POSSO ESCOLHER QUALQUER DIA COMO DIA DE DESCANSO E ADORAÇÃO A DEUS?
Às vezes pensamos que Deus não foi tão específico quanto ao dia que devemos guardar. Defendemos o princípio de que Ele quer um dia entre os sete, e isto basta. Seria isso assim?
A Palavra de Deus não deixa a critério das nossas conveniências o assunto do dia de repouso. Do Gênesis ao Apocalipse não temos nada para dar apoio a essa ideia.
Deus deu o Sábado ao homem lá no Jardim do Éden, por ocasião da Criação. E quando escreveu o mandamento em tábuas de pedra (Êxodo 20), Ele confirmou o Sábado. O texto é claro: "O Sétimo Dia é o Sábado do Senhor teu Deus" (Êxodo 20:8-11).
Não qualquer dia, mas o sétimo dia! Todos nós teríamos um dia mais “conveniente” para guardar. Alguém poderia querer guardar a sexta-feira, por achar que esse é o dia mais especial para a humanidade, pois nesse dia Jesus deu a Sua vida pelos nossos pecados.
Outro, de igual forma, poderia guardar o domingo, alegando ser esse o dia da ressurreição gloriosa de Cristo. Outro ainda poderia guardar a segunda-feira, por achar que nesse dia Jesus subiu para os céus. Não somos nós que determinamos um dia de guarda de acordo com conveniências humanas ou por aquilo que julgamos ser mais importante.
A guarda do sábado está relacionada com o aniversário da Criação; mesmo que mudemos o dia de guarda, não podemos mudar o fato de que o sábado é a celebração da criação do mundo, do nascimento da humanidade, do início da jornada de Deus com o homem. Nada poderá mudar esse fato. Por outro lado, o sábado, embora criado para o homem, é um dia que pertence a Deus, que graciosamente o concedeu ao homem como um presente tremendamente necessário e valioso.
Nos tempos do Novo Testamento, o próprio Jesus confirmou o mandamento. Vejamos o que Ele disse: "O Filho do Homem é o Senhor do Sábado." (Marcos 2:27,28); “É lícito fazer o bem (curar) aos sábados” (Mateus 12:12). Falando das perseguições e da destruição de Jerusalém que iria acontecer 40 anos depois (a destruição da cidade foi no ano 70 dC.), Jesus disse que todos deveriam "orar para que a fuga não acontecesse no sábado nem no inverno (Mateus 24:20).
Por quê? Porque o sábado deveria, mesmo depois da morte e ressurreição de Cristo, ainda ser guardado, não deveria ser ocupado com correrias, preocupações, trabalhos e negócios.
Não. Deus não deixou a nosso critério esse assunto tão importante!
"Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou: por isso o Senhor abençoou o dia de sábado, e o santificou." Êxodo 20:11. O sábado é um memorial da criação; é uma lembrança perpétua, a cada sete dias, de que não somos filhos do acaso, nem de qualquer acidente, mas filhos de um Criador amoroso.
Deus é honrado por nossa lembrança do túmulo vazio, mas a observância do domingo, por mais sincera que seja, viola especificamente, pelo menos um dos dez mandamentos de Deus, pois aqueles que observam o domingo não estão observando o dia que Deus ordenou. Podemos esperar que Deus se agrade com um memorial que seja realizado com a quebra da lei? Cremos que não!
O que Deus faz não pode ser mudado pelo homem. Não há base bíblica para tal mudança, e a perda para o cristianismo foi irreparável, pois o sábado foi feito para ser uma benção para o homem; na realidade é um grande presente de Deus para seus filhos e Deus não erra.
Vejamos um pouco da história de Caim e Abel para esclarecermos qualquer dúvida a respeito da atitude de Deus com relação a observância de outro dia:
Caim e Abel, filhos de Adão, foram provados, assim como o fora Adão antes deles, para mostrar se creriam na Palavra de Deus e obedeceriam à mesma.
Estavam cientes da providência tomada para a salvação do homem, e compreendiam o sistema de ofertas que Deus ordenara. Sabiam que nessas ofertas deveriam exprimir fé no Salvador a quem tais ofertas tipificavam, e ao mesmo tempo reconhecer sua total dependência dEle para o perdão; e sabiam que, conformando-se assim ao plano divino para a sua redenção, estavam a dar prova de sua obediência à vontade de Deus. Além disso, as primícias da terra deviam ser apresentadas diante do Senhor em ação de graças.
Os dois irmãos, de modo semelhante construíram seus altares, e cada qual trouxe uma oferta. Abel apresentou um sacrifício do rebanho, de acordo com as instruções do Senhor. "E atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta." Gênesis 4:4. Lampejou o fogo do Céu, e consumiu o sacrifício. Mas Caim, desrespeitando o mandado direto e explícito do Senhor, apresentou apenas uma oferta de frutos. Não houve sinal do Céu para mostrar que era aceita.
Caim apresentou sua oferta como um favor feito a Deus, pelo qual esperava obter a aprovação divina. Caim obedeceu ao construir um altar, obedeceu ao trazer um sacrifício, prestou, porém, apenas uma obediência parcial. A parte essencial, o reconhecimento da necessidade de um Redentor, ficou excluída.
Caim e Abel representam duas classes que existirão no mundo até o final do tempo. Uma dessas classes se prevalece do sacrifício indicado para o pecado; a outra se arrisca a confiar em seus próprios méritos; o sacrifício desta é destituído da virtude da mediação divina, e assim não é apto para levar o homem ao favor de Deus.
A verdadeira fé, que confia inteiramente em Cristo, manifestar-se-á pela obediência a todos os mandamentos de Deus. Desde o tempo de Adão até o presente, o grande conflito tem sido com referência à obediência à lei de Deus. Em todos os séculos, houve os que pretendiam ter direito ao favor de Deus mesmo enquanto estavam a desatender algumas de Suas ordens. Mas as Escrituras declaram que pelas obras a "fé foi aperfeiçoada", e que, sem as obras da obediência, a fé "é morta". Tiago 2:22 e 17.
Havia uma razão para a existência dessas ofertas. Além de ser uma prova de obediência à vontade de Deus, era a expressão de fé no Salvador a quem tais ofertas tipificavam, e conformidade com o plano divino para a sua redenção. Assim também a observância do sábado como dia de repouso é um reconhecimento de que Deus é o nosso Criador, desse modo, o sábado não é um dia qualquer, mas o dia santificado por Deus que aponta para o seu poder criador, seja na criação ou na redenção.
Portanto, como a oferta de Caim não foi agradável a Deus, pois não tinha nenhuma relação com a Sua vontade e o plano da Redenção, a observância de outro dia que não seja o dia escolhido por Deus é considerado pelo Senhor uma oferta igual à de Caim.
Um abraço,
Seus amigos da Escola Bíblica