O câncer pode ser evitado quando seguimos algumas orientações de saúde. Como a alimentação equilibrada, abstendo-nos dos exageros. Por outro lado, mesmo que sigamos todas as regras, tudo direitinho, ainda corremos o risco de ser atingidos por causas desconhecidas (20%), tendência familiar (10%), poluição, infecções por vírus e bactérias (10%), coisas que não temos muito como controlar.
Temos que entender também que existem mais de cem formas diferentes de câncer e que, de cada quatro pessoas no mundo, uma morre de câncer. No Brasil todos os anos aparecem 268 mil novos casos de câncer e cerca de 94 mil pessoas morrem em conseqüência da doença (Instituto Nacional de Câncer). Os tipos mais comuns são: câncer de pele, câncer de pulmão, câncer de estômago, câncer de próstata, câncer de mama, câncer de cólon e reto.
A próstata é a mais cancerosa, mas também é a que, proporcionalmente, mata menos: só 12,5%. No lado das mulheres, a mama é a maior vítima e mata 24,4% das pacientes. Já o câncer de pulmão é feroz: mata 90% dos pacientes. (Ann. Int. Med., 16/11/99.) Só o coração mata mais do que o câncer.
Sabe-se hoje que não é tão fácil ter um câncer. Para que um tecido deixe de ser sadio e se transforme em lesão pré-maligna, é preciso repetir a mesma agressão muitas vezes e durante muito tempo.
Depois, tem que continuar insistindo para transformar essa lesão pré-maligna em lesão maligna, e finalmente, é necessário persistir no erro, durante um bom tempo, para que esse tumor deixe de ser um localizado e consiga se espalhar pelo corpo. Assim, se em qualquer momento, você muda os hábitos para melhor, pode alterar definitivamente seu destino. É por isso que existe um crescente entusiasmo com as correções da alimentação, do peso, do fumo, do álcool, exercício físico e até do estresse.
Alimentos e hábitos que aumentam o risco de ter câncer – Os mais perigosos são: gorduras de origem animal, carne vermelha, fumo, café, sal em excesso e álcool.
1.Gorduras de origem animal. Aumentam a possibilidade de câncer de mama – o mais comum nas mulheres; câncer de próstata, o mais comum nos homens, e 3,6 vezes mais freqüentes em quem come muita gordura; câncer do intestino grosso – o segundo câncer mais comum nas mulheres e o terceiro nos homens. (Ann. Int. Med., 1993; 118; 793-803.)
1. Carne. Também está amplamente demonstrado que a carne vermelha aumenta o risco de câncer do intestino grosso (N. Eng. J. Med., 1990; 323: 1664-72). O uso de carne vermelha, ou de aves ou até de peixe, mais de 3 vezes por semana, parece mais do que dobrar o risco de câncer de bexiga (Adventist Health Study).
Por isso, mais uma vez Ellen White estava certa quando disse em 1909: “Se a alimentação de carne foi saudável algum dia, é perigosa agora. Constitui em grande parte a causa dos cânceres, tumores e moléstias dos pulmões.” – Conselhos Sobre Saúde, pág. 133.
2. Fumo. É disparado a maior causa evitável de câncer. Seus cânceres prediletos são: de pulmão, de lábios, garganta, boca, esôfago, bexiga, pâncreas, leucemias e mielomas. (Current Med. Diag. Treat. págs. 4 e 5, 1994 e Adventist Health Study; LLU Scope, Julho-Setembro, 1991.) A grande notícia aqui é que vários estudos detalhados mostraram que parar de fumar causa uma diminuição significativa do risco de câncer de pulmão e bexiga, mesmo nas pessoas que fumaram centenas de milhares de cigarros. (Ann. Int. Med., 1º de maio de 1998, vol. 28, págs. 771 e 772.).
3. Café. Aumenta o risco de câncer de intestino grosso e bexiga, nos homens (Am. J. Public Health, 1984, 74:820-803), e muito provavelmente seja responsável por boa parte dos casos de câncer de pâncreas.
4. Comidas muito salgadas. Aumentam o risco de cânceres gastrointestinais, de nariz e de esôfago.
5. Álcool. O consumo contínuo de álcool, mesmo que moderado, aumenta o risco de câncer em vários órgãos: mama, língua, boca, orofaringe, fígado e esôfago (Ann. Int. Med., março de 1984; 100:405-416). Intestino grosso e reto: “Nos homens, o uso do álcool (especialmente cerveja) está definitivamente associado a um risco maior de adenomas do reto e do cólon”. – Gastroenterology, maio de 1993.
Felizmente, existem muitos alimentos que nos protegem: alimentos que diminuem o risco de câncer. Por exemplo:
De pulmão. Frutas duas vezes ao dia reduzem o risco à ¼. Outros protetores são os alimentos ricos em beta carotenos como cenoura, abóbora, inhame, legumes e verduras amarelos e verdes, e os feijões.
De estômago, esôfago e tubo digestivo: frutas e alimentos ricos em beta carotenos.
De próstata. Tomates, morangos e outros vegetais vermelhos, ricos em licopeno diminuem o risco de câncer de próstata em cerca de 40%. Alimentos ricos em beta carotenos (Câncer, 1989; 64:598-604 e Adventist Health Study): feijões, ervilhas, lentilhas, feijão-soja. Frutas secas e fibras vegetais também diminuem o risco em cerca de 40%.
De intestino grosso e reto: repolho, brócolis, couve-flor, feijões, ervilhas, lentilhas, feijão-soja.
De mama: repolho, brócolis, couve-flor e os alimentos ricos em beta carotenos.
De pâncreas: feijões, ervilhas, lentilhas, feijão-soja; frutas secas e fibras vegetais; tomates, morangos e outros vegetais vermelhos, ricos em licopeno.
De bexiga, útero e colo do útero: alimentos ricos em beta carotenos.
Conclusão – Comer frutas uma vez por dia reduz o risco geral de câncer a um terço. Duas vezes ao dia reduz o risco a um quarto. (Adventist Health Study; LLU Scope, julho-setembro de 1991 e Nutr. Câncer, 1992; 18:1-29). Frutas, verduras, legumes e feijões estão em alta. Então, se você não gostava disso, comece a gostar. Eles são capazes de diminuir ou até eliminar o risco de câncer.