08 - A Revelação no Deserto

sermao escatologico 8

Depois de uma longa, difícil e poeirenta viagem pelo deserto, chegamos ao pé do Monte Sinai, a montanha que sentiu as pegadas de Moisés e ouviu a voz de Deus. Foi ali que Deus, em tons trovejantes, proferiu as dez frases que conhecemos como os Dez Mandamentos. A Bíblia nos foi dada por homens santos de Deus, inspirados pelo Espírito Santo. Mas o próprio Deus escreveu os Dez Mandamentos a fim de mostrar sua importância, e gravou-os em pedra para mostrar sua durabilidade.


Desde que ouvi pela primeira vez  a história bíblica, sentado nos joelhos de minha mãe, ficava imaginando como teria sido o deserto. Finalmente fiz a viagem, partindo de Gosen, no Egito, atravessando o Mar Vermelho, e viajando através do deserto da Península do Sinai. 


Minha mais viva imaginação não poderia pintar esse deserto árido e estéril. Insuportavelmente quente durante o dia, com um frio penetrante à noite, não é de admirar que Israel precisasse de uma coluna de nuvem de dia e uma coluna de fogo à noite.


Olhando para os picos farpados e escalando a montanha, ficamos pensando se foi naquele mesmo lugar que Moisés recebeu os Dez Mandamentos. Olhando montanha abaixo pudemos imaginar a grande multidão dos filhos de Israel acampada no deserto.


Quão importante foi a mensagem do deserto proclamada por Deus? Muitos dizem que ela é irrelevante para nossos tempos. Outros afirmam que a mesma foi dada apenas para os hebreus, e cessou na cruz.


Vivemos hoje em uma era tal que até mesmo cristãos crêem que a moralidade é relativa e flexível. As pessoas falam acerca de uma nova moralidade. Pergunta um escritor popular: “O que aconteceu com o pecado?” Poucos chamam o pecado pelo seu devido nome. Falamos sobre delinqüência, tendências psicopáticas, mas não de pecado.


O que é pecado? Disse Paulo: “Mas eu não teria conhecido o pecado senão por intermédio da lei.” (Romanos7:7) Diz João: “Todo aquele que pratica o pecado, também transgride a lei: porque o pecado é a transgressão da lei.” (João 3:4) Tiago  diz que a lei é um espelho que nos mostra o pecado. Tira-se fora a lei e não haverá pecado. Se não existe pecado, não há necessidade de um evangelho.


O homem moderno se  recusa a obedecer normas. A ética situacional nos diz que tudo está certo se a situação está certa, levando-nos a um ponto onde podemos chamar o errado de certo, se isto é feito de um modo atraente. Falamos a respeito de um crime perfeito. Como pode qualquer crime ser perfeito? Isto é quase semelhante a chamar o câncer de uma enfermidade perfeita.


A fidelidade conjugal tem sido fortemente desafiada por nossa geração. Falamos acerca de relações satélites, as quais têm se tornado aceitáveis em nosso tempo. Relações satélites é apenas uma expressão moderna e ilusória para o antigo adultério. A mudança do rótulo de uma garrafa não muda o veneno nela contido. Diz Deus: “Não cometerás adultério”, e aqueles que violam Sua lei estão semeando vento e colhendo tempestade.


Bertrand Russel sempre esteve envolvido em casos amorosos e promovendo as virtudes do amor livre. Mas se você ler sua autobiografia, descobrirá que o homem que tanto falava a respeito de liberação sexual foi consumido pela angústia, ciúme e tristeza, porque nem ele nem suas parceiras puderam suportar a dor da infidelidade mútua. Ele descobriu, como muitos outros, que há certas intimidades que não podem ser partilhadas indiscriminadamente.


Precisamos de um padrão moral. Se não sabemos quantos metros há em um quintal é porque perdemos a medida de comparação. O tempo não depende de sua opinião ou da minha, ou quando alguém acerta o seu relógio. Há uma norma. Se minha idéia de moralidade é tão boa quanto a sua, qual delas vencerá? Indubitavelmente a mais forte, não necessariamente a que está correta. Isto é ilustrado neste pequeno verso:


Pale Ebanezar achava que era errado lutar

Mas Roaring Bill, que o matou, pensou certo estar.


A Lei de Deus não é flexível. Dr. Paul Brand, cirurgião-missionário, escreve acerca da importância da credibilidade. Diz ele:


“Hoje alguns dentro da igreja atacam a lei e a doutrina. A ética situacional sugere que o certo e o errado com freqüência dependem da necessidade e disposição do momento. Meramente submeto este simples aspecto à Lei de Deus: Ele deve ser consistente como o osso. A confiança o exige.”


Ele prossegue contando a experiência de uma senhora que foi consultá-lo com uma lista de queixas que, segundo seu conhecimento médico e experiência, descrevia um caso típico de gastrite. Depois de um breve exame ele apresentou à senhora o seu diagnóstico, mas ela o olhou  com olhos arregalados e cheios de temor.


Ele repetiu delicadamente: “Na verdade, esta não é uma condição séria. Milhões de pessoas a têm, e com medicação e cuidado a senhora ficará boa.” Mas o temor não se dissipou de seu rosto. As rugas de tensão sobressaltaram-se como se o médico tivesse dito: “sua enfermidade é terminal.”


Ela interrogou o médico minuciosamente. Ele concordou em fazer outros exames a fim de comprovar o seu diagnóstico. Quando vieram os resultados dos exames, todos eles apontavam conclusivamente para gastrite. A senhora retornou para outra consulta, e o médico pôde observar que ela estava tremendo de medo. Ele utilizou seu mais confortante tom de voz para dizer a ela: “Está perfeitamente claro – agora não resta nenhuma dúvida – a senhora tem gastrite. Imaginei isto desde a primeira visita, e agora os exames confirmaram isto. A condição é crônica e exigirá da senhora uma mudança de dieta e medicação, mas deve restabelecer-se. Não há absolutamente nenhum motivo para alarme.”


A cliente olhou fixamente nos olhos do médico por no mínimo um minuto, como se estivesse tentando enxergar dentro de sua alma. Ele conseguiu sustentar esse olhar penetrante, temendo que se desviasse seus olhos ela duvidaria dele. Finalmente, ela suspirou profundamente e, pela primeira vez, seu rosto relaxou. Respirou bruscamente e disse: “Bem, obrigada. Eu estava certa de que tinha câncer. Tinha que ouvir o diagnóstico de alguém em quem eu pudesse confiar, e acho que posso confiar no senhor.”


Ela então contou ao médico a história de sua mãe, que havia sofrido uma longa e dolorosa enfermidade. “Numa noite terrível o médico da família fez uma breve visita enquanto mamãe estava gemendo e pressionando a mão no estômago. Estava febril e, obviamente, sofrendo. Quando o médico chegou, mamãe lhe perguntou: ‘Doutor, estou realmente melhorando? Sinto-me tão doente e tenho perdido tanto peso.... Acho que estou morrendo.’”


“O médico pôs a mão no ombro de mamãe, olhou para ela com uma terna expressão, e respondeu: ‘Eu sei como a senhora se sente. Dói muito, não é? Mas podemos vencer isto – é uma simples gastrite. Se a senhora tomar este remédio por um pouco mais de tempo, com estes tranqüilizantes, muito em breve a senhora estará com boa saúde. Sentir-se-á melhor antes que o saiba. Não se preocupe. Apenas confie em mim.’ Minha mãe sorriu e agradeceu-lhe. Fiquei surpresa ante a amabilidade do médico.


“No corredor, sem que ela o ouvisse, o médico voltou-se para mim e disse seriamente: ‘Temo que sua mãe não dure mais do que um dia ou dois. Ela tem um caso avançado de câncer do estômago. Se a mantivermos tranqüilizada, ela provavelmente morrerá em paz. Há alguém que você deve notificar?”


“Interrompi-o no meio da sentença. ‘Mas doutor! O senhor disse a ela que estava ficando boa!’”


Essa senhora, agora ela mesma paciente de meia-idade, primeiro tinha ido ao mesmo médico da família com suas dores estomacais. Ele havia posto a mão em seu ombro e dito gentilmente: “Não se preocupe. É apenas uma gastrite. Só tome este medicamento, e logo se sentirá bem.” E ele sorriu com aquele mesmo sorriso paternal que havia mostrado à sua mãe. Ela havia deixado o seu consultório em lágrimas e jamais tornaria a vê-lo. 


Comentando sobre esta experiência, disse o Dr. Brand:


“Quando as pessoas se queixam a mim sobre as rígidas e inflexíveis leis de Deus, penso naquela senhora O médico da família havia obliterado toda possibilidade de ajudá-la por causa de sua atitude flexível no tocante à verdade. Só uma coisa podia alivia-la da ansiedade e do desespero: confiança em alguém que acreditasse realmente que a verdade não podia ser torcida.


Virão ocasiões em que não dizer a verdade é mais conveniente ou menos ofensivo. Mas o respeito pela verdade não pode ser usado e, então, casualmente, removido como uma jaqueta; não pode ser contraído e depois relaxado como um músculo. Ou é rígido e confiável como um osso saudável, ou é inútil.”


O Diabo odeia as pessoas que defendem o que é correto. No capítulo 12 de Apocalipse temos uma profecia da verdadeira igreja de Deus. A igreja é representada por uma mulher. Essa igreja atravessa um período de perseguição e provação, mas há um remanescente que sai vitorioso.


“Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamento de Deus e têm o testemunho de Jesus.”  (Apocalipse 12:17)


A Bíblia fala da engenhosa tentativa do mundo antediluviano de invalidar a lei de Deus. Puseram de lado Sua autoridade porque ela interferia em seus planos. E a Palavra de Deus prediz que “como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do homem”. (Mateus 24:37)  Nesta época de prevalecente iniqüidade, você pode saber que a última grande crise está às portas. Quando o desafio contra a lei de Deus for mais universal, quando Seu povo for oprimido e afligido por seus semelhantes, o Senhor intervirá.


Mais e mais, à medida que os dias vão passando, está se tornando evidente que os juízos de Deus estão sobre o mundo. Em incêndios, inundações, e terremotos, violência, guerras e derramamento de sangue, Deus está advertindo os habitantes deste mundo quanto à Sua aproximação.


Por algum tempo a igreja cristã tem levado avante um programa para solapar a Lei de Deus. Como nos tempos do Antigo Testamento, eles têm tentado abolir os Dez Mandamentos, a fim de minar os padrões morais de Deus e fazer valer o que chamam de “nova moralidade”. Eis por que não é seguro sair à noite nas ruas de nossas cidades. Esquecemos as palavras do salmista quando disse: 


“Muita paz têm os que amam a Tua lei.”  (Salmo 119:165)


Alguns anos atrás alguém monitorou a programação de TV de uma área metropolitana da América do Norte, por uma semana, de segunda a sexta-feira, das 16 às 21 horas, no horário em que as crianças normalmente estariam vendo TV. Durante aquela única semana eles catalogaram 12 assassinatos, 16 grandes lutas, 21 pessoas baleadas, 21 outros incidentes violentos com armas de fogo, 37 lutas à mão livre, uma tentativa de assassinato com um forcado, 2 estrangulamentos, 1 punhalada nas costas com uma faca de açougueiro, 3 bem-sucedidas e 1 malsucedida tentativa de suicídio, 4 pessoas caindo ou sendo empurradas de cima de rochedos, 2 carros caindo de um rochedo, 2 tentativas de atropelamento com automóveis, 1 furioso psicótico solto em um avião de passageiros, 2 cenas de tumulto, em uma das quais um homem foi enforcado, 1 cavalo esmagando um homem sob suas patas, 2 assaltos, 1 mulher morta por ter caído de um trem, 1 onda gigantesca provocada por maremoto, 1 terremoto, 1 cruel assassino batendo em sua vítima, e 1 pessoa morrendo na guilhotina. Esta foi a dieta de uma semana. Para muitos pais, a televisão faz as vezes de uma maravilhosa babá. Você pode sentar suas crianças diante da TV, e deixá-las, sabendo que elas serão bem entretidas.


Não é de admirar que alguém parafraseasse uma rima infantil nestas palavras:


Cante uma canção da TV

Para os pequeninos ouvirem,

Vinte e quatro prisioneiros

Empunhando metralhadoras.

Quando a cena termina

O sangue está no tornozelo,

Ora, não foi este um bom programa

Para fazer as crianças dormirem?


A Bíblia advertiu-nos acerca de um tempo vindouro, de violência, e estamos vendo esse tempo ao nosso redor. 


Quando Adão e Eva pecaram no Jardim do Éden, Deus veio visitá-los.


“Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira, e fizeram cintas para si. Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim. ... Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher,  e os vestiu”     (Gênesis 3:7, 8, 21)


Este foi o princípio do sistema cerimonial de sacrifícios. Foi também a primeira morte no universo. Um cordeirinho que deveria estar lá fora no campo brincando com os outros cordeiros teve de morrer para que Adão e Eva fossem vestidos. Eles tiveram que observar enquanto esse inocente cordeirinho derramava seu sangue por eles. Aquele cordeiro representava Jesus.


Muitos séculos depois, João Batista, vendo Jesus aproximar-Se, exclamou: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29)


Durante todo o tempo do Antigo Testamento, as pessoas traziam cordeiros para serem sacrificados no altar. Esses cordeiros não tiravam seus pecados. Simplesmente apontavam para Jesus que um dia viria morrer por elas.


Quando Jesus morreu na cruz o véu do templo foi rasgado mostrando que o sistema de sacrifícios tinha chegado ao fim. Nunca mais seria necessário matar cordeiros.


Paulo afirma que essas leis cerimoniais foram abolidas.


“Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz.”  (Colossenses 2:14)


Algo ali mudou. O que foi cravado na cruz? Foram os Dez Mandamentos? A salvação mudou?


A salvação no Novo testamento é a mesma que no Antigo Testamento. Prevalece a idéia de que há duas maneiras de salvação, uma do antigo Testamento e a outra do Novo, uma para os judeus e outra para os gentios.


Os pastores podem lhe dizer que no antigo Testamento os homens eram salvos por guardarem a lei, e no Novo Testamento somos salvos pela graça. É verdade que no Novo Testamento somos salvos pela graça de Deus e pela nossa fé. Mas no Antigo Testamento as pessoas não eram salvas pela lei. A lei não podia salvar. Se pudesse, a morte de Jesus teria sido um sacrifício desnecessário. Os santos do Antigo Testamento eram salvos pela fé em um Salvador vindouro, e eles demonstravam essa fé em seus sacrifícios. Quando Jesus disse: “Eu sou a porta!, ele asseverou que somente pela porta alguém poderia encontrar salvação. Não há nenhum outro meio!


“Pois, que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.... E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente das obras.” (Romanos 4:3, 6)


Os personagens do Antigo Testamento foram salvos pela graça mediante a fé, sem obras.


Tem Deus um método de salvação para os judeus que difere da maneira como os gentios são salvos? Está aqui o que a Bíblia diz sobre isto:


“Dessarte não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas  3:28)


Alguma coisa mudou quando Jesus morreu. Outra vez perguntamos: “Foram os Dez Mandamentos cravados na cruz?” Se fossem, os mandamentos que dizem: “Não furtarás” e “Não Matarás” foram pregados na cruz. Invalidaria Deus assim os Dez Mandamentos? 


O velho concerto foi substituído pelo novo. Qual é a diferença entre os dois? Leiamos sobre o primeiro:


“Ora, a primeira aliança também tinha preceitos de serviço sagrado, e o seu santuário terrestre. Com efeito, foi preparado o tabernáculo, cuja parte anterior, onde estavam  o candeeiro...”  (Hebreus 9:1, 2)


Aqui temos uma descrição do santuário do Antigo Testamento onde os sacrifícios eram oferecidos. A Bíblia chama a isto de sombra das coisas futuras. Falando do novo concerto, lemos:


“Quando, porém, veio Cristo, como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue....”  (Hebreus 9:11, 12)


A diferença entre o velho e o novo concertos é que no velho o sangue de animais era usado para representar o Salvador vindouro. No Antigo Testamento as ovelhas morriam pelo pastor. No Novo Testamento o pastor morreu pelas ovelhas.


O que aconteceu com a lei?


“Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor. Nas suas mentes imprimirei as minhas leis, também sobre os seus corações as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” (Hebreus 8:10)


O novo concerto não é desprovido de lei. Sob o novo concerto os mandamentos não são agora escritos em tábuas de pedra, mas, como declara a Bíblia, nas tábuas de carne do coração. Sob o novo concerto os cristãos obedecem não porque são obrigados, mas porque querem.


Jesus não veio para acabar com os Dez Mandamentos. Disse Ele:


“Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas: não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: Até que o céu e a terra passem, nem um j ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus.” (Mateus 5:17-19)


Paulo diz que somos salvos pela graça, não pela lei. Ele prontamente esclarece o assunto, perguntando: “Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei.” (Romanos 3:31)  Diz ele:


“Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça,  se a lei não dissera:  Não cobiçarás.” (Romanos 7:7)


Qual é a definição bíblica de pecado?


“Todo aquele que pratica o pecado, também transgride a lei; porque o pecado é a transgressão da lei.” (1 João 3:4)


Cristo jamais encorajou alguém a pecar. Suas palavras a uma mulher acusada de adultério, foram: “Vai-te, e não peques mais.”


A lei não tira nossa liberdade, como alguns parecem pensar. Um pai pediu ao seu pequeno filho que o ajudasse a plantar uma árvore. Na noite seguinte houve uma tempestade, e o garoto saiu  para ver a árvore. Ela havia tombado. “Papai”, chamou ele, a árvore está dormindo.


“Árvores não dormem”, respondeu o pai.


“Venha e veja”, disse o menino.


Vendo a árvore estendida no chão, o pai disse: “Nós a ajudaremos a acordar!” Ele colocou estacas ao redor da árvore, e a amarrou às estacas.


“Agora a árvore está aprisionada”, disse o menino. “Ela tem barras ao seu redor.”


“Não”, disse o pai, “agora a árvore está realmente livre. Está protegida das tempestades e livre para crescer, tornando-se uma árvore forte e saudável.”


Aqueles que compreendem mal a função da lei são semelhantes a uma senhora que estava assistindo a uma partida de tênis pela primeira. Foi ouvida observando: “Por que eles não tiram aquela rede? Ela está sempre atrapalhando!”


Se a lei não salva, por que precisamos dela? Tiago dá-nos a resposta a esta indagação:


“Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla num espelho o seu rosto natural; pois a si mesmo contempla e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera atentamente na perfeita lei da liberdade, e nela persevera, não sendo negligente, mas operoso praticante, este será bem-aventurado no que realizar.” (Tiago 1:23-25)


Você se olha no espelho. O espelho não limpa o seu rosto, não importa quão bom e caro seja o espelho. Tudo o que ele faz é lhe mostrar as manchas que precisam ser limpas. Quem faz a limpeza é o sabão e a água. A lei não remove o pecado. Simplesmente lhe mostra o pecado. É o sangue de Jesus que remove o pecado.


Não guardamos a lei para nos salvar. Nós a guardamos porque estamos salvos. Disse Jesus: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos. (João 14:15)  Disse também Ele: “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.” (1 João 2:4)


Mostramos amor por nossas ações mais do que por nossas palavras.


Um dia um apaixonado escreveu uma carta para sua namorada. Estava repleta de  palavras de amor. “Eu a amo tanto que estaria disposto a morrer por você, estaria disposto a sofrer por você, atravessaria nadando o oceano apenas para passar alguns minutos com você, enfrentaria o maior o perigo simplesmente para vê-la. ...” e assim ele prosseguia, página após página. Finalmente a carta terminou. Um P.S. foi acrescentado: “Visitá-la-ei amanhã, se não chover.”


Quantos cristãos são assim! Amam a Deus enquanto isso não significa mais do que palavras. Mas se isso significa obediência, é o fim do  amor deles.


Diz o livro de Apocalipse:


“Bem-aventurados aqueles que guardam os Seus mandamentos, para que possam ter direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.” (Apocalipse 22:14, KJV)


“O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.” (Provérbios 28:9)


Um dia um jovem foi a Jesus e fez-Lhe uma interessante pergunta. Ele perguntou:


“... Mestre, que farei eu de bom para alcançar a vida eterna? ... Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.” (Mateus 19:16, 17)


Quando o jovem rico perguntou a Jesus a que mandamentos ele estava se referindo, Jesus respondeu-lhe citando alguns dos Dez Mandamentos.


Muitos pregadores modernos afirmam que os Dez Mandamentos foram abolidos, e não têm parte na vida dos santos do Novo Testamento. Tais ensinos não faziam parte da fé de nossos pais. Os fundadores das principais religiões cristãs acreditavam na importância da guarda dos mandamentos.


Disse o grande pregador Moody:


“Ora os homens podem sofismar tanto quanto quiserem acerca de outras partes da Bíblia, porém jamais encontrei um homem honesto que achasse defeito nos Dez Mandamentos. Infiéis podem zombar do Legislador e rejeitar Aquele que nos livrou da maldição da lei, mas não podem deixar de admitir que os Dez Mandamentos são corretos. Renan disse que eles são para todas as nações, e permanecerão os mandamentos de Deus durante todos os séculos.” (D. L. Moody, On the Ten Commandments, pág. 11).


“Os mandamentos de Deus dados a Moisés no monte, em Horebe, são  tão obrigatórios hoje como têm sido desde o tempo em que foram proclamados aos ouvidos do povo. Os judeus diziam que a lei não fora dada na Palestina, que pertencia a Israel, mas no deserto, porque a lei era para todas as nações.” (Idem , pág. 15)


Os grandes líderes da nossa fé sempre compreenderam a verdade acerca dos Dez Mandamentos de Deus. Disse John Wesley, o grande líder metodista:


“A cédula que era contra nós nas suas ordenanças, o Senhor a removeu pregando-a na cruz. Mas os Dez Mandamentos, ele jamais removeu.” (Sermons on Several Occasions -  Sermon XXV)


Disse João Calvino, fundador do Presbiterianismo:


“Não poderíamos imaginar que a vinda de Cristo nos liberasse da autoridade da lei, pois ela é a eterna norma de uma vida santa, e deve ser precisamente tão eterna como a justiça do próprio Deus.” (Commentary on the Harmony of the Gospels, Volume I, pág. 277)


Diz o Manual Batista:


“Cremos que a lei moral de Deus é a eterna norma de Seu governo moral.”


Dou graças a Deus porque Ele não muda. Diz Salmo 89:34: “Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram.”


Jesus Cristo é o mesmo “ontem, hoje e para sempre”. Sua salvação não muda. Você pode entregar confiantemente sua vida a Ele e Ele cuidará de você. Então você vai Lhe obedecer, não porque é obrigado a fazê-lo, mas porque deseja fazer isso.


Uma das muitas histórias que nos vêm dos tenebrosos dias da escravidão nos Estados Unidos, fala de um escravo que foi posto em leilão. Um cavalheiro estava fazendo oferta por ele. O escravo tinha sido maltratado duramente por muitos anos. Estava amargurado e cansado. Voltou-se para o arrematador e disse: “Não me interessa o quanto você vai pagar por mim; não trabalharei para você.”


O cavalheiro continuou fazendo lances, e finalmente comprou o escravo. O velho escravo o amaldiçoou e cuspiu-lhe no rosto. O novo proprietário conduziu o escravo estrada baixo, então parou, retirou as correntes que o prendiam e entregou-lhe uma carta de alforria. “Você pode ir. Está livre. Eu o comprei para libertá-lo”, disse ele. Então o cavalheiro se afastou descendo a estrada e deixando um escravo boquiaberto.


Depois de refletir por alguns minutos o escravo correu atrás do cavalheiro, dizendo: “Você me comprou para me dar a liberdade? Eu o amo por isto e quero servi-lo. Eu o servirei para sempre.” O que fez a diferença?


Quero servir e obedecer ao meu Salvador, não porque seja forçado a fazê-lo, não para ganhar a salvação, mas porque O amo. Este é o motivo para a verdadeira obediência aos Seus mandamentos. Que Deus abençoe a cada um de nós em nossa lealdade a Ele. É uma bendita experiência servi-Lo movido pelo amor do nosso coração. As palavras deste cântico são o testemunho de cristãos que, com o Salmista, podem dizer: “Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro em meu coração está a tua lei.” (Salmo 40:8)



Desde que parti para o reino,

Desde que Ele controla minha vida,

Desde que entreguei o coração a Jesus,

Quanto mais O sirvo

Mais suave Se torna Ele.


Cada necessidade ele está suprindo,

Abundante graça ele concede,

Cada dia meu caminho se torna mais brilhante,

Quanto mais O sirvo

Mais suave Se torna Ele.


Quanto mais O sirvo

Mais suave Se torna Ele,

Quanto mais O amo

Mais amor Ele concede,

Cada dia é como o Céu

Meu coração transborda!

Quanto mais O sirvo

Mais suave Se torna Ele



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