ALBERTO SALAZAR e sua esposa e estão sentadas na sala de sua casa vendo televisão. De repente interrompe-se o programa no meio de um número musical. "Interrompemos nossa programação regular – anuncia alguém – para dar-lhes uma informação de última hora".
Alberto levantou os olhos do diário que está lendo e, por cima da moldura de seus espelhos fixa os olhos na televisão.
"Segundo notícias recebidas há apenas alguns momentos – continua o locutor – ocorreu um grande número de acidentes de trânsito, aparentemente inexplicáveis, na estrada interestadual n.º 85. A polícia está pedindo aos motoristas que tomem outra via até desimpedir a estrada. Continuaremos informando à medida que apareçam as notícia".
Alberto põe de lado o jornal. "Tudo isso parece estranho, não é mesmo?" – comenta, dirigindo-se à esposa. Mas ela não responde.
"Você não me ouviu, querida?" Ele olha então para a cadeira onde ela estava sentada há poucos momentos e vê que está vazia. "Maria, você está na cozinha?" Mas não recebe resposta.
Com visível preocupação Alberto começa a procurar a esposa por toda a casa, nos quartos, nos banheiros, nos armários, no sótão. Mas não encontram rastros dela.
Finalmente a procura na garagem. Observa que o carro está no lugar. A porta da garagem está fechada. Correm precipitadamente à porta da casa que está atrás e começa a chamar a esposa pelo nome, quando escuta a vizinha do lado que também chama a seu esposo.
Volta à sala, e vê que o assoalho da cadeira onde estava sentada esposa, a roupa que ela tirara da secadora e que dobrara a última vez que a viu. E esfrega os olhos como se quisesse limpá-los de algo que impede sua visão. Olha de novo e vê que umas toalhas dobradas na cadeira.
De novo são dadas notícias na televisão. Alberto escuta atentamente. Então observam um repórter de pé ao lado da estrada, com um microfone na mão, dizendo:
"Sou Miguel Garcia, seu repórter. Acabou de chegar à cena de um terrível choque ocorrido a uns 8 km da cidade, a estrada sua de Riveside.
Os sobreviventes do acidente que ocorreu entre um ônibus da linha Greyhound e um caminhão de carga, informa que o motorista e vários passageiros desapareceram subitamente no ar enquanto o ônibus viajava a mais de 80 quilômetros por hora.
De qualquer maneira – o locutor respira profundamente antes de continuar – os primeiros informes e indicam que o ônibus aparentemente cruzou no caminho do caminhão que vinha em direção contrária. A polícia diz que ainda não foi possível encontrar entre os corpos nem um que possa ser identificado como o motorista".
Alberto continua atento às notícias que vão se apresentando na televisão em rápida seqüência: "O co-piloto de um avião informa que o piloto, duas aeromoças mundo e grande parte dos passageiros desapareceram enquanto voavam a mais de 11.000 metros de altura.
Há carros viajando a toda velocidade e colidindo em todos os lugares na cidade sem que possam ser encontrados motoristas e passageiros. O trânsito está parado nas estradas interestaduais devido à obstrução dos carros acidentados.
As ambulâncias e outros veículos de emergência se vêem obrigados a transitar pelas margens das estradas e pelos campos laterais, para poder deslocar os enfermos e feridos aos hospitais.
Tampouco os trens podem continuar sua marcha pois os maquinistas também desapareceram. As linhas aéreas cancelaram os vôos porque grande parte do pessoal não se apresentou no trabalho. Tudo confusão. As igrejas, repletas, celebram cultos de emergência, cheias de um público atemorizado diante do desaparecimento de amigos e familiares".
Alberto chama apressadamente seu irmão que vive algumas quadras além dele e o desperta do sono. Quando este houve as notícias e acende a luz do quarto vê que sua própria esposa também desapareceu. A roupa dela ainda está na cadeira onde a deixou a noite anterior, e a fechadura da porta está trancada por dentro.
De repente a telefonista interrompe a conversação: "Sinto muito, mas tenho que interromper esta chamada. Devido ao excesso de chamadas somos obrigados a restringir o uso do telefone e limitá-lo a comunicações de emergência até que desapareça esta crise que estamos atravessando".
Alberto ouviu o som característico do receptor do telefone que é desligado e volta ao ouvir o tom de discar.
"Que está acontecendo?" – pergunta aos gritos, meneando a cabeça incredulamente. "Devo estar sonhando". Olha de novo à cadeira onde em sua esposa estivera sentada. Ainda está vazia.
Então vê a bíblia de sua esposa na mesa, ao lado da cadeira. Nota na extremidade do marca-páginas que se sobressai entre as páginas. Sem saber por quê, algo o leva a tomar a Bíblia. Abre do lugar onde está o marca-páginas, que é o capítulo 4 de 1 Tessalonicenses. No marca-páginas se lê o seguinte: "A quem possa interessar":
"A família que vive desta casa está esperando o iminente retorno do Senhor Jesus. Quando isto ocorrer – e sem dúvida ocorrerá, de dia, de noite, a qualquer hora – e for descoberto que milhões de pessoas desapareceram e esta casa seja achada vazia, saiba-se que ocorreu então o que o apóstolo São Paulo escreveu em 1 Tessalonicenses 4:14-17.
"Significa que Cristo trasladou deste mundo todos os salvos, entre os quais estão incluídos os membros dessa família. Por favor não nos busquem. Voltaremos dentro de sete anos, quando Cristo voltar com todos os santos para destruir o Anticristo, que se manifestará com milagres mentirosos".*
Agora Alberto compreende o que é que aconteceu, e chega à conclusão de que ele pertence ao grupo de pessoas que não estão preparadas para ir ao céu. Então começa a soluçar.
Se esse relato lhe parece incrível, saiba que há um grande nome número de denominações religiosas que crêem nisso firmemente. Esta crença está se difundindo atualmente através de inúmeros livros, revistas e folhetos.
Publicaram-se muitos livros sobre este assunto.
Aqui vão alguns exemplos: 666 – A Novel on the Tribulation Period (666 – Uma Novela acerca do Período de Tributação), por Salem Kirban (Tyndale House Publishers); Before the Last Battle of Armageddon (Antes da Última Batalha do Armagedom), por Arthur E. Bloomfield (Bethany Fellowship Association); Reentry (Reingresso), por John Wesley White (Zondervan Publishing House); First the Rapture (Primeiro o Arrebatamento), por J. F. Strimbeck; The Rapture Question (A Questão do Arrebatamento), por John F. Walvoord, presidente do seminário teológico de Dallas (Zondervan Publishers).
Vários pregadores populares de rádio e de televisão promovem o ensino de que os redimidos serão levados para o céu em um arrebatamento, enquanto os ímpios serão deixados nesta Terra.
Quando certa ocasião o autor deste livro fez uma entrevista com ministros de vinte igrejas diferentes, encontrou onze das vinte igrejas representadas que aceitam o ensino acerca do Arrebatamento. As diferenças de enfoque eram apenas de assuntos de menor importância.
A seguinte situação, tirada da edição para professores do manual de batismo das Assembléias de Deus, intitulado Nossa Fé e Nossos Membros, é muito significativa:
"Em dado momento, num dia e hora que nenhum de Seus discípulos conhece (S. Mateus 24:36, 42, 50), o Senhor aparecerá subitamente para juntar Seus servos e julgá-los de acordo com suas obras (S. Mateus 25:19; 2 Coríntios 5:10).
Mais tarde, depois que o Evangelho for universalmente pregado, e eles [os e ímpios] tiverem rejeitado, quando o mundo estiver vivendo em esquecimento da catástrofe que se aproxima, como nos dias de Noé (S. Mateus 24:37-39) e como nos dias da destruição de Sodoma (S. Lucas 17:28-29), o Filho do Homem aparecerá em toda Sua glória e poder para julgar e governar todas as nações do mundo (S. Mateus 25:31-46)". (pág.76)
"A vinda do Senhor ocorrerá em duas etapas: uma conhecida como o 'Arrebatamento', e a outra como a 'Revelação'.
"Cada uma delas é parte da segunda vinda" (Ibid., pág. 72). O livro continua dizendo que essas duas etapas da segunda vinda de Cristo diferem-se em sete características.
Arrebatamento
Cristo virá buscar seus santos,
arrebatar seus santos,
antes da tripulação,
não tocará a terra,
será o evento secreto,
em um momento de tranqüilidade
que pode ocorrer em qualquer instante.
Revelação
Cristo virá
à Terra
com Seus santos,
para castigar os maus,
depois da tripulação,
em um acontecimento que todos verão,
em uma hora de terror
que só pode ocorrer depois do Anticristo.
Agora vejamos o que ensinam os defensores do arrebatamento quanto ao que ocorrerá quando o santos foi secreta e calada mente "arrebatados" da terra:
1. Quando o Espírito Santo retirar sua influência, a natureza corrompida e pecaminosa do homem tomará controle do mundo e o lançará no caos.
2. Satanás, o Anticristo, estabelece um governo centralizado. Aumentarão as catástrofes naturais, as calamidades, a fome, como também as pragas com a proliferação das guerras e o derramamento de sangue, os quais durarão três anos e meio, e alguns dizem que até sete ou dez anos.
3. O Anticristo estabelece o pacto com Israel, o qual rompe durante a última metade de seu reinado.
4. Começa o "tempo da angústia de Jacó" que termina como a "segunda" vinda de Cristo. Eles chamam a esta vinda "a revelação" e afirmam que neste tempo será estabelecido o "reino milenar", de 1000 anos de paz, como Cristo na Terra e enquanto Satanás está preso.
* "O marca-páginas que mencionamos acima apareceu publicado faz muitos anos na revista de uma igreja que crê na teoria do Arrebatamento" Last Day Delusions (Enganos Acerca do Dia Final) (Southern Publishing Association, 1957), pp. 45, 46