8 O TEMPLO E AS DUAS TESTEMUNHAS

esboços apocalipse


I. TEXTO BÁSICO: Apoc. 11.


II. O TEMPLO. Apoc. 11:1,2. 


A. O templo a ser medido – uma obra de cuidadosa investigação e verificação. 

“Aqueles que estiveram procurando pela verdade encontraram provas indiscutíveis da existência de um santuário no Céu... 

“No trono no Céu, o lugar da morada de Deus, Seu trono está estabelecido em justiça e juízo... 

“Aqueles que seguiram a luz progressiva da palavra da profecia viram que em lugar da vinda a esta terra no fim dos 2300 dias em 1844, Cristo então entrou no santíssimo do santuário celestial”. SP., vol. 4, pp. 261,266. 

“ ‘Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.’ Dan. 8:14. ... Ficara demonstrado que esses dias proféticos terminariam no outono de 1844. ...  

“Mas o tempo indicado passou e o Senhor não apareceu. ... 

“Nesse cálculo, tudo era claro e harmonioso, exceção feita de não se ter visto em 1844 nenhum acontecimento que correspondesse à purificação do santuário. ... 

“Com fervorosa oração examinaram sua atitude e estudaram as Escrituras para descobrir onde haviam errado. ... 

“Acharam, porém, na Bíblia uma completa explicação do assunto do santuário, quanto à sua natureza, localização e serviços... 

“O assunto do santuário foi a chave que desvendou o mistério do desapontamento de 1844.” – GC., 409-411, 423. 


B. O templo – o santuário celestial. Apoc. 4:1,2; 8:1-3. 


C. Os adoradores – aqueles que são fiéis a Deus. 


D. O átrio a não ser medido – a Terra.

“...Cristo...conquanto seja sumo sacerdote e mediador no santuário celestial, é apresentado andando de um lado para o outro lado entre as Suas igrejas terrestre...Ele é o verdadeiro vigia da casa do Senhor, o verdadeiro guarda dos átrios do templo”. – A.A., pp. 585,586. 

“Os crentes da terra e os seres do céu que nunca caíram constituem uma igreja. Cada inteligência do céu está interessada na assembléia dos santos que se reúnem na terra para adorar a Deus. No átrio interior do céu, eles ouvem o testemunho das testemunhas de Cristo no átrio exterior nesta terra”. – 6 T., p. 366.


E. A cidade santa pisada a pés por quarenta e dois meses – a igreja verdadeira. 4 SP., p. 188.


II. AS DUAS TESTEMUNHAS ESMAGADAS À TERRA QUE DE NOVO SE LEVANTARAM. Apoc. 11:3-13

A. Testemunhas de Deus – Velho e Novo Testamentos. João 5:39. 

“As duas testemunhas representam as Escrituras Sagradas do Antigo e Novo Testamentos”. – GC., p. 267. 


B. A profecia vestida de saco por mil duzentos e sessenta dias – 538-1798 A.D. Apoc. 11:3. Comp. Dan. 7:25; Apoc. 11:2; 12:6; 14; 13:5.

  “A supressão das Escrituras sob o domínio de Roma, os terríveis resultados de tal supressão, e a exaltação final da palavra de Deus, são vividamente apresentadas pelo lápis profético. A João exilado na solitária Patmos foi dada uma visão dos 1260 anos durante os quais foi permitido ao poder papal pisar a palavra de Deus e oprimir Seu povo. Disse o anjo  do Senhor: ‘... e pisarão a cidade santa (a igreja verdadeira) por quarenta  e dois meses. E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por duzentos e sessenta dias, vestidas de saco’. Os períodos mencionados aqui são os mesmos, representando igualmente o tempo em que as fiéis testemunhas de Deus permaneceram num estado de obscuridade... 

“Não obstante as testemunhas estivessem vestidas de saco, continuaram a profetizar através de todo o período de 1260 anos”. 4 SP., pp. 188,190.

“Durante a maior parte deste período, as testemunhas de Deus permaneceram em estado de obscuridade. O poder papal procurava ocultar do povo a Palavra da verdade e colocar diante dele testemunhas falsas para contradizerem o testemunho daquela. Quando a Bíblia foi proscrita pela autoridade religiosa e secular; quando seu testemunho foi pervertido, fazendo homens e demônios todos os esforços para descobrir como desviar da mesma o espírito do povo; quando os que ousavam proclamar suas sagradas verdades eram perseguidos, traídos, torturados, sepultados nas celas das masmorras, martirizados por sua fé, ou obrigados a fugir para a fortaleza das montanhas e para as covas e cavernas da Terra - então profetizavam as fiéis testemunhas vestidas de saco. Contudo, continuaram com seu testemunho por todo o período de 1.260 anos. ... 

“O período em que as duas testemunhas deveriam profetizar vestidas de saco, finalizou-se em 1798. ... 

“Fora a política de Roma, sob profissão de reverência para com a Bíblia, conservá-la encerrada numa língua desconhecida, ocultando-a do povo. Sob seu domínio as testemunhas profetizaram ‘vestidas de saco’.” – GC., 267, 268, 269.

       

C. As oliveiras e os castiçais. Apoc. 11:4. 

1. As duas oliveiras. Zac. 4:2-14; Sal. 119:105; TM., p.510; P.J., p. 408. 

2. os dois castiçais. Sal. 119:105; C.S. p.286 


D. O poder das duas testemunhas 

1. Matar aqueles que as ferissem. Apoc. 11:5;  22:18, 19.

“....Os homens não poderão impunemente espezinhar a Palavra de Deus. ... 

“Todos os que exaltem suas próprias opiniões acima da revelação divina, todos os que mudem o sentido claro das Escrituras para acomodá-lo à sua própria conveniência, ou pelo motivo de se conformar com o mundo, estão a trazer sobre si terrível responsabilidade. A Palavra escrita, a lei de Deus, aferirá o caráter de todo homem, e condenará a todos a quem esta infalível prova declarar em falta.” – GC., 268, 


2. Poder para fechar o céu para que não chova. Apoc. 11:6. Comparar I Reis 17;1; Lucas 4:25; Tiago 5:17,18. 


3.Poder para trazer pragas sobre a terra. Apoc. 11:6.   


E. A besta do abismo a lhes fazer guerra e a matá-los. Apoc,11:7. 

1. Satanás, a besta do abismo. Apoc. 20:2,3.

“Quando acabarem [estiverem acabando] seu testemunho." O período em que as duas testemunhas deveriam profetizar vestidas de saco, finalizou-se em 1798. Aproximando-se elas do termo de sua obra em obscuridade, deveria fazer guerra contra elas o poder representado pela "besta que sobe do abismo". Em muitas das nações da Europa os poderes que governaram na Igreja e no Estado foram durante séculos dirigidos por Satanás, por intermédio do papado. Aqui, porém, se faz referência a uma nova manifestação do poder satânico.” – GC., 268. 


2. Seus corpos a jazer na rua. Apoc 11:8,9.

a. A grande cidade, Sodoma e Egito. Apoc. 8:8

“A ‘grande cidade’ em cujas ruas as testemunhas foram mortas, e onde seus corpos mortos jazeram, é ‘espiritualmente’ o Egito. De todas as nações apresentadas na história bíblica, o Egito, de maneira mais ousada, negou a existência do Deus vivo e resistiu aos Seus preceitos. Nenhum monarca já se aventurou a rebelião mais aberta e arrogante contra a autoridade do Céu do que o fez o rei do Egito. Quando, em nome do Senhor, a mensagem lhe fora levada por Moisés, Faraó orgulhosamente, respondeu: ‘Quem é o Senhor cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tão pouco deixarei ir Israel.’ Êxo. 5:2. Isto é ateísmo; e a nação representada pelo Egito daria expressão a uma negação idêntica às reivindicações do Deus vivo, e manifestaria idêntico espírito de incredulidade e desafio. A ‘grande cidade’ é também comparada ‘espiritualmente’ com Sodoma. A corrupção de Sodoma na violação da lei de Deus, manifestou-se especialmente na licenciosidade. E esse pecado também deveria ser característica preeminente da nação que cumpriria as especificações deste texto. 

“Segundo as palavras do profeta, pois, um pouco antes do ano 1798, algum poder de origem e caráter satânico se levantaria para fazer guerra à Escritura Sagrada. E na terra em que o testemunho das duas testemunhas de Deus deveria assim ser silenciado, manifestar-se-ia o ateísmo de Faraó e a licenciosidade de Sodoma. 

“Essa profecia teve exatíssimo e preciso cumprimento na história da França.” – GC., 269.


b. Onde nosso Senhor foi crucificado. Apoc. 11:8.

“ ‘Onde o seu Senhor também foi crucificado.’ Essa especificação da profecia também foi cumprida pela França. Em nenhum país fora o espírito de inimizade contra Cristo ostentado mais surpreendentemente. Em nenhum país encontrara a verdade mais atroz e cruel oposição. Na perseguição que a França infligiu aos que professavam o evangelho, crucificou a Cristo na pessoa de Seus discípulos.” – GC., 271.


c. Três dias e meio, ou anos. Apoc. 11:9.

“Durante a Revolução, em 1793, ‘o mundo pela primeira vez ouviu uma assembléia de homens, nascidos e educados na civilização, e assumindo o direito de governar uma das maiores nações européias, levantar a voz em coro para negar a mais solene verdade que a alma do homem recebe, e renunciar unanimemente à crença na Divindade e culto à mesma’. ... 

“O poder ateísta que governou na França durante a Revolução e reinado do terror, desencadeou contra Deus e Sua santa Palavra uma guerra como jamais o testemunhara o mundo. O culto à Divindade fora abolido pela Assembléia Nacional. Bíblias eram recolhidas e publicamente queimadas com toda a manifestação de escárnio possível.” – GC., pp. 269, 270, 273.


ACONTECIMENTOS DE 1793 – INÍCIO DOS TRÊS ANOS E MEIO


5 de Agosto    Adoção do calendário republicano por voto da Convenção. 

                             Abolição da era cristã. 

                             O ciclo semanal substituído pela década 

7 de Novembro    Inauguração em Convenção do culto da Razão. 

10 de Novembro  O Concílio da Comuna ordena a celebração do culto da Razão na Catedral de Notre Dame. 

                              Declaração em Concílio de que os livros pios da 

                              Igreja Católica “bem como o Antigo e o  Novo          

                              Testamentos, já tinham sido queimados em uma 

                              grande fogueira na praça do Templo da Razão, 

                              todas as tolices que levara a raça humana a praticar”.


21 de Novembro  A Convenção presta o juramento de que dali em 

                             diante não reconhecerá outro culto a não ser o da 

                             Razão, Liberdade, Igualdade e República.

23 Novembro     O Concílio decreta que todas as igrejas e templos de 

                           todas as religiões e cultos em Paris sejam fechados 

                           de uma vez.


3. Para se alegrarem e regozijarem sobre eles. Apoc. 11:10.

“...A França incrédula fizera silenciar a voz reprovadora das duas testemunhas de Deus. A Palavra da verdade jazeu morta em suas ruas, e os que odiavam as restrições e exigências da lei de Deus estavam jubilosos. Os homens publicamente desafiavam o rei dos Céus.” – GC., 274. 


F. Reaparecem para a vida. Apoc. 11:11, 12. 

1. Depois de três dias e meio.

“...Foi em 1793 que os decretos que aboliam a religião cristã e punham de parte a Escritura Sagrada, passaram na Assembléia francesa. Três anos e meio mais tarde foi adotada pelo mesmo corpo legislativo uma resolução que anulava esses decretos, concedendo assim tolerância às Escrituras.” – GC., 287. 


ACONTECIMENTOS DE 1797 – FIM DOS TRÊS DIAS E MEIO


Maio         O Concílio de Quinhentos aponta uma comissão para preparar uma nova lei do culto religioso. 

17 de Junho  A Comissão apresenta seu relatório ao Concílio. Camille Jordan presidente da Comissão, diz em seu relatório: “A religião é necessária à prosperidade e felicidade da nação”. A fé em Deus é uma garantia melhor de ordem pública do que as melhores leis. A vontade do povo a este respeito é unânime, constante  e irresistível. 

                        A religião, com suas perspectivas imortais, é a única consolação de um país nos lances de uma revolução. Ë a única fonte verdadeira de ordem e da moral. Temos criado milhares de leis nestes últimos poucos anos. Que fizeram elas por nós, senão ensangüentar este Império amado com crise e destruição? E por que? Porque a lei que ensina discernir entre o direito e o errado, a única lei que empresta valor a todas as outras leis, foi arrancada dos corações do povo. Recriem  todas as formas de crença, esta lei nos corações, e os legisladores terão pouco a fazer. A idéia de prescrever todas as religiões da França é uma idéia ímpia. Por isto, permiti que todos os nossos compatriotas estejam completamente seguros; permiti que todos, Católicos e Protestantes, considerem isto como sendo o desejo do legislador e o desejo da lei, de estarem livres para seguir a religião de seus corações. Deixai-me repetir-lhes em vosso nome a sagrada promessa: Liberdade a Todas as Formas de Culto na França”. 

                            O Concílio por consentimento geral concorda com a liberdade do culto.

2. Chamada para o céu.

“...Desde que a França fez guerra às duas testemunhas de Deus, elas têm sido honradas como nunca dantes. Em 1804 foi organizada a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. Seguiram-se-lhe organizações semelhantes com numerosas filiais no continente europeu. Em 1816 fundou-se a Sociedade Bíblica Americana.” – GC., 287. 


IV. O TERREMOTO E A QUEDA DA CIDADE. Apoc. 11:13.


A. Um grande terremoto.   

 “...Quando a França publicamente rejeitou a Deus e pôs de parte a Escritura Sagrada, os homens ímpios e os espíritos das trevas exultaram com a consecução do objetivo havia tanto acalentado - um reino livre das restrições da lei de Deus. ... Mas da transgressão de uma lei justa e reta deve inevitavelmente resultar a miséria e ruína. ... Os que haviam escolhido servir à rebelião, foram deixados a colher seus frutos, até que a Terra se encheu de crimes demasiado horrendos para que a pena os descreva. Das províncias devastadas e cidades arruinadas ouviu-se um grito terrível - grito de amargurada angústia. A França foi abalada como se fosse por um terremoto.” – GC., 286. 


B. Queda de um décimo parte da cidade. Apoc. 16:19; 17:18,5; 18:21

“Haverá um terremoto, e a décima parte da cidade será subvertida. Notai que o terremoto, isto é, a grande alteração das coisas na terra do Papado, deve ocorrer naquele tempo somente na décima parte da cidade, que haverá de cair: pois este será o efeito deste terremoto. 

“Agora , qual é, pois, a décima parte da cidade que haverá de cair? Segundo a minha opinião, não podemos duvidar que seja a França. Este reino é a parte, ou o pedaço, mais considerável, dos dez pontos, ou estados, que uma vez formaram a grande cidade de Babilônia... Esta décima parte da cidade cairá, com respeito ao papado; quebrar-se-á com Roma, e com a religião Romana”. – Peter Jurieu, The Accomplishment of the Scripture Prophecies, Part II, pp. 264,265, Londres,1687.


C. Sete mil mortos.

Tradução literal: “Foram mortos em o terremoto, nomes de homens, milhares sete”. 

Tradução de Young:  “E mortos no terremoto foram nomes de homens – sete mil”.


D. O remanescente atemorizado.


V. É PASSADO O SEGUNDO AIZ O TERCEIRO VIRÁ EM BREVE. Apoc. 11:14.


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