71. A ACUSAÇÃO DE PLÁGIO
The Tribune Chicago de 23 de novembro de 1980, cita as palavras de Walter Rea: "Ellen G. White foi uma plagiadora". Há qualquer fundamento nesta acusação?
Plágio, como geralmente se entende, inclui o ato de um autor ao fazer extrações dos escritos de outro sem mencioná-lo, a prática de fraude por fazer material de outro passar como se fosse seu, e o ato de privar o autor original de reconhecimento e de seus justos benefícios financeiros.
É fato que Ellen White verdadeiramente usou obras de outros até certo ponto enquanto empenhada em seus escritos, mas não há nenhuma evidência de intenção de fraude por parte dela, nem há evidência de que qualquer outro autor fosse alguma vez privado de seus legítimos benefícios por causa das atividades dela.
Nenhum editor ou autor em qualquer parte já processou ou ameaçou processar Ellen White sob a alegação de que direitos autorais ou editoriais houvessem sido infringidos. (Veja Brief Statements Regarding the Writings of Ellen G. White*, p. 14; veja também F. D. Nichol, Ellen G. White and Her Critics, pp. 403-467 para uma discussão completa sobre a questão do Plágio).
72. LEIS SOBRE DIREITOS AUTORAIS E PLÁGIO NO SÉCULO PASSADO
Existiam direitos autorais cem anos atrás? Os White tinham conhecimento dessas leis? Compreendiam o que constituía o plágio?
Sim, existiam de fato leis sobre direitos autorais, e a família White, bem como os adventistas em geral, estavam cientes dessas leis. Também compreendiam o que significava a palavra "plágio". Em 1864 Urias Smith escreveu um editorial na Review:
"Plágio: esta é uma palavra usada para expressar 'roubo literário', ou o ato de tomar as produções de outrem e fazê-las passar por sua própria.
"Em a World Crisis (Crise do Mundo) de 23 de agosto de 1864, encontramos um poema com o devido cabeçalho: 'Para a Crise do Mundo' e assinado: 'Luthera B. Weaver'. Qual não foi nossa surpresa, portanto, ao descobrir que esse poema era nosso hino familiar: 'Por muito tempo sobre as montanhas, cansado, / Foi torturado o rebanho disperso'.
"Este poema foi escrito por Annie R. Smith, e publicado pela primeira vez na Review, vol. II, nº 8, de 9 de dezembro de 1851, e tem estado em nosso hinário desde que a primeira edição saiu, depois disso. ...
"Estamos plenamente de acordo que trechos da Review, ou de qualquer de nossos livros, sejam publicados em qualquer extensão, e tudo que pedimos é, que se nos faça simplesmente justiça, ao fazer a devida menção do autor ou da obra". – Review and Herald, 6 de setembro de1864, p. 120.
Edson White, que havia-se tornado um editor por conta própria, uma vez aconselhou seu irmão mais novo, Willie, no tocante a direitos autorais (copyrights) de hinos:
"Com respeito a direitos autorais: você está enganado ao pensar que eles têm apenas uma reserva de direitos autorais geral para o hinário todo. Cada peça original (de música) tem sua reserva de direitos autorais. Mesmo que tal não se dê eu recebo conselho sobre o assunto do Bibliotecário da Assembléia Legislativa.
Ele diz que uma reserva geral de direitos autorais é válida para cada peça musical do livro a menos que elas devessem ser publicadas separadamente. Eu queria palavras de Biglow e Nain para uma Antífona, mas não ousei usá-las até que houvesse escrito.
Eu o aconselharia a ser muito cuidadoso sobre a infração de direitos autorais. O mundo logo passará a usar tudo que puder comandar contra nós, e o que eles permitissem que fosse feito hoje poderia no futuro causar-nos grande dano". – James Edson White a W. C. White, 21 de maio de 1878.
O editor de Youth's Instructor em1895 expressou seu desgosto por ter sido ludibriado por alguns colaboradores do periódico. Ele protestou energicamente: "De boa fé temos recebido artigos como se fossem originais, que posteriormente, para grande decepção de nossa parte, verificou-se terem sido copiados na íntegra de escritos alheios". O editor referiu-se a esta prática como plágio e roubo. Declarou ele:
"Um plagiador é alguém que alega ter escrito um artigo original, mas que o tomou emprestado – talvez roubou seria uma palavra mais apropriada – de outra pessoa. Algumas pessoas que achariam ser um grande pecado roubar uma arroba de maçãs ou um dólar em dinheiro, não hesitam em roubar pensamentos ou expressões escritos de outros, e então apresentá-las como suas.
Tais indivíduos necessitam ter suas sensibilidades morais aguçadas, a fim de poderem compreender que é tão verdadeiramente um roubo furtar um artigo de um livro ou periódico e mandá-lo para ser publicado como se fosse original, como o é furtar qualquer outra coisa.
Em conclusão, ele apelou a seus leitores:
"Querem por favor todos os amigos do Instructor escrever à vontade os melhores e mais bem escolhidos pensamentos de sua autoria, e citar de outros autores se assim o desejarem, mas deixar plenamente claro o que é original deles e o que não o é?" – Youth's Instructor, 2 de maio de 1895.
73. POR QUE FORAM OMITIDAS AS ASPAS
Em vista do fato de que os Whites estavam familiarizados com as leis sobre direitos autorais, por que nem sempre Ellen White usa aspas e menciona outros autores quando extraiu material deles?
A despeito da existência de leis sobre direitos autorais, não era raro que os escritores de um século atrás, tanto religiosos quanto seculares, fizessem empréstimos uns dos outros sem fazer menção específica do autor. Em sua History in the United States 1800-1860 (Johns Hopkins Press, 1970), George Callcott declara:
"O segundo principal ataque que os eruditos modernos faziam aos historiadores do início do século dezenove girava em torno do juízo, a prática de usar em suas próprias obras a mesma fraseologia que alguma outra pessoa usou.
O historiador do início do século dezenove ficaria assombrado com o ataque e pleitearia nolo contendere,* e simplesmente salientaria que nunca pretendeu ser original quando podia encontrar uma outra pessoa que havia dito de forma satisfatória o que ele tinha em mente.
"Um dos primeiros a ser atacados foi William Gordon, por usar material do Annual Register sem aspas. ...
"Após citar suas fontes, um escritor típico declarou que 'desejava admitir publicamente que ele freqüentemente copiava a linguagem, bem como os fatos, e não era minucioso a ponto de tirar a beleza de sua página com aspas'.
Outro lisonjeiramente explicou que seus 'primeiros cinco capítulos... são do esboço histórico admiravelmente escrito no Martin's Gazetteer'. Outros abertamente declaravam que não haviam 'hesitado' em copiar um estudo bem escrito de época anterior; que eles usaram 'amplamente a linguagem de outros'; que utilizavam obras alheias 'sem fazer apresentação das autoridades nas quais me baseei'; que, ao ser encontrada uma boa fonte, eles haviam 'adotado a fraseologia do autor por completo'; e que eles haviam 'feito uso delas como propriedade pública'.
"O historiador do início do século dezenove não sentia necessidade de provar sua originalidade, e não teria compreendido porque deveria fazer questão de retrabalhar um material quando o que ele queria dizer já havia sido melhor dito por um outro. ...
"Os historiadores em geral se sentiam lisonjeados e não insultados quando suas palavras eram usadas por outrem. É notável nesse período a ausência de rivalidade por erudição, e os escritores que faziam empréstimos um do outro continuavam a manter as melhores relações". – pp. 134-136.
Em 1863 Ingram Cobbin escreveu:
"Todos os comentaristas extraíram extensamente dos escritos dos pais da igreja, especialmente de Santo Agostinho; e a maioria deles fez propriedade pública de Patrick, Lowth e Whitby, Poole exauriu os escritures do Velho Mundo; Henry usou livremente dos escritos de Bishop Hall e outros; Scott e Benson enriqueceram suas páginas abundantemente de Henry; Gill traduziu o espírito da "Sinopse" de Poole, mas geralmente cita as autoridades de onde extraiu; Adam Clarke e Davidson valeram-se muito de todos os melhores críticos, embora o primeiro nem sempre mencione seu vínculo com eles, e o último nunca o faça; mas o prefácio de seu admirável "Comentário de Bolso" é uma confissão honesta de que ele não pretende ser mais que um compilador". – Citado por F. D. Nichol, Ellen G. White and Her Critics, p. 406,
Em 1873 W. F. P. Noble publicou seu excelente livro, The Prophets of the Bible, com o seguinte prefácio:
"Ao preparar estes esboços, o autor livremente se utilizou de qualquer material que servisse ao seu objetivo. Reconhece ele sua dívida para com vários autores que trataram deste mesmo grande tema em qualquer de seus aspectos. Estiveram perante ele as obras de muitos autores e foram usadas tanto quanto podiam ser úteis para seu propósito.
Esforçou-se ele por trazer a essência de vários livros perante uma classe de leitores que não têm acesso a essas fontes; e com este fim em vista, foi incorporada qualquer citação de outros autores que parecia Provavelmente comunicar interesse adicional à leitura das Escrituras; isto foi feito na medida em que o espaço permitia.
"Não achou ele necessário, no desenvolvimento deste plano, sobrecarregar as páginas com referências marginais, ou o texto impresso com aspas, mas julgou ser suficiente fazer esta menção geral no início".
Conybeare e Howson, de quem acusou-se Ellen White de haver copiado, fizeram empréstimos de outros autores sem fazer-lhes menção ou usar aspas. (Veja Nichol, pp. 424, 425).
D. H. Canright, que em 1387 condenou a Sra. White por esta prática, fez, ele próprio, extensos empréstimos literários em uma publicação sua de 1878, sem nenhuma indicação no prefácio ou em qualquer outra parte de que ele estava fazendo isto. (Veja Nichol, p. 408).
Raymond Cottrell declara que quando estava trabalhando no Comentário Bíblico Adventista, teve ocasião de comparar, um com o outro, trinta comentários sobre I Coríntios. Para seu assombro descobriu ele que muitos desses respeitados comentaristas haviam "copiado significativas quantidades de material uns dos outros, sem mencionar a fonte uma só vez" (The Literary Relationship Between the Desire of Ages, by Ellen G. White, and The Life of Christ, by William Hanna", p. 6).
Em 1920 a Review and Herald publicou o Livro de Texto para o 3º Grau, de W. W. Prescott, The Doctrine of Christ, que trazia aspas mas não referências em mais de 700 dos 1000 parágrafos de material citado de outras fontes.
O que os editores atuais não conceberiam por um momento era aparentemente perfeitamente aceitável em 1920. Prescott defendia este empréstimo liberal de outros autores sem fazer referências. Declara ele em sua nota introdutória:
"Em todas as citações nas notas tiradas do espírito de profecia há as devidas referências do livro e da página. As outras citações foram selecionadas de muitas fontes, mas como estas não são citadas como autoridades, mas apenas utilizadas para a expressão de pensamento, não se deu as referências". – The Doctrine of Christ, p. 3.
74. POR QUE FORAM INCLUÍDAS AS REFERÊNCIAS MARGINAIS
Quando lhe disseram que ela não havia feito justiça aos autores dos quais extraíra em sua edição de O Grande Conflito em 1888, qual foi a resposta de Ellen White?
Apesar de a maioria das sentenças e parágrafos citadas diretamente na edição de 1888 de O Grande Conflito estarem entre aspas, não se fez referência aos autores citados. A oportunidade de incluir aspas nos poucos casos em que era necessário, e de inserir referências, surgiu quando se fez nova montagem dos tipos de imprensa em 1910, W. C. White escreveu a A. G. Daniells nessa época:
"Quando apresentei a mamãe a questão sobre o que devíamos fazer no que respeita às citações de historiadores e referências aos mesmos, ela foi pronta e segura em sua opinião de que devíamos fazer as devidas menções onde quer que fosse possível". – W. C. White a A. G. Daniells, 20 de junho de 1910; Arquivo de Documentos Nº 83b.
75. ELLEN WHITE UMA ENGANADORA?
Algumas pessoas acusaram Ellen White de compor seus escritos à noite e nas primeiras horas da manhã "porque ela não queria que ninguém mais soubesse que ela estava copiando de outros autores". Há qualquer fundamento nessa acusação?
Não há absolutamente qualquer verdade nesta insinuação de fraude. Ellen White nos diz muitas vezes porque escrevia nesse horário. São típicas as seguintes declarações:
"Na quarta-feira, eu não pude conciliar o sono após uma e meia da manhã. Estava com um peso na mente e nas visões da noite certos assuntos me impressionaram e eu acordei. Não pude encontrar alívio até que me levantei e comecei a traçar no papel aquilo que me oprimia, e que me foro apresentado em lições objetivas.
Na quinta-feira dormi até as duas e meia da manhã e então me levantei e novamente encontrei alívio ao escrever". – Manuscrito 74, 1894.
Era costume de Ellen White, especialmente em seus últimos anos, deitar-se cedo e levantar-se cedo. Ela escrevia quando sua mente estava clara e descansada, a casa estava quieta e ela estava livre de perturbações.
Se, como se alega, Ellen White estava ansiosa por ocultar seus empréstimos literários, porque então fazia citações de obras clássicas que estava nas bibliotecas de muitos de seus leitores? D'Aubigné, Wylie, Conybeare e Howson, e Geikie eram nomes familiares para muitos adventistas. Se Ellen White desejava manter em segredo seus empréstimos literários, porque instou ela com os que no futuro possivelmente adquiririam seu livro: Sketches from the Life of Paul a que também adquirissem a obra de Conybeare e Howson sobre Paulo?
O livro dela foi publicado em junho de 1883. No Signs of the Times de 22 de fevereiro de 1823 ela recomendou o volume de Conybeare e Howson aos leitores do Signs como um "livro de grande mérito". Neste mesmo ano 2.000 cópias do livro de Conybeare e Howson foram gratuitamente distribuídas como prêmios dos assinantes do Signs, três mil cópias de Geikie foram distribuídas na mesma base em 1881-82 (Veja Brief Statements, pp. 14, 15).
Também recomendou ela a História da Reforma de D'Aubigné, do qual extraiu extensivamente, como presente ideal de Natal (Veja Review and Herald, 26 de dezembro de 1882).
Quando Ellen White extraiu da publicação de Urias Smith sobre o santuário em 1884 e 1888 ela estava usando um livro que era bem conhecido dos adventistas. Ela obviamente não se importava se seus leitores notavam os paralelos entre as obras dela e as de outros. As acusações ou inferências de que Ellen White usava de fraude em seus empréstimos literários não têm fundamento.
76. ''AS PALAVRAS ... SÃO MINHAS''
The Chicago Tribune, de 25 de novembro de 1980, declarou: "White, uma reformadora pró-saúde que dizia haver experimentado visões divinas, sempre sustentou que seus princípios religiosos eram inspirados por Deus.
Escreveu ela em 1867: 'Embora eu seja tão dependente do Espírito do Senhor para escrever minhas visões como para recebê-las, todavia as palavras que emprego ao descrever o que vi são minhas, a menos que sejam ditas por um anjo'." Cita-se então as palavras de Walter Rea: "Deparamo-nos então com a escolha de viver com a verdade amarga em vez de com a doce mentira".
Na mesma data Rea é citado no Independent Press-Telegram de Long Beach, dizendo: "Por que ela mentiu? Eu não sei". Que queria Ellen White dizer quando afirmou que as palavras que empregava eram dela própria?
Ellen White havia escrito que o vestido segundo a reforma deveria "estar afastado da sujeira da rua uma polegada ou duas" e "deve estar pouco abaixo do cano da bota" a "mais ou menos nove polegadas acima do chão" (Testimonies, vol. 1, pp. 458, 461, 521). Quando um de seus leitores pensou ter visto uma contradição nestas três declarações, ela explicou:
"A distância apropriada do vestido ao chão não me foi dada em polegadas. Nem me foram mostradas as botinas das senhoras; mas diante de mim passaram três grupos de mulheres, tendo seus vestidos como se seque no que respeita ao comprimento:
"O primeiro era do comprimento segundo a moda. Sobrecarregando os membros, impedindo o passo, varrendo a rua e juntando as sujidades: do qual declarei os maus resultados. Esta classe, serva da moda, parecia fraca e lânguida.
"O vestuário da segunda classe que passou diante de mim era a muitos respeitos como devia ser, os membros estavam bem vestidos. Achavam-se livres das cargas que a tirana moda impusera à primeira classe; foram, porém, a um estremo de vestidos curtos que desgostavam e suscitavam preconceitos a pessoas boas, destruindo em grande medida sua própria influência...
"Uma terceira classe passou diante de mim com semblantes animados, e passo desembaraçado e lépido. Seu vestuário era do comprimento que descrevi como apropriado, modesto e saudável. Estava umas poucas polegadas acima da sujeira da rua e do passeio e de acordo com todas as situações, como subir ou descer degraus, etc.
"Como anteriormente declarei, o comprimento não me foi dado em polegadas, e não me foram mostradas as botinas das senhoras. E desejo aqui declarar que, se bem que eu seja tão dependente do Espírito do Senhor ao escrever minhas visões como ao recebê-las, todavia as palavras que emprego são minhas mesmo, a menos que sejam as que me foram ditas por um anjo, as quais eu sempre ponho entre aspas.
Quando escrevi sobre o questão do vestuário, a visão daqueles três grupos reavivou-se em minha mente de modo tão claro como quando a tivemos foi-me permitido descrever o comprimento do vestuário em minha própria linguagem, o melhor que me fosse possível". – Review and Herald, 8 de outubro de 1867, pp. 260, 261.
Ellen White estava dizendo, em realidade: "O palavreado exato de meus testemunhos não me é dado por Deus. Às vezes são-me mostradas cenas sem quaisquer palavras. Ao escrever, tenho de eu mesma escolher as palavras e expressões. As palavras são minhas, não de Deus".
Era precisamente porque Deus não ditava Suas mensagens palavra por palavra que ela sentia a necessidade de ajuda de outros escritores para se expressar da melhor maneira possível. É injusto para com Ellen White tomar uma declaração que ela fez num contexto específico e fazer com que pareça significar exatamente o oposto do que ela pretendia.
77. POR QUE ELLEN WHITE FEZ EMPRÉSTIMOS LITERÁRIOS DE OUTROS AUTORES
Por que Ellen White tomou material emprestado de outros autores?
Há pelo menos quatro respostas a essa pergunta.
Primeiro, era para ajudá-la a bem expressar o que ela havia visto e ouvido em visto. Ela freqüentemente aludia a sua sensação de insuficiência diante da tarefa de colocar pensamentos e cenas de origem divina em linguagem humana. Com apenas três anos de escolaridade formal, ela descobriu que ler vastamente a ajudava. Ela ficava de sobreaviso para descobrir expressões mais claras melhores para usar na composição de seus artigos e livros.
Se seus pensamentos fossem comuns, poderia ser bem mais fácil para ela expressá-los por escrito. Mas havia-lhe sido mostrado em visão, por exemplo, a paixão da Cruz, e ela se encontrou em angústia para encontrar as melhores palavras para comunicar as supremas profundezas de significado e sentimento com os quais havia sido inspirada.
Quando encontrava frases em outros escritores cristãos que a ajudavam na expressão do que sentia, ela se sentia grata. W. C. White declara:
"Ao escrever seus livros, ela achou algumas vezes muito difícil e trabalhoso colocar em palavras as cenas a ela apresentadas; e quando encontrou na linhagem de outrem uma representação correta do pensamento apresentado a ela, algumas vezes copiou orações e parágrafos – sentindo que era seu privilégio utilizar as corretas declarações de outros escritores sobre as cenas que lhe haviam sido apresentadas". – W. C. White a J. J. Gorrell, 13 de maio de 1904.
Em segundo lugar, ela extraiu detalhes históricos, geográficos, cronológicos, e de outros tipos, não revelados a ela em visão. W. C. White escreve, como foi acima mencionado:
"Nalgumas das questões históricas, como as que são realçadas em Patriarcas e Profetas, em Atos dos Apóstolos e em O Grande Conflito, as partes principais foram tornadas muito claras e evidentes para ela, e quando passou a escrever sobre esses assuntos, teve de estudar a Bíblia e a História, a fim de obter datas e relações geográficas e completar sua descrição dos pormenores." – Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 462.
Ellen White nunca afirmou ter recebido em visto todas as minúcias de suas informações históricas. Declarou ela:
"Os grandes acontecimentos que assinalaram o progresso da Reforma nas épocas passadas, constituem assunto da História, bastante conhecidos e universalmente reconhecidos pelo mundo protestante; são fatos que ninguém pode negar. Esta história apresentei-a de maneira breve" – O Grande Conflito, p. 7.
Em terceiro lugar, por vezes o Senhor a guiava à descoberta e uso de lindas gemas da verdade nas obras de outros autores. W. C. White e O. E. Robinson escreveram:
"No início de sua experiência, quando ela estava extremamente angustiada com respeito à dificuldade de colocar em linguagem humana as revelações de verdades que lhe haviam sido comunicadas, foi-lhe trazido à lembrança o fato de que toda sabedoria e conhecimento vem de Deus e foi-lhe assegurado que Deus lhe concederia graça e guia.
"Foi-lhe dito que, ao ler livros e periódicos religiosos, ela encontraria preciosas gemas da verdade expressas em linguagem aceitável, e que ser-lhe-ia dada ajuda divina para reconhecê-las e separá-las do refugo do erro com o qual ela algumas vezes as encontraria associadas". – Brief Statements, p. 6.
Ao usar gemas encontradas nos escritos de outros, não há dúvida de que para Ellen White ela estava seguindo um exemplo estabelecido pelo próprio Deus. Cristo deu-nos a regra áurea (Mat. 1:12), mas o Rabi Hillel Já havia escrito uma geração antes: "O que é detestável para ti, não o faças a teu vizinho; esta é toda a Lei, enquanto o resto é o comentário a respeito disto".
Os pensamentos, e mesmo algumas das palavras da oração do Senhor podem ser encontradas em orações rituais judaicas de época anterior, conhecidas como Ha-Kaddish (veja Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pp. 346, 356).
No que respeita ao uso de tais obras por Cristo, escreveu Ellen White:
"Cristo era o originador de todas as antigas gemas da verdade. Através da obra do inimigo essas verdades haviam sido deslocadas, haviam sido desligadas de sua verdadeira posição, e colocadas no encaixe do erro. A obra de Cristo consistia em reajustar e estabelecer as preciosas gemas no encaixe da verdade. ...
"O próprio Cristo podia usar qualquer dessas antigas verdades sem estar Se apropriando da mínima partícula do que outros haviam dito, pois Ele as havia originado a todas.
Ele as havia projetado nas mentes e pensamentos de cada geração, e quando veio a nosso mundo, reorganizou e deu vida às verdades que haviam-se tornado mortas, tornando-as mais vigorosas para beneficio das futuras gerações.
Era Jesus Cristo quem possuía o poder de resgatar do refugo as verdades, e novamente dá-las ao mundo com louçania e poder superiores ao que originalmente possuíam". – Manuscrito 25, 1890 (veja também O Desejado de Todas as Nações, p. 287).
Em quarto lugar, ela se utilizou de alguns dos escritos doutrinários de seus companheiros de labuta, uma vez que eles haviam desenvolvido seus conceitos doutrinários através de estudo conjunto. Declaram W. C. White e D. E. Robinson:
"Quando eram publicados tratados e panfletos, as exposições da verdade nelas contidas freqüentemente representavam o resultado de estudo conjunto, combinado, e as formas de se expressar das vários escritores eram muito similares, e às vezes idênticas.
Todos sentiam que as verdades a ser apresentadas eram propriedade comum e onde quer que um pudesse ajudar ao outro ou obter ajuda do outro para expressar as verdades bíblicas, era considerado correto assim proceder. Por conseguinte, havia muitas declarações excelentes da verdade presente copiadas por um autor de um outro. E ninguém dizia que aquilo que ele havia escrito era sul propriedade exclusiva.
"Com o decorrer do tempo muitas coisas que a Irmã White escreveu e disse eram usadas por outros sem fazer-lhe menção, e ela por sua vez, quando tratando de exposição de profecias ou declarações doutrinárias, sentia-se livre para usar, sem dar a referência, as declarações e ensinos de escritores importantes dentre os pioneiros, quando encontrava nos escritos dos mesmos a idéia exata do que ela desejava apresentar. ... É no delineamento de exposições proféticas e doutrinárias que a encontramos usando palavras de outros ou parafraseando-as de perto". – Brief Statements, pp. 10, 19.
Em sua introdução a O Grande Conflito, primeiramente em 1888 e novamente em 1911, Ellen White admitiu ter-se valido dos escritos não só de historiadores, mas também dos que "levam avante a obra da Reforma em nosso próprio tempo" (p. 7). Parece que ela tem em mente aqui escritores tais como Urias Smith, J. N. Andrews, e Tiago White.
78. ELLEN WHITE ADMITE SEUS EMPRÉSTIMOS LITERÁRIOS
A Sra. White alguma vez admite seus empréstimos literários em outro lugar além da introdução de O Grande Conflito?
Não que saibamos. O Grande Conflito foi o primeiro dos cinco livros da série "Conflito dos Séculos" a ser publicado, e é o único que contém uma introdução de sua própria autoria. Pode ser que Ellen White pretendeu que a introdução de O Grande Conflito fosse considerado como introdução a toda a série de cinco livros.
Ellen White parece não ter considerado a paráfrase uma prática irregular para um escritor, ou ter achado que isso requeresse uma menção ao autor. W. C. White fala do hábito dela "de usar partes de sentenças encontradas nos escritos de outros e completar com uma parte de sua própria redação".
Diz ele que este "hábito" não era questionado por ninguém até por volta do ano de 1885. Mesmo então, diz ele, "quando os críticos indicaram esse aspecto de sua obra como uma razão para pôr em dúvida o dom que a habilitara a escrever ela deu pouca atenção para isso." (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 460).
W. C. White uma vez concordou com seu irmão que seria próprio usar o método de paráfrase, uma vez que a paráfrase eliminaria a necessidade de aspas e, presumivelmente, de referências, Ele aconselhou a Edson:
"No que se refere do 'Passado Presente e Futuro' (um livro de Edson White) estamos muito interessados no que você escreveu concernente às sugestões feitas por nossos irmãos em Washington e sua intenção de reescrever as porções do livro nas quais há numerosas citações dos escritos de mamãe e de outros autores de nossa denominação....
Eu tendo a crer que Dores Robinson tem muito dom para essa tarefa de dizer de outra forma as verdades ressaltadas nos escritos de mamãe e de outros autores, de forma que possam ser usadas sem aspas". - W. C. White a J. E. White, 19 de março de 1913.
79. USO DOS ESCRITOS DE URIAS SMITH SOBRE O SANTUÁRIO
O jornal Los Angeles Times de 23 de outubro de 1980, declara que alguns dos argumentos de Ford contra a doutrina adventista do juízo investigativo "eram baseadas na evidência de Ellen G. White ter-se valido, para seus três capítulos sobre o Juízo Investigativo no Céu, dos escritos anteriores dos companheiros adventistas Urias Smith e J. N. Andrews" .
O artigo do Times então cita as palavras da Ford: "Foi Rea quem primeiro mencionou os paralelos para mim. Não apenas estava sentença após sentença copiado ou parafraseada, como também suas fontes continham erros que ela repetiu". Quão semelhante é o relato de Ellen White sobre o santuário e o juízo ao de Urias Smith?
Em seu primeiro parágrafo de O Grande Conflito, p. 409, Ellen G. White usou fragmentos do fraseado de seis páginas do livro de Smith. Note as comparações dadas abaixo.
Elas são extraídas do estudo de Delmer Johnson. "Uma comparação do capítulo XIII de O Grande Conflito de Ellen G. White, edição de 1911, e The Sanctuary and the Twenty-Three Hundred Days of Daniel VIII, 14" de Urias Smith, 2ª. edição de 1877". Ao avaliar o significado destes paralelos, o leitor pode desejar referir-se ao quarto ponto mencionado na questão 77.
Ellen G White Urias Smith
O Grande Conflito, p. 409. The Sanctuary, cap. 1.
A passagem que, mais todas as Digamos então, antecipadamente,
outras, havia sido tanto a base que o santuário é um grande objeto
como a coluna central da fé do central no plano da salvação. p. 10
advento foi: O santuário ocupa esta posição
central. Nele as grandes verdades
da revelação encontram seu ponto
focal. p. 11.
Ele os levou a uma plena renúncia
das posições uma vez reconhecidas
como sendo a base e coluna da fé do
advento. p. 24
"Até duas mil e trezentas tardes "Até duas mil e trezentas tardes e
e manhãs; e o santuário será e manhãs; e o santuário será
purificado". Daniel 8: 14. Estas purificado, eram palavras familiares
palavras haviam sido familiares a todo feliz crente na próxima vinda do
a todos os crentes na próxima Senhor. Elas estavam gravadas no
vinda do Senhor. escudo de todo soldado nas fileiras do
"Era esta profecia repetida pelos Advento. Eram elas alegremente
lábios de milhares, como a senha proferidas por muitos lábios como a
de sua fé. Todos sentiam que senha de seus mais ardentes desejos
dos acontecimentos nela preditos e suas mais brilhantes esperanças. p. 17
dependiam suas mais brilhantes
expectativas e mais acariciadas
esperanças.
Ficará demonstrado que esses Haviam sido produzidos argumentos,
dias proféticos terminariam no invulneráveis a todos os ataques de
outono de 1844. opositores, e inteiramente satisfatórios
a todos os que amavam a doutrina do
advento nessa época, que os 2300 dias
findariam em 1844, p. 19
Em conformidade com o resto O santuário é a Terra, ou pelo menos
do mundo cristão, os adventistas alguma parte da Terra. Sua purificação
admitiam, nesse tempo, que a deve ocorrer pelo fogo. Mas a renovação
Terra, ou alguma parte dela, era da Terra pelo fogo deve ocorrer apenas
o santuário. Entendiam que a por ocasião da segunda vinda do Senhor.
purificação do santuário fosse Portanto o Senhor virá no término dos
a purificação da Terra pelos fogos 2.300 dias. O tempo indicado chegou
do último grande dia, e que ocorreria finalmente; mas o Senhor não
por ocasião do segundo advento. chegou. p. 20
Daí a conclusão de que Cristo
voltaria à Terra em 1844.
Mas o tempo indicado passou Deus não podia ser o autor da
e o Senhor não apareceu, os confusão que existia desde este
crentes sabiam que a Palavra tempo em alguns ramos do corpo
de Deus não poderia falhar; adventista. p. 20
deveria haver engano na Onde havia sido cometido
interpretação da profecia; onde, o engano? p. 20
porém, estava o engano?
Johnson chegou à seguinte conclusão de como Ellen White provavelmente usou os escritos de Smith:
"Parecia razoável assumir que durante os anos entre sua apresentação do santuário em 1858 e o tempo em que ela escreveu 4SP (Spirit of Prophecy, vol. IV), Ellen White obteve uma cópia da edição de 1877 de The Sanctuary (O Santuário) de Urias Smith e a leu. Provavelmente ela achou que a obra de Smith era "uma apresentação do assunto, pronta e positiva".
Smith fornecia alguns detalhes históricos e uma descrição conveniente do interior do santuário terrestre. Ela deve ter-se lembrado disto quando se assentou para escrever em 1884 e recorreu a The Sanctuary como fonte de auxílio para apresentar o assunto que ela disse, em 1858, haver visto em visão. Ela também usou sua Bíblia e talvez uma concordância ao compor este capítulo. Em 1888 ela usou também o volume quarto de Spirit of Prophecy e freqüentemente copiava largas porções verbalmente.
"Quer parecer que Ellen White lia um capítulo ou dois do livro de Smith e então escrevia alguns parágrafos sobre o assunto. À medida que escrevia pode ser que tenha recorrido a alguns lugares especialmente úteis pelos quais já passara. É evidente, contudo, que ela não simplesmente 'copiou' The Sanctuary.
Ela pensava entre o tempo que lia e o tempo que escrevia. Não há uma só sentença, exceto citações bíblicas, no qual Smith foi citado palavra por palavra. Às vezes ela resumia uma página numa única sentença. Em alguns lugares,ela resumiu capítulos inteiros com uma sentença.
Em outras ocasiões, quando estavam sendo descritos a aparência do interior do santuário e o ritual do dia da expiação, ela tomou a liberdade de seguir mais de perto os escritos dele". – Delmer Johnson, Comparison, etc., pp. 54, 55, Arquivo de Documentos do Patrimônio White, Nº 615).
80. EXEMPLOS DE CÓPIA PALAVRA POR PALAVRA
O uso dos escritos de Urias Smith por Ellen G. White é típico do modo como ela usava outros autores ou há exemplos de cópia mais próxima palavra por palavra, possivelmente de sentenças inteiras?
O uso dos escritos de Smith por Ellen White era bem típico de seu método de fazer empréstimos literários. Há, contudo, alguns casos de cópia ou dependência muito próxima. São dados abaixo vários exemplos:
Outros Autores Ellen G. White
"A águia dos Alpes é algumas "A águia dos Alpes é algumas vezes
vezes derribada pela tempestade derribada pela tempestade pelos
nos estreitos desfiladeiros das estreitos desfiladeiros das montanhas
montanhas. As nuvens em negras A esta poderosa ave das florestas
e furiosas massas passam entre a rodeiam nuvens tempestuosas, cujas
poderosa ave e os píncaros ensolarados negras massas a separam dos píncaros
onde ela constrói seu ninho e se aquece batidos de sol em que ela estabeleceu
na plenitude do dia. Por um momento o lar. Parecem infrutíferos seus
ela bate aqui e acolá, esbofeteando a esforços para escapar. Bate aqui e
tempestade com as fortes asas e acolá, açoitando o ar com seus
despertando, com seus guinchos guinchos, ecos nas montanhas."
selvagens, ecos nas montanhas, (Educação, p. 118)
tentando inutilmente encontrar
uma saída de sua prisão escura
e cercada por altas muralhas"
(Daniel March, Our Father's
House, p. 254)
"A grande necessidade nesta época "A maior necessidade do mundo é
é de homens. Homens que não estejam de homens – homens que não se
à venda. Homens que sejam honestos, comprem nem se vendam; homens
íntegros do interior para o exterior, que no íntimo da alma sejam
verdadeiros até o âmago do coração verdadeiros e honestos; homens
– homens que condenarão o erro em que não temam chamar o pecado
um amigo ou inimigo, em si mesmos pelo seu nome exato; homens,
tanto quanto nos outros. Homens cujas cuja consciência seja tão fiel ao
consciências sejam tão firmes como a dever como a bússola o é ao pólo;
bússola ao pólo. Homens que permaneçam homens que permaneçam firmes
firmes pelo que é reto mesmo que os céus pelo que é reto, ainda que caiam
se abalem e a Terra vacile". (Anônimo os céus." (Educação, p. 57)
na Review and Herald de 24 de janeiro
de 1877, p. 47
"Seu nome deveria ser para Eles senha, "O nome de Cristo devia ser a
insígnia, o princípio de sua piedade, o senha, a insígnia, o laço de união,
laço de sua união, o fim de suas ações, a autoridade para sua norma de
a autoridade para sua conduta, e a fonte conduta, e o fonte de seu sucesso.
de seu sucesso. Nada deveria ser Nada deveria ser reconhecido em
reconhecido ou recebido em Seu reino Seu reino que não trouxesse Seu
que não trouxesse a inscrição de Seu nome e inscrição. (Atos dos
nome. (John Harris, The Great Apóstolos, p. 28)
Teacher, p. 32 (ed. 1842).
"Ele poderia ter proferido uma única "Poderia haver desvendado mistérios
sentença, que, ao fornecer a chave de que patriarcas e profetas almejavam
muitos mistérios, e possibilitar um perscrutar, que a curiosidade humana
vislumbre de arcanos nunca dantes desejava ansiosamente compreender.
conhecidos, teria reunido e concentrado ... Jesus não recusava repetir antigas
ao redor de si a diligente reflexão de verdades familiares, pois era o Autor
cada geração sucessiva até o fim dos dessas verdades. Ele era a glória
tempos: ... Ele não desprezou a do templo. Separou do erro verdades
repetição de verdades antigas e familiares, que haviam sido perdidas de vista,
contanto que sua menção delas servisse que tinham sido desvirtuadas e
a seu grande propósito; pois, embora se mal empregadas e que foram
propusesse a erigir um segundo templo de desligadas de sua posição correta;
verdade, cuja glória eclipsaria o esplendor apresentando-as como preciosas
do primeiro, ele planejou apropriar-Se de jóias em seu próprio fulgor,
quaisquer dos materiais antigos que ainda tornou a colocá-las em seu
estivessem à disposição. Verdades, que o devido engaste, e ordenou que
lapso de tempo tinha visto deslocadas e permanecessem firmes para
desligadas de sua verdadeira posição, como todo o sempre." (Fundamentos
se diz terem as estrelas se afastando de seus da Educação Cristã, p. 237)
trilhos originais, ele as tornou a chamar e as
estabeleceu novamente, e princípios que
haviam se desvanecido, desaparecido e sido
perdidos, como se diz que as estrelas vieram
a se extinguir, ele as reacendeu e recolocou
no céu, e lhes ordenou permanecerem firmes
para todo o sempre." (Idem, p. 51)
"Puxando o véu que encobria sua glória "A Bíblia nos mostra Deus em
de nossos olhos, Ele é mostrado em Seu Seu alto e santo lugar, não em
alto e santo lugar, não em um estado de um estado de inatividade, não
silêncio e solidão, mas circundado por em silêncio e solidão, mas
miríades de miríades e milhares de milhares circundado por miríades de
de seres santos, felizes, e cada um deles miríades e milhares e milhares
esperando por cumprir-Lhe as ordens; não de seres santos, todos esperando
em um estado de inatividade e indiferença por fazer a Sua vontade. Por
moral, mas em um estado de ativa meio desses mensageiros Ele
comunicação com todas as partes de está em ativa comunicação com
Seus vastos domínios." (Idem, p. 61) todas as partes de seus domínios"
(Ciência do Bom Viver, p. 417)
"Cristo veio para demolir toda parede "Cristo veio para demolir toda parede
de separação, e abrir todos os de separação e abrir todos os
compartimentos do templo da criação, compartimentos do templo a fim
para que cada adorador pudesse de que toda alma possa ter livre
ter igual e livre acesso ao Deus do acesso a Deus." (Parábolas de Jesus,
templo." (Idem, p. 71) p. 386)
"Ele ergueu o véu da eternidade passada Cristo reporta a mente através
reportou-lhes os pensamentos através de séculos incontáveis. Afirma-nos
de séculos incontáveis antes que o mundo que nunca houve tempo em que
surgisse em direção ao inimaginável e Ele não estivesse em íntima
terrível lugar onde habita Deus, comunhão com o eterno Deus."
assegurando-lhes que nunca houve (Evangelismo, p. 615)
um período em que ele não estava ali."
(Idem, p. 80)
"O Pai demonstra Seu infinito amor a E o Pai demonstra Seu infinito
Cristo, recebendo e dando as boas vindas amor por Cristo, que pagou nosso
aos amigos de Cristo como a seus próprios resgate com Seu sangue, recebendo
amigos. Ele se comprometeu a fazer isso, e dando as boas vindas aos amigos
e está tão complacentemente deleitoso em de Cristo como Seus amigos.
Cristo, tão completamente satisfeito com a Ele está satisfeito com a expiação
expiação que ele efetuou, sente-se tão efetuada. Ele é glorificado pela
indizivelmente glorificado pela encarnação e encarnação, a vida, morte, e
vida, a morte e mediação de Cristo, por tudo mediação de seu filho."
que ele fez pela honra do governo divino e a (Testimonies, v. 6, p. 364).
salvação do homem, que, se assim posso
dizê-lo, Ele abriu o coração e o Céu para
todos os amigos de Cristo. (Idem, p. 107).
"Desejam outras bênçãos; mas isto, que "Desejam outras bênçãos; mas
traria consigo todas as outras bênçãos, que aquilo que Deus está mais
é oferecido em abundância correspondente à desejoso de dar do que um pai
sua infinita plenitude, uma abundância, da deseja oferecer boas dádivas
qual a capacidade do recipiente será único a seus filhos; aquilo que é
limite, ... vem mais copiosamente que as abundantemente oferecido, e
influências oferecidas pelo Espírito Santo, que, se recebido, traria consigo
e nos reprova com a sequidão espiritual todas as outras bênçãos."
da igreja." (Idem, p. 147) (Conselhos aos Professores, p. 322)
"Mas a igreja de Cristo, débil e "Testifico a meus irmãos e irmãs que
defeituosa como possa ser, é este a igreja de Cristo, débil e defeituosa
o único objeto na Terra ao qual Ele como possa ser, é o único objeto na
dispensa Seu supremo cuidado. Terra ao qual Ele dispensa Seu
(Idem, p. 255, ed. 1836) supremo cuidado. (Testemunhos para
Ministros e obreiros Evangélicos, 15)
81. CRITÉRIOS DE DEPENDÊNCIA DE OUTROS ESCRITOS
O diário Chicago Tribune de 23 de novembro de 1980, cita as palavras de Walter Rea: "Ela copiava e tomava emprestado quase tudo". A revista Newsweek em sua edição de 19 de janeiro de 1981 declara: "A acusação de cópia foi levantada por Rea. ...
No todo, ele estima que 80% dos escritos da Sra. White foi plagiado quase palavra por palavra de obras anteriores. 'Os empréstimos não eram de uma sentença aqui, uma palavra ali', diz ele, 'era o hábito dela de copiar do começo de seu fraseado até o fim'" (p. 12). Há alguma maneira de saber quanto material emprestado há nos escritos de Ellen White?
As evidências agora disponíveis não apóiam as afirmações de Rea. Na realidade, seria uma tarefa impossível e infrutífera tentar descobrir a origem exata de cada palavra ou frase encontrada nos escritos de Ellen White – ou dos escritores bíblicos, no que diz respeito a isso.
A pedido do Patrimônio das Publicações White, em 1919, Walter Specht e Raymond Cottrell passaram vários meses comparando Life of Christ de William Hanna e O Desejado de Todas as Nações.
Cottrell encarregando-se da primeira metade e Specht da segunda. Em seu relatório de 85 páginas Specht salientou as dificuldades envolvidas na tentativa de chegar a firmes conclusões neste tipo de estudo. Em resposta à pergunta: "Ellen White copiou Hanna?" Specht declara:
"Ao responder uma pergunta deste tipo deve-se primeiro explicar o que significa copiar. Se por cópias queremos dizer reproduzir Life of Christ de Hanna verbatim et literatim, então a resposta é claramente 'Não'. Não encontramos uma única sentença em O Desejado de Todas as Nações, pp. 419-835, que corresponda verbalmente com Life of Christ de Hanna. Mas o problema é bem mais complicado do que este fato sugere.
"Como se determina dependência literária? No estudo literário do Novo Testamento um dos mais complicados problemas que os eruditos enfrentam é a solução do problema sinótico. Este problema concerne à relação literária que existe entre os primeiros três evangelhos. É o problema de explicar a grande quantidade de concordância no uso de palavras que existe entre eles, e ao mesmo tempo a marcante divergência que ocorre.
"Alfred H. Perry estabeleceu alguns critérios críticos para determinar a dependência literária que se mostraram úteis no estado do problema sinótico:
"Os dois critérios de dependência de fontes escritas são semelhança e contInuidade. As provas aqui não repousam sobre similaridade casual, mós sobre as seguintes bem definidas semelhanças:
"1. Semelhança de conteúdo: contar as mesmas histórias.
"2. Semelhança na seqüência: contar as histórias na mesma ordem.
"3. Ordem similar de orações e palavras: contar as histórias da mesma maneira.
"4. Extensiva concordância (50 a 60 por cento) nas palavras usadas,
"5. Concordância no uso de palavras incomuns ou construções incorretas .. ("The Growth of the Gospels", Interpreter's Bible, vol. 1, p. 62). ...
"Ao aplicar estes critérios ao problema presente, contudo, há certas qualificações que devem ser analisadas. Primeira, 'semelhança de conteúdo: contar as mesmas histórias', por exemplo, não pode nos levar muito longe.
Desde que tanto White como Hanna basearam seus escritos no relato dos evangelhos, o fato de que eles contam as mesmas histórias não é uma evidência de dependência literária de um para com o outro. O mesmo se aplica à segunda, 'semelhança na seqüência: contar as mesmas histórias na mesma ordem', Seria de esperar que eles estivessem de acordo ao dar as histórias na mesma ordem.
"Os outros critérios, contudo, têm mais validade. Necessitar-se-á verificar se White segue a mesma ordem de orações e palavras que Hanna (nº. 3), Pode-se declarar imediatamente que este não é freqüentemente o caso. Hanna tem uma tendência de usar orações longas e emaranhadas. Ellen White usa orações muito mais curtas, e aparentemente almeja clareza e simplicidade.
"Critério número quatro 'extensa concordância de palavras usadas', é um critério válido. Mas não há tal concordância extensiva (50 a 60 por cento) entre White e Hanna da forma como Perry requer para mostrar dependência literária.
"O quinto critério também é válido a menos que ambos os escritores hajam usado as palavras em questão da versão King James, o texto básico de ambos. É evidente, então, que a tarefa da qual nos encarregamos é uma tarefa complicada e difícil." ("The Literary Relationship Between The Desire of Ages by Ellen G. White and Life of Christ, by William Hanna, part II", pp. 1-3).
Com referência às similaridades entre Hanna e O Desejado de Todas as Nações, declara Specht:
"Parece duvidoso que Ellen White tivesse Life of Christ de Hanna diante de si ao escrever. Em sua busca de palavras adequadas para representar o que ela tinha em mente, contudo, ela pode ter-se recordado de algumas das exatas palavras e frases que Hanna havia usado na obra que ela havia cuidadosamente lido.
... A semelhança de parágrafos entre os dois autores é uma semelhança de idéias antes que de estrutura literária". (Idem, pp. 19, 20).
Specht também nota as dessemelhanças entre Hanna e O Desejado de Todas as Nações. Declara ele: "Há um número de declarações em Hanna que Ellen White evidentemente sustentava serem incorretas. De qualquer forma, O Desejado de Todas as Nações faz asserções que contradizem o que Hanna havia escrito". (Idem, p. 49).
A maior diferença entre Hanna e Ellen White, nota Specht, é a constante ênfase por parte dela sobre o grande conflito entre Cristo e Satanás:
"É a interpretação de Jesus Cristo – Sua vida, Seu ministério, Sua morte, Sua ressurreição – como uma parte neste grande conflito que constitui o tema central de O Desejado de Todas as Nações. Esta é a contribuição distintiva de Ellen G. White à vida de Cristo, e contribui para tornar seu livro o grande clássico que ele é". (Idem, p. 83)
Cottrell trabalhou independentemente de Specht, e contudo chegou às mesmos conclusões. Ele declara que a "contribuição singular, original" de Ellen White foi sua interpretação da vida de Cristo na Terra "em termos do papel que esta desempenhou no milenar conflito entre as forças do bem e do mal e no conclusão do plano da salvação". ("The Literary Relationship Between The Desire of Ages by Ellen G. White and Life of Christ, by William Hanna, part I", p. 30).
82. A INTEGRIDADE DE W. C. WHITE
A carta de W. W. Prescott de 6 de abril de 1915, virtualmente acusa W. C. White de reter importantes informações sobre o composição dos livros de Ellen White. Que tipo de homem era W. C. White? Teria ele tentado enganar o povo?
Ellen White declara:
"Após a morte de meu esposo, fui instruída que o Senhor havia designado W. C. White para fazer uma obra especial em conexão com meus escritos. O Senhor prometeu dar-lhe Seu Espírito e Sua graça, e um espírito de sabedoria e são juízo. Isto o habilitaria a ser um sábio conselheiro.
O Senhor previu que meu filho não agiria precipitadamente, mas sabiamente ponderaria suas ações; ele não tornaria a verdade de Deus em mentira por lucro". – Carta 328, 1906.
Pode-se encontrar uma indicação da integridade de W. C. White em umas poucas linhas tiradas de um carta que ele escreveu para o presidente da Conferência Geral em 1913, A. G. Daniells. Referindo-se a várias cartas de sua mãe que lhe causavam problemas, ele declarou:
"Parece-me que a única forma objetiva e satisfatória de tratar com elas é dizer a verdade, e deixar que nossos irmãos, com a ajuda de Deus, tratem das dificuldades. Seria muito mais fácil repudiar alguns documentos que nos deixam perplexos, e dizer que eles foram forjados, mas é a verdade que nos torna livres, e eu não sei de qualquer outra maneira em harmonia com a lei de Deus senão tratar desses assuntos justamente como eles são". – W. C. White a A. G. Daniells, 31 de dezembro de 1913.
83. A CARTA DE W. W. PRESCOTT DE 6 DE ABRIL DE 1915
Como se explica a carta de 6 de abril de 1915 de W. W. Prescott a W. C. White?
Os parágrafos relevantes da carta de Prescott dizem o seguinte:
"Parece-se que uma grande responsabilidade repousa sobre aqueles dentre nós que sabemos haverem sérios erros em nossos livros autorizados e contudo não fazemos qualquer esforço especial para corrigi-los.
O povo e nossos ministros em geral confiam que lhes forneçamos declarações dignas de confiança, e usam nossos livros como autoridade suficiente em seus sermões, mas nós lhes permitimos prosseguir ano após ano afirmando coisas que sabemos não serem verdadeiras.
Não posso crer que isto seja certo. Parece-me que estamos traindo a confiança que eles depositam em nós, e enganando os ministros e o povo. Parece-me que há mais preocupação em evitar um possível choque para algumas pessoas que nos têm confiança do que em corrigir o erro.
"Sua carta indica um desejo de sua parte de ajudar-me mas temo que seja um pouco tarde, a experiência dos últimos seis ou oito anos e especialmente as coisas sobre as quais lhe falei tiveram efeito sobre mim de várias formas.
Tive de vencer alguns choques difíceis, e após dar o melhor de minha vida a este movimento tenho pouca paz e satisfação em relação a ele, e sou levado a concluir que a única coisa que me resta fazer é fazer em silêncio o que posso fazer conscientemente, e deixar que os outros prossigam sem mim. Sem dúvida, isto está longe de ser um final feliz para a obra à qual consagrei minha vida, mas isto parece ser o melhor ajuste que posso fazer.
"A forma como os escritos de sua mãe têm sido manipulados e a falsa impressão sobre eles que é ainda acariciada entre o povo têm-me trazido grande perplexidade e aflição.
Parece-me que o que chega a ser fraude, embora provavelmente não intencional, tem sido praticada na composição de alguns de seus livros, e que nenhum esforço sério tem sido feito para desiludir a mente do povo quanto ao que se sabia ser sua concepção errada sobre os escritos dela.
Mas é inútil entrar nesses assuntos. Falei com você durante anos sobre eles, mas isso não traz mudança alguma. Creio contudo que estamos indo à deriva em direção a uma crise que virá mais cedo ou mais tarde, e talvez mais cedo. Já se faz sentir um forte pressentimento de reação". (Arquivo de Documentos do Patrimônio White # 198).
Prescott menciona 3 problemas em sua carta. Um é o choque que ele pessoalmente havia sentido nos seis ou oito anos anteriores. Outro é que "há sérios erros em nossos livros autorizados"* O terceiro é que o povo tinha uma concepção errada da composição dos livros de Ellen White e "nenhum esforço sério tem sido feito" para corrigir essa concepção errônea.
Quais eram os "sérios erros" aos quais Prescott referência? Ele não fala detalhadamente, mas em sua carta de 26 de abril de 1910 a W. C. White, ele menciona seu desacordo com O Grande Conflito de Ellen White sobre vários cômputos.
Ele defendia as datas 533 a 1793 para o período de 1260 anos, enquanto que Ellen White dava 538 a 1798. Ele insistia em que os 2300 anos começaram na primavera de 457 AC, enquanto ela dizia que eles começavam no outono. Ele dava 30 AD para a crucifixão, enquanto ela sustentava 31. Ele discordava da explanação dela sobre 11 de agosto de 1840, a interpretação dela sobre a palavra "também" em Hebreus 9:1, etc.
Prescott estava seriamente perturbado porque "o povo e nossos ministros em geral" estavam usando "nossos livros como autoridade suficiente em seus sermões", e ao assim fazer estavam eles "ano após anos afirmando coisas que sabemos não serem verdadeiras".
Parece que ele queria que W. C. White dissesse ao povo e aos ministros que eles deviam parar de citar O Grande Conflito como autoridade final, não apenas em assuntos históricos mas também na interpretação de certas profecias bíblicas.
W. C. White não podia ir tão longe quanto Prescott queria. Ele podia – e o fez – permitir que alguns detalhes em O Grande Conflito pudessem ser contestados. Mas ele não podia – e não o fez – renunciar às interpretações doutrinárias de sua mie ou à aprovação dela a datas básicas usadas em interpretações proféticas.
Prescott não era o único ministro a ter fortes convicções. Outros homens determinados também tinham opiniões, e eles estavam puxando na direção oposta. Prescott queria que W. C. White cedesse muito. Haskell, Loughborough e Leon Smith, por outro lado, estavam advogando o que comumente chamamos de doutrina da inspiração verbal. Preso entre os dois lados, VW. C. White apelou a Haskell:
"No que concerne aos escritos de mamãe, ela nunca desejou que nossos irmãos os tratassem como autoridades em história. Quando foi primeiramente escrito O Grande Conflito, ela freqüentes vezes deu uma descrição parcial de alguma cena apresentada a ela, e quando a irmã Davis lhe perguntava sobre o tempo e o lugar, mamãe a encaminhava para o que já estava escrito nos livros do pastor (Urias) Smith e nos historiadores seculares.
Quando o "Conflito" foi escrito, mamãe nunca pensou que os leitores o tomariam como autoridade em datas históricas e o usariam para definir controvérsias, e ela não sente agora que ele deva ser usado desse forma. ...
"Creio, irmão Haskell, que há o perigo de causarmos dano às obras de mamãe por reivindicarmos para elas mais do que ela reivindica, mais do que papai reivindicou, mais do que os pastores Andrews, Waggoner ou Smith já reivindicaram para elas.
Não posso ver coerência em reivindicarmos uma inspiração verbal quando mamãe não faz tal reivindicação, e certamente penso que cometeremos grande erro se deixarmos de lado a pesquisa histórica e tentarmos solucionar questões históricas pelo uso dos livros de mamãe como uma autoridade, quando ela própria não deseja que eles sejam usados dessa forma". (W. C. White a S. N. Haskell, 31 de outubro de 1912, arquivo de cartas de W. C. White # 52). Na última página da corta estão as palavras manuscritas: "Aprovo as observações feitas nesta carta. Ellen G. White". (Veja também pergunta 54, acima)
Anos mais tarde, L. E. Froom perguntou a W. C. White se sua mãe já houvera alguma vez censurado "as posições extremistas expostas por Loughborough, Haskell, e alguns outros". Ele adicionou:
"É claro que o senhor entende, irmão White, que tenho esses irmãos em elevada consideração. Reconheço o lugar que eles ocupam na obra de Deus, mas sinto que tomaram posições injustificadas em alguns desses assuntos que por sua vez trouxeram a este movimento grande perplexidade, e em alguns casos, ridículo de todo o dom de profecia". (L. E. Froom a W. C. White, 28 de fevereiro de 1932)
Com Loughborough e Haskell puxando de um lado e Prescott do outro, W. C. White tentou manter um equilíbrio, que aos olhos de Prescott não era absolutamente satisfatório, os comentários de Prescott na Conferência Bíblica de 1919 revelam que este problema ainda era sua preocupação dominante.
Cedo nas discussões relacionadas ao dom profético, ele perguntou: "Como devemos usar os escritos do Espírito de Profecia? Como uma autoridade para definir questões históricas?" No dia seguinte ele indagou: "Devo inferir que o ponto de vista do irmão Benson é que uma declaração como a de O Grande Conflito de que os 1260 anos começaram em 538 e terminaram em 1798, resolve infalivelmente o assunto?" (Ata da Conferência Bíblica de 1919).
Prescott censurou o Patrimônio White por não publicar algo que explicasse esses assuntos. Quando H. Camden Lacey sugeriu: "Não seria esplêndido se fosse escrito um pequeno panfleto expondo os fatos como são, de maneira clara, simples, direta?" Prescott respondeu: "Tenho certeza absoluta de que um fervoroso apelo foi feito para que o escritório editasse um pronunciamento sobre isso, e eles não quiseram fazê-lo"* (Idem).
Prescott queria um documento que expusesse uma concepção verdadeira sobre a inspiração de Ellen White, especialmente com respeito a seu uso de fontes históricas. Ele se sentia só, suspeito, e alvo de desconfiança, porque não sustentava a doutrina do inspiração verbal de Ellen White. Ele perguntou:
"Podeis explicar como é que dois irmãos podem discordar sobre a inspiração da Bíblia, um defendendo a inspiração verbal, e o outro se opondo a isto, e contudo não se criar qualquer distúrbio nó denominação? Esta situação está bem aqui diante de nós. Mas se dois irmãos tomam esta mesma atitude com relação ao Espírito de Profecia, um defendendo a inspiração verbal, outro desacreditando dela, aquele que não defende a inspiração verbal fica desacreditado". (Idem)
Quem iria escrever o volume que Prescott estava solicitando? Falta-nos evidências diretas que liguem a Conferência Bíblica de 1919 com a escolha de A. G. Daniells, entretanto, por qualquer razão, ele foi eventualmente escolhido para esta tarefa altamente delicada. Em 1930 Froom escreveu a W. C. White:
"Estou felicíssimo pelo fato de que o pastor Daniells em breve deverá iniciar a preparação do livro sobre o Espírito de Profecia. Se há um livro que seja necessário no tempo atual para auxiliar a desenvolver a unidade dentro de nossas próprios fileiras, para silenciar os opositores, e para colocar este abençoado dom em seu verdadeiro e adequado contexto, é um livro semelhante ao que foi proposto.
Há alguns que defendem a inspiração verbal de todos os escritos da irmã White. Há outros que vão para o extremo oposto. E há indivíduos determinados que têm conexões tão estranhas que realmente necessitamos ter uma apresentação competente, razoável, escriturística, em harmonia com os fatos e com a posição histórica, com a posição daqueles que tiveram o mais intimo contato com a manifestação desse dom na igreja remanescente. Oro para que Deus abençoe grandemente ao irmão Daniells ao escrever.
"Possuo solene convicção, irmão White, de que uma das maiores crises que confrontam este movimento está diante de nós antes que cheguemos a uma compreensão sã, racional, escriturística e histórica do lugar, do caráter, da autoridade e da relação do Espírito de Profecia para com este movimento. Infelizmente temos algumas pessoas doentias que crêem na inspiração verbal de tudo o que a irmã White escreveu, em vez de na inspiração de pensamento, que fazem para ela reclamos que ela própria nunca fez, e cuja atitude é tão rude e arbitrária que temo que alguns destes homens, quando confrontados com coisas que são inexplicáveis segundo suas idéias, serão inclinados a lançar tudo para o alto como alguns fizeram no passado.
Naturalmente, por outro lado, há outros que vão para o outro extremo. A exposição do irmão Daniells sobre o assunto sem dúvida suscitará a reação de alguns, mas creio que isso é inevitável mais cedo ou mais tarde. Possa Deus nos guiar, através de perplexidades desta natureza, a uma compreensão sadia, proveitosa, escriturística." (L. E. Froom a W. C. White, 28 de setembro de 1930)
Quando o livro de Daniells, The Abiding Gift of Prophecy (O Permanente Dom de Profecia) foi publicado em 1936, demonstrou ser uma exposição histórica antes que teológica. Ainda não haviam sido satisfeitas as preocupações de Prescott. Daniells tencionava dizer mais coisas do que fez em realidade, mas infelizmente o câncer que o acometeu pôs um fim repentino à sua carreira.
A outra preocupação de Prescott tinha a ver com a composição dos livros de Ellen White. Em sua viagem ao redor do mundo ele passou dez meses na Austrália, onde teve a oportunidade de observar em primeira mão a obra dos secretários de Ellen White. Ele aparentemente queria que o povo entendesse o processo pelo qual os artigos, cartas, etc, de Ellen White tornavam-se livros. Para uma discussão sobre este ponto, veja a pergunta 92.
VEJA AQUI O 👉 Índice Completo Sobre o Santuário e Ellen White