Pr. Valdilho Quadrado
I - Introdução
O tema de hoje traz como título: “Praticando a Fidelidade”.
Este é um dos assuntos menos saborosos a dezenas de paladares. Sempre que analisado, suscita uma série de inquietudes na mente de alguns cristãos. Todavia, é bom lembrar que ele faz parte do plano de Deus e é Sua vontade que o compreendamos.
Não se trata de levar-nos ao legalismo, mas tornar-nos conscientes de nosso privilégio e responsabilidade para com Deus e Sua obra.
Embora tenhamos orado pedindo as bençãos de Deus para este culto, desejo convidá-los a curvarem a fronte para orarmos novamente ao Senhor.
Oração: (Pedir que Deus abençoe os adoradores e a exposição da Palavra.)
II - A quem servimos?
a) Servimos a Um Deus Criador.
“No princípio criou Deus os céus e a Terra” Gên. 1:1. Após haver criado o ambiente animado e inanimado, disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...E o criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou.”Gên.1:26 e 27. O que vemos nestes versos? Vemos um Seus Todo Onipotente, Criador dos céus e da terra; dos seres animados e inanimados.
“A majestade do universo aponta para um Criador inteligente e Todo-poderoso, que cria; produz por conta; chama com autoridade, e nada faltará”. (A Benção da Mordomia, pág. 15)
b) Servimos a Um Deus que Redime
“O qual a Si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda a iniquidade e purificar para Si mesmo um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.” Tito 2:14
Cientes de que pertencemos a Deus por Criação, Manutenção e Redenção, devemos consagrar-nos totalmente ao Senhor, bem como os bens que Ele nos confia, para que a Sua vontade se cumpra em nós.
Embora o dinheiro seja a solução para muitas necessidades humanas; ele se torna um assunto doloroso para alguns quando se fala de dízimo. Não obstante, através do dinheiro, Deus fala ao ser humano, ansioso por mostrar-lhe como tornar-se uma benção pelo sábio uso do mesmo.
III - No que diz respeito aos dízimos, o que Deus espera de nós?
I Cor. 4:2
“Fiel”, palavra grega Pistós, que significa: “Digno de confiança, fiel”.
A qualidade de ser digno de confiança é uma das mais valiosas virtudes que o homem pode possuir. Deus a tem em grande estima. Fracassar neste sentido significa perder a vida eterna, pois receberão a vida eterna, somente aqueles em quem Deus pode confiar em todas as circunstâncias.
Demostramos que somos fiéis quando devolvemos a Deus tudo o que lhe pertence, inclusive os dízimos e procuramos glorificá-lo em todos os detalhes de nossa vida.
IV - Como podemos glorificar a Deus nos dízimos?
a) Correspondendo à confiança divina.
Deus disse: “Filho, vou emprestar-te tesouros, casa, terrenos, alimento, roupas, mas você deve lembrar que todas estas coisas são minhas”. Assim, quando devolvemos fielmente o dízimo, estamos dizendo: “Senhor, reconheço que todas as coisas que tenho vieram de Tuas mãos, e a Ti pertencem.”
Reconhecemos a Deus como o nosso Criador, Mantenedor e Proprietário de todas as coisas. Salmos 50:10-11
b) Devolvendo fielmente o dízimo.
Malaquias 3:10
O texto evidencia que havia dizimistas que devolviam um dízimo parcial, fictício, infiel. Deus diz: “Trazei todos os dízimos”. O doador de tudo o que possuímos (bens que Ele nos concedeu) tem o direito de ordenar e esperar que lhe demos tudo o que a Ele pertence por direito. Vejamos dois exemplos bíblicos:
Abraão
Em Gên. 14:18-20, temos a narrativa do encontro de Abraão com o Sumo sacerdote Melquizedeque. (O mesmo assunto está registrado em Hebreus 7:4-6)
Melquizedeque era Sumo Sacerdote do Deus Altíssimo e, por isto, estava credenciado para abençoar Abraão. E abençoou-o de fato. E Abraão, um exemplo de fé e piedade, religiosamente ele deu o dízimo de tudo. (Gên. 14:18-20 é o primeiro texto que faz referência ao dízimo).
O fato de Abraão devolver o dízimo de tudo quanto possuía, mostra que este preceito foi um recurso temporário para sustentar o sistema de sacrifício no Antigo Israel (pois este nem existia) mas uma prática instituída por Deus desde os tempos antigos.
Abraão, de quem Deus testificou que havia guardado Seus mandamentos. Estatutos e Leis (Gên. 26:5), cumpria conscientemente todos os seus deveres religiosos. Ao devolver todos os dízimos, o Pai da fé, deu um exemplo pra todos os que desejam servir a Seus e participar de Suas bençãos.
Jacó
“... de tudo quanto me deres, certamente eu Te darei o dízimo” Gênesis 28:22
As palavras de Jacó expressam o desejo de ser um dizimista fiel. Provavelmente Jacó não tivera oportunidade de dizimar pelo fato de trabalhar com o pai até à sua fuga para Padã-Arã.
O voto de Jacó, não era para ganhar o favor de Deus, mas a demonstração de um coração humilde e agradecido pelo perdão recebido.
Aquele que saiu de Canaã tendo apenas um cajado em sua mão, fé e disposição para fazer a vontade de Deus, voltou 20 anos mais tarde com muito gado, ovelhas, camelos, servos e grande família.
Quando o cristão cumpre a sua parte na devolução de um dízimo fiel, Deus abre as janelas dos céus proporcionando bençãos sem medidas. (Mal. 3:10)
Ilustração
Há poucos dias, um de nossos irmãos do Mato Grosso do Sul, vendeu 16 touros, por... R$ 2.520,00. O comprador foi buscar os animais 4 dias depois. Ao chegar, o nosso irmão disse ao comprador para reconsiderar os valores e se possível corrigir os mesmos.
O comprador perguntou: “Quanto?” O irmão disse: O quanto você quiser. O comprador pensou um pouco e disse: “R$ 2.800,00, R$ 280,00 a mais está bom?” “Está ótimo”, disse o irmão.
O comprador poderia ter acrescentado R$ 250,00 ou R$ 270,00 ou R$ 300,00; por quê R$ 280,00, o valor do dízimo total, para que o irmão recebesse líquido (tirando o dízimo), exatamente os R$ 2.520,00 da venda inicial?
O irmão concluiu dizendo: “Eu sei, é porque Deus quis mostrar para mim que Ele cumpre as Suas promessas de derramar bençãos sem medidas quando confiamos nEle.”
V - O que é o Dízimo
É a décima parte de nossa renda, de nosso salário, de nosso ganho, de nossos lucros. Não é uma parte. É a décima parte. Deus define muito bem. Não é o que sobra, ou o que não nos faz falta. É a décima parte.
Se ganharmos R$ 100,00, a décima parte é R$ 10,00. Este é o dízimo fiel. Se ganharmos R$ 300,00, 500,00, 1.000,00 ou 1.000.000,00, o dízimo fiel e honesto é sempre a décima parte.
(Ilustre usando um quadro negro)
a) Um assalariado:
Salário R$ 120,00 (conforme folha de pagamento)
Dízimo R$ 12,00 (a décima parte)
b) Um agricultor:
Recebe....................R$ 50.000,00 (Receita bruta da venda da colheita)
Despesas.................R$ 8.000,00 (Correspondente a sementes, adubos, etc)
Receita líquida........R$ 42.000,00
Dízimo....................R$ 4.200,00 (A décima parte do rendimento)
c) Um comerciante:
Recebe....................R$ 15.000,00 (Receita bruta do mês)
Despesas.................R$ 3.000,00 (Água, luz, telefone, funcionários IPTU, etc)
Recebe líquido........R$ 12.000,00
Dízimo....................R$ 1.200,00 (A décima parte do rendimento)
Deus quer a nossa fidelidade. E fidelidade nos dízimos é devolver ao Senhor a décima parte das nossas rendas, bem como, dos bens que ainda não foram dizimados.
“O dízimo de todas as nossas rendas é do Senhor.” CM pág. 67
“Todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são do Senhor.” Lev. 27:30
VI - Amplitude do dízimo
É bom lembrar que o princípio do dízimo abrange tudo aquilo que o Senhor nos confiou. Isto significa que os bens que possuímos, representados por terras, casas ou apartamentos, gado, ovelhas, veículos, etc, devem estar dizimados. “De tudo quanto me deres, Te darei o dízimo”.
“Jacó deu o dízimo de tudo quanto possuía, e depois calculou o dízimo que usara, e deu ao Senhor...” C.M., pág. 99
Ilustração
Quando distrital em Cascavel, eu auxiliava o tesoureiro de um dos grupos quando me deparei com um dízimo cujo valor me chamou a atenção.
Perguntei ao irmão sobre a procedência daquele dízimo. Ele me disse: “Pastor, eu vendi um sítio e estou devolvendo o dízimo.” Indaguei se o dinheiro da compra do sítio havia sido dizimado. E a resposta foi: “Sim, pastor, tudo o que tenho está dizimado.”
O irmão estava devolvendo o dízimo correspondente ao valor da venda do sítio. Expliquei a ele que se o sítio estava dizimado, ele deveria corrigir o valor da compra e compará-lo com o da venda e devolver o dízimo do lucro.
O irmão me disse: “Pastor, Deus tem sido tão bom para comigo, tem me concedido muitas bençãos, e eu quero devolver o dízimo de tudo.”
Prezados: É melhor “exceder às exigências do dever a não cumpri-las”. I T.S., pág.563
VII - Dízimos atrasados
Isto pode parecer estranho, mas devido algum momento de fraqueza espiritual isto pode acontecer. não deveria, mas às vezes acontece.
Quanto aos dízimos atrasados, E. G. White afirma ser “propriedade de Deus” (C.M.,96) e aconselha a fazer planos para devolvê-los ao Senhor, “tanto quanto possível endireitarei o passado.”(C.M., 98)
“Se tiverdes recusado lidar honestamente com Deus, eu vos suplico que penseis em vossa deficiência, e, sendo possível, façais a restituição... Começai agora a agir como cristãos... Agora, enquanto ainda não é tarde demais para endireitar os erros...”(C.M., 100)
VIII - Conclusão
Prezados:
Servimos a um Deus real;
Sua promessa é real;
O céu é real;
A vida eterna é real;
Temos um Salvador real;
A nossa fidelidade esta sendo real?
O dízimo que devolvemos é um dízimo real?
Que o Senhor nos impressione com esta grande verdade o que jamais venhamos a usar ou desviar do seu sagrado propósito o que é santo ao Senhor.
Que Deus nos abençoe e cumpra em nós as Suas gloriosas promessas.
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