Todos os que entram em contato com os russelitas percebem logo que procuram fundamentar suas asserções nas línguas originais da Bíblia, especialmente no grego. Serão eles bons conhecedores do original, ou simplesmente citam de outiva? Sabatini Lalli, em seu conhecido livro O Logos Eterno, página 17 diz com muita presteza:
"Digo falsos mestres e digo bem, porque eles alardeiam conhecimento que não possuem. Em suas discussões, freqüentemente citam palavras gregas e hebraicas e não se sentem acanhados em revelar a indisfarçável ignorância do vernáculo!
O Hebraico e o Grego são idiomas difíceis, cujo aprendizado consome anos de estudos penosos. Entretanto, de repente, como por um milagre, um recém-converso à heresia russelita toma a Bíblia editada em português e passa a corrigi-la".
Dentre os movimentos religiosos existentes no mundo nenhum cita mais e valoriza tanto a língua grega, chegando seus líderes à pretensão de serem os únicos conhecedores deste idioma.
O conhecimento do grego dos seguidores de Russell deve ser mais ou menos idêntico ao que o seu líder possuía. Certa feita Russell foi acusado de não possuir conhecimento humanístico, de grego e de teologia. Ele se defendeu da acusação afirmando entre outras coisas que conhecia o grego, querendo ainda processar o Pastor J.J. Ross que o havia acusado.
Walter R. Martin, no livro The Kingdom of the Cults, páginas 38 e 39 nos informa sobre esta polêmica, acrescentando o interrogatório público a que Russell se submeteu durante cinco horas perante o promotor Staunton.
Eis apenas um trecho do diálogo entre o promotor e Russell sobre seu conhecimento do grego:
Pergunta (Promotor Staunton) – Conhece o senhor o alfabeto grego?
Resposta (Russell) – Sim.
Pergunta (Staunton) – Pode o senhor me dizer os nomes destas letras que o senhor vê?
Resposta (Russell) – Algumas delas, posso cometer um erro em algumas.
Pergunta (Staunton) – Quer me dizer os nomes destas letras no alto da página, da página 447 que eu tenho aqui?
Resposta (Russell) – Bem, eu não sei se estou apto a fazê-lo.
Pergunta (Staunton) – Pode o senhor me dizer que letras são estas? Olhe bem e veja se as conhece.
Resposta (Russell) – Meu estado ... Ele foi interrompido neste ponto e não lhe permitiram explicar.
Pergunta (Staunton) – Está o senhor familiarizado com a língua grega?
Resposta (Russell) – Não.
Desconhecer o grego não é desdouro para ninguém, mas afirmar que tem conhecimento da língua e depois perante um tribunal ter de retratar-se é uma atitude indigna para um "Pastor" e líder religioso.
O estudo de algumas passagens citadas por eles nos levam à conclusão que torcem, truncam e deturpam os textos bíblicos para defenderem idéias errôneas, que jamais se encontram nas Escrituras.
Bruce M. Metzger na "Revista Teológica de Campinas", em dezembro de 1952, publicou excelente artigo com referência à variedade de erros crassos que as Testemunhas de Jeová ensinam. Esclarece-nos: "A segunda variedade de erros no ensino dos Rutherfordistas deriva-se não do fato de menoscabarem ou excluírem uma parte do ensino bíblico, mas antes do fato de darem ênfase unilateral a certas passagens interpretadas de maneira puramente literal, sem levar em conta o contexto ou a analogia da fé. Deste modo, tomando as Escrituras e relacionando porções que não devem ser relacionadas, é possível provar muitos absurdos pela Bíblia.
Por exemplo:
Em Mat. 27:5, lemos: "Judas retirou-se e foi-se enforcar"; em Luc. 10:37 se diz: "Vai e faze da mesma maneira"; em João 13:27, está registrado: "O que fazes faze-o depressa". Para ser específico, o extravagante ensino escatológico da seita é devido, em grande parte, a combinações impróprias de certas passagens bíblicas misturadas com muitas asserções gratuitas". Citação de Sabatini Lalli, em O Logos Eterno, página 53.
Este mesmo autor prossegue declarando no parágrafo seguinte: "Na sempre citada Tradução do Novo Mundo os 'Testemunhas de Jeová' adicionam aos textos palavras e idéias apócrifas, a fim de poderem sustentar, na Bíblia e com a Bíblia, suas heresias.
Pastor Christianini, pesquisador consciente e profundo estudou-lhes os negativismos, mostrando-nos a fragilidade de suas afirmações e a sua contumácia na distorção dos textos originais. Seus líderes vão além, pois têm a ousadia de afirmar que todas as traduções da Bíblia são viciosas, com exceção do Diaglótico Enfático. Tradução feita pela primeira vez, em 1864, por Benjamim Wilson, redator da revista "A Bandeira Evangélica e o Advogado Milenal". Tradução baseada no Novo Testamento grego de Griesbach. Embora esta tradução seja considerada como de grande autoridade pelo jeovistas, os entendidos no grego bíblico, nos problemas de tradução e em Crítica Textual nem sequer a citam. Outra tradução, não viciada, segundo eles, portanto digna de crédito é a "Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas", orientada segundo tudo indica pelo Diaglótico, os entendidos na arte de traduzir a classificam de preconcebida, tendenciosa, excêntrica, tendo como fim último, negar doutrinas fundamentais do cristianismo.
O Diaglótico Enfático e a Tradução do Novo Mundo, únicas traduções corretas para eles, não são reconhecidos pelos eruditos da Crítica Textual por atentarem contra regras fundamentais da Gramática Grega. Diante desta situação, em vez de reconhecerem a fragilidade de suas ponderações, simplesmente afirmam que isto acontece devido ao preconceito dos "religionistas".
Russell – o fundador da seita – "valendo-se da Bíblia par apoiar seus disparates mutila, a seu talante, textos e doutrinas do Sagrado Livro". A principal característica da heresia jeovista é a negação de doutrinas fundamentais ensinadas na Bíblia.
Notem a lista de suas doutrinas negativistas apresentadas no livro "Los Testigos de Jehova – Quiénes Son y lo que Creen de Wilton M. Nelson:
"Nego que a Bíblia seja a Regra Suficiente para a Fé e Prática; nego a Trindade; nego a Personalidade do Espírito Santo; nego a Divindade de Jesus Cristo; nego a Sua Verdadeira Encarnação; nego a Sua Obra Expiatória pelos pecados de todo o mundo; nego a Ressurreição do Seu corpo; nego a Sua Vinda visível e corpórea; nego o perigo de um Juízo depois da morte; nego o castigo eterno dos pecadores; nego que o cristão tenha deveres para com o governo civil; nego o seu direito de ser comerciante; nego o seu direito de pertencer a uma Igreja organizada". Apud, O Logos Eterno página 16.
A comprovação mais evidente da deletéria influência de seus ensinos negativistas se encontra num exemplo citado no livro Los Falsos Testigos de Jehová, página nove, de Fernandez Suarez, que reza assim:
"Em agosto de 1953 se suicidou, na Vila de Banes, Manuel Monteiro, deixando uma carta, onde expunha que se suicidava porque as Testemunhas de Jeová lhe haviam ensinado 'que todas as religiões são obra de Satanás'. Torna-se claro, se não há uma única religião verdadeira, a quem vai acudir o homem quando se vê angustiado com os problemas da consciência e do mundo em que vive? O ensino destrutivo das Testemunhas levaram Monteiro a esta triste declaração com que terminava sua carta: 'Morro na crença de que a religião não pode salvar-me'."
Em nossa primeira edição, em 1974, escrevíamos: Muitos outros textos gregos mencionados pelas Testemunhas de Jeová mereceriam um detido estudo de nossa parte. Talvez o façamos em outra oportunidade, porém os fundamentais são apresentados neste singelo trabalho, que esperamos possa ser de utilidade para os estudantes de Exegese Grega.
Cumprindo esta promessa, aqui está a segunda edição, refundida e ampliada em alguns capítulos e com o acréscimo de outros, tais como:
a) Síntese Histórica e Doutrinária das Testemunhas de Jeová;
b) Princípios e Normas de uma Interpretação Correta;
c) A Igualdade de Cristo com o Pai;
d) O significado da expressão "O Pai é maior do que Eu";
e) Uma tradução ampliada.
Nota da Terceira Edição
A boa acolhida dispensada a nossa segunda edição fez com que em 1980 já estivesse esgotada. Esta circunstância levou os dirigentes do Instituto Adventista de Ensino a me pedirem a preparação da terceira edição. Ela aqui se encontra com pequenas alterações em alguns capítulos e com acréscimos em outros, que julguei oportunos para uma compreensão mais abarcante dos princípios exegéticos e das doutrinas ensinadas e defendidas com tanto denodo pelas Testemunhas de Jeová.
ÍNDICE DE TEMAS - Pretensões Jeovistas