O AUTOR de O Sabatismo à Luz da Palavra de Deus é, seguramente, um homem mal informado. Dizem que o homem mal informado causa grande dano à coletividade, pela divulgação que faz das informações errôneas. De uma simples leitura da indigesto libelo, se infere que o autor
– desconhece a história denominacional adventista, principalmente nos seus primórdios, no período milerita, pois simplesmente reedita as mentiras de Canright; não buscou outra fonte mais idônea, e isso é grave.
– desconhece o crescimento vertiginoso dos ASD seus arrojados empreendimentos evangelísticos mundiais através de todos os veículos de divulgação, pois não se peja de reeditar um capítulo chinfrim sobre o trabalho adventista, averbando-o de falho, sem influência benéfica, citando uma falsa estatística de – pasmem os leitores!!! – 1914, e ainda tomando como base o ano de 1912! E como se serve de dados de segunda ou terceira mão, não se peja ainda de concluir: "Quanta à exatidão destes dados, dependo dos que os transmitiram." Ora, isto desmoraliza ainda mais o livro! Por que não cita estatística recente? E exata? Par quê?
– estriba-se nas assertivas de Canright sobre escritos da Sra. White, usando citações fora da contextuação, com o deliberado intuito de forçar um sentido tendencioso, como provaremos sobejamente, e cita até textos inexistentes
– os duvidosos pais da Igreja são exaustivamente apresentadas como fonte de doutrina a respeito do dia de guarda, em textos indignos de confiança.
– ignora fundamentalmente a doutrina adventista da salvação, pois afirma que pregamos a salvação por merecimento ou por obras da lei, ficando desde já reptado a provar que este é nosso ensino, nossa pregação ou nossa prática.
– sofisma muito em torno de textos bíblicas que falam da lei, no intuito deliberado de excluir o Decálogo, a qualquer custo, do sentido dos textos, ou quando o admite, terá que ser necessariamente de cambulhada com leis civis, cerimoniais, etc.
– exclui a ressurreição do nosso ensino sobre o aniquilamento.
Vamos aqui fixar três princípios basilares da crença adventista que, a nosso ver, foram deturpados para servirem de falsos pilares em torno dos quais gravita toda a falsa dialética do autor. São eles:
1. Fica reafirmado: jamais ensinamos que exclusivamente os Dez Mandamentos constituem a lei moral, e tudo o mais na Bíblia é cerimonial.
Esta é a falsa premissa na qual se embasa toda a "argumentação" do nossa acusador. Ensinamos que a lei moral se esparrama por toda a Bíblia, mas Deus houve por bem resumi-la, compendiá-la, consubstanciá-la nas "dez palavras" de Êxo. 20. Em outra parte da Bíblia, estes mandamentos se acham também resumidas em dois: "Amarás o Senhor teu Deus de todo a teu coração..." e "Amarás o teu próximo como a ti mesmo." S. Mat. 22:37-40. As Escrituras continuam dependendo dos mandamentos. E há ainda a maior síntese da lei, numa só palavra "amor". Rom. 13:10. Mas os resumos não anulam a extensão, antes a estabelecem.
2. Fica reafirmado: jamais pregamos a salvação por obras da lei, pois a observância dos mandamentos da lei de Deus é fruto da salvação obtida pela fé em Cristo Jesus, o caminho natural da santificação. Somos salvos pela fé mas julgados pelas obras, daí por que devemos observar os preceitos divinos pelo poder de Cristo.
3. Fica reafirmado: jamais ensinamos que tudo se acaba na morte, favorecendo o epicurismo do "comamos e bebamos que amanhã morreremos" e muito menos que a destruição dos ímpios é momentânea. Ao contrário, pregamos a hediondez da pecado, realçamos o juízo vindouro, mostramos aos homens que só há refúgio em Cristo. Anunciamos a terrível punição dos ímpios, e finalmente sua dolorosíssima e lenta destruição. Mas não sofrerão eternamente, porque a punição é proporcional à culpa, "a cada um segundo as suas obras."
Diremos ainda que todo sincero indagador da verdade tem que ser coerente.
A Bíblia não afirma explicitamente que Abraão guardou os dez mandamentos, mas isto não constitui prova que não os tenha guardado. A Bíblia não afirma explicitamente que Jesus tenha guardado os dez mandamentos. No entanto, o adversário admite às págs. 145 e 146: "Jesus certamente guardou a lei, não só a decálogo, mas também o resto." Ora, coerência deve aceitar ambos os fatos, o de Cristo e o de Abraão.
Em todo o livro, quando menciona textos que aludem a abolir, então fatalmente é o decálogo que está em jogo; quando surgem textos que falam da lei como em vigor, aí então "os adventistas precisam provar que se refere aos dez mandamentos" O decálogo precisa estar fora! A qualquer custo!
Este é o diapasão do livro. O leitor sincero que julgue.