COMO cristãos temos certeza do retorno de nosso Senhor Jesus Cristo a este mundo. É algo que nos produz grande gozo. Os "talvez" e "porventura" dos homens não são suficientes para nós. Temos as "preciosas e grandíssimas promessas" nas próprias palavras de Cristo:
"E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também" (S. João 14:3).
Infelizmente, durante os três anos e meio que Cristo esteve na Terra, Seus seguidores incorreram do erro de crer que Ele expulsaria os opressores romanos mediante uma revolução para estabelecer um reino literal com Jerusalém como capital e Cristo como rei.
No início do ministério de Cristo João Batista disse: "Está próximo o reino dos céus". Posteriormente os discípulos discutir o entre si sobre qual seria o maior no reino. Quando Jesus desfilou pela cidade de Jerusalém cavalgando o jumentinho as multidões O acalmaram como seu Rei.
Durante o juízo ao qual Jesus foi submetido cedo na manhã de sexta-feira, Pilatos lhe perguntou: "És Tu o rei dos judeus?" Os principais e sacerdotes desafiaram o Salvador crucificados dizendo: "É Rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nEle" (S. Mat. 27:42).
E mesmo depois de sua ressurreição, quando Cristo se preparava para abandonar a terra pela última vez, os discípulos lhe perguntaram "Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? (Atos 1:6).
Vez após vez, desde a infância, aqueles israelitas leram e ouviram as profecias do Antigo Testamento acerca do Messias. Tinham ouvido que os reis da terra se inclinariam diante dEle e que todas as nações O serviriam. Os livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel contêm muitas profecias referentes ao reino de Deus, e os Salmos abundam em passagens que profetizava a vinda de um libertador para salvar a "Sião".
No entanto, Cristo tentou explicar repetidas vezes ao povo de seu tempo que seu reino "não é deste mundo" (S. João 18:36). Várias parábolas de Cristo explicavam a natureza de seu reino: a do semeador, da rede, da mostarda, dos talentos, os lavradores, das bodas e das 10 virgens.
Mas não foi senão depois de Sua ascensão ao céu que os discípulos compreenderam o que Cristo queria significar quando disse: "Os mansos herdarão a Terra". Queria dizer que seria criada uma nova Terra, e que esta Terra cheia de corrupção e de pecado não permaneceria por mais tempo (2 S. Ped. 3:7-10).
Talvez esta seria a razão pela qual, antes de separar-se de Seus discípulos pela última vez, Cristo explicou mais uma vez a natureza espiritual de Seu reino, dizendo que Ele não pensava em estabelecer um reino temporal durante sua vida na Terra. Então lhes disse que ficassem em Jerusalém até receberem o derramamento especial do poder pentecostal.
Enquanto estava com seus discípulos no cume do Monte das Oliveiras, perto de Betânia, Cristo e ergueu as mãos e os abençoou. Em seguida começou a acender lentamente para o céu.
Os atônitos discípulos quase não podiam crer o que viam enquanto seu Mestre subia mais e mais alto até que, finalmente, uma nuvem reluzente O escondeu de seus olhos. Eles forçaram a vista o quanto puderam para dar uma última olhada ao Salvador que acendia.
De repente escutar uma voz, junto a eles, que lhes dizia: "Varões galileus, por que estais olhando para as alturas?" Ao voltar-se viram dois anjos com vestes resplandecentes. Os visitantes celestiais lhes explicaram que Cristo voltaria "como O vistes subir" (Atos 1:11).
O Senhor tinha ido fisicamente e voltaria fisicamente. Partiu numa nuvem e voltará numa nuvem. Foi algo assim como seus anjos e lhes tivesse dito: "Vocês têm uma obra a fazer. Por que não começam a fazê-la? Não fiquem aqui esperando, mas voltem a Jerusalém e façam o que Cristo lhes ordenou". E os anjos partiram caladamente.
"Já agora a coroa da justiça me está guardada" – disse o apóstolo Paulo anos mais tarde – "a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda" (2 Tim. 4:8).
O apóstolo Paulo, o grande teólogo do Novo testamento, sempre entendeu o fato de que "o reino de Deus consiste não em palavra, mas em poder" (1 Coríntios 4:20). Entendeu que Cristo viera a este mundo para estabelecer um reino espiritual, não um reino físico.
Compreendeu também que o reino material ou físico das profecias do Antigo Testamento seria estabelecido depois da segunda vinda de Cristo, não com o Israel físico senão com o Israel e espiritual (1 Cor. 15:23-28; Rom. 2:28, 29; Gál. 3:29). Esta é razão pela qual Paulo vivia "aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tito 2:13).
O apóstolo Pedro advertiu os cristãos de seu tempo que viriam zombadores dizendo: "Onde está a promessa da sua vinda?" (2 S. Ped. 3:3, 4), mas que eles não deveriam preocupar-se com isto por que o dia certamente viria. "Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas" – disse ele – "mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade" (2 S. Ped. 1:16).
Ademais lhes disse: "Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo" (1 S. Ped. 1:13). "Alegrai-vos" – disse aos crentes primitivos – "para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando" (1 S. Ped. 4:13).
O apóstolo S. Tiago enunciou outra animadora promessa ao dizer: "Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima" (S. Tiago 5:7, 8).
Se foi S. Tiago o irmão de Jesus que escreveu esta carta, como muitos eruditos crêem, esta declaração cobra maior significado ao referir-se à necessidade de paciência enquanto se espera o retorno de Cristo. Isto nos recorda uma das revelações de S. Paulo: "Porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos" (Rom. 13:11).
O apóstolo João nos apresenta uma bela promessa em seus escritos: "E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras" (Apoc. 22:12).
Através de toda a bíblia encontramos referências à segunda vida de Cristo. Em Gênesis que Eva recebeu instruções acerca da "inimizade" que há algum dia eliminaria a serpente.
E em apocalipse lemos que Cristo disse: "Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa" (Apoc. 3:11). Deus nos adverte a não permitimos que o que nos pareça ser uma longa espera nos tire da mente o fato inquestionável de que Cristo um dia voltará.
De fato, as tradições acerca dos eventos futuros cobrem a quarta parte de nossa Bíblia a atual. As Escrituras mencionam a segunda vinda de Cristo de forma direta ou indireta em 1845 textos. O Novo Testamento contém 318 destes textos.
O retorno de Cristo é o tema central de e 17 livros do Antigo Testamento e de 1 epístola do Novo Testamento; e 7 de cada 10 capítulos da Bíblia fazem alguma referência deste evento, o que dá uma média de 1 de cada 25 versículos. O apóstolo Paulo menciona o batismo somente 13 vezes em todas as suas epístolas, mas se refere ao retorno de Jesus mais de 50 vezes. A palavra de Deus é muito clara sobre este assunto.
Destes três grandes acontecimentos profetizado isso na Bíblia: o primeiro advento do Messias, a vinda do Consolador e a segunda vinda de Cristo, este último é o mais destacado. A freqüência deste tema é devido, a sem dúvida, ao fato de que Deus o considera extremamente importante. Consideramos nós também igualmente importante?
O mundo esperou 4000 anos para a primeira vinda de Cristo. O Salvador viveu na terra somente 33 anos e então voltou para o céu. Mas prometeu que voltaria e nos pediu que esperássemos e vigiássemos. Infelizmente muitos perderam a esperança e não crêem mais no retorno de nosso Senhor.
De acordo com uma pesquisa realizada pela famosa firma Gallup, 42% dos interrogados não sabiam nem cria um na segunda vinda de Jesus.
Os primeiros cristãos creram mais além de toda dúvida que Cristo voltaria. Não ficaram contemplando uma abertura da terra chamada tumba, mas elevaram o olhar à abertura no céu, à glória de Jesus.
Desde os dias apostólicos até hoje os líderes religiosos mantiveram uma firme crença quanto ao retorno literal e material de Jesus. Todos os grandes credos da cristandade assim o proclamam: o chamado Credo dos Apóstolos (cerca 100 d. C.) reza assim: [Jesus] "Subiu aos céus de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos".
O Credo Niceno (cerca 380 d. C.) diz: "E virá outra vez, em glória, para julgar os vivos e os mortos, e Seu reino não terá fim".
O Credo de Atanásio (cerca 450 d. C.): "Subiu aos céus e Se sentou à direita do Deus Pai Todo-Poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos. Na Sua vinda todos os homens Se levantarão em seus corpos e prestarão contas de suas obras".
Os pregadores de todas as eras anunciaram o retorno de Cristo em inúmeros sermões. Martinho Lutero, o grande líder da Reforma Protestante, disse: "Sua última vinda será de tal maneira que todos O verão... Verão que Ele não é outro senão o Homem Cristo Jesus, de forma corpórea, como nasceu da virgem Maria, e voltou a esta Terra".
Dwight Moody disse certa ocasião: "No meu entender, esta bela doutrina do retorno de nosso Senhor a esta Terra é ensinada no Novo Testamento tão claramente como qualquer outra doutrina".
Mesmo em nossos dias encontramos líderes cristãos que pregam a verdade do retorno de Cristo. Billy Graham assim se expressa a respeito desta acontecimento: "Creio que nosso Senhor Jesus vai vir outra vez e nos salvará da exterminação nuclear.
Chegamos ao ponto em que só Ele pode fazer isso ... Provavelmente não há outro tema evangélico à parte do [tema]: 'importa-vos nascer de novo' que seja mais importante que este, e por tal motivo eu sempre prego sobre alguma fase do segundo advento praticamente em todas as cruzadas".
Sim, Cristo vem. Será um evento glorioso. Embora seja possível que nossos relógios não estejam de acordo quanto ao tempo quando nosso Senhor virá, a maioria dos cristãos concordam em que o fato há de ocorrer. Não podemos saber a hora, mas sim sabemos e conhecemos os fatos que ocorrerão antes. Não sabemos o dia mas sim sabemos a maneira como voltará.