190 O que fazer quando a beira do divórcio?

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INTRODUÇÃO


O número de pessoas que se divorciam cresce a cada dia. Os motivos são muitos. O que pode ser feito pelas pessoas que estão passando por problemas em seu casamento para para reduzir as atuais insatisfações? Algumas respostas procurarão ser respondidas neste curto trabalho.


DIAGNÓSTICO


Cada ano é maior o número de pessoas que se divorciam ou estão em processo de se divorciarem.


Gravidade do Problema


Já que não temos dados confiáveis no Brasil, demos uma olhada no quadro abaixo que demonstra o crescimento de divórcios nos EUA nos últimos anos:


Em 1991 houveram 1.180.000 divórcios para 2.450.000 casamentos. Ou seja quase 50%. 


No Brasil não temos dados precisos mas sabe-se que é grande o número daqueles que se divorciam.


Sintomas da proximidade do Divórcio


Muito antes de um casal chegar ao divórcio podem ser  observados alguns sintomas de um processo de separação. Neste momento é importante que amigos cristãos e conselheiros se preocupem genuinamente por eles e os ajudem a encontrar maneiras de avivar o amor entre eles.

Quais são estes sintomas? 


1. Disposição de desânimo no matrimônio


2. Sentimentos de desilusão, aborrecimento, vazio e solidão no relacionamento.


3. Indiferença aos problemas e às preocupações do outro.


4. Momentos de frieza de um para com o outro.


5. "Sentimentos de que outros me compreendam melhor de que meu cônjuge".


6. Falta de gentileza e simpatia.


7. Sentimentos de insegurança ou ciúmes.


8. Frequentes sermoneios e críticas.


9. Pouca cooperação na planificação das atividades.


10. Falta de suficiente conversação pessoal; a maioria dela é mecânica, rotineira e superficial.


11. Mal humor e ansiedades constantes.


12. Sentimentos de ser usados.


13. tomar vantagem um do outro.


14. Sentimentos de rotina e aborrecimento; escravos da rotina.


15. Falta de respeito de um para com o outro.


16. Discussões frequentes.


17. Insultos, sarcasmo, descortesia ou moléstia.


18. Falta de capacidade de admirar-se como cônjuges.


19. Tendência de evitar a confrontação - vendo televisão, assistindo compulsivamente a eventos sociais ou desportivos, ou até mesmo constantes idas à igreja.



ETIOLOGIA


Vários são os motivos que levam os casais à terem problemas que podem conduzir ao divórcio. 


O primeiro que sentimos necessidade de mencionar é quando duas pessoas muito jovens se casam. Pessoas muito novas ou sem experiência de vida que entram para o matrimonio sem estarem preparados para suas responsabilidades são presa fácil do divórcio.


Outra causa para o divórcio se dá quando um dos cônjuges sente-se tão seguro de sua relação com o outro que começa a olvidar os cuidados necessários à manutenção deste relacionamento. Perde o interesse pelas pequenas demonstrações de afeto e pela boa comunicação com o cônjuge.


Algo que acontece com frequência é  os casais trabalharem tempo extra a fim de ter dinheiro para comprar coisas que são de segunda importância (TV maior, smartphones, melhores moveis, etc). Casais pobres por sua vez tem que trabalhar muitas horas (às vezes os dois) apenas para sobreviver. Em ambos os casos o resultado é que o casal não tem tempo para estarem juntos.


Existe a triste realidade das brigas. Entretanto quando o casal experimenta muitos insultos ou discussões, deve reconhecer que estão em uma etapa muito perigosa. O amor humano é muito frágil. 


Às vezes os cônjuges deixam acumular as coisas esperando que (milagrosamente) se ponham em ordem, quando a única maneira de resolver a situação é enfrentando-a com amor e delicadeza. Não é de se admirar que 86% das pessoas entrevistadas sobre porque seu matrimonio acabou tenham respondido que o fizeram por causa de deficiente comunicação. 


Outra causa grave para problemas matrimoniais é quando um dos cônjuges (ou os dois) procura outra pessoa (especialmente do sexo oposto) para tentar encontrar soluções ou saídas para seus problemas conjugais. 


Isto nunca deve acontecer. Quando um dos dois sentir que necessita da ajuda de alguém mais para poder resolver seus problemas com seu cônjuge deve procurar uma pessoa habilitada para isso. Procure um pastor, psicólogo, psiquiatra ou um habilitado conselheiro matrimonial.


A causa mais crítica para uma separação ou divórcio pode ser quando os problemas culminam numa separação física. A rotura definitiva muitas vezes segue este passo. 


Casais que estão passando por uma fase difícil em seu relacionamento, chegando até a viver separados fisicamente, deveriam procurar um conselheiro de confiança com urgência a fim de serem auxiliados a encontrar possíveis soluções para o relacionamento.


Vale ressaltar que mesmo a separação física não é o fim do relacionamento. O ocorrido pode fazer com que o casal acorde para a gravidade do que estão passando e tomem medidas corretivas.


O QUE FAZER?


Várias são as providências que podem ser tomadas pelos que estão vivenciando uma eminente separação. 


Primeiro é muito útil rejeitar algumas idéias errôneas que podem induzir ao divórcio. Veja algumas delas: 


- "Quando o amor morre é melhor ser honesto e separar".


- "O divórcio é frequentemente melhor para as crianças do que viver num lar sem amor.


Isto não é verdade. Investigações e depoimentos de filhos e pais separados demonstram que o filho de pais separados permanece com um vazio que nada pode preencher completamente.


- "A vida não tem sentido sem o casamento/casar-se novamente"


- "Pessoas normalmente aprendem de seus erros e fazem do seu segundo casamento uma melhor experiência".


A evidência confirma que todos os mitos acima são infundados. Infelizmente algumas pessoas ainda se agarram a eles.


Na Bíblia somos aconselhados a nos reconciliarmos com Deus fonte para nos reconciliarmos uns com os outros.


2 Coríntios 5:20  De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.


I Cor 7: 11 nos mostra que Deus deseja a reconciliação para este que é o mais importante relacionamento humano.


Se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido; e que o marido não se aparte de sua mulher. 


Mesmo em caso de adultério o divórcio não é obrigatório. Cristo permitiu o divórcio em caso de adultério mas ele não o ordenou. E na maioria dos casos será melhor se o casal puder superar este trauma, perdoarem-se um ao outro e aprenderem gradualmente a confiar um no outro novamente.


Outro ponto a considerar é que separações temporárias não são benéficas. Geralmente alguém vem com esta sugestão. Podem ser amigos, parentes ou o próprio casal. Mas a realidade é que estas separações temporárias não resolvem. Apenas acalmam a consciência e preparam o caminho para o pior: a separação.


Caso os cônjuges decidam buscar a ajuda de um conselheiro, serão mais beneficiados se escolherem alguém que pela sua postura e princípios morais influa positivamente em direção a uma reconciliação. 


Alguns conselheiros se limitam em ser apenas neutros, como nas seguintes palavras: "Deixe-me ajuda-lo a refletir um pouco e depois você tome a sua decisão. Qualquer decisão que você tomar estará bem para mim"  Chapman em seu excelente livro "Hope for the Separated" diz o seguinte: "A coisa mais importante que um conselheiro traz é esperança". 


Alguns conselheiros infundem esperança junto aos cônjuges mediante algumas perguntas. Reflita sobre elas se possível até escrevendo as respostas : 


- "Quais são as boas coisas em seu casamento (se é que existem) que você gostaria de preservar?"


- "O que você quer da vida? Você acha que do outro lado do divórcio você encontrará isto que deseja?"


- "Quais são as dificuldades que você - não seu cônjuge - trouxe para o relacionamento?"


- "Quais são os passos práticos que você poderia dar esta semana que poderiam operar a necessária mudança em você?'


- "Como você gostaria de se sentir a respeito do seu cônjuge?"


- "Como você acha que Deus se sente em relação a seu companheiro?"

Sem desconsiderar toda a dor e o sofrimento já passados pelo casal, ou mesmo suas inúmeras tentativas de continuarem juntos, o conselheiro deve incentivar e promover a esperança.


Alguns problemas que podem estar contriuindo para uma crise conjugal e suas possíveis soluções estão listados abaixo. 


Problemas Sexuais


Se o relacionamento sexual está insatisfatório, a primeira ação a ser tomada é consertar quaisquer outras áreas do relacionamento que não estejam satisfatórias. A riqueza da experiência sexual deriva da qualidade do relacionamento como um todo. 


É possível contudo que um dos dois ignore ou desconsidere fatos importantes a respeito do funcionamento físico e emocional frente ao sexo. a ajuda então deve ser no sentido de incentivar os cônjuges a se informarem sobre os aspectos físicos do sexo, sua preferências e necessidades.


Problemas Financeiros


Pode ser que os problemas que motivam a separação estejam ligados a descontrole financeiro. Isto é muito comum. Neste caso as seguintes diretrizes devem ser adotadas:


1. Esposo e esposa devem ter uma pequena quantia em que gastar sem precisar dar satisfação um ou outro.


2. Concordar com o padrão usual para os gastos normais (quase que um orçamento) e não fugirem deste acordo não escrito.


3. Somente gastar grandes quantias quando os dois concordam o gasto.


4. Compreender que não podem ter tudo o que querem com a rapidez que desejam.


5. Como cristãos, se querem desfrutar da benção de Deus, tem a responsabilidade de exercer a mordomia dos seus recursos contribuindo com seus dízimos e ofertas para o trabalho do Senhor. Estas dádivas deveriam estar no topo de todos os seus planos financeiros.


Incompatibilidade


A primeira coisa que se poderia dizer a pessoas que são incompatíveis, é que elas deveriam ter descoberto isto antes de se casarem.


A segunda coisa é o seguinte: A incompatibilidade não justifica o divórcio. Ao proferirem os seus votos um para o outro eles entraram numa obrigação de manter esses votos. Os votos matrimoniais não se anulam porque eles estão enfrentando problemas no caminho.


A solução é comunicação e compromisso: uma franca e aberta comparação de seus gostos iguais e diferentes e uma disposição de suportar, até certo ponto, a preferência do outro e aprender a gostar disso.


Desencanto


Quais são as causas mais comuns para desencanto?


1. Um problema muito comum é a esposa ter muitos filhos e desgastar-se no cuidado deles. A solução seria em primeiro lugar prover um maneira dos filhos não aumentarem! Busque-se um meio anticoncepcional eficiente através de uma cirurgia de preferência. 


Quanto aos filhos já existentes obtenha alguém para ajudar sua esposa nos trabalhos domésticos, consiga que algum parente fique com os filhos ocasionalmente para que vocês possam sair os dois juntos e quebrar a monotonia.


2. O marido está sempre encontrando pessoas interessantes; a esposa está sempre dentro de casa. Soluções: traga pessoas agradáveis para visita-los em casa. Providencie tempo livre para sua esposa ler algum bom  livro ou iniciar algum estudo para desenvolvimento pessoal ou técnico. Se conveniente encontre atividades fora de casa que sua esposa goste de fazer e incentive-a para pratica-las (ginástica, música, etc.).


3. Monotonia generalizada. Solução: ambos devem pensar e conversar sobre  atividades que eles gostariam de fazer e tomarem o firme propósito de ajudarem um ao outro a realizarem estas atividades. 


Na maioria dessas atividades seria bom que os filhos fossem deixados com algum vizinho para que o casal pudesse passar mais tempo juntos.


Bem, esta lista de problemas e suas possíveis soluções está longe de ser exaustiva. Mas atrás de todas as soluções deve haver dois elementos essenciais que Paulo aponta no livro de Efésios 5:21-23 - amor e respeito um para com o outro.


sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.  As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;  porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. (Efésios 5:21-23 RA)


PREVENÇÃO


Em nossa opinião, a melhor forma de prevenir futuros divórcios é colaborar para a existência de lares felizes, sólidos espiritualmente e maduros emocionalmente.  


O ideal de Deus para o lar é bastante elevado, conforme descrito na seguinte citação de E.G.White: 


"O vinculo de família é o mais íntimo, o mais terno e sagrado de todos na terra. Foi designado a ser uma benção à humanidade. E assim o é sempre que se entre para o pacto matrimonial inteligentemente, no temor de Deus, e tomando em devida consideração suas responsabilidades" 


Uma pesquisa nos EUA em 1990 revelou que aproximadamente 40% dos casais de noivos acreditavam que seus casamentos não iriam durar. 


O assunto do divórcio é parte de grande estratégia do inimigo de Deus para trazer infelicidade e ruína e finalmente perdição eterna às pessoas. Filhos de lares divorciados tem uma grande probabilidade de também se divorciarem ou terem graves problemas familiares. Quem mais sofre com o divórcio são os futuros filhos. 


A maioria das pessoas que se divorciam, se arrependem. Um projeto de pesquisa da Universidade de Bristol revelou que 51% dos homens e 41% das mulheres se arrependeram de terem se divorciado. Mesmo após um novo casamento 37% do homens e 21% das mulheres afirmam que prefeririam ainda estarem casados com seu primeiro cônjuge.  


Numa pesquisa entre 200.000 presos nos EUA verificou-se que entre presos solteiros a média em várias modalidades de delitos era bem maior do que a média entre presos casados:


- por ociosidade, a média de homens solteiros era 11 vezes maior do que a de casados.


- por roubo e violência, 6 vezes superior.


- por embriaguez, 3,5 vezes mais.


- por jogos de azar, 3 vezes mais.


- por conduta desordenada, 2,5 vezes mais.


- por furto, 3 vezes mais.


- por imoralidade, 2,5 vezes mais. 


Com isso vemos o poder moralizante que tem o lar. Tão logo o matrimonio e a vida familiar se desmoronem seus integrantes correm o risco de cair nos vícios e na imoralidade. Sem dúvida este é o objetivo de Satanás. Quando as pessoas compreendem isto terão um motivo a mais para resistir aos sofismas do inimigo.


O que mais falta no lar é o altruísmo manifestado em palavras e atos.


"Dê cada um amor em vez de exigi-lo. Cultive aquilo que tem em si de mais nobre, e esteja pronto a reconhecer as boas qualidades do outro. É um admirável estímulo e satisfação alguém saber que é estimado." 


Em Prov. 20:6 lemos: "Muitos homens afirmam ter um amor sem fim, mas um homem fiel quem pode encontrar?" (New International Version) Aqui está o desafio de Deus para relacionamentos familiares mais harmoniosos. 


Incluído neste desafio está também outro: o de permanecermos fieis a Ele como nosso Senhor e Salvador. Ele espera que a devoção que prestamos a ele seja traduzida em atitudes de fidelidade e amor para com o nosso próximo mais próximo: nossa esposa e filhos.


Querido amigo ou amiga, caso o seu lar esteja passando por dificuldades, não desanime! Deus quer e pode ajuda-lo a salvar o seu matrimônio. 

É claro que sempre há a possibilidade de um dos cônjuges desistir do relacionamento. Mas nestes casos estamos orando para que Deus o(a) ajude a preservar sua dignidade e amor próprio mesmo através de qualquer crise.


CONCLUSÃO


Hoje em dia um grande número de casais estão vivendo à beira do divórcio, ou já se divorciaram. Entretanto Deus tem um plano para cada lar e este é que sejam felizes.


Acreditamos que a maioria daqueles que tem pensado em se divorciar podem encontrar de novo realização e felicidade em seu relacionamento. Se procurarem um conselheiro cristão sob a orientação do Conselheiro Maior, o Espírito Santo, irão concluir que o divórcio não é a solução.


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