4 A VERDADE SOBRE A SRA. WHITE

SUBTILEZAS DO ERRO


SEMPRE se pode duvidar da sanidade espiritual de quem, para justificar o seu antagonismo a um sistema, rompe as mais elementares normas éticas e insensivelmente falsifica os fatos, dando curso a grosseiras inverdades e malévolas imputações contra sinceros e piedosos servos de Deus. 

Contra esta prática odiosa – verdadeira negação da essência amorável do cristianismo – há incisivas e causticantes profligações da Palavra de Deus, contidas especialmente em Êxodo. 20:16 e S. Mat. 12:36 e 37. 

Profetas de Deus, via de regra, têm sido alvo de intrigas e soezes difamações. Mica, por exemplo, foi esbofeteado; Jeremias foi ferido e injustamente acusado; Elias foi acoimado de perturbador de Israel justamente por quem deveria ouvir-lhe as mensagens. 

A João Batista aconteceu coisa pior. 

A vida da Sra. White foi, toda ela, uma vigorosa afirmação de fé, desprendimento, abnegação, confiança inabalável no futuro, altruísmo e rendição incondicional a Cristo. A vida impoluta que levou, o seu caráter irrepreensível, sua reputação ilibada, a harmonia e equilíbrio de suas atitudes, sua modéstia e ponderação caracterizavam sua pessoa. Eram notáveis sua frugalidade e temperança, sua prestatividade, sua conversação requintada e sua caridade. Tudo isso é atestado por aqueles que a conheceram na intimidade. Dezenas de pessoas que com ela privaram deram esses testemunhos abonadores. 

O próprio Canright, em 1887, escreveu sobre ela na Review and Herald: "Peço licença  para dizer que conheço bem a Sra. White. Há dezoito anos mantenho contatos freqüentes com ela. Freqüentei a sua casa. Não é fanática." E esse mesmo homem, que não quis atender às admoestações da serva do Senhor e subitamente contra ela se rebelou e contra ela proferiu e escreveu as mais torpes difamações, mais tarde penitenciou-se do seu erro e, diante do esquife em Battle Creek, reafirmou, em soluços: "Foi-se uma nobre mulher." Deveriam ponderar isso honestamente os nossos oponentes costumam escorar-se em Canright. 

Mesmo rijamente atacada em sua reputação por aquele infeliz renegado, ela jamais teve uma palavra de represália. Orava por ele. Referia-se a ele como a um transviado, digno de simpatia. 


O Dom de Profecia


O "espírito de profecia" é o que, segundo as Escrituras, a par com a guarda das mandamentos de Deus, seria o característico da igreja remanescente. Compare-se Apoc. 12:17 e 19:10, última parte. Este dom consiste precipuamente em dar ao Povo de Deus mensagens diretas e específicas, traçando-lhe normas e diretrizes, dando-lhe orientação e instruções especiais. Esclarece o sentido das Escrituras e confirma a fé. Não substitui a Bíblia nem ensina nenhuma doutrina nova. 

Os testemunhos orais ou escritos da Sra. White preenchem plenamente este requisito, no fundo e na forma. Tudo quanto disse e escreve foi puro, elevado, cientificamente correto e profeticamente exato. Resistiu às análises e críticas rigorosas. Os seus detratores –utilizando-se dos mesmas processos dos incrédulos em relação à Bíblia –procuraram "inventar" contradições e inexatidões que não constam em nenhum escrito da serva do Senhor (*). 

Os seus escritos, agora vertidos em quase todos os idiomas, aí estão a desafiar a crítica honesta. um repto que pode ser formulado sem receio; qualquer pessoa sincera que, com isenção de ânimo, tenha lido algumas páginas da Sra. White, não é capaz de atacá-la ou aprovar as imputações que lhe são feitas. É simples experimentar: basta ler.  


Fatos Eloqüentes Sobre Sua Bibliografia


Sua bibliografia é vastíssima. Calcula-se que tenha escrito cerca de vinte e cinco milhões de palavras. Dos seus oitenta e oito anos de vida, setenta e um foram dedicados à obra de Deus. 

Quem, desapaixonadamente, lê as instruções escritas por ela, impressiona-se com a origem divina das mesmas. 

Certo ministro, em viagem de trem. deixou em seu assento por algum tempo dois volumes dos Testemunhos. Um professor universitário que viajava ao lado os apanhou e leu algumas páginas. Quando o ministro retornou, o professor lhe declarou: "Sou catedrático de uma faculdade da Universidade de Nova York, e leio ininterruptamente, mas esta é a melhor leitura que já vi. Onde poderei adquirir estes livros?" 

Uma rainha da Rumânia pediu que o livro A Ciência do Bom Viver fosse traduzido para o seu idioma nacional e difundido entre o seu povo. 

Clarence T. Wilson, conhecido bispo metodista de Washington, disse que cria haver a Sra. White sido inspirada, e afirmava que recebera grandes bênçãos em ler os seus livros. 

Uma série de eruditas conferências sabre "As Principais Mulheres do Mundo" foi realizada por afamado orador dos EE. UU. Uma delas versou sobre a Sra. White e em torno de sua pessoa falou cerca de duas horas, perante grande auditório. Ao concluir, perguntou: "Como explicaremos a sua obra?" E ele próprio respondeu: "Só há uma explicação: inspiração. 

Caminho a Cristo, por exemplo, teve uma circulação de mais de sete milhões de exemplares, em sessenta e cinco línguas. Que outro livro religioso tem sido tão traduzido? 

Seu livro Educação mereceu os mais honrosos encômios de altas autoridades responsáveis pela sorte do povo. O governo de adiantado país europeu mandou reimprimi-lo a expensas do erário público e distribuí-lo em todas as escolas secundárias. 

A Biblioteca do Congresso de Washington recentemente classificou o livro O Desejado de Todas as Nações como "o primeiro entre os dez mil e mais livros escritos em inglês nos últimos 800 anos, acerca da vida de Cristo." 

No livro Vida e Ensinos há abundantes referências sobre astronomia, que se provaram cientificamente corretas. O que ela escreveu sobre nutricionismo, ainda não foi superado. 


Testemunhos Insuspeitos


Nada melhor do que os testemunhos espontâneos, partidos de fora da grei adventista, a respeito da Sra. White. 

Após a sua morte, o diário The Independent, 28 de agosto de 1915, estampou extenso artigo sobre a personalidade da extinta, rematando com o seguinte tópico: "Em tudo foi a Sra. White uma inspiração e guia. Sua vida foi um registro de nobreza, e merece grande honra. Ela foi absolutamente sincera em sua crença e em suas revelações. E sua vida foi digna delas. Não possuiu orgulho espiritual, e não buscava vis lucros, Viveu a vida e fez a obra de uma digna profetisa." 

O jornal Toledo Blade também inseriu um artigo laudatório à serva do Senhor, condindo: "A Sra. White foi uma mulher notável. Houvesse ela vivido nos primórdios do cristianismo, e escapado ao fogo e à sanha do fanatismo, sem dúvida haveria de ser canonizada." 

Os seguintes excertos foram extraídos do American Biographical History (Eminent and Self-Made Men of the State of Michigan), pág. 108. 

"A Sra. White é uma mulher de mentalidade singularmente bem equilibrada. Predominam em seus traços a benevolência, a espiritualidade, a conscienciosidade e o idealismo." 

"Não obstante seus muitos anos de labores públicos, tem conservado toda a simplicidade e honestidade que lhe caracterizaram o princípio da vida." 

"Como oradora, a Sra. White é uma das mais bem sucedidas entre as poucas senhoras que se têm distinguido como conferencistas neste país, durante os últimos vinte anos." 

"Quando inspirada pelo assunto, é muitas vezes maravilhosamente eloqüente, mantendo os maiores auditórios fascinados por horas, sem um sinal de impaciência nem fadiga." 

"Uma ocasião cm Massachusetts, vinte mil pessoas a escutaram, com a máxima atenção, por mais de uma hora." 

O grande escritor Jorge Wharton James, em seu livro Califórnia – Romântica e Bela, dedica muitos parágrafos à Sra. White, concluindo com estas palavras: "Essa notável mulher, se bem que se educasse quase inteiramente por si mesma, também escreveu e publicou mais livros, em mais línguas e de mais vasta circulação do que as obras escritas por qualquer mulher na História." (Grifo nosso) 

Aí está um perfil da Sra. White, feito por estranhos, e pessoas e instituições não pertencentes à igreja adventista. 

Maldosas imputações lhe são feitas por ignorantes  detratores, avultando a que a qualifica de "papisa". Isto é uma monstruosidade, inventada pelo despeitado Canright, que sabia ser uma mentira. "Ela nunca ocupou cargo oficial na igreja. Nunca pediu aos outros que olhassem para ela, nem usou nunca seu dom para se firmar em popularidade, ou financeiramente. Sua vida, e tudo quanto possuía, eram dedicados à causa de Deus." – Breves Traços Biográficos, Testemunhos Seletos (Edição Mundial), vol. 1, pág. 19. Isto destrói a insinuação de que a igreja adventista é um sistema papal. Só mesmo uma mentalidade tacanha formularia tal disparate. Bastaria perguntar: Após a morte da Sra. White, quem lhe sucedeu no trono pontifício? Respondam os acusadores. 

Outra falsa imputação é a que coloca os seus escritos em pé de igualdade com a Bíblia. Canright sabia ser isto uma grosseira inverdade porque ele mesmo de uma feita esclareceu este ponto na Review and Herald. 

Basta dizer que a Sra. White jamais ensinou uma doutrina nova ou algo que já não estivesse na Escritura. Ela constantemente concitava o povo a ler assiduamente, ininterruptamente, fervorosamente as Escrituras Sagradas. Afirmou: "Pouco zelo tem sido dedicado à Bíblia, e o Senhor enviou uma luz menor para guiar homens e mulheres à Luz maior." (Grifos nossos). E num de seus últimos discursos apelou aos crentes para que lessem com mais profundeza e amor a Palavra de Deus.


Conclusão


Em sua adolescência, em conseqüência de um acidente e outros fatores, ficou ela com a saúde tão precária que o seu restabelecimento se afigurava impossível aos olhos humanos. Mas Deus escolheu "a fraca entre as mais fracas" para guiar o Seu povo, e ela teve vida dilatada, de assombrosa resistência e invejável capacidade de trabalho. Mesmo o matrimônio e os filhos não diminuíram as suas atividades. Era incansável. Ininterruptamente escrevia, visitava, viajava e discursava. Setenta anos foram assim vividos. Fiei à sua vocação, realizou obra ciclópica. Muitas instituições humanitárias se erigiam por sua inspiração. Sanatórios, escolas e hospitais em várias partes do mundo. Dentre elas avulta a Faculdade de Medicina, de Loma Linda, Califórnia. Ali há um famoso curso de Moléstias Tropicais que ministra instruções médicas e de enfermagem a missionários de várias denominações – inclusive a batista. O mundo foi grandemente beneficiado por essa mulher. 

Eis a verdade, apenas a verdade sobre a Sra. White. 

Como poderia uma mulher a quem chamam impiedosamente de "doente", "ignorante", "fanática", "alucinada", "impostora' e outros qualificativos deprimentes, produzir tão vasta e inspiradora obra? Como poderia projetar-se sua personalidade, aureolada de admiração e estima, até os tempos em que vivemos? 

Como pôde deixar o seu nome na História? 

Respondam lealmente os nossos oponentes. 

Que dizer de Canright e seus seguidores? Suas vidas? Suas obras? Que atesta deles a História? Pigmeus que se esfumaram no tempo, deixando apenas leves recordações desagradáveis de inconversos e difamadores vulgares. 

Ponderem honestamente sobre isso os sinceros opositores dos adventistas, e revisem seu julgamento sobre a vida e a obra da Sra. Ellen G. White. 


(*) Entre elas se enquadram a suposta visão do fechamento da porta da graça em 1844 e a "profecia" (?) sobre a Guerra Civil Americana, de que trataremos em outros capítulos. Ver-se-á que tudo isso é inteiramente falso.