Desde a época quando Jesus viveu nesta Terra, muitas nações e grandes poderes políticos se levantaram e caíram. O homem percebe e que algo grave acontece a este mundo, e eleva o olhar ao céu.
Ao mesmo tempo, emprega sua grande capacidade tecnológica percorrendo o espaço em viagens à Lua, Marte, Vênus, Júpiter e outros lugares mais remotos.
Nunca antes na História houve tanta gente olhando para cima. De repente, os seus adquiriram um enorme interesse para nós. Estamos ansiosos para escapar dos confins deste planeta e chegar até onde estão os grandes mistérios de Deus no Universo.
Por meio dos olhos dos telescópios, dos ouvidos e dos finos dedos metálicos dos satélites artificiais, estamos explorando a imensidão e desconhecida do sistema solar de Deus, a Via Láctea e o cosmos de galáxias distantes. No entanto, no fundo de nosso pensamento ainda existe uma pequena voz que sussurra: "Virei outra vez e vos levarei para mim mesmo".
Ainda que os cientistas tenham suas dúvidas, os cristãos têm certeza de que Cristo voltará um dia para encontrar-se com Seus fiéis seguidores de todas as eras. Muitos concordamos que Ele virá. Mas por alguma razão não estamos de acordo quanto a como virá.
DIFERENTES TEORIAS
Há muitas teorias quanto à maneira como Cristo voltará à Terra. Alguns ensinam que Cristo já veio. As datas que fixam para este suposto "retorno" diferem desde os distantes dias dos apóstolos até uma data tão recente como 1914.
O próprio apóstolo Paulo enfrentou este problema e escreveu este conselho à igreja de Tessalônica: "No que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor.
Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição" (2 Tess. 2:1-3). Para S. Paulo tratava-se de um evento futuro. De modo que, do ponto de vista bíblico, sabemos que Cristo não voltou nos dias dos apóstolos.
É verdade que voltou em 1914 como alguns de nossos amigos afirmam? Novamente um cuidadoso estudo da Bíblia responde esta pergunta. A Palavra de Deus declara claramente que o retorno de Cristo será visto "como o relâmpago", "nas nuvens", "com poder e grande glória", e que será ouvido com "palavra de ordem", com "voz do arcanjo", com "a trombeta de Deus", com "grande estrondo", e sentido "como chama de fogo".
"Todo olho" – somos informados – "O verá". Evidentemente, um acontecimento tão glorioso, tão espetacular, tão audível, não passaria inadvertido para ninguém que estivesse vivo na Terra em 1914.
Não; ainda é um evento futuro. Cristo não retornou à Terra faz 1900 anos, 190 anos ou 19 anos atrás. Ainda está para voltar. E quando voltar "todo olho O verá" (Apoc. 1:7). Virá como uma surpresa para todos.
Por outro lado, há quem diga que Cristo volta para cada pessoa, no momento de sua morte. Afirmam que Cristo usou uma linguagem figurada ao falar de seu "retorno". Mas Cristo não disse: "E, quando Eu for e vos preparar lugar, esperarei até que vós Me sigais".
O que de fato disse foi: "E, quando Eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para Mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também" (S. João 14:3). Tampouco os anjos disseram aos discípulos: "Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu esperará até vós irdes até Ele.", mas disse: "Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir".
Um terceiro grupo de cristãos concorda que o retorno de Cristo ainda é um evento futuro, mas que aparecerá sem que os que não serão salvos perceba. Chamam a esta vinda de Cristo de "Arrebatamento".
Este ensino está baseado na "teoria do intervalo", que divide as setenta semanas de Daniel 9 em duas seções. Sessenta e nove destas semanas eles a atribuem à nação judaica dos tempos anteriores à cruz. A última semana, a número setenta, a aplicam ao fim da história do mundo, cerca de 2000 anos mais tarde.
Mas para lograr isto criam artificialmente um grande "intervalo" entre a semana número sessenta e nove e a setenta. É deste longo e indefinido período que obtemos o nome de "teoria do intervalo". A verdade é que não há real apoio da Bíblia para esta interpretação.
Esta crença ensina também que há duas vindas de Cristo separadas entre si, "uma para seus santos, e outra com seus santos". Os que pregam esta crenças separam os dois acontecimentos mediante o período de sete anos (um dia profético eqüivale a um ano literal) da semana número 70 de Daniel 9.
Na realidade, o Novo Testamento usa várias palavras em grego para referir-se à vinda de Cristo. Uma delas é parousia ou "presença". Outra apokalupsis ou "revelação". Os que crêem no Arrebatamento contrastam as duas palavras a fim de fabricar duas "segundas vindas".
Um quarto grupo de cristãos, por sua vez, crê que a segunda vinda de Cristo é um acontecimento específico que também é chamado "o dia do Senhor ou "o dia de Cristo". Este dia é então seguido por um período de mil anos conhecido pelo milênio, que culmina com o "dia do juízo" de Deus (Ver o diagrama A)
O resto deste livro será dedicado a contrastar e comparar os ensinos destes últimos dois grupos de cristãos, os que crêem no Arrebatamento e os que crêem em uma única vinda de Cristo, para ver qual dos dois ensinos está mais de acordo com a Santa Bíblia.