ALEGAÇÕES DE ERROS E EQUÍVOCOS

2 DOUTRINAS IASD


53. AS FALHAS PESSOAIS DE ELLEN WHITE 


Segundo M. E. Kern, certa vez Ellen White saiu de seu assunto em uma reunião em College View, Nebraska, e criticou os colchões do sanatório. Poderíamos esperar tal comportamento de um profeta genuíno? 


Pede ser que os colchões do sanatório merecessem ser criticados, e nesse caso os comentários de Ellen White seriam apropriados. Contudo, houve vezes em que ela reconheceu que devia desculpas por sua conduta, Por exemplo, encontramo-la pedindo perdão ao marido por algumas observações impertinentes que ela lhe havia feito numa carta escrita apenas na véspera: 


"Não reivindico infalibilidade, ou mesmo perfeição de caráter cristão. Não estou livre de equívocos e erros em minha vida. Tivesse eu seguido mais de perto a meu Salvador, e não teria de lamentar tanto minha dessemelhança de Sua querida imagem". – Carta 27, 1876. 


Ao passo que Ellen White era uma pessoa singularmente exemplar em sua vida e caráter, não estava ela acima de fraquezas e imperfeições. Artur Spaulding, que a conhecia bem, declara: 


"A Sra. Ellen White não era relutante em confessar suas próprias feitas quando assim era necessário. Ela não afirmava ser perfeita. Às vezes, sob a tensão de responsabilidades e calúnias, ela perdia a paciência; e confessava ela tais lapsos com tristeza e lágrimas". – Origin and History of Seventh-Day Adventists, vol. 1, p. 362 


Não devia ser surpresa para nós descobrir que os profetas pedem cometer erros. No que respeita às fraquezas que venceram Moisés, Davi, Salomão, e outros, declarou Ellen White: 


"Se eles não possuíssem defeitos, teriam sido mais que humanos, e nós desanimaríamos, em nossa natureza pecaminosa, de chegar a atingir tal ponto de excelência. 


Mas, vendo onde eles lutaram e caíram, onde recobraram ânimo e vencerem pela graça de Deus, somos encorajados, e levados a enfrentar os obstáculos que a natureza degenerada coloca em nosso caminho". – Testimonies for the Church, vol. 4, p. 12. 


54. ERROS HISTÓRICOS NOS ESCRITOS DE ELLEN WHITE 


Ford assevera que "os eruditos estão descobrindo erros históricos em capítulo após capítulo do O Grande Conflito" (Ford, p. 586). Quais são os fatos? 


Os fatos são estes: O Grande Conflito não é um manual de história, mas a mensagem que conta foi inspirada pelo Espírito de Deus e é completamente digna de confiança. Declara Ellen White: "Fui movida pelo Espírito do Senhor a escrever este livro" (O Colportor Evangelista, p. 127). 


Em sua introdução a O Grande Conflito, a autora declara: 


"À medida que o Espírito de Deus me ia revelando à mente as grandes verdades de Sua Palavra, e as cenas do passado e do futuro, era-me ordenado tornar conhecido a outros o que assim fora revelado - delineando a história do conflito nas eras passadas, e especialmente apresentando-a de tal maneira a lançar luz sobre a luta do futuro, em rápida aproximação." – O Grande Conflito, p. 7. 


Muitos episódios importantes na história do povo de Deus, da criação de Adão à nova Terra, foram mostrados em visão a Ellen White. Em seu primeiro relato do grande conflito, encontramos declarações deste tipo: "Vi tristeza sobrevir ao semblante de Adão" e "Olhei então, e vi o fogo que havia consumido os ímpios" (Spiritual Gifts, vol. 1, pp. 21, 218). Em outra porte ela declarou especificamente: "Foram-me apresentados acontecimentos na história dos reformadores." (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 110). 


Ao passo que muitos eventos do passado foram mostrados a ela, nem Ellen White nem seu filho afirmaram, alguma vez, que cada detalhe histórico mencionado em suas obras havia-lhe sido dado pelo Senhor em visão. 


Ellen White diz que usou "fatos" que eram "bastante conhecidos e universalmente reconhecidas" (ver O Grande Conflito, p. 7). Ela escreveu, por exemplo: "Em 1816 fundou-se a Sociedade Bíblica Americana" (O Grande Conflito, p. 287). Não há razão alguma para crer que este tipo de informação foi dado em visão. 


W. C. White declara: 


"A estrutura do grande templo da verdade sustentado por seus escritos foi-lhe apresentada claramente em visão. Nalguns aspectos desta obra, a informação foi dada detalhadamente. 


No tocante a outros aspectos da revelação, como os aspectos da cronologia profética, quanto à ministração no santuário e às modificações que ocorreram em 1844, o assunto lhe foi apresentado muitas vezes, e pormenorizadamente em numerosas ocasiões, e isto a habilitou a falar muito clara e positivamente a respeito das colunas fundamentais de nossa fé.


"Nalgumas das questões históricas, como as que são realçadas em Patriarcas e Profetas, em Atos dos Apóstolos e em O Grande Conflito, as partes principais foram tornadas muito claras e evidentes para ela, e quando passou a escrever sobre esses assuntos, teve de estudar a Bíblia e a História, a fim de obter datas e relações geográficas e completar sua descrição dos pormenores." – Mensagens Escolhidas, vol, 3, p. 462. 


Em uma carta para W. W. Eastman, W. C. White declarou: 


"Quando foi escrito O Grande Conflito, mamãe não imaginava que os leitores o considerariam uma autoridade em datas históricas ou o usariam para resolver controvérsias acerca de pormenores da História, e ela não acha agora que ele deve ser usado dessa maneira." – Mensagens Escolhidas, vol, 3, p. 447. 


W. C. White também escreveu a S. N. Haskell sobre o mesmo assunto, declarando que: 


"Cometeremos um grande erro se deixarmos de lado a investigação da história e tentarmos resolver questões históricas pelo uso dos livros de mamãe como autoridade, quando ela própria não deseja que eles sejam usados dessa forma". - W. C, White a S. N. Haskell, 31 de outubro de 1912, Arquivo dos documentos do Patrimônio White Nº 65. (veja mais detalhes, pergunta 83). 


Ao construir sua casa para o futuro, Ellen White edificou não apenas sobre as revelações que Deus lhe deu, mas também sobre os registros do passado. Ela não fez qualquer tentativa de escrever um manual autorizado de história. 


Antes, nas palavras de W. C. White, "o principal uso das passagens citadas de historiadores não era fazer uma nova história, nem corrigir erros históricos, mas usar valiosas ilustrações para tornar claras importantes verdades espirituais". (W. C. White a L.E. Froom, 18 de fevereiro de 1932). 


Não há dúvida de que Deus guiou Ellen White a confiar naqueles historiadores que escreveram basicamente de Seu ponto de vista. Onde as feições gerais desses autores estavam de acordo com as cenas panorâmicas mostradas a ela, ela sentia-se livre para extrair de suas obras, muito embora estas obras pudessem não ser perfeitas em todos os aspectos. 


Não nos devíamos surpreender com o fato de que, enquanto Ellen White coletava informações de historiadores seculares para desenvolver seu tema do grande conflito, algumas inexatidões se infiltraram em seu próprio livro. 


Quando se teve de fazer nova montagem dos tipos para O Grande Conflito em 1911, a autora aproveitou a ocasião para corrigir as discrepâncias que lhe foram trazidas à atenção. 


Por exemplo, ela mudou o texto da pág. 47, de "Ele se intitula 'Senhor Deus, o Papa'" na edição de1888 para "Tem sido intitulado: 'Senhor Deus, o Papa'" na edição de 1911. Ela modificou o texto à pág. 62, de "Os valdenses foram os primeiros de todos os povos da Europa a obter a tradução das Sagradas Escrituras" na edição de 1888 para "Os valdenses estavam entre os primeiros..." na edição de 1911, etc. 


Mesmo que alguma declaração histórica imprecisa ainda permaneça no O Grande Conflito, isto de forma alguma diminui a mensagem do livro. Diz Ellen White: "Deus deu-me a luz contida em O Grande Conflito" (O Colportor Evangelista, p. 129). Esta luz é necessária à igreja e ao mundo hoje, mais do que nunca dantes. 


55. APOCALIPSE 9 E JOSIAS LITCH 


Ford declara: "A aplicação, feita por Josias Litch, de Apocalipse 9:15 para o dia 11 de agosto de 1840, estava completamente errada, como ele próprio admitiu em anos posteriores". "Ellen White aceitou as conclusões proféticas de Josias Litch concernentes a 11 de agosto de 1840". (Ford, pp. 659-660, 584). A Sra. White disse muito a respeito das sete trombetas? 


Não. Esta é a única referência conhecida a Apoc. em todos os escritos de Ellen White e aparece, não em conexão com um estudo exegético da Bíblia, mas como parte te de uma descrição do movimento Milerita. 


Com base em sua interpretação de Apoc. 9:15 Josias Litch predisse em 1838 que o poder Otomano seria quebrado em 1840. Em 19 de agosto de 1840 ele predisse que isto ocorreria em 11 de agosto. O que ocorreu nessa data confirmou a fé de multidões na interpretação das Escrituras pelo movimento Milerita e deu grande ímpeto ao movimento do advento. 


Se Ellen White, em O Grande Conflito, p. 334, quer dizer que a profecia de João, o Revelador, teve seu cumprimento em 11 de agosto de 1840, estaria então apoiando a interpretação de Litch sobre Apoc. 9:15. Se ela simplesmente quer dizer que a predição de Josias Litch se cumpriu, ela não está então necessariamente apoiando a compreensão do texto por Litch. 


O Comentário Bíblico Adventista declara: "Falando de modo geral, a interpretação adventista da 5ª e 6ª trombetas, particularmente no que toca ao período de tempo envolvido, é, em essência, a mesma de Josias. Litch", vol. 7, p. 796). A revista Ministry sugeriu as datas de 1453 a 1844 para a 6ª trombeta em vez do período de 1449 a 1840 que Litch  determinou. (Ministry, outubro de 1930, p. 41). 


56. APOCALIPSE 11 E A REVOLUÇÃO FRANCESA 


Ellen White estava errada na explicação que dá em O Grande Conflito sobre Apoc. 11? Ford afirma que "não é possível substanciar a exposição de Apocalipse 11 em O Grande Conflito quer exegética ou historicamente" (p. 575), e "a aplicação (do princípio dia-ano) feito à Revolução Francesa é certamente incorreta". Ele diz que prefere a aplicação de Apoc. 11 da  forma como se encontra em Testimonies for the Church, vol. 4, p. 594 (Ford, pp. 575, 326). 


Em Testimonies for the Church, vol. 4, p. 594, Ellen White não está fazendo uma exegese de Apocalipse 11. Ela está simplesmente usando a linguagem de Apoc. 11:3 por questão de conveniência. Em O Grande Conflito, pp. 265- 288 ela discute Apoc. 11 de forma consideravelmente detalhada e dá a impressão de que está realmente dizendo a seus leitores qual o significado do capítulo. 


É fato que Ellen White fez algumas pequenas mudanças na edição de 1911, neste capítulo de O Grande Conflito. "O Grande Sino do palácio" na edição de 1838 foi mudado para "um sino" em 1911; "a Palavra de Deus fora proibida" tornou-se "O culto à Divindade fora abolido"; "o decreto que proibia a Bíblia" foi alterado para "os decretos que aboliam a religião cristã e punham de parte a Escritura Sagrada", etc. (Veja O Grande Conflito, pp. 272, 273, 287). 


Estas mudanças no entanto, não afetaram a exposição do capítulo, que permaneceu, em 1911, a mesma que houvera sido na edição de 1888. 


Embora nos pontos históricos de menor importância necessitassem de revisão, dificilmente se pode usar isto como argumento contra a exposição básica em si mesma. Não se escreveu nenhuma interpretação melhor ou mais satisfatória de Apocalipse 11 do que a encontrada em O Grande Conflito. 


57. APOCALIPSE 14 E ROMA "APENAS" 


Declara Ford: "Em 1911 a palavra "apenas" foi inserida na pág. 383 de O Grande Conflito, mudando consideravelmente o sentido... O argumento da sentença alterada na pág. 383 agora não faz sentido". (Ford, p, 691). É obscura a interpretação de Apoc. 14:8 feita pela Sra. White em O Grande Conflito? 


Em 1888, Ellen White escreveu: 


"A mensagem de Apocalipse 14, anunciando a queda de Babilônia, deve aplicar-se às organizações religiosas que se corromperam. Visto que esta mensagem se segue à advertência acerca do juízo, deve ser proclamada nos últimos dias; portanto, não se refere à Igreja de Roma, pois que esta igreja tem estado em condição decaída há muitos séculos. 


Demais, no capítulo 18 do Apocalipse, o povo de Deus é convidado a sair de Babilônia. De acordo com esta passagem, muitos do povo de Deus ainda devem estar em Babilônia. E em que corporações religiosas se encontrará hoje a maior parte dos seguidores de Cristo? Sem dúvida, nas várias igrejas que professam a fé protestante." – O Grande Conflito, p. 383, ed. de 1888. 


W. W. Prescott perguntou como "Babilônia" em Apocalipse 14 poderia se aplicar ao protestantismo quando "Babilônia", em Apocalipse 14, aplicava-se ao catolicismo romano. (Veja W. W. Prescott a W. C. White, 26 de abril de 1910). 


Para eliminar qualquer mal-entendido que pudesse surgir, Ellen White acrescentou a palavra "apenas" à edição de seu livro em 1911. A sentença-chave, agora diz: "Visto que esta mensagem se segue a advertência acerca do juízo, deve ser proclamada nos últimos dias; portanto, não se refere apenas à Igreja de Roma, pois que esta igreja tem estado em condição decaída há muitos séculos". (O Grande Conflito, p. 383, ed. de 1911). 


Prescott ficou muito satisfeito com a palavra acrescentada e mencionou isso na Conferência Bíblica em 1919. Deixamos a cargo do leitor estudando todo o contexto do capítulo e do livro, julgar se a sentença foi modificada de forma apropriada. 


58. DISCREPÂNCIA NA NARRAÇÃO DE EVENTOS BÍBLICOS 


Ford diz que Ellen White cometeu um erro ao mencionar o número dos aliados de Abraão; que ela disse que foi Deus quem ordenou a Adão e Eva que não tocassem no fruto, e mais tarde escreveu que estas palavras eram de Eva, e não de Deus; ela disse que apenas oito almas receberam a mensagem de Noé, mas em outra parte disse que houve outros que creram e ajudaram a construir a arca (Ford, pp. 612, A - 253,* 246). 


Ford também salienta que o relato de Ellen White do ministério diário no antigo santuário não é inteiramente exato (Veja Patriarcas e Profetas, pp. 365-366). Ellen White de fato cometeu erros desta natureza e, nesse caso, o que tais discrepâncias nos ensinam? 


Nem sempre Ellen White narrava eventos bíblicos com absoluta precisão, demonstrando dessa forma que ela não era infalível. A esse respeito tinha ela muito em comum com os profetas bíblicos, que também não eram infalíveis. Moisés descreveu Hobabe como seu cunhado (Núm. 10:29), e portanto Juízes 4:11 apresenta um problema. 


I Samuel 16:10, 11 indica que Davi era o oitavo filho de Jessé, número esse diferente do que é dado em I Crônicas 2:15. Lucas 3:36 menciona Cainã, cujo nome não consta em Gênesis 11:12. O relato de Paulo sobre a ratificação do primeiro concerto não está inteiramente em harmonia com o relato do Velho Testamento. Compare Hebreus 9:19 com Êxodo 24:3-8. 


Estas e outras dificuldades semelhantes que poderíamos citar, de modo algum provam que as Escrituras são indignas de confiança. A Bíblia não foi escrita para resolver detalhes insignificantes da história, mas para estabelecer doutrinas, e para "a repreensão, correção, para educação na justiça" (II Timóteo 3: 16). 


A Bíblia é um guia infalível para o Céu, e contudo foi escrita por seres humanos a quem foi permitido, na providência de Deus, cometer erros em seus escritos em assuntos que não afetassem a salvação de ninguém. Semelhantemente, a humanidade de Ellen White transparecia de quando em quando em seus escritos. 


59. EQUÍVOCOS DE NATUREZA DOUTRINÁRIA 


Segundo Ford, "Ellen White mudou várias posições doutrinárias" tais como o horário de início do sábado, o uso da carne de porco, benevolência sistemática versus dízimo, o significado da porta fechada, a lei em Gálatas, etc (Ford, pp. 12, 619, 622, 629). Isso é verdade? 


A concepção de Ellen White acerca de certos pontos das Escrituras de fato mudou, como resultado do estudo da Bíblia e da luz progressiva que ela recebia do Senhor. Vários dos exemplos de Ford são válidos, mas outros não o são. 


Os próprios escritores bíblicos por vezes encontravam-se em erro quanto a sua teologia, e tinham de ser corrigidos. 


Pedro interpretava erroneamente textos como Neemias 13:1-13 e Oséias 2:23 até que o Senhor o corrigiu (Atos 10); os apóstolos todos compreendiam mal Zacarias 13:7 e Isaías 53:7, 8, mesmo  quando Cristo tentava explicar-lhes Sua vindoura crucifixão (Marcos 9:31, 32). Eles cresceram em compreensão da Bíblia, da mesma maneira que outros (Lucas 24:25, 26; João 20:8, 9; Atos 1:6). 


O mesmo ocorreu com Ellen White. Por vezes ela não compreendia certos ensinos bíblicos até que eles eram apresentados em visão. Note os exemplos dados nos poucos parágrafos seguintes. 


60. O USO DA CARNE DE PORCO 


Ford declara: "Ellen White enviou uma advertência a alguém que desejava opor-se ao uso da carne de porco, mas em anos posteriores, quando a igreja estava mais estabelecida, ela própria recomendados com insistência a atitude que havia anteriormente condenado". (Ford, p. 622). 


A palavra "condenado" é muito forte. Ellen White, em 1858, não condenou os pontos de vista da pessoa que estava instando os adventistas a absterem-se da carne de porco. O que ela fez foi solicitar-lhe que não impusesse suas opiniões à igreja infante desde que causassem divisão. Eis o que ela disse: 


"Vi que vossos pontos de vista concernentes à carne de porco não causarão dano se os retiverdes para vós mesmos; mas em vosso julgamento e opinião fizestes desta questão um teste, e vossas ações têm mostrado claramente vossa fé neste assunto. Se Deus requer que Seu povo se abstenha da carne de porco, Ele os convencerá sobre isso. 


Ele está justamente tão disposto a mostrar a Seus filhos sinceros o dever, como o mostrar o dever a indivíduos sobre quem Ele não colocou o encargo de Sua obra. Se for dever da igreja abster-se da carne de porco, Deus revelará isso a mais de dois ou três, Ele ensinará a Sua igreja o dever". – Testimonies, vol. 1, pp. 206, 207, 


Cinco anos mais tarde o Senhor fez exatamente isso. Na visão de 6 de junho de 1863 em Otsego, Michigan, foi mostrado a Ellen G. White que "Deus nunca teve o propósito de que a carne de porco fosse ingerida em nenhuma circunstância" (Spiritual Gifts, v. 4, p. 124). Ela cresceu em entendimento, de modo que não há conflito entre suas declarações de 1858 e as de 1863 (Veja Testimonies, v. 1, p. 206, pé da página). 


61. O HORÁRIO DE INÍCIO DO SÁBADO. 


Aqui está a explicação de Urias Smith do que ocorreu: 


"Em duas visões foram apresentadas a Sra. White algo sobre o momento de começar o sábado. A primeira foi em 1847, em Topsham, Maine. Naquela visão foi-lhe mostrado que começar o sábado ao nascer do sol era errôneo. Logo ouviu um anjo repetindo estas palavras: 'De uma tarde a outra tarde celebrareis o vosso sábado'. 


O irmão Bates estava presente, e explicou a todos ali reunidos que 'tarde' era as seis da tarde. Observemos isto: A visão de Topsham não ensinou que a hora era as seis da tarde. Apenas corrigiu o conceito de que o sábado começava ao nascer do sol.". 


"No outono de 1855 o pastor J. N. Andrews me visitou em Battle Creek, em sua viagem a Iowa, e me apresentou as razões bíblicas para começar o sábado ao pôr-do-sol. Ele escreveu um claro artigo sobre o tema, e me entregou. Este apareceu na Review em 4 de dezembro de 1855. No entanto, este artigo antes de aparecer na Review foi lido na Associação, em Battle Creek, aproximadamente naquela época... 


"No fim da conferência... a Sra. White teve uma visão, e um dos temas foi que a hora do pôr-do-sol estava correta. Isto pôs ponto final à questão com  o irmão Bates e outros, e desde então tem prevalecido uma harmonia geral sobre este tema" (Review and Herald, 25 de fevereiro de 1868, p. 168). 


Ellen G. White seguiu o exemplo de Bates entre 1847 e 1855 em observar o sábado desde as seis até as seis. Depois de coordenados estudos bíblicos e sua visão de 1855 observou o sábado desde o pôr-do-sol até o pôr-do-sol. 


Pode-se ver facilmente que ela cresceu em sua compreensão quanto ao significado verdadeiro das Escrituras. Também se pode ver que suas duas visões referidas sobre o começo do sábado estavam em perfeita harmonia. (Veja Testimonies for the Church, v. 1, p. 116). 


62. BENEVOLÊNCIA SISTEMÁTICA E DÍZIMO 


Ellen G. White não foi culpada de uma contradição doutrinária quando aprovou tanto o plano de benevolência sistemática quanto o sistema atual de dízimos. Em sua mente os termos "benevolência sistemática" e "sistema de dízimos" eram praticamente sinônimos. (Veja Testemunhos Seletos, v. 1, pp. 550, 551). 


"A benevolência sistemática" baseou-se no sistema do dízimo. Os que possuíam propriedades deviam pagar à igreja anualmente um por cento do valor de sua propriedade, além das ofertas. Um por cento era um dízimo de uma entrada teórica de lucro de dez por cento representado pelo uso da propriedade. Ellen G. White escreveu em 1859 que este plano era "agradável a Deus" (Testimonies for the Church, v. 1, p. 190). 


Quando em 1876 a igreja adotou formalmente o sistema de um dízimo de dez por cento das entradas em vez de um por cento da propriedade, isto não representou uma mudança na doutrina, senão um melhor método de computar o dízimo. (Veja Seventh-Day Bible Commentary, v. 10, p. 1288). 


Ellen G. White prontamente apresentou seu relatório. Em 1881 escreveu: "Deus pede certa porção dos recursos confiados ao homem um dízimo; mas deixa a todos livres para dizer quanto é o dízimo, e se eles querem ou não dar mais do que isto" (Testimonies for the Church,, vol. 5, p. 149). 


63. A LEI EM GÁLATAS 


Em 1854 J. H. Waggoner tomou a posição de que a lei em Gálatas 3:24 era somente a lei moral. Dois anos mais tarde foi mostrado em visão a Ellen White que Waggoner estava errado, e ela escreveu a ele dizendo-lhe isso. 


O Senhor não mostrou a Ellen White nessa época o que o "aio" em Gálatas 3 representava de fato, mas cria a maioria dos adventistas que o "aio" devia ser a lei cerimonial, desde que não se restringia somente a lei moral. 


Não se deu maior consideração ao assunto até 1884, quando E. J. Waggoner, editor do Signs, recomeçou o assunto ao advogar o ponto de vista de seu pai de que a lei em Gálatas 3 era apenas a lei moral. Urias Smith e George I. Butler energicamente se opuseram a Waggoner nisto, pois estavam certos de que a lei em Gálatas 3:24 era a lei cerimonial. 


Deu-se um confronto aberto na Conferência Geral de Mineápolis em 1888, onde Ellen White tentou manter uma certa aparência de harmonia. Recusou-se ela a apoiar totalmente qualquer um dos dois grupos. "Não posso tomar a posição de qualquer dos dois lados" explicou ela, "até que eu haja estudado a questão". (Veja Through Crisis to Victory, p. 292). 


Conquanto favorecesse a posição de Waggoner acima da de Smith e Butler, dizia contudo que nenhuma das duas estava completamente certa. "Nenhuma das duas tem toda a luz sobre a lei; nenhuma das duas posições é perfeita" (Carta 21, 1888). 


Pouco tempo após a Conferência Geral de Mineápolis ela escreveu que a questão da lei em Gálatas "não deve ser tratada em estilo de debate" e que não era "uma questão vital e não devia ser tratada como tal" (Manuscrito 24, 1888). 


Muitos anos decorreram antes que o Senhor desse a Ellen White uma compreensão do texto controvertido. Ela declarou, em 1896: "Neste texto (Gálatas 3:24), o Espírito Santo através do apóstolo refere-se especialmente à lei moral" e, em 1900, escreveu ela: "Que lei é o aio que deve nos levar a Cristo? Respondo: tanto a lei cerimonial quanto o código moral dos dez mandamentos". 


Isto definiu a questão para todos os que criam ser Ellen White a mensageira de Deus. Não era apenas uma lei ou outra. Todo o sistema de leis era representado como o aio, "para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé". (Veja o Comentário Bíblico Adventista, vol. 6, p. 1110, 1109). 


64. OS DOIS CONCERTOS 


A mais clara e abarcante discussão dos dois concertos por Ellen White está em Patriarcas e Profetas, pp. 370-373, publicado em 1890. Ainda está para ser provado que qualquer coisa que ela tenha escrito antes ou depois desta data está em conflito com a declaração de Patriarcas e Profetas.  


65. A PORTA FECHADA 


O verdadeiro significado da frase "e fechou-se a porta" (Mat. 25:10) desdobrou-se apenas gradualmente aos pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Quando  Cristo não retornou em 22 de outubro de 1844, muitos crentes adventistas pensaram que nesta data a porta da graça tinha sido "para sempre fechada para o mundo" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 63). 


A jovem de 17 anos, Ellen Harmon, era um dos que partilhavam dessa crença. Não obstante, ela logo mudou de idéia. Aproximadamente um mês após o desapontamento, Ellen concluiu que o "movimento do sétimo mês" do outono de 1844 não era em realidade o clamor da meia-noite de Mateus 25:6, afinal das contas. Parece que por algumas semanas a data de 22 de outubro perdeu todo o significado para ela. 


Tiago White declarou em 1847: "Quando ela recebeu sua primeira visão, em dezembro de 1844, ela e todo o grupo em Portland, Maine... haviam abandonado o clamor da meia-noite, e a porta fechada, como estando no passado" (A Word to the Little Flock, p. 22; fac-símile publicada em Ellen G. White and Her Critics, de F. D. Nichol, p. 582). 


Esta primeira visão destinava-se a dar novamente a certeza, ao pequeno rebanho adventista, da liderança de Deus no movimento Milerita e da integridade da data de 22 de outubro (Ver Primeiros Escritos, pp.14-20). Foram mostrados a Ellen White três grupos de pessoas: 


Os santos vivos, em número de 144.000, que mantiveram sua fé na experiência de 22 de outubro. 


Os ex-mileritas que olhavam para o movimento de 1844 como um erro e afirmavam que "não fora Deus quem os guiara tão longe", e 


"O mundo ímpio a quem Deus havia rejeitado". 


Ellen interpretou mal esta visão. Ela entendeu corretamente que o dia da salvação havia passado para os últimos dois grupos. Para eles, a porta estava fechada (ver Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 62). 


Mas ela concluiu incorretamente que ninguém mais poderia aceitar a Cristo após 22 de outubro, que apenas o pequeno rebanho remanescente na família da fé seria salva, e que todos os demais se perderiam. De alguma forma ela deixou de ver que o número de 144,000, embora representativo, devia seguramente incluir mais do que uns poucos grupos de rebanhos adventistas. 


Em janeiro de 1845, Ellen Harmon começou a visitar os pequenos rebanhos adventistas em Maine e New Hampshire para lhes contar o que ela havia visto em visão. No que se refere ao ministério dela nessa época, Otis Nichols escreveu para Guilherme Miller: 


"Sua mensagem era sempre acompanhada pelo Espírito Santo, e, onde quer que fosse recebida como vinda do Senhor, ela quebrantava e enternecia seus corações como de criancinhas, alimentava, confortava, fortalecia os fracos, e os encorajava a ficar firmes na fé, e no movimento do sétimo mês, e que nossa obra era feita pela igreja nominal e o mundo, e o que restava para ser feito era pelos domésticos da fé". (Otis Nichols para Guilherme Miller, 20 de abril de 1846, arquivo dos 0ccumentos do Patrimônio White, # 439b). 


Em fevereiro de 1845, enquanto ela estava em sua primeira viagem para a parte ocidental do Maine, o Senhor deu a Ellen outra visão que iluminava ainda mais os eventos de 22 de Outubro de 1844 (veja Primeiros Escritos, pp. 54-56). No que toca a essa visão, ela escreveu a José Bates: 


"Enquanto estávamos em Exeter, Maine, em reunião com Israel Dammon, Tiago, e muitos outros, muitos deles não criam numa porta  fechada... Havia lá uma irmã que era considerada muito  consagrada. 


Ela havia viajado durante vinte anos e sido uma poderosa pregadora na maior parte do tempo. Certamente tinha sido uma mãe em Israel. Mas havia surgido uma divisão no grupo com relação a porta fechada. Ela sentia grande compaixão, e não podia crer que a porta estava fechada. (Eu não sabia nada sobre suas controvérsias). A irmã Durber levantou-se para falar. Senti-me muito triste. 


"No momento minha alma parecia estar agonizando, e enquanto ela falava caí da cadeira ao chão. Foi então quanto tive uma visão de Jesus: vi que Se levantava de seu trono de mediação e passava para o lugar santíssimo como um Esposo para receber Seu reino... A maioria deles aceitou a visão e resolveram o assunto da porta fechada" (Carta 3, 1847). 


Parece que em 1847 – a data desta carta a Bates – Ellen G. White ainda mantinha que a porta da misericórdia havia se fechado para o mundo em 1844. No entanto, durante os dois anos seguintes, sua opinião acerca do significado da porta fechada se ampliou substancialmente como se evidencia nos seguintes documentos: 


Em maio de 1848, Ellen G. White escreveu a família Hastings: 


"Como vão as crianças? Sentem-se aceitos por Deus? Queridos meninos, não descanseis um momento se não ... sim, eu os amo, meninos, e quero que sejam salvos no reino e gozem da beleza da nova terra" (Carta 1, 1848). 


Na visão de novembro de 1848, quando viu "torrentes de luz que circundavam o mundo inteiro" (Life Sketches, p. 125). José Bates registrou as seguintes palavras tal como Ellen G. White as pronunciou: 


"Os anjos estão retendo os quatro ventos... Nem todos os santos estão selados... Sim, publicai o que tendes visto e ouvido, e as bênçãos de Deus cairão ... Tivemos a porta fechada. Deus tem ensinado vez após vez, mas essa experiência não é o selo" (Citado em Ellen G. White and Her Critics, p. 249). 


Numa visão em 5 de janeiro de 1849, Ellen G. White "viu que Jesus não deixaria o Lugar Santíssimo até que cada caso fosse decidido, seja para salvação ou para destruição" (The Present Truth, agosto de 1849, p. 22). 


Em 24 de março de 1849 foi-lhe mostrado o seguinte: 


"Vi que Jesus havia fechado a porta do lugar santo, e que nenhum homem poderia abri-la; e que Ele havia aberto a porta para o santíssimo, e que homem algum podia fechá-la (Apoc. 3:7 e 8); e que uma vez que Jesus abrira a porta para o santíssimo, onde está a arca, os mandamentos têm estado a brilhar para o povo de Deus, e eles estão sendo testados sobre a questão do sábado." (Carta 5, 1849). (Veja Primeiros Escritos, pp. 42-45). 


Em 11 de janeiro de 1850 Ellen G. White informou alegremente: 


"Oh, meu irmão e irmã, desejaria que todo o povo de Deus pudesse ter uma visão disto tal como Deus me mostrou. A obra do Senhor está avançando. As almas estão se chegando a verdade e logo a obra estará completa. Conservai o bom ânimo, esperança em Deus, não permitais que nada os desanime. 


Temos a verdade. Nós o sabemos. Louvai ao Senhor. Ontem vi que nossa obra não estava dirigida aos pastores que rejeitaram os mensageiros anteriores, senão aos sinceros que se sentem defraudados e estão extraviados" (Carta 18, 1850). 


Em janeiro de 1850, Ellen G. White tinha chegado a duas firmes conclusões: Que em 22 de outubro de 1844: 


A porta da misericórdia havia se fechado para alguns indivíduos mas não para o mundo em geral. 


Embora uma porta no Céu tinha se fechado, outra porta havia sido aberta. A porta fechada representava o término de uma fase do ministério celestial de Cristo enquanto que a porta aberta representava o começo da segunda fase de Seu ministério celestial. 


Os adventistas observadores do sábado vieram a ser conhecidos como o povo "do sábado e da porta fechada". Em outras palavras, suas duas doutrinas principais eram que o sétimo dia era o dia de descanso e que a purificação do santuário celestial começou em 22 de outubro de 1844. A "porta fechada" havia se tornado uma frase compacta para "fé em 22 de outubro de 1844". 


Ellen White continuou firmemente a defender este conceito da "porta fechada" durante toda sua vida. Em 1888 e novamente em 1911 ela enfatizou que, após haver completado dezoito séculos de ministério no primeiro compartimento, Cristo entrou no lugar santíssimo do santuário celestial em 22 de outubro de 1844. (Veja O Grande Conflito, pp. 429-431). 


Nos cinco anos entre dezembro de 1844 e janeiro de 1850, Ellen White havia ganho uma compreensão muito mais clara e ampla da frase "e fechou-se a porta" de Mat. 5 reconhecidamente, uma mudança fundamental. Contudo, isto de forma alguma invalida a confiança que se pode depositar em suas visões. Anos mais tarde ela resolutamente defendeu a integridade daquelas primeiras visões quando declarou: 


"Com meus irmãos e irmãs, após a passagem do tempo em quarenta e quatro, acreditei que não mais se converteriam pecadores." – Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 74. 


Algumas vezes, explicou ela, o Senhor lhe dava várias visões sobre um assunto especifico, antes que ela fosse capaz de entendê-lo. Declarou ela: 


"Com freqüência me são dadas representações que a princípio eu não compreendo, mas depois de algum tempo elas se tornam claras pela reiterada apresentação dessas coisas que a princípio eu não entendi, e de certas maneiras que fazem com que o seu significado seja claro e inconfundível." – Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 56. 


O significado pleno de sua primeira visão estava claro agora. Os que "viram a luz das mensagens do primeiro e segundo anjos e rejeitaram aquela luz, foram deixados em trevas". Mas "os que não viram a luz, não tinham a culpa de sua rejeição". (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 63). 


A frase "todo o mundo ímpio que Deus havia rejeitado" referia-se apenas àqueles que tinham rejeitado luz. A revelação progressiva por Deus havia sido acompanhada pela compreensão progressiva de Ellen White. 


A fim de evitar outros mal-entendidos, quando ela publicou Seu panfleto de 1846 em seu primeiro livro, em 1851, ela tirou a frase "mundo ímpio". Compare Primeiros Escritos, p. 15, com Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 62 (Veja O Grande Conflito, pp. 427-428). 


66. A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS 


Ford declara que a aplicação que Ellen White faz de Mat. 25:1-12 ao movimento milerita em O Grande Conflito é uma aplicação "de princípio antes que de exegese", mas ele se refere a esta aplicação como uma "posição errônea" e diz que ela "não é escriturística". 


Ele afirma que "ao passo que Ellen White em O Grande Conflito equiparou Daniel 8:14 com Mat. 25:1-13, e apontou para 1844 como o cumprimento de ambos, ao escrever posteriormente sobre Mat. 25:1-13 ela omitiu inteiramente esta aplicação, e apontou o fim do mundo como seu cumprimento". (Ford, pp. 596, 544, 659). Há alguma verdade nesta alegação?  


Ellen White aplicou a parábola das dez virgens ao movimento Milerita em Spirit of Prophecy, vol. 4, pp. 248-250, publicado em 1884, e no Grande Conflito, publicado em 1888 e 1911. Ela aplicou a parábola a igreja que vive justamente antes da segunda vinda em Parábolas de Jesus, publicado em 1900. 


É significativo que, conquanto ela tenha feito algumas mudanças na edição de 1911 em O Grande Conflito, como já mencionamos, ela não mudou sua interpretação da parábola das dez virgens. É óbvio que ela ainda cria ser esta válida. Portanto, não é correto dizer que, após 1900, "ela omitiu inteiramente esta aplicação". 


Quem pode dizer que destas duas aplicações da parábola uma deve estar errada? Mateus 24:4-14 tem dupla aplicação. Por que não também Mateus 25:1-12? 


67. O ABALO DAS POTESTADES DO CÉU 


Em O Grande Conflito, pp. 306-308 e 331-335, Ellen White declara que os sinais no sol, na luz e nas estrelas foram cumpridos em 1780 e1833. Em Primeiros Escritos, p. 41, ela diz que as potestades do céu (o sol, a lua e as estrelas) serão abalados pela voz de Deus, o que é ainda um evento futuro. Ford afirma que estas duas profecias apontam para o mesmo evento. (Ver Ford, pp. 547-549). Isto é correto? 


Não. Em seu relato em O Grande Conflito Ellen White está discutindo os sinais nos céus a que Lucas 21:25 se refere, enquanto que em Primeiros Escritos ela está discutindo o abalo das potestades do céu mencionado em Luc. 21:26. Estes são o mesmo evento, mas eventos distintos. 


O sol não foi "abalado" quando escureceu, nem a lua foi "abalada" ao tornar-se como sangue. Ellen White declara que "o sol, a lua e as estrelas se moverão em seus lugares" com a voz de Deus. Este é claramente um conjunto de eventos diferente do escurecimento do sol, etc. 


68. O TERREMOTO DE LISBOA E OS SINAIS NOS CÉUS 


Ford afirma que a explicação de Ellen White sobre Apoc. 6:12, 13 e Lucas 21:25 como "alusões ao terremoto de Lisboa, o dia escuro e a queda das estrelas, é uma aplicação adequada ao povo ao qual primeiro se dirigia – adventistas do século dezenove. Esta aplicação é antiquada para o século vinte" (Ford, p. 546). Estes eventos ainda têm importância para os nossos dias? 


Ellen White não cria que suas referências aos eventos de 1755, 1780 e 1833 eram antiquados no século vinte. Em 1911 ela fez algumas mudanças no texto de O Grande Conflito, mas não mudou sua interpretação destes três sinais. 


A chuva de estrelas em 1833 pode parecer história antiga para algumas pessoas, mas em termos da história total da Terra é um evento bastante recente e nos assegura que a vinda do Senhor está realmente próxima. 


Devemos também nos lembrar que o Senhor estava preparado para retornar a esta Terra muitos anos atrás e que Seu retorno tem sido retardado por causa da deficiência humana. (Ver Evangelismo, pp. 694-697). 


69. AS VISÕES SOBRE ASTRONOMIA 


Ford declara que "os astrônomos não têm conhecimento de qualquer grande espaço aberto em Órion, e as luas planetárias enumeradas em uma antiga visão de Ellen G. White já não são consideradas corretas pelo conhecimento moderno " (Ford, pp. 620-621). Quão precisas são as declarações de  Ellen White em Primeiros Escritos, pp. 40-41? 


Perguntamos, quão completo é nosso conhecimento sobre Órion? E como pode qualquer um dizer que o número de luas que Ellen White mencionou não é correto quando não há maneira alguma de saber que planeta ela viu? Ninguém pede provar que suas declarações estão erradas. Uma discussão completa das luas planetárias pode ser encontrado em Ellen G. White and Her Critics, de F. D. Nichol, pp. 91-101. 


70. A NÃO RESPONDIDA CARTA DE BALLENGER 


Ford cita uma carta de 5 páginas endereçada a Ellen White em 1909 por A. F. Ballenger na qual ele pedia uma refutação escriturística de seus pontos de vista sobre o santuário. Ford nota que esta carta foi "uma que não recebeu resposta pessoal" (Ford, pp. 64-69). Por que Ellen White não respondeu a Ballenger? 


Ellen White nunca tentou, em tempo algum, escrever um comentário exegético detalhado de qualquer passagem escriturística. Ela deixava este tipo de atividade para outros. Tanto mais era necessário, com a idade de 82 anos, que ela deixasse a correspondência argumentativa e a defesa da fé nas mãos dos irmãos. 


Ellen White havia expressado inteiramente suas opiniões sobre os ensinos de Ballenger em 1905, 1906 e 1907. Eu anos anteriores ela havia apresentado exposições fundamentadas na Bíblia sobre a verdade do santuário em vários de seus livros. Havia pouco a adicionar em 1909. (Ver Manuscript Release Nº 760, de 31 páginas, "A Integridade da Verdade do Santuário"). 


* p. "A - 253" indica p. 253 do Apêndice do documento de Ford. 



VEJA AQUI O 👉 Índice Completo Sobre o Santuário e Ellen White