por Alberto R. Timm
Fundamental para entendermos o problema do pecado é a distinção entre pecado (condição) e pecados (atos pecaminosos). O pecado é uma condição humana de alienação de Deus e um princípio interior propulsor para o mal (ver Isaías 59:2; Efésios 2:1-3 e 5).
Esse princípio se manifesta exteriormente através de atos pecaminosos. Cristo declara que “de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura” (Marcos 7:21 e 22).
Embora a essência de todos os pecados seja sempre a mesma (alienação de Deus), existem algumas realidades que nos impedem de aceitar a teoria de que todos os pecados são iguais aos olhos de Deus.
Uma delas é o processo pelo qual a tentação se transforma em pecado. Esse processo este geralmente composto pelos seguintes estágios: atenção, consideração, desejo, decisão, planejamento e ação (Edward W. H. Vick, Let Me Assure You [Mountain View, CA: Pacific Press, 1968], pp. 88-90).
Uma vez que o grau de envolvimento nesse processo pode variar de intensidade, não cremos que o pecado de alguém que teve apenas um desejo pecaminoso momentâneo, mas logo o venceu, seja tão ofensivo a Deus como o pecado premeditado de Davi com Bate-Seba (ver II Samuel 11).
Que Deus não considera todos os pecados generalizadamente iguais é evidente também no fato de o próprio Deus haver prescrito diferentes sacrifícios no Antigo Testamento para a expiação dos diferentes pecados (ver Levítico 1 a 7). Além disso, se todos os pecados fossem iguais, como querem alguns, por que deveriam os ímpios ser punidos no juízo final, “segundo as suas obras” (Apocalipse 20:11-13)?
Por que alguns haveriam de ser castigados, naquele juízo, “com muitos açoites” e outros com “poucos açoites” (Lucas 12:47-48)? Não deveriam todos receber exatamente o mesmo castigo?
Mas a despeito dos pecados serem distintos entre si, todos eles refletem a mesma essência maligna da alienação de Deus. Isso significa que, por mais insignificante que determinado pecado possa parecer, ele é suficientemente ofensivo para excluir o pecador do reino de Deus.
Fonte: Sinais dos Tempos, setembro/outubro de 1999.
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