por Alberto R. Timm
Embora injeções de sangue animal em seres humanos já houvessem sido feitas no século 17, a primeira transfusão de sangue humano em seres humanos foi realizada em 1818, pelo médico inglês James Blundell.
Tais experimentos foram, no entanto, de pouco êxito até a descoberta dos grupos sanguíneos, em 1900, pelo imunologista austríaco Karl Landsteiner. Como essas experiências começaram muitos séculos após o período bíblico, é óbvio que as Escrituras não tratam explicitamente do assunto.
O uso do sangue como alimento é proibido tanto no Antigo Testamento (Gênesis 9:4; Levítico 3:17; 7:27; 17:10-14; 19:26) como no Novo Testamento (Atos 15:20, 29; 21:25). Pesquisas científicas têm confirmado que o consumo oral de sangue não é conveniente pelo fato de ele ser indigesto, de fácil decomposição e um veículo não apenas de nutrientes mas também de impurezas prejudiciais ao aparelho digestivo.
Mas é interessante notarmos que o sangue de animais era vertido durante o Antigo Testamento como um símbolo do sangue de Cristo a ser derramado sobre o Calvário pela salvação da raça humana (ver Hebreus 9:11-28; I João 1:7).
Uma vez que apenas o uso do sangue como alimento é proibido nas Escrituras, e que o sangue era vertido vicariamente pela salvação espiritual dos pecadores, por que razão não poderíamos realizar transfusões de sangue para a salvação física das pessoas?
Sendo que nenhuma proibição é encontrada nas Escrituras à transfusão venal de sangue, cremos que esta pode e deve ser ministrada sempre que o propósito seja salvar vidas.
A recusa de ministrá-la a alguém que a necessite é uma transgressão direta tanto (1) do princípio de preservação da vida, enunciado através do mandamento “Não matarás” (Êxodo 20:13), como (2) do amor cristão, expresso na declaração de Cristo: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (João 15:13).
Fonte: Sinais dos Tempos, agosto de 1997. p. 27 (usado com permissão)
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