Por que algumas congregações durante o culto não chamam os apóstolos pelo nome de São João, São Pedro, São Paulo, São Lucas...?
Isso ocorre em virtude do significado que a palavra santo tem em nossos dias. Se compararmos o termo ‘santo’ hoje, com a definição bíblica veremos a diferença existente, pois hoje em dia, infelizmente a palavra santo está associada à idolatria.
São chamados santos, as pessoas que morreram e foram canonizadas pela igreja católica. Por isso alguns pregadores evangélicos não têm o costume de usar a expressão ‘ santo’, ao referir-se aos apóstolos. Vejamos a definição bíblica:
O Novo Dicionário da Bíblia, diz :
Santo: “As principais palavras bíblicas para santo são qãdhôsh e qõdhesh, no Antigo Testamento, e hagios, no Novo Testamento, todas as quais são de derivação incerta.
Se a origem semântica de qãdhôsh for aceita, talvez venha de uma raiz que expressa ‘separação’; aplicada à consagração de uma pessoa ou coisa para o uso divino, e assim, eventualmente, para o estado do objeto ou pessoa assim consagrados.
Hagios no Novo Testamento, é o eqüivalente mais próximo do hebraico qãdhôsh ( provavelmente vem da mesma origem que hagnos, que significa ‘puro’) e tem o mesmo pensamento fundamental de separação e, por conseguinte, de consagração a Deus. Nessas instâncias, santo significa uma relação que envolvia separação do uso comum e consagração a um uso sagrado.”
A Bíblia contém vários exemplos:
“como prometera, desde a antiguidade, por boca dos seus santos profetas” Lucas 1:70.
“ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade” Atos 3:21.
“Ananias, porém, respondeu: Senhor, de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém” Atos 9:13.
“A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número. Passando Pedro por toda parte, desceu também aos santos que habitavam em Lida” Atos 9:31-32.
“E assim procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam” Atos 26:10.
Adicionando essas informações ao seguinte exemplo bíblico, “Assim como nos escolheu, nEle antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele em amor.” Efésios 1:04, concluímos que os discípulos foram realmente homens santos, ou seja separados e consagrados à obra de Cristo, por haverem sido diferentes (separados) do mundo e não apenas porque operavam milagres, pois os milagres eram um resultado de sua consagração à Deus.
Os justos e os santos, são as pessoas que aceitam a Cristo como seu salvador pessoal e com Ele mantém um relacionamento constante. Em função desta experiência eles são justificados por Cristo, sendo por isso chamados de justos e santos. Logicamente, a declaração de que eles são justos e santos, não quer dizer que são isentos de pecado, mas sim que foram perdoados e estão num processo de santificação.
O termo “santo”, significando “sem pecado”, é somente aplicado a Deus. Não há nenhum homem que não tenha pecado (Romanos 3:10). Portanto, nesse sentido não existem “santos”, mas, apenas homens em processo de santificação.
Na Bíblia, todos os que acreditam em Cristo, nos princípios do Seu Reino e se entregam ao Seu serviço são considerados “santos”, ou separados dos princípios e das práticas que regem o mundo.