira vez para ver o desenvolvimento dos professores e dos alunos. Ao entrar no vestíbulo do edifício lhe chamou a atenção um quadro pregado no quadro de anúncios. Um menino estava parado ao lado, radiante de infantil orgulho. 

- Que lindo quadro! Exclamou a inspetora. 

- Fizeram-no as meninas e os meninos de seu curso? 

- Sim - respondeu o rapazinho. 

- E você, que fez? 

- Eu lavei os pincéis, senhorita.

Embora fosse uma tarefa humilde, era imprescindível e o menino – que havia aprendido o que era espírito de cooperação – se sentia feliz de havê-la realizado. 

d) Ademais, teremos que cultivar a cortesia.

(1) Com freqüência vemos as crianças brincando de ser pessoas importantes. Franzem a testa, dão ordens enérgicas e até desconsideradas. 

(2) Também é fácil encontrar alguns subalternos ou chefes de pequenas seções que, crendo que os que ocupam postos semelhantes devem ser "importantes", atuam como essas criaturas. 

(3) Mas quando um deles chega até seus superiores – aqueles que realmente valem – vê homens e mulheres corteses, cheios de sábia consideração. 

(4) É verdade que alguns que ocupam altas responsabilidades carecem de amabilidade, mas o jovem que deseja triunfar, deve lembrar-se de que para fazê-lo necessitará dos que o rodeiam; que não poderia ter êxito sendo um solitário lutador; e que a cortesia convida à colaboração. 

e) Conta-se que certo dia o rei Luís XV saía de Versailles com seu preceptor. Um engraxador de sapatos que estava à porta, tirou o chapéu ao passar Sua Majestade sem que este lhe respondesse o cumprimento. Mas o preceptor o fez. 

– Como – perguntou-lhe estranhando o rei, é que cumprimentastes a um perdulário? 

– Senhor – respondeu o preceptor – prefiro cumprimentar um perdulário a que digam que o perdulário tem mais educação que eu. 

5. Falta algo mais.

a) Se um jovem já conseguiu estas conquistas, vai por um bom carinho, mas isso não é tudo. 

Uma vez aconteceu o caso de um estudante que reunia quase todas estas condições, mas que aos olhos do professar com o qual conversava, não estava completo. Trocaram idéias durante vários minutos sem poder entrar em acordo. Finalmente o professor Romero fez ao jovem várias perguntas: 

– Quais são os planos que você tem para quando terminar seu curso secundário, Carlos? 

– Penso ingressar na Faculdade de Medicina - respondeu o jovem. 

– E depois? 

– Depois? Bom, suponho que me formarei em Medicina. 

– E depois? – voltou a perguntar o professor Romero. 

– Sem dúvida que instalarei meu consultório e procurarei garantir minha posição econômica. 

– E depois? 

– Depois procurarei uma noiva e me casarei com ela - voltou a responder Carlos. 

– E depois? 

– E... provavelmente virão os filhos - respondeu cada vez mais inquieto o aluno. 

– E depois? 

– Provavelmente terei netos, nau sei. 

– E depois? 

– Bom, professor... estarei cada vez mais velhinho... 

– E depois? 

– Depois, creio que vou morrer... 

– O professor fez uma pausa e voltou a interrogar: 

– E depois? 

Confuso, procurando encontrar uma resposta que não tinha, pois não havia parado para pensar dessa maneira, sentindo sobre seu coração toda a pequenez e vaidade desta vida breve, Carlos disse: 

– Depois! ... 

a) O jovem que triunfa adquire uma formação tal que desenvolve todas as esferas de seu ser: corpo, intelecto, espírito... E nestes casos não pode faltar Deus; prepara-se conscientemente para enfrentar as grandes realidades da vida agora e depois. 

b) Apegado no braço do Todo-Poderoso recebe forças para lutar perseverantemente e alcançar objetivo após objetivo, êxito após êxito até chegar ao triunfo final. Tendo Deus presente em seus planos para esta existência seu caráter se robustecerá de tal modo que serão os homens e as mulheres diferentes que buscam com desespero as grandes empresas de todas as latitudes.

6. Laboriosidade.

a) Alguns jovens que sonham que um dia terão êxito, comportam-se como aquele homem que depois de ser revisado pelo médico manteve o seguinte diálogo: Para ser-lhe franco disse o facultativo – tudo o que você tem é fraqueza. 

– Está bem, doutor – respondeu – mas qual é o nome científico para poder dizer a minha esposa? 

b) Amigo, basta de desculpas. Se quiser abrir o caminho na vida sacuda a preguiça e dedique-se com amor ao trabalho árduo.

(1) Conforme disse Edson, o êxito de sua vida deve-se a 3% de inspiração e 97% de transpiração. 

(2) Para outros gigantes do pensamento a fórmula foi mais ou menos a mesma. 

c) Hoje, os gênios apressados caminham como se a fórmula fosse aproximadamente a seguinte: mediadores, influências, o parente próximo, padrinho, etc. Tudo isso, igual a um cargo. 

d) Com a verdadeira fórmula:

(1) Edson patenteou 1.300 inventos e foi um benfeitor; 

(2) João da Áustria, aos 25 anos venceu em Lepanto. 

(3) Pascal cumpriu sua obra mais alta sendo ainda um jovenzinho e quando morreu aos 37 anos, já se havia consagrado um gênio. 

(4) J. S. Bach 

(5) F. Nightingale, e praticamente todos os que fizeram algo que mereça ser mencionado, aplicaram a fórmula do esforço.

7. Perseverança.

a) O gênio vacila, ensaia, cansa; a tenacidade triunfa. 

b) Na vida de Abraão Lincoln encontramos os seguintes dados: Perdeu seu trabalho em 1832; no mesmo ano foi derrotado para a legislatura de Illinois; fracassou nos negócios em 1833; um ano mais tarde foi eleito à legislatura do Estado; em 1835 morreu sua noiva e no ano seguinte sofreu uma crise nervosa; em 1838 foi derrotado para a presidência da legislatura de Illinois; em 1843 foi derrotado em uma candidatura ao congresso, mas aos três anos apresentou-se novamente e foi eleito; em 1848 perdeu a reeleição; foi derrotado para o senado em 1854; foi derrotado em sua candidatura a vice-presidente no ano 1856; aos dois anos se apresentou como candidato a senador e foi derrotado outra vez. 

Depois de todas estes. reveses, que teria feito você? Provavelmente não seja fácil responder, mas eu vou lhe dizer o que fez Lincoln: Em 1860 apresentou-se como candidato a presidente dos Estados Unidos e foi eleito. Reeleito para o seguinte período, morreu como um dos grandes homens de sua pátria e que alcançou renome mundial.

c) Conrad Dube, de Quebec, Canadá, foi atacado pela poliomielite com 2 anos de idade. Aprendeu a caminhar aos 10 e começou a falar aos 16. Qualquer um em sua situação teria considerado sepultadas irremissivelmente suas possibilidades físicas e mesmo intelectuais. Quando li a notícia ele tinha 29 anos e acabava de chegar de bicicleta a Copenhague, depois de percorrer 15.300 quilômetros através dos Estados Unidos e Europa. Havia começada já a volta ao mundo de bicicleta.  

d) Tamerlão ocultou-se, depois de um combate desastroso, em um edifício em ruínas. Pensativo e desanimado pôs-se a observar uma formiga que, carregada com um grão de cevada, tentava vencer um obstáculo. Contou até 20 tentativas inúteis e disse: 

- Esta formiga é tonta, porque se empenha em realizar o impossível. 

Mas a formiga continuou com seus esforços e quando o grande conquistador mongol contava a tentativa número 70, a formiga superou o obstáculo com sua carga à força. Então Tamerlão sentia que o inseto lhe havia dado uma bofetada que feriu seu amor próprio. Levantou-se como impulsionado por uma mola e exclamou: 

- Somos uns covardes. Quem tenha retrocedido, que avance. Tamerlão não se desencoraje: Avante! - E venceu. 

e) Numa calorosa tarde, novembro, enquanto viajava rumo ao estabelecimento educativo onde cursei os estudos secundários, em meio dos apertões e cotoveladas do coletivo, com a transpiração que me corria pelo rosto, li o que o motorista havia colocado escrito acima de uma das janelinhas de seu veículo: 

"Fracassar não é terminar, é começar a lutar." Em meio da incomodidade da viagem, e embora nesse momento não tenha entendido, sem dúvida, tudo o que essas palavras queriam significar, senti-me feliz de pensar que tinha um motorista que havia adotado uma filosofia tão sadia. 

Embora não tenha conhecido essas palavras e nem mesmo ao condutor que as fez pintar, certo jovem que prestou serviço na Reserva Naval dos Estados Unidos as viveu. Talvez terá pensado que breve chegaria a ser mais que um simples tenente. Mas como ocorreu a tantos outros, não muito tempo depois, recebeu uma carta de 10 caricaturas assinadas pelo almirante-chefe de Operações Navais que lhe informou que não era possível promovê-lo de posto. Procurando não desanimá-lo, em uma de suas partes lhe dizia que muitos dos que não conseguiram progredir na Marinha têm chegado, não obstante, "a conquistar na vida civil posições diretivas dentro dos círculos nos quais lhes toca atuar". Esse jovem, que fracassou como oficial da marinha, sabia que o êxito e a perseverança no trabalho árduo marcham juntas; que '"fracassar não é terminar; é começar a lutar". 

Valeu a pena? O leitor saberá julgar. O único que farei é completar a1guns dados biográficos: em 20 de janeiro de 1961 esse homem jovem sentava-se na cadeira presidencial dos Estados Unidos. Chamava-se John Fitzgerald Kennedy.

f) Helen Keller com sua história de lutas desvantajosas é uma constante reprovação para todos aqueles que somos capazes de abandonar uma empresa nobre pelo único motivo de que é difícil chegar à meta. Ao chegar aos 19 meses de vida ficou cega e surda, e pouco depois perdeu o dom da fala. Essa série de calamidades não foi obstáculo para que se convertesse em uma das mulheres mais dinâmicas e famosas de nosso século. Desde o poço de sua cegueira, mudez e surdez nos fez chegar o encanto de suas mensagens otimistas através de mais de uma dezena de obras famosas. Ela cria na luta e na perseverança, por isso chegou, apesar de tudo, ao cume. 


CONCLUSÃO: 


1. Nesta luta tenaz, persistente, o jovem que triunfa utilizará armas legítimas. 

a) Não cairá na ilusão da vida fácil ou na idéia de subir rapidamente deixando de lado alguns princípios éticos. 

b) O jovem de êxito quererá desfrutar logo as vitórias obtidas e para isso necessitará ter sua consciência em paz.

2. Além disso, as diretorias das grandes empresas buscam desesperadamente gente capaz nos quais possam confiar para pô-las a cargo de pesadas responsabilidades, jovens com as características enunciadas por E. G. White quando disse: 

"A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus." 

3. Jovem: seja você um deles e encontrará as portas abertas em qualquer parte e verá que seus êxitos não serão transitórios. Será um triunfador para felicidade sua, para alegria de seu lar, para honra de sua pátria e para glória de Deus. 



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