78 Lançando sobre Ele toda a nossa ansiedade

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78 Lançando sobre Ele toda a nossa ansiedade... 


Recentemente, lendo um boletim do Paraguai, deparei-me com um pensamento de William Ward. Diz ele: “Há três inimigos responsáveis pela falta de paz mental: remorsos pelos erros de ontem, ansiedade pelos problemas de amanhã e ingratidão pelas bênçãos de hoje”.

 

Pensemos nos “remorsos pelos erros de ontem”. Quantas vezes nos arrependemos de algo que fizemos, dissemos, olhamos ou deixamos de olhar. Mas nem sempre o arrependimento é a mesma coisa que o remorso.


O que é remorso? Diz o dicionário que remorso é um sofrimento íntimo que a lembrança da falta ou crime causa ao culpado. Remorso, dor, sentimento de culpa por alguma coisa que fizemos ou deixamos de fazer.


A Bíblia nos fala a respeito de remorsos. Não existem muitas passagens com esta expressão. Mas podemos analisar que ela tem duas possibilidades: remorsos pelos quais temos a possibilidade de consertar e ajustar, e aqueles pelos quais nada temos a fazer; estão irremediavelmente no passado.

 

Há, no entanto, um quadro que a Bíblia nos apresenta: Davi estava foragido e decidiu num dia apropriado buscar ajuda na fazenda de Nabal. Este não atendeu os moços que enviara; muito pelo contrário, criticou-os e eles voltaram com más notícias a Davi. 


Diz-nos a Bíblia que ele preparou o seu exército para um ataque de vingança à casa de Nabal. Um moço que havia escutado a entrevista de Nabal com os homens enviados por Davi, saiu de sua presença e foi conversar com Abigail, e lhe contou o que havia sucedido. 


A Bíblia não menciona quem foi esse moço, que cargo ocupava na casa. Temos apenas uma idéia de que era prudente e que servia ao seu senhor sem nenhum interesse. Ele contou os detalhes da entrevista a Abigail. E conhecemos a história: ela preparou o alimento e o levou pessoalmente a Davi.


Em I Samuel 25:31, encontramos Abigail falando com Davi: “Então, meu senhor, não te será por tropeço, nem por pesar ao coração o sangue que, sem causa, vieres a derramar, e o te haveres vingado com as tuas próprias mãos; quando o Senhor te houver feito o bem, lembrar-te-ás da tua serva.”

 

Algumas traduções dizem: “nem por pesar ao coração”, e outras, “nem por remorso” do sangue que sem causa vieres a derramar. Este foi o conselho de uma senhora a um jovem que tinha o credenciamento de ser o futuro rei de Israel. Abigail faz uma advertência: “não pratiqueis o mal que tinhas em mente”. Por quê? Porque um dia o remorso iria alcançar o rei.

 

Queridos irmãos, ainda é tempo de corrigirmos algumas coisas que no futuro poderão nos trazer remorsos, coisas que prejudicarão nosso relacionamento com pessoas, mas sobretudo com Deus.

 

“Ansiedades pelos problemas de amanhã”, outro inimigo mencionado por Ward. Quantas preocupações afligem nossa alma! Encontramos em Mateus 6:34 o amorável conselho de Jesus: 


“Não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.”


O apóstolo Pedro aprendeu a descansar nos poderosos braços de seu Mestre. Ele demonstrou isso quando nos exortou através das páginas sagradas:


“Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” (I Pedro 5:7).


Disse Theodore Cuyler: “Deus nunca criou um cristão bastante forte para levar as cargas de hoje com as ansiedades do amanhã”.


“Ingratidão pelas bênçãos de hoje”. Como somos ingratos! Aliás, é uma das características dos dias que estamos atravessando. Não importa se na família, no trabalho, na sociedade, no trânsito, em qualquer âmbito, a ingratidão é uma realidade presente. Este fator, quando cultivado, torna-se também um inimigo da paz mental.


Vejamos os conselhos exarados na Palavra de Deus: “Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o coração e sossegai”(Sal. 4:4). Façamos uma análise ao final do dia de hoje. No silêncio da noite, coordenemos e ajustemos nossos pensamentos.


“Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só Tu me fazes repousar seguro” (Sal. 4:8). Quando estamos em paz com Deus, deitamos e descansamos seguros, porque não temos o senso da ingratidão.


“De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã Te apresento a minha oração e fico esperando” (Sal. 5:3).


Aqui temos três conselhos do salmista para podermos gozar paz em nosso coração.