Logo após a morte de um bem-conhecido médico, sua viúva, examinando seus livros, descobriu que milhares de dólares eram devidos a ele. Ela visitou o seu advogado para ver se ele poderia ajudá-la na cobrança dessas contas que não haviam sido pagas. Depois de examinar as contas, o advogado avisou-a que não poderia cobrar uma só delas. “Essas pessoas não deviam dinheiro ao meu esposo?”, perguntou ela.
“Sim”, respondeu o advogado.
“E elas pagaram?” foi sua outra indagação. Ante sua resposta negativa, ela disse: “Então por que o senhor não força essas pessoas a pagarem agora?” O advogado mostrou-lhe que em cada uma daquelas contas estava escrito com tinta vermelha: “Perdoado. Pobre demais para pagar.” Ela não podia cobrar nada dessas pessoas porque seu esposo tinha escrito com tinta vermelha as palavras que cancelavam a dívida.
Com a tinta vermelha de Seu próprio sangue, Jesus cancelou a dívida de cada pecador arrependido. Ele está sempre disposto a perdoar. Diz Ele:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9)
Ele está disposto não apenas a perdoar nossos pecados, mas também a esquecê-los. Ouvi um homem dizendo, enquanto estava falando de uma pessoa que ele achava que o havia ofendido: “Desta vez vou perdoá-lo. Mas nunca me esquecerei do que ele me disse.” Estou contente porque Deus não nos trata desta maneira. Ele está disposto a perdoar e a esquecer. A Bíblia diz que Ele lança nossos pecados nas profundezas do mar. Escutem:
“Tornará a ter compaixão de nós, pisará aos pés as nossas iniqüidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.” (Miquéias 7:19)
Um certo cavalheiro estava muito entusiasmado com a sua religião. Para constrangimento da sua família, ele gritava: “Aleluia, louvai ao Senhor”, nas ocasiões mais inesperadas. Fazia isto em um serviço religioso, e todos olhavam para ele. Gritava quando estava lendo a Bíblia em casa. Um dia ele estava assentado com seu filho, em um ônibus, e enquanto lia a Bíblia, ele gritou: “Aleluia, louvai ao Senhor.” O filho ficou ruborizado quando todos se voltaram, olhando para eles. Num outro dia, estavam andando por uma calçada apinhada, quando viram a uma livraria religiosa. Havia uma Bíblia aberta na vitrina. O pai não pôde conter o seu entusiasmo e gritou: “Aleluia, louvai ao Senhor.” Enquanto sua voz ecoava do outro lado da rua, o filho desejava encontrar um lugar para se esconder. Disse ele: “Papai, estou envergonhado de ir a qualquer lugar com você.”
Um dia o filho tinha uma consulta com um médico, e o pai insistiu em ir com ele. Antes de sair de casa o filho certificou-se de que o pai não levava a Bíblia com ele. Quando chegaram ao consultório, ele verificou se não havia nenhuma literatura religiosa ao seu alcance. Antes de ver o médico, entregou ao pai um livro de geografia, e disse: “Leia isto enquanto espera por mim.” Ele sentiu-se muito seguro. Certamente não poderia haver nada naquele livro que fizesse seu pai gritar.
Mal o doutor havia começado a examiná-lo, quando lá fora, da sala de espera, ele ouviu seu pai gritando: “Aleluia, louvai ao Senhor.” Ele saiu correndo para ver o que havia produzido tal explosão emocional. Seu pai ainda estava lendo o livro que ele lhe havia dado.
“O que você achou neste livro que o fez gritar?”, perguntou o filho.
“Oh!” respondeu o pai.” Estou lendo acerca de um lugar perto das Ilhas Filipinas, um lugar chamado as profundezas de Emden, onde há uns dez quilômetros de profundidade. Segundo a Bíblia, meus pecados estão dez quilômetros debaixo d'água. Nem os mais peritos mergulhadores poderiam trazê-los de volta. “Aleluia, louvai ao Senhor.”
Certamente este é um bom motivo para gritar! Temos um Deus perdoador. O perdão dos pecados é um dos mais deliciosos assuntos da Bíblia. Gosto muito da maneira como Corrie Ten Boom expressa este assunto. Diz ela: “Deus tem lançado nossos pecados nas profundezas do mar, e colocou um letreiro na praia, dizendo: ‘Nenhuma pesca é permitida.’”
A Bíblia, porém, fala acerca de um pecado que Deus não perdoa. Jesus nos fala sobre ele nos Evangelhos de Mateus e Marcos. Eis o que Ele disse:
“Por isso vos declaro: Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á isso perdoado, mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir.” (Mateus 12:31, 32)
“Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados, e as blasfêmias que proferirem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno.” (Marcos 3:28, 29)
Destes versos vemos que a blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado que nunca pode ser perdoado. Todos nós deveríamos estar interessados em saber que pecado é este, e como pode ser evitado. Tem alguém que já leu estas palavras cometido alguma vez este pecado? Quando concluirmos este estudo você pode saber ao certo.
Antes de podermos compreender o que é o pecado contra o Espírito Santo devemos saber quem é o Espírito Santo. Note que eu não disse “O que”, eu disse “Quem”. A Bíblia nos diz claramente que o Espírito Santo é uma pessoa. À semelhança do Pai e do Filho, Ele tem um nome.
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” (Mateus 28:19)
Aqui temos a Trindade identificada. Alguém me disse que não existe nenhuma Trindade porque a palavra “Trindade” não está na Bíblia. É verdade que a palavra não está na Bíblia, mas a verdade sobre a Trindade é evidente nas Escrituras. Não podemos entender completamente a Trindade. Se pudéssemos entender completamente a Deus, Ele seria como nós. Ele está além da nossa compreensão. A Trindade tem sido um mistério através da Era Cristã. Os cristãos têm sido acusados de adorar três deuses em vez de um. Outros têm acusado os cristãos de adorar algum tipo de monstro de três cabeças. Não há necessidade de se chegar a tão grotesca conclusão.
Quando a Bíblia fala acerca de Deus, notamos que ela usa um nome coletivo. Deus é referido como plural.
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” (Gênesis 1:26)
Há três pessoas, mas um só Deus. Mesmo se há três pessoas em uma família, há uma única família, não três. Uma escola pode ter 200 alunos e ainda ser uma única escola. Um exército de 100.000 soldados é ainda um único exército. Há apenas um só Deus mesmo que haja três pessoas.
Todas as três Pessoas da Trindade tiveram uma parte na obra da Criação. Há muitos textos bíblicos que falam acerca de Cristo como nosso Criador. O Espírito Santo também desempenhou uma parte importante na criação do mundo.
“No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.” (Gênesis 1:1,2)
A Epístola de Pedro nos fala sobre os tempos do Antigo Testamento. “Homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo.” (2 Pedro 1:21) O Espírito Santo não é uma novidade do Novo Testamento. Mas Sua obra assume uma nova dimensão no Novo Testamento. O Espírito Santo estava presente no batismo de Jesus. Quando Jesus deixou este mundo, prometeu o Espírito Santo como um dom especial à Igreja Cristã.
Um estudo da descrição que a Bíblia faz do trabalho do Espírito Santo esclarece muitas informações erradas concernentes ao Consolador, a quem Jesus enviou.
“Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” (João 14:26)
O Espírito Santo é um Professor. Esta é uma das Suas principais funções em nossos dias. Está aqui uma outra obra do Espírito Santo sobre a qual Jesus nos falou.
“Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.” (João 16:8-11)
Uma das grandes obras do Espírito é reprovar e convencer o mundo do pecado. É aquela voz suave que nos fala, dizendo: “Não faça isto, está errado.” ou “Isto é o que você deveria estar fazendo.”
“... os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele.” (Isaías 30:21)
Você ouve essa voz suave? Alguns parecem imaginar que é necessário um barulho ruidoso a fim de que o Espírito Santo fale. Elias estava querendo escutar a voz de Deus, e esperava ouvi-la em tons elevados e tumultuosos.
“Disse-lhe Deus: Sai, e põe-te neste monte perante o SENHOR. Eis que passava o SENHOR; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante dele, porém o SENHOR não estava no vento; depois do vento um terremoto, mas o SENHOR não estava no terremoto; depois do terremoto um fogo, mas o SENHOR não estava no fogo; e depois do fogo um cicio tranqüilo e suave.” (1 Reis 19:11, 12)
A voz de Deus não foi ouvida no grande e forte vento, nem foi encontrada no terremoto e no fogo. Ela foi ouvida na voz tranqüila e suave.
O Espírito guiou os profetas da Antigüidade para escreverem a Bíblia. Alguns têm a idéia equivocada de que se têm o Espírito Santo não precisam estudar a Bíblia ou obedecer aos mandamentos. Se o Espírito Santo nos deu a Bíblia, certamente é a Sua vontade que estudemos esta Palavra. E Sua promessa é que quando estudamos sua Palavra ele nos guiará em toda a verdade.
“Quando vier, porém, o Espírito de verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas que hão de vir.” (João 16:13)
O Espírito Santo nos mostra que somos pecadores. Convence-nos do nosso pecado, então nos mostra o que é correto e revela-nos o amor de Deus.
“Ora, a esperança não confunde, porquanto o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.” (Romanos 5:5)
O sublime amor de Deus foi expresso no sacrifício do Seu filho unigênito que morreu por nós. O Espírito Santo não glorifica a Si mesmo. Alguns buscam o dom especial do Espírito para que possam glorificar-se a si mesmos. Mas Jesus diz do Espírito Santo:
“Ele me glorificará porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.” (João 16:14)
A quem é prometido o Espírito Santo?
“Ora, nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que lhe obedecem.” (Atos 5:32)
O Espírito Santo é dado àqueles que Lhe obedecem. Quando Jesus prometeu a vinda do Consolador, era uma promessa condicional.
“Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco.” (João 14:15, 16)
O Espírito Santo trabalha pacientemente, pleiteando com você para fazer o que é correto, e voltar-se a Deus antes que seja tarde demais. É de surpreender quão longamente Deus trabalha com os homens. A Bíblia indica claramente que o Espírito é uma pessoa, não apenas um poder. Uma prova disto é que a Bíblia nos diz que o Espírito tem emoções. Ele pode ser ofendido:
“E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.” (Efésios 4:30)
Não só podemos entristecer o Espírito, mas há muitos hoje que resistem aos apelos do Espírito Santo. No último sermão que pregou, pouco antes de ser morto, Estêvão disse aos líderes judeus de seus dias:
“Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis.” (Atos 6:51)
Quantos estão hoje fazendo o mesmo? Aprendem a verdade da Bíblia, mas não a seguem. Resistem ao Espírito Santo. Entristecem o Espírito Santo. E a Bíblia nos diz que eles podem extinguir em sua vida a voz do Espírito Santo.
“Não apagueis (extingais) o Espírito.” (1 Tessalonicenses 5:19)
Qual é o significado da palavra extinguir? Quando eu extingo a sede, não mais sinto sede. Quando alguém extingue o Espírito, não sente mais a operação desse Espírito em sua vida. A vontade de fazer o que é certo é reprimida, esta chama do fogo celestial é extinguida, a inclinação para obedecer a Deus é sufocada. Antes do Dilúvio a humanidade tornou-se tão pervertida que ignorava completamente os apelos do Espírito Santo, e Deus lhes anunciou: “O meu Espírito não agirá para sempre no homem.” (Gênesis 6:3)
Quando desobedecemos à voz de Deus, nosso coração fica endurecido e insensível. Alguns parecem não ter absolutamente qualquer sentimento. Paulo fala de pessoas que “perderam o sentimento”.
“Obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza dos seus corações, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza.” (Efésios 4:18, 19)
Se cerrarmos os ouvidos, por muito tempo, aos apelos do Espírito Santo, nossos corações tornar-se-ão tão endurecidos que não poderemos mais ouvir tais apelos. Isto nos leva à condição que acabamos de ler em Efésios 4.
Na primeira vez que o seu despertador toca, você quase pula da cama apesar dela ser tão confortável. Mas se você usar esse mesmo despertador, cada manhã, pode ficar tão acostumado com o seu toque que dificilmente o vai notar. Conheço uma pessoa que perdeu um emprego por este motivo. Toda manhã depois de soar o despertador ele se virava para dormir mais um pouco. Então, numa manhã, ele teve um brusco despertar. Acordou apenas para descobrir que era tarde demais para chegar ao trabalho a tempo. Por que o despertador não tinha feito o seu trabalho? Examinando o despertador ele descobriu que a mola que ativava o alarme estava completamente gasta. O alarme tinha soado, mas ele continuara dormindo. Havia se acostumado ao seu som.
Quando eu morava na Nova Inglaterra, lecionava em uma escola secundária em Providence, Rhode Island. Uma das minhas alunas morava em Cape Cod. Sempre pensava que seria maravilhoso apreciar as famosas praias de Cape Cod. Um dia, Sally me disse: “Professor, adivinhe! Meus pais têm uma cabana em Cape Cod. Na próxima semana há um fim-de-semana prolongado e a cabana estará vazia. O senhor e sua esposa não gostariam de passar um fim-de-semana lá?”
Não tive qualquer problema em aceitar o convite. Na sexta-feira, depois das aulas, levamos Sally à casa de seus pais, onde passaríamos a noite antes de irmos para a cabana na praia. Eles nos deram o quarto de Sally para nele dormirmos. Era um quarto confortável, e logo caímos no sono.
No meio da noite ouvimos um estrondo que foi ficando cada vez mais forte. A janela começou a chocalhar e todo o quarto começou a tremer. Ficamos alarmados, pensando que era um terremoto. O que mais poderia fazer a casa tremer tão violentamente? Poderia ser uma explosão nuclear em alguma cidade vizinha? Correndo para a janela, descobri a causa do distúrbio. A casa deles ficava muito perto de uma estrada de ferro. Um gigantesco trem de carga estava passando. Três vezes naquela noite os trens passaram, limitando nosso sono em apenas algumas breves horas.
Despertando na manhã seguinte, desci a escada que dava para a cozinha. Ali estava a mãe de Sally, preparando o desjejum.
“Bom dia!”, disse ela, “você dormiu bem?” Como eu poderia eu responder a essa pergunta? Ela era uma anfitriã tão simpática, e eu não estaria sendo educado se lhe dissesse que não tinha dormido bem no quarto que ela tão cortesmente havia providenciado para nós. Mas eu havia sido ensinado a não mentir.
“É um quarto tão lindo! O travesseiro era tão macio, a cama tão confortável, a temperatura estava simplesmente perfeita”, eu respondi.
“Mas você dormiu bem?” ela insistiu. Tive de admitir que os trens tinham interferido um pouco em nosso sono. Sua reação foi: “Trens? Passaram trens por nossa casa esta noite? Não os ouvi.” Maravilhei-me de que alguém pudesse dormir com todo o pandemônio causado por aqueles trens.
Dirigindo-me à sala de estar, o pai de Sally ergueu os olhos da revista que estava lendo, e disse: - Bem, bom dia. Como dormiu esta noite? Quando lhe falei dos trens ele também disse que não os ouvira.
Então encontrei-me com Sally, que disse: “Bom dia, professor, como o senhor dormiu?”
“Como pode alguém dormir com aqueles trens ribombando pela casa?”, retorqui com simulada repulsa. Mas também Sally não tinha ouvido os trens. A família estava morando na casa ao lado da ferrovia por tanto tempo que havia se esquecido do som dos trens que passavam.
Alguns se acostumaram tanto a ouvir e ignorar os rogos do Espírito Santo que não têm mais consciência deles. Perderam o sentimento e a capacidade de ouvir. Paulo fala de pessoas cuja consciência está empedernida, ou, como ele se expressa: “... e que têm cauterizada a própria consciência.” (1 Timóteo 4:2)
A consciência é um instrumento delicado, e como todos os instrumentos delicados, ela precisa de cuidado. Quando eu morava no Brasil, comprei um velho jipe do exército. Era um veículo resistente. Tinha experimentado outros meios de transporte mas eles não duravam nas estradas escabrosas em que eu tinha de viajar. Aquele jipe do exército parecia quase indestrutível. Eu não podia desgastá-lo. Era tão duro viajar nele que ele quase me desgastou.
Um dia um amigo pediu o jipe emprestado e eu me esqueci de dizer-lhe que o radiador estava vazando. Ele o dirigiu durante horas no calor tropical, e o medidor de temperatura estava registrando a temperatura máxima. Logo começou a sair fumaça do motor, e ele resolveu despejar água fria dentro do radiador. A cabeça do cilindro partiu. Comprei de um guincho uma nova cabeça de cilindro, e logo o jipe estava tão bom quanto antes. Mas o medidor de temperatura nunca mais voltou a funcionar devidamente. Tinha sido forçado.
Se não dermos ouvidos à nossa consciência ela também deixará de funcionar devidamente. Se não dermos ouvidos à voz do Espírito Santo, virá o dia em que não mais a ouviremos. Esta é a maneira como podemos cometer o pecado imperdoável. Creio que no Salmo 19 o Salmista está falando sobre este pecado:
“Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me dos que me são ocultos. Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então serei irrepreensível, e ficarei livre de grande transgressão.” (Salmo 19:12, 13)
Podemos facilmente compreender os erros dos outros, mas é muito mais difícil compreender os nossos próprios erros. Davi diz que os pecados da presunção constituem a mais perigosa espécie de pecado. Presumimos da misericórdia de Deus. Ele nos diz o que é certo e o que é errado, mas dizemos: “Isto realmente não importa. Deus não é tão minucioso. Ele me perdoará.” Isto é ser presunçoso, e nos põe em perigo de cometer o que o Salmista chama de “a grande transgressão”.
Tem você cometido o pecado imperdoável? Como podemos saber que não fomos além do chamado da misericórdia de Deus? Se você ainda tem o desejo de ser salvo, pode ter a certeza de que o Espírito está trabalhando em seu coração. A pessoa que cometeu o pecado imperdoável não sente mais desejo de tornar-se um cristão, visto que este desejo é instilado em nosso coração somente pelo Espírito Santo. O Espírito está atuando agora mesmo. Ele está falando aos corações. Se você pode sentir aquele puxão interior, dê graças a Deus, porque o Espírito está trabalhando em seu coração.
Quando a nação israelita insistiu em desconsiderar a advertência de Deus a eles, o Espírito de Deus os abandonou, e a presença divina não mais se manifestava em seu templo. Jesus lhes disse: “Eis que a vossa casa vos ficará deserta.” (Mateus 23:38) Aquele templo ficou ali por 40 anos, mas o Espírito de Deus não estava mais nele. Era apenas uma forma inútil de adoração. Disse Jesus, quando chorou sobre Jerusalém:
“... Se conheceras por ti mesmo ainda hoje o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos.” (Lucas 19:42)
Eles tiveram sua oportunidade, mas a rejeitaram. Agora estavam espiritualmente cegos e a verdade estava oculta de seus olhos. Isto pode acontecer com qualquer um que rejeita a verdade. Virá o tempo em que a pessoa que rejeita a verdade estará cega para o que outrora lhe era tão claro. Quão importante é aceitar a verdade enquanto você pode ver e compreendê-la! Um dia será para sempre tarde demais.
Quando George Frederick Pentecost escalou sozinho o pico Pikes, ele se perdeu em uma ofuscante nevasca ao cair da noite. Encontrou abrigo debaixo de uma rocha muito saliente, e tateou na escuridão até que com muito esforço conseguiu juntar alguns galhos e capim. Tinha de fazer uma fogueira ou morreria.
Apalpando nos bolsos à procura de um fósforo, descobriu que só havia um . Ele tremeu ao pensar que sua vida dependia daquele único fósforo. Ele acenderia? Quando estava pronto para riscá-lo sentiu que havia chegado ao momento mais crítico da sua vida. Usou a capa e o chapéu para protegê-lo das rajadas do vento. Finalmente riscou o fósforo! Ele acendeu! Estava salvo. Tinha havido apenas um fósforo entre ele e a morte.
Pode haver alguém que tenha apenas mais uma decisão entre si e a morte eterna. Só mais um “não” ao apelo do Espírito Santo poderia ser fatal.
O famoso pregador Dwight L. Moody estava realizando uma série de conferências em Chicago. Uma noite ele notou que um jovem estava sob profunda convicção. O Espírito Santo estava trabalhando no coração desse jovem. O senhor Moody pediu-lhe que aceitasse a Jesus, mas ele respondeu: “Dê-me um pouco mais de tempo. Eu O aceitarei, mas não agora. Preciso cuidar de alguns negócios. Quando eu estiver pronto lhe chamarei.”
Semanas e meses se passaram, mas não houve nenhum chamado do jovem. Então o pregador recebeu a notícia de que ele estava gravemente enfermo em um hospital próximo. O senhor Moody foi visitá-lo, e pleiteou com ele para que entregasse sua vida a Cristo. “Sim, senhor Moody, eu vou fazer exatamente isto. Mas esta não é a hora de tomar uma decisão. Se eu me decidir agora, as pessoas dirão que eu entreguei o coração a Deus simplesmente porque temia a morte. Se o senhor orar por mim e Deus me curar, logo que eu estiver recuperado, darei o meu coração a Deus.”
O senhor Moody orou por ele e a sua saúde foi restaurada. Mas quando o evangelista foi visitá-lo, ele disse: “Sim, realmente quero colocar minha vida em dia, mas agora estou muito ocupado. Vou para Benton Harbor, em Michigan, para começar um pomar de pessegueiros. Quando estiver completamente organizado e produzindo, darei a minha vida a Deus."
Por algum tempo não se ouviu do jovem. Então chegou a notícia ao senhor Moody de que o jovem estava muito doente. O pregador fez uma viagem de barco atravessando o Lago Michigan, e chegou a Benton Harbor perto da meia-noite. Viu uma luz na casa que ia visitar, e quando entrou viu um médico e enfermeiras curvadas sobre o homem moribundo. O pregador ficou ao lado dele e orou por ele. Fez um apelo para que entregasse sua vida a Cristo.
“É tarde demais”, sussurrou o jovem. “Tenho rejeitado uma oportunidade após a outra.” O senhor Moody lembrou-lhe do ladrão na cruz que foi salvo na hora undécima da sua vida. O homem respondeu: “É a duodécima hora para mim, e o relógio está soando. É tarde demais.”
Enquanto o pregador via sua vida declinando, ouviu-o em seu último alento sussurrar as palavras de Jeremias 8:20: “Passou a sega, findou o verão, e eu não estou salvo.” Três vezes ele murmurou estas palavras. Foram suas últimas palavras.
Não protele sua decisão! Se Deus está lhe chamando agora, aceite-O. É perigoso brincar com o Espírito Santo e arriscar a perda da vida eterna. Diz Jesus:
“Vinde, pois, e arrazoemos diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados são como a escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.” (Isaías 1:18)
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