28 A CARGA INCÔMODA

Radiografia Jeovismo temas



O trêfego C. T. Russell escreveu seis volumes doutrinários denominados Studies in the Scriptures [Estudos nas Escrituras], que deviam ser considerados como oráculo divino. Que o autor arrogantemente colocou sua produção humana acima da Bíblia é um fato que os atuais seguidores da seita procuram negar categoricamente. 


No entanto aqui está a prova irrefragável: um artigo da autoria do próprio Russell publicado em The Watchtower [A Torre de Vigia] de 15 de setembro de 1910, à p. 208, do qual destacamos e reproduzimos o seguinte tópico: 


"Se os seis volumes de Studies in the Scriptures constituem praticamente a Bíblia arranjada em tópicos comprovados com textos bíblicas, poderíamos com propriedade denominar os volumes "A Bíblia Numa Forma Lógica". Ou seja, não são comentários da Bíblia, mas são praticamente a própria Bíblia. Além disso, vimos não só que as pessoas não podem compreender o plano de Deus estudando a Bíblia de ver si, mas também que se alguém deixar de lado o Studies in the Scriptures mesmo depois de os ter usado, depois de ter-se familiarizado com eles, depois de os ter lido por dez anos – se essa pessoa os deixa de lado ou os passa por alto, e vai à Bíblia somente, embora a tenha entendido por dez anos, a nossa experiência mostra que dentro de dois anos ele cai em trevas. Por outro lado, se ele apenas leu o Studies in the Scriptures e suas referências, e não tenha lido sequer uma página da Bíblia, ELE ESTARÁ NA LUZ no fim de dois anos, Porque terá a luz das Escrituras". (Grifos e versais acrescentados para darem ênfase). 


Sem comentários! 


Tão gritantes são os aspectos negativos do pioneiro russelita, que as atuais "testemunhas de Jeová", não podendo fugir à evidência esmagadora das fatos, enveredam por outro caminho: procuram negar sua relação com Russell. Dizem hoje: 


"Não somos 'russelitas', pois não seguimos a Charles T. Russell ou qualquer outro homem imperfeito. Um exame sincero de nossa literatura atual logo revelará que ela difere daquela de Russell, apesar de ter sido ele o primeiro presidente da nossa sociedade". – (Trecho de uma carta enviada por Nathan H. Knorr, atual presidente da Sociedade Torre de Vigia ao Sr. Norman H. Klann, co-autor do livro Jehovah of the Watch Tower).


Uma declaração mais explícita temo-la na revista AWAKE (Despertai), de 8 de maio de 1961, página 26: 

"(...) mas quem está pregando o ensina do Pastor Russell? Certamente não as Testemunhas de Jeová! Elas não podem ser acusadas de o seguir, pois NEM O CITAM COMO AUTORIDADE nem publicam nem distribuem os escritos dele". 


Tudo isto nada mais é do que um esforço desesperado para se desembaraçarem de uma carga incômoda e comprometedora, como veremos. É como tapar o Sol com a peneira. Com este expediente querem enganar seus semelhantes. E vamos mostrar que assim é, alinhando alguns fatos indesmentíveis: 

1. A obra fundamental dos jeovistas Seja Deus Verdadeiro, diz à página 214 que, na fase moderna, as "testemunhas" começaram em 1872 com a classe bíblica instituída por Russell. E à página 215 e 216 afirmam categoricamente que Russell era "'testemunha de Jeová". 

2. J. F. Rutherford, o sucessor de Russell na chefia da seita, fora por este contratado como procurador da Sociedade Torre de Vigia. 

3. A atual revista que eles editam "Torre de Vigia, Anunciando o Reino de Jeová" (nome em português) é mera sucessora da "Revista Torre de Vigia de Sião" (nome em português) fundada em 1870 por Russell. 

4. A própria organização, a Sociedade Torre de Vigia (em inglês Watchtower Bible and Tract Society) é simples sucessora da Zion's Watchtower Tract Society (antigo nome da mesma sociedade) fundada por Russell em 1884. 

5. As doutrinas ensinadas por Russell sobre a Trindade, a Pessoa de Cristo, a Ressurreição de Cristo, a Volta de Cristo, o Inferno, especialmente a famosa Cronologia profética de 1914, e outras são exatamente as mesmas hoje ensinadas pelos jeovistas. 

6. A sede da organização em Brooklyn é ainda do tempo de Russell que para lá a transferiu em 1908. 

7. Os volumes escritos por Russell denominados Studies in the Scriptures, após sua morte foram reeditadas em 1923 por ordem de Rutherford apenas oito anos antes de a seita sentir necessidade de mudar sua denominação para "testemunhas de Jeová". 

8. Nos funerais de Russell, o "Juiz" Rutherford fez inflamado discurso diante do cadáver do pioneiro, com frases elogiosas ao "caro irmão Russell, fiel até à morte". Disse textualmente: 

"Nosso irmão não dorme na morte, mas foi instantaneamente transformado da natureza humana para a divina". 

Com isso quis dizer que Russell era dos 144.000 do reino celestial. 

9. Quando Russell morreu não houve legado, nem alteração, nem dissolução no que tange à Sociedade, mas apenas mudança de chefia, o que ocorreu em 1916. Rutherford, o novo chefe, vendo que o movimento se comprometia com a má repercussão da vida de Russell decide, em convenção, quinze anos depois, mudar o nome da seita para "testemunhas de Jeová", visando desfazer a pecha de russelitas. 

10. Em 1923, Rutherford escreveu um folheto de 50 páginas, intitulado World Distress – Way and Remedy (Angústia do Mundo – Por quê, e o Remédio). Nesse trabalho O 'PASTOR' RUSSELL É CITADO nada menos que dezesseis vezes; há doze referências elogiosas no livro Studies in the Scriptures, de autoria de Russell, e as seis páginas finais fazem propaganda daqueles volumes que ainda eram considerados oráculo divino.  

11. O mesmo Rutherford em outro folheto publicado em 1925, intitulado Comfort for the People. Ali cita a cronologia profética de 1914 concebida por Russell, como válida e correta. Nas quatro páginas finais desse panfleto, recomenda os livros de Russell e faz propaganda deles. 

12. Em 1927 (apenas 4 anos antes de decidirem mudar o nome da seita para "testemunhas de Jeová") a Sociedade Torre de Vigia publicou o célebre livreto "Criação", da autoria de Rutherford, do qual difundiram milhões de exemplares. Dele reproduzimos o seguinte trecho: 

"A segunda Presença de Cristo data de cerca de 1874. 

"A partir dessa época, muitas das verdades por muito tempo obscurecidas pelo inimigo, começaram a ser restauradas para os cristãos sinceros. 

"Como Guilherme Tyndale foi usado para chamar a atenção do povo para a Bíblia, assim o Senhor usou Charles T. Russell para chamar a atenção da povo para uma compreensão da Bíblia, especialmente daquelas verdades que foram subtraídas pelas maquinações do diabo e seus agentes. Visto então ser a tempo exato de o Senhor restaurar estas verdades, Ele usou Charles T. Russell para escrever e publicar livros conhecidos como Studies in the Scriptures pelas quais as grandes e fundamentais verdades do plano divino são esclarecidas. Satanás tem-se esforçado ao máximo para destruir estes livros porque eles explicam as Escrituras. Assim como a versão da Bíblia feita Por Tyndale foi destruída pelo clero, assim o clero em várias partes da terra tem recolhido milhares de volumes de Studies in the Scriptures, queimando-os publicamente. Esta impiedade, porém, apenas serviu para anunciar a verdade do plano divino". 

13. Na edição de 15 de julho de 195U, The Watchtower, p. 216, cita o "pastor" Russell como uma autoridade no que refere à sua cronologia dos 2.520 anos da dominação dos gentios, os quais, segundo os cálculos de Russell, terminariam em 1914. E citam, nesse artigo, reprodução do texto da mesma revista datada de 1880, quando o redator-chefe da publicação era o próprio Russell. 

14. A Sociedade Torre de Vigia publicou em 1953 um panfleto intitulado "Testemunhas de Jeová – Comunistas ou Cristãos?" Citam cinco rezes os escritos do pastor Russell, mencionando inclusive dois livros dele. 

15. The Watchtower de 1.º de outubro de 1953 cita o volume IV, página 554 do livro Studies in the Scriptures de Russell como argumento válido. 


Certamente há outras fontes de informação de que não podemos nos valer, devido às limitações de nossas pesquisas. Mas a que aí está é mais do que suficiente para provar, acima de qualquer controvérsia, os elos indissolúveis RUSSELL-RUTHERFORD no movimento jeovista. E estes se ligam a KNORR (atual papa do jeovismo) numa sucessão ininterrupta. 

Os sucessores apenas acrescentaram novas aspectos doutrinários ao arcabouço de Russell. Nada mais! Mas são todos vinho da mesma pipa, e o movimento é um só. Todos se fundem no mesmo ideário religioso ariano. Par mais que tentem jamais se livrarão da marca do russelismo, pois a ela se acham umbilicalmente ligados. Uma herança irremovível!