4 A PROFECIA DAS SETENTA SEMANAS E O ARREBATAMENTO

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POR QUE os que pregam a teoria do Arrebatamento Secreto dividem a profecia das setenta semanas de Daniel em sessenta e nove semanas seguidas por um enorme intervalo, antes do começo da semana número setenta? Examinemos um pouco esta profecia. 


Depois que Daniel começou a misteriosa visão que está registrada no capítulo 8, decidiu jejuar e orar. Precisava de luz sobre o assunto. Enquanto Daniel orava, o anjo Gabriel aproximou-se dele e lhe explicou tudo. 


Com esta ajuda ele poderia abrir e decifrar o mistério da visão dos 2.300 dias do capítulo 8. "Setenta semanas" – disse o anjo – "estão determinadas [cortadas] sobre o teu povo [os judeus] e sobre a tua santa cidade [Jerusalém]" (Dan. 9:24)  


Então deu a Daniel a data do início de ambas as visões. "Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas [49 dias] e sessenta e duas semanas [434 dias]" (Dan. 9:25). 


Se aceitamos o "dia" simbólico, quer dizer, que representa um ano literal na história, podemos estabelecer que as primeiras sessenta e nove "semanas" (ou seja, 483 dias ou "anos") terminam no tempo em que Cristo iniciou Seu ministério como Messias. Isto em si é uma boa razão para aceitar a idéia de que o dia simbólico se refere a um ano literal na profecia bíblica (Ver o Diagrama B).


No entanto, para os crentes no Arrebatamento Secreto fica difícil encontrar algo no passado para representar os sete anos finais da profecia de Daniel. Portanto, concluem que os sete anos finais devem ser separados do resto da profecia. Então o aplicam a um acontecimento futuro que ocorreria imediatamente antes da segunda vinda de Cristo. 


A partir desta base, procedem da seguinte maneira: Começam com setenta semanas. Então separam a última semana das primeiras sessenta e nove. Setenta semanas eqüivalem a 490 dias. Sessenta e nove semanas eqüivalem a 483 dias. Uma semana eqüivale a 7 dias. Uma vez que um dia profético representa um ano literal, agora têm 483 anos mais 7 anos extra. 


Situam o acontecimento no início do período das sessenta e nove semanas na data em que Neemias recebe permissão para voltar e "restaurar e edificar Jerusalém". Este período se estende, então, até o tempo do Messias (especificamente a crucifixão de Jesus). 


Como eles colocam a semana final (sete anos) a um período que ocorre imediatamente antes da segunda vinda de Cristo, agora têm um "intervalo" misterioso de mais de 1900 anos até que o Messias volte pela segunda vez. 


Neste ponto crêem que Cristo "raptará" ou "arrebatará" o Seu povo ao céu enquanto os ímpios ficam na Terra esperando uma "segunda oportunidade" para ir ao céu. Mas os ímpios em momento algum percebem a partida de seus familiares até horas, dias ou semanas depois. 


O diagrama C apresenta os pontos básicos do ensino do Arrebatamento Secreto na profecia das setenta semanas de Daniel. 


(Ver o Diagrama D e a explicação da discrepância de sete anos na primeira seção deste diagrama) 


Então, dizem eles, começa a última semana (sete anos). Durante este tempo Israel será purificado e evangelizará o mundo. O ditador mundial, o Anticristo, surge nesse momento e faz um pacto com Israel. Mas finalmente viola o pacto. O Espírito Santo se retira. Começa a "tribulação". 


Isto produzirá uma série de calamidades sem precedentes: fomes, desastres naturais e derramamento de sangue. Os justos, 144.000 em número, aparecerão, e muitos que recusarem ser marcados com o número 666 serão mortos pelas forças do mal. 


Finalmente, Cristo retorna para completar sua interrompida segunda vinda. Desta vez volta com Seus santos. Agora põe ponto final à semana número setenta (período de sete anos) ao ser destruído o Anticristo. Então começa o milênio (1000 anos) de paz e tranqüilidade. 


Com esta interpretação criam "duas segundas vindas": uma para os santos e outra com os santos. Criam duas fases da primeira ressurreição: uma antes de começar o período de sete anos (para os justos mortos de todas as eras), e outra durante seu último período de sete anos (para os santos martirizados pelo Anticristo). 


Ademais, criam uma terceira ressurreição. A esta chamam apenas de segunda ressurreição pela única razão de que a Bíblia a chama assim. Esta ressurreição é para os ímpios. Finalmente crêem que os judeus e os ímpios têm uma segunda oportunidade de salvação durante este último período de sete anos (última semana da profecia de Daniel). Toda esta confusão se produz porque escolhem uma data errada para iniciar o período do tempo profético. 


Quão melhor seria tomar a profecia das setenta semanas tal como está expressa na Bíblia, onde é apresentada como um período ininterrupto que pertence ao antigo Israel. Esta unidade de tempo, incluindo a última semana da mesma, cumpriu-se totalmente no passado. 


Podemos encontrar uma solução a este problema quando recordamos que existe mais de um decreto de restauração de Jerusalém. Se localizarmos o decreto correto também encontraremos o início correto do período profético. Então não haverá nenhuma "semana restante", como a chamam os partidários do Arrebatamento Secreto. 


Existem cinco possíveis datas usadas para indicar o tempo em que ocorreu "a ordem para restaurar e edificar Jerusalém". 


1. Profecia de Jeremias, 586 A. C. (Jer. 29:10). Alguns pensam que o Messias Príncipe se refere a Ciro, a Zorobabel ou ao sumo sacerdote Josué. Daí colocam o início do período dos 490 anos(setenta semanas proféticas) em algum tempo da destruição de Jerusalém levada a cabo pelos babilônios no amo 586 A. C. 


Depois relacionam a profecia da sétima semana de Daniel com a predição de Jeremias, de que os israelitas voltariam de Babilônia por volta de setenta anos depois do cativeiro. Desta maneira fazem concluir o fim do período profético com a data em que ocorre a profanação do templo judaico em mãos de Antíoco, no ano 168 A. C. da era dos macabeus. 


No entanto, em parte alguma deste texto (Jer. 29:10) é dada a ordem de converter Jerusalém em uma cidade independente e de sustento próprio, ou ordem de reconstruí-la. O anjo identificou claramente o início desta profecia, com "a ordem para restaurar e edificar Jerusalém" (Dan. 9:25). De modo que esta data não pode cumprir a visão dada a Daniel. 


2. A Autorização de Neemias, 445 A. C. (Neemias 1:1-4; 2:1-8). Um grande número de crentes no Arrebatamento Secreto sustenta que esta data fixa o começo das setenta semanas (490 anos), que são interrompidas com a chegada do "Messias Príncipe". 


No entanto, mesmo que esta profecia seja interrompida após as 69 semanas (483 anos), e o período profético em 445 A. C., isso nos levaria ao ano 39 D. C.*, oito anos depois da morte, ressurreição e ascensão de Cristo ao céu. (Ver o diagrama D)


Portanto, os partidários do Arrebatamento Secreto são obrigados à complicada conversão de 483 anos para dias, com um número diferente de dias por ano. Calculando o total de dias na base de 360 dias por ano, a operação lhes dá 173.880 dias. 


Em seguida convertem estes dias outra vez em anos usando os 365 dias do ano atual e chegam a 476 em lugar dos 483 da profecia de Daniel. E ao usar o ano 445 A. C. para início do novo período (476 anis), este termina em abril do ano 32 D. C. 


Então transferem a data da morte de Cristo de abril do ano 31 D. C. para abril do ano 32 D. C., para que a data possa harmonizar-se com o seu período de 476 anos. Mas ao fazerem isso, eles aparentemente esquecem que isto coloca o nascimento de Cristo como posterior à data que historicamente foi fixada para a morte de Herodes, em 13 de março do ano 4 A. C. (Ver Unger's Bible Dictionary, ed. 1966, p. 199). Isto contradiz S. Mateus 2:1: "Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes" (Ver o Diagrama E) 


Este é o ponto de vista da maioria dos seguidores do Arrebatamento Secreto. O Dr. Alva J. McClain, que foi presidente de Grace Theological Seminary, apresenta isto em seu livro Daniel's Prophecies of the Seventy Weeks (As Profecias de Daniel Sobre as Setenta Semanas), publicado por Zondervan Publishing House, em cerca de uma vintena de edições a partir da primeira feita em 1940. 


Esta data é também a base do livro de E. W. Rogers publicado em 1962 pelo Moody Bible Institute que traz por título Concerning the Future (Com Relação ao Futuro), publicado em 1962, e é, além do livro First the Rapture de J. R. Strombeck, o qual é muito recomendado pelo Dr. M. R. DeHaan, da Classe Bíblica Radial. Outros livros sobre o Arrebatamento Secreto também estão baseados neste fraco argumento. 


Três fatores eliminam a validade desta data inicial. Primeiro, as cartas dadas a Neemias em 445 A. C.* continham autorizações apenas para continuar a obra que previamente fora autorizada e que já estava se realizando (Neemias 2:7-8). 


Segundo, a cronologia do período profético das sessenta e nove semanas do livro de Daniel não pode ser aplicada com mudança na extensão do tempo em consideração, assim como as datas relacionadas com os eventos históricos. Terceiro, a autorização de Neemias não era uma "ordem para restaurar ... Jerusalém", como a visão de Daniel requer (Dan. 9:25). Como veremos, Neemias aparece em cena mais de doze anos depois da verdadeira "ordem para restaurar ... Jerusalém".


3. O Primeiro Decreto: Ciro, 537 A. C. (Esdras 1:1-4). Tampouco podemos encontrar neste decreto uma provisão válida para a restauração do Estado político de Israel como uma entidade completa. E isto apesar do fato de que a profecia de Daniel requer uma restauração tanto do governo religioso como do civil. 


A obra que começou no templo como resultado do decreto de Ciro durou somente dois anos. Teve que enfrentar contínua oposição. A intervenção do governo parou a obra mediante um decreto que foi feito cumprir pelos exércitos dos vizinhos samaritanos (Esdras 4:21-24). 


Portanto, parece inaceitável que seja esta a data do decreto "para restaurar ... Jerusalém" requerida por Daniel. 


4. Segundo Decreto: Dario, 520 A. C. (Esdras 6:1-12). O segundo dos três decretos registrados em Israel foi dado por Dario I cerca do ano 520 A.C. Se bem que o mesmo ajudou na construção do templo (dedicado no ano 515 A.C.), ainda não continha provisões para a restauração de Israel como um Estado civil. 


Ademais, se quiséssemos usar esta data como ponto de partida dos 483 anos da profecia de Daniel, ela nos levaria ao ano 37 A.C. que é uma data sem importância e muito anterior ao nascimento de Cristo em Belém. 


5. Terceiro Decreto: Artaxerxes, 457 A. C.ℵ (Esdras 7:1-26). Este é o último decreto que nos resta dos mencionados por Esdras. Contém a "ordem para restaurar ... Jerusalém" como entidade política e religiosa. 


Deviam ser nomeados "magistrados e juízes" (v. 25) e a frase "logo se faça justiça" de Esdras 7:26 (RC) autorizava Esdras a fazer cumprir as leis, impondo multas, ordenando prisões, e até decretando penas de morte. Estes poderes eram conferidos sempre a governantes das províncias, tornando este no primeiro e único decreto que dava aos judeus autoridade legal como também religiosa. Pela primeira vez desde o cativeiro babilônico o Estado judaico tinha total autonomia. 


Para demonstrar que foi a este é o decreto que o anjo se referiu, apliquemos a profecia das setenta semanas (490 anos) e vejamos se harmonizam. 


O anjo disse: "desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas" (Dan. 9:25). Agora apliquemos o princípio profético de Números 14:34 e Ezequiel 4:6, no qual nos é dito que um dia profético representa um ano. 


Começando no outono do ano 457 A.C., os 483 anos levam ao outono do ano 27 D.C.* Este é exatamente o tempo quando Cristo, sendo de "cerca de trinta anos" (S. Luc. 3:23), foi batizado. Foi este exatamente o tempo quando Ele iniciou Seus três anos e meio de ministério público como "o Messias" (Ver S. João 1:41; 4:25-26. Também o Diagrama F). Este decreto enquadra perfeitamente. 


Mas ainda há mais. A profecia de Daniel menciona a semana número setenta (Ver Daniel 9:26-27). Este é o tempo que os crentes no Arrebatamento Secreto querem separar da profecia e colocar num futuro distante, como um período de sete anos entre a primeira metade da segunda vinda de Cristo (quando supostamente Cristo rapta os santos) e a segunda metade da vinda interrompida (quando Cristo destrói o Anticristo). 


Quão mais lógico é deixar o texto tal como Daniel escreveu e permitir que as 69 semanas terminem naturalmente no ano 27 D.C., quando o Messias aparece no rio Jordão. Portanto, a semana número 70 enquadra perfeitamente neste esquema. 


Daniel diz: "Depois das sessenta e duas semanas [depois do ano 27 D.C.], será morto o Ungido e já não estará" (Dan. 9:26). "Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta" (v. 27). 


Historicamente, os judeus tiraram a vida do "Messias", "e já não estará". Ele foi morto depois da "semana sessenta e nove", que terminou no ano 27 D.C. (Ver Rom. 5:6). De fato, como diz o versículo 27, a morte do Messias ocorreu "na metade da semana [setenta]". A metade da semana ocorreu na primavera do ano 31 D.C., exatamente três anos e meio depois que Jesus iniciou o Seu ministério público (Ver Diagrama F). 


Também "na metade da semana" Cristo fez "cessar o sacrifício e a oferta", tal como disse Daniel. Quando Cristo foi crucificado na primavera do ano 31 D.C., "o véu do santuário [de Jerusalém] se rasgou em duas partes de alto a baixo" (S. Mat. 27:51). 


Por meio deste formoso véu, o homem tinha acesso à divisão mais santa do templo. Somente o sumo sacerdote tinha permissão de ver mais além do véu, e isto só uma vez ao ano (Ver Lev. 16:2, 34). 


Algo descerrou este véu pela metade "de alto abaixo", não de baixo, como qualquer ser humano teria feito. Com isso, o mais sagrado de todos os lugares judaicos foi profanado, exposto ao olhar de todo o mundo. 


Era o sinal do céu de que Deus considerava o sistema de sacrifícios como algo terminado para sempre. O Cordeiro de Deus fora morto, e este sacrifício eterno tomou o lugar dos sacrifícios terrestres (Ver 1 S. Ped. 1:19; Heb. 9:8-15; 10:9-10, 17-20). 


O sacrifício de animais no templo e a oferta (outras ofertas relacionadas, Jer. 14:12) não tinham mais importância depois da morte do Messias. Deus tinha um novo e melhor método de ilustrar a salvação por meio da oferta do corpo de Cristo feita "uma vez por todas" (Ver Heb. 10:10, 19-20). 


Contudo, ainda "setenta semanas [490 anos] estão determinadas sobre o teu povo [os judeus] e sobre a tua santa cidade [Jerusalém]". Agora temos que ver onde termina a última semana na história. 


De acordo com as Escrituras Sagradas, esta semana final (sete anos) iniciou em outono do ano 27 D.C. Este período de sete anos terminaria em outono do ano 34 D.C. Exatamente "na metade da semana" foi crucificado o Messias e o véu do templo se rasgou. Isto é, na primavera do ano 31 D.C. (Ver o diagrama F). 


Poderíamos encontrar algum fato histórico significativo, ocorrido no outono do ano 34 D.C., que marque o fim deste período de setenta semanas? 


Um estudo de Atos 6 a 8 nos apresenta a morte de Estêvão às mãos do Sinédrio. Sua morte fez com que os esforços missionários dos cristãos primitivos deixassem de realizar-se apenas em favor dos judeus e foram feitos agora mais amplamente em favor dos gentios. 


De fato, como resultado da morte de Estêvão (Atos 7:57-60) veio uma "grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria" (Atos 8:1. Ver também Atos 11:19). 


A perseguição levou os primeiros cristãos a deixarem de trabalhar exclusivamente em favor dos judeus em Jerusalém. Além disso, os obrigou a trabalhar pelos gentios na Judéia, Samaria e mais além. 


"Estêvão marca portanto a transição do cristianismo judaico ao cristianismo gentio... A perseguição que se seguiu ao seu martírio produziu também a dispersão dos discípulos, e isso fez com que o Evangelho fosse levado aos samaritanos e mais tarde aos gentios" (Westminster Dictionary of the Bible, p. 906). 


Quão significativo é que a morte de Estêvão ocorreu durante o ano 34 D.C. (Ver Unger's Bible Dictionary, edição de 1966, p. 1046) tal como Deus o predisse! A morte de Estêvão marca o fim do reinado de Israel como povo especial de Deus (Ver Rom. 11:7, 11, 19, 32), e marca também o fim das setenta semanas mencionadas na profecia de Daniel (Ver o Diagrama F). 


Observem-se todos os detalhes proféticos que se cumpriram durante a "semana" que se seguiu ao aparecimento do "Messias, o Príncipe", no fim das sessenta e nove semanas. Note-se como isto completou as setenta semanas que estavam "determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade" (Dan. 9:24). 


1. "Para fazer cessar a transgressão". Durante séculos Deus suportou os rebeldes israelitas. Agora, com a crucifixão de Seu Filho, eles encheram a taça da transgressão. Deu-lhes as costas como povo escolhido, embora, claro, não como indivíduos. 


2. "Para dar fim aos pecados". A palavra hebraica empregada aqui para pecado é χηαττα∍τη. Em vários manuscritos é encontrada traduzida 135 vezes por "oferta pelo pecado". 


E "para dar fim aos pecados [ofertas pelo pecado]" provavelmente se refere ao fim, aos olhos de Deus, do sistema cerimonial de sacrifícios e de ofertas pelo pecado. Isto terminou quando o Messias, o verdadeiro Cordeiro de Deus, morreu na cruz e a cortina do templo foi rasgada por mãos invisíveis. 


3. "Para expiar a iniqüidade". Evidentemente isto se refere ao ato de reconciliação que Cristo efetuou na cruz. 


4. "Para trazer a justiça eterna". A morte de Cristo não somente apaga os pecados dos que aceitam Seu sacrifício mas também lhes provê justiça (Filip. 3:9). 


5. "Para selar a visão e a profecia". O termo "selar" significa confirmar ou ratificar a validade do período de tempo. Este período começou no ano 457 A.C. (data da publicação do decreto) e continuou até o ano 27 D.C. (quando o Messias começou Seu ministério), até o ano 31 D.C. (data quando o Messias morreu) e se completou no ano 34 D.C. (por ocasião da morte de Estêvão, que marcou o fim da nação judaica como povo escolhido de Deus). 


Estas datas cumprem tão exatamente a profecia que nelas podemos ver estampado o selo de Deus e a marca de Sua aprovação. A profecia das 70 semanas é autêntica, e correta a nossa interpretação. 


PROVAS ADICIONAIS


Perto do fim da profecia das setenta semanas Deus falou a Daniel sobre um importante acontecimento que ocorreria no fim do período do tempo da profecia. Este evento convenceria os judeus de que Deus os rejeitara como Seu povo especial. 


Disse Deus: "E o povo [exército] de um príncipe que há de vir [um príncipe que viria depois da morte do Messias] destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio" (Dan. 9:26). 


Anos mais tarde Cristo preveniu os cristãos a respeito deste acontecimento (Ver S. Mat. 24:15-20). Ocorreu no ano 70 D.C. Os exércitos romanos sitiaram a cidade de Jerusalém, destruíram-na e ainda araram a terra (Ver o Diagrama F). 


Deus permitiu esta aniquilação para convencer a Israel de que este jamais voltaria a ser o Seu povo especial! Isto serviu também para suspender permanentemente os serviços do templo terrestre. Assim se demonstrava que não era o plano de Deus que continuasse este método simbólico de tirar o pecado dos pecadores que, durante séculos, só servira para chamar a atenção dos homens para o Messias vindouro. 


Ao estabelecer-se a data exata do início da profecia, todo detalhe da profecia de Daniel fica posto em seu devido lugar, numa gloriosa harmonia que só pode proceder do céu. Os 490 anos que separados para os judeus iniciaram no ano 457 A.C. e terminaram com o apedrejamento de Estêvão no ano 34 D.C. 


Quando veio o cumprimento do tempo, o "Messias" apareceu em cena. No fim da semana sessenta e nove, Jesus apareceu no rio Jordão para ser batizado por João Batista e foi ungido pelo Espírito Santo. 


E na metade da semana setenta, na hora da crucifixão, exatamente três anos e meio depois do Seu batismo, foi morto o Messias. Com este ato, Jesus fez cessar a transgressão, deu fim ao sacrifício e a oferta, reconciliou o homem mediante Sua própria morte, trouxe a todos a justiça eterna mediante Sua vida sem pecado, e selou a visão cumprindo cada detalhe mencionado em Daniel 9. 


Não é esta uma solução mais lógica e aceitável para a profecia das setenta semanas? Por que cortar este período em duas partes separadas por 2000 anos e tentar forçar a matemática para que as datas coincidam bem? E por que tentar dividir a segunda vinda de Cristo em duas partes separadas por sete anos, um ensino que não está confirmado na Bíblia? 


* No ano 445 A. C. faltavam 444 anos para o início da era cristã. Portanto, subtraindo 444 de 483 anos se obtém 39 anos, que são já contados dentro da era cristã. 


* 444 A. C. – SDABC


ℵDe acordo com os tabletes cuneiformes encontrados em Ur dos caldeus e um papiro descoberto em Elefantina, Artaxerxes sucedeu a Xerxes no trono em dezembro do ano 465 A.C. Seu "ano de ascensão" de acordo com o cálculo dos judeus, tem que haver sido de 465 A.C. (dezembro) ao seguinte ano judaico em outono de 464 A.C.  


Seu 7º ano completo de reinado de outono a outono, de acordo com o cálculo dos judeus, tem que haver sido de outono de 458 A.C. ao outono de 457 A.C., que é a data deste importante decreto registrado em Esdras 7. 


*Se os 483 tivessem começado no primeiro dia do ano 457 A.C. se estenderiam até o último dia do ano 26 D.C. (457 anos completos A.C. mais 26 anos completos depois de Cristo). Mas sendo que o período começou alguns meses depois do início do ano 457 A.C. , deveria estender-se a um número de meses igual, além do fim do ano 26 D.C., levando seu término em outono do ano 27 D.C.