Texto: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a educação na justiça”. II Timóteo 3:16
Objetivo: Exaltar o valor das Escrituras Sagradas na vida do cristão
Assunto: A Palavra de Deus.
INTRODUÇÃO
As narrativas, a tradição e a história dos antepassados de uma nação fazem parte de sua herança cultural. Mas essas tradições serão deturpadas ou desvirtuadas se apenas forem transmitidas oralmente.
É importante que os fatos que precisam ser transmitidas às gerações futuras sejam relatados de modo permanente para que a verdade, e não mitos e fábulas, constitua nossa herança. Para o cristão a Bíblia é o importante relato escrito dos primórdios do cristianismo e, antes disso, das relações do Deus infinito com suas criaturas aqui na terra.
Sem o relato bíblico, procuraríamos a verdade no escuro, mas na palavra de Deus é “lâmpada para os meus pés... e luz para os meus caminhos” (Sl 119:105). Vejamos vários aspectos da Palavra de Deus, da maneira como influem em nossa relação com Deus e em nossa vida diária, para chegar à conclusão de que precisamos ser exemplos vivos do que a Bíblia ensina; segundo as palavras de Paulo, cartas conhecidas e lidas por todos os homens (II Co 3:2).
As Escrituras são a Palavras escritas por Deus, que foi dada habilitar-nos a aprender de sua maravilhosa salvação por meio de Cristo.
I- ESCRITURA INSPIRADA
Embora a palavra “é” não se encontre no texto original , sua inclusão nessa passagem é justificável. “C.F.D. Moule afirma ser muito improvável que essa frase signifique ‘toda escritura inspirada’ e mui provavelmente quer dizer a Escritura inteira /é/ inspirada.” – SDABC, vol. 7 pág. 345.
Os comentários de Paulo sobre as Escrituras Sagradas são claros e positivos. Ele diz que elas são inspiradas por Deus. Seu notável poder para transformar corações e vidas não poderia vir de uma fonte que não fosse divina. No contexto está falando das “sagradas letras (v. 15), e naquele tempo essa expressão indicava principalmente os escritos do Antigo testamento. Os dois discípulos que retornavam a Emaús exclamaram: “Porventura não nos ardia o coração, quando nos expunha as Escrituras?”. Lc 24:32. A primeira parte do relato nos diz que Jesus, o companheiro não reconhecido por eles, explicou as profecias do antigo testamento. “Começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.” V. 27.
A inspiração não cessou, porém, com o Antigo Testamento, pois o apóstolo Pedro também classifica as epístolas de Paulo como uma parte das escrituras (II Pe 3:15 e 16). Pedro também explica como surgiu a profecia: Não por vontade humana ( II Pe 1:21). Em outras palavras, nenhuma pessoa, por sua própria iniciativa, decidiu escrever um livro ou uma carta que fosse incluída no cânon da Escritura, “entretanto homens falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo”.
Deus os impedia a proferir suas mensagens, mas Ele raramente colocava as palavras em sua boca. Muitas vezes lhes dava visões que eles descreviam em suas próprias palavras. O profeta participava da inspiração e expressava a mensagem que recebera do Senhor da melhor maneira possível, usando suas palavras.
II- SÃO PALAVRAS DE VERDADE
A linguagem é um benefício, e as palavras usadas pelo seres humanos podem ser uma grande benção. Pelo o poder se sua retórica, grande oradores podem cativar um auditório; e gênios literários e poetas podem empregar palavras de sua língua materna para despertar grandes emoções de amor, compaixão ou patriotismo.
Em seus numerosos sermões e discursos, o apóstolo Paulo deu um excelente exemplo do uso de sãs palavras. A palavra sãs constituem a tradução do vocábulo grego de que proveio o termo “higiene” em português. Denota saúde e vida, em oposição a doença e morte; indica pureza de expressões; e abrange as palavras que curam e restauram os quebrantados de coração, trazem consolo, e esperança para os deprimidos e moribundos - palavra de vida.
Após a miraculosa alimentação dos cinco mil, Jesus aproveitou a oportunidade para demonstrar que o alimento físico não é coisa mais importante na vida. Certamente, o pão do céu que alimentou os israelitas no deserto era tão miraculoso como a multiplicação dos cinco pães; mas nenhum dos dois se iguala às palavras proferidas por Cristo. Ele era “o pão vivo que desceu do Céu; se alguém dele comer, viverá eternamente”. (Jo 6:5l). Como resposta ás murmurações de Seus discípulos , o Senhor explicou que eles não teriam de comer Sua carne literal, mas “as palavras que Eu vos tenho dito, são espírito e são vida.” (Jo 6:63).
Felizmente, essa declaração penetrou a mente de pelo menos alguns do s discípulos. Numa ocasião em que Jesus percebeu que muitos de seus seguidores O estavam abandonando, Pedro, proferindo palavras de profunda significação, disse: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna”. Verso 68.
A história da salvação é propaganda por meio de palavras vivificantes; por meio de linguagem sadia e irrepreensível”. (Tt 2:28).
Embora a Bíblia seja a palavra da verdade, ela pode ser usada erroneamente por motivos falsos – como, por exemplo, quando o diabo usou as palavras da Escritura para tentar nosso Senhor: “Se tu és o filho de Deus, atira-Te abaixo, por que está escrito: Aos seus anjos ordenará a Teu respeito que Te guardem; e: Eles te sustentarão nas suas mãos”. Mt. 4:6.
A comparação com a passagem do Antigo Testamento que foi citada (Sl 91: 11) mostra que Satanás omitiu a importante expressão “em todos os Teus caminhos da escolha de Deus. Jesus recusou sair da vereda da obediência” (O Desejado de Todas as Nações, 111). Satanás manipulou deliberadamente as palavras da Escritura, a fim de dar-lhes uma significação diferente. Ele estava “falsificando a Palavra de Deus” (II Co 4:2).
O oposto desse método é manejar “bem” a Palavra da verdade; isto é interpretar as escrituras corretamente, de acordo com o contexto. A exposição da palavra de maneira correta aumentará o desejo de conhecê-la melhor.
“De algumas verdades as pessoas já têm conhecimento. Há algumas nas quais elas estão interessadas, achando-se dispostas a aprender mais. Mostrai-lhes a significação dessas verdades e sua relação com outras que as pessoas não compreendem. Despertareis assim o desejo maior luz. Isto é manejar devidamente ‘a Palavra da verdade’ (II Tm. 2:l5)”. – Testimonies, vol 6, 55.
III- A PALAVRA QUE SALVA
A Bíblia é mais do que um livro de história religiosa, e até mais do que um livro que nos fala sobre Deus. Ela revela qual é o seu plano para os pecaminosos seres humanos e como eles podem sair da cova em que caíram. Fala de uma ponte erigida entre o Céu e a Terra; e os que são sábios não somente aprenderão estes fatos, mas tirarão proveito de suas inferências. A palavra de Deus traduzida para a vida torna-se uma palavra que salva. Sem dúvida as palavras de Deus são agradáveis “como favo de mel, doces para a alma, e medicina para o corpo”. (Pv. 16:24).
A Palavra de Deus é completamente diferente de qualquer outro livro. Outros bons livros sobre o cristianismo podem informar, animar e incentivar; como procedem, porém, de fontes humanas, não podem ser considerados como tendo sido inspirados do mesmo modo que as obras dos profetas. A palavra de Deus procede de uma fonte divina e infalível; ela é sagrada e trata de muito mais do que moralidade. Ensina a verdade perfeita; as promessas que ela faz, são seguras e certas; os conselhos que oferecem são dignos de confiança, pois procedem de Deus. É preciso ter fé para crer na palavra; mas quer haja essa qualidade, ou não, e mesmo que os céticos escarneçam desse Livro, ele continua sendo fidedigno e, a luz da eternidade, se verá que tornou seus leitores conscienciosos “sábios para a salvação”.
CONCLUSÃO
A Palavra escrita de Deus, a Bíblia, foi preservada para que possamos aprender de Cristo, a Palavra Viva. As Escrituras Sagradas nos ensinam o plano da salvação e constituem um alimento necessário para nossa vida espiritual diária. Temos a obrigação de partilhar com os outros o que aprendemos da palavra de Deus.