DEPRESSÃO - CAUSAS, SINTOMAS E PREVENÇÃO
INTRODUÇÃO
A Depressão é um dos quatro distúrbios emocionais que mais afetam as pessoas no mundo hoje.
A pessoa que está deprimida não sabe dizer se o mal-estar é físico ou psicológico. É uma tristeza prolongada, que beira ao desespero e pode levar ao suicídio.
O objetivo deste trabalho é prover algumas informações básicas sobre esta enfermidade a fim de ajudar no aconselhamento de pessoas por ela acometidas.
DIAGNÓSTICO
O que distingue o estado depressivo de todas as outras condições emocionais é a incapacidade de reagir. Freqüentemente a possibilidade de divertimento ou prazer serve apenas para ajuda-la mais em sua depressão.
Uma em cada vinte pessoas desenvolve a depressão, segundo dados da população americana. Esta atinge mais mulheres do que homens . No Brasil embora não haja dados precisos a porcentagem não deve ser muito diferente.
Dez por cento da população em geral apresentará Depressão Maior em algum período da vida. E cinco por cento das pessoas a estão enfrentando presentemente.
Quais os sinais vitais para reconhecer a depressão?
1. Estado deprimido. O indivíduo pode reclamar de sentir-se triste, perdido, sem esperança ou vazio. Estes sentimentos são persistentes ao invéz de transitórios.
2. Perda de interesse ou prazer em atividades costumeiras. Atividades e eventos tipicamente prazeirosos não mais são achados aprazíveis. O impulso sexual pode diminuir. Esta ausência de prazer normal pode ocorrer mesmo que o indivíduo não "sinta-se deprimido". O chave aqui é a ausência de prazer normal, a perde de interesse naquilo que era previamente desfrutável. O indivíduo pode retrair-se de atividades.
3. Mudança no apetite. A pessoa pode perder o apetite ou pode começar a comer mais. Isto pode aparecer como uma drástica perda ou ganho de peso.
4. Mudança no padrão de sono. Um dos dois pode acontecer. O indivíduo pode começar a dormir mais ou pode desenvolver insônia.
5. Mudança em movimento. O indivíduo pode aparecer fisicamente abatido, se movendo e falando mais vagarosamente que o usual. Na conversação a pessoa pode parecer mais agitado que o normal.
6. Fadiga. A pessoa experimenta uma perda generalizada de energia, cansaço, dificuldade de ir à luta devido a sentir suas forças "drenadas".
7. Sentimentos de desvalor, auto-reprovação ou culpa. Estes sintomas muito provavelmente serão observados pelo pastor conselheiro. A culpa e a auto-reprovação são fora de proporção - excessivo e inapropriado em comparação com a realidade. A pessoa pode sentir-se imperdoável, condenada, amaldiçoada, ou abandonada por Deus.
8. Atos de pensamentos suicidas. O indivíduo pode freqüentemente pensar sobre a morte, desejando estar morto, pensar sobre cometer suicídio ativamente ou passivamente. Verdadeiras tentativas de suicídio podem ocorrer. (mais detalhes sobre suicídio ver: Miller, William R. Practical Psychology for Pastors, págs. 199-208)
ETIOLOGIA
A depressão é comum em nossos dias porque muitas pessoas perseguem objetivos irreais que não tem relação direta com suas necessidades básicas como seres humanos.
Na base de tudo encontramos o fato de que o homem ou mulher deprimidos vivem em termos do passado com uma correspondente negação do presente. Quando uma pessoa se torna deprimida é um sinal de que não tem fé em si mesma.
Além do que mencionamos acima a depressão pode ser causada por:
1. Fatores Situacionais
Algumas situações são depressivas em si mesmas. Se a situação é suficientemente prolongada e intensa praticamente qualquer pessoa irá ficar deprimida.
2. Padrão de Pensamento
- Declarações auto-negativas.
- crenças irracionais
- memória e atenção seletivos
- pessimismo e
- culpa
3. Causas Orgânicas
Certos tipos de depressão tem importantes raízes biológicas, e podem ser apropriadamente aliviadas com o uso de medicamentos. Naturalmente que a pessoa indicada para fazê-lo seria um psiquiatra.
4. Fatores comportamentais
Alguns comportamentos podem contribuir para a gênese da depressão.
- As habilidades sociais da pessoa. Pessoas com deficiências em relacionamentos ficam mais deprimidas.
- Sua assertividade, ou seja, a habilidade da pessoa expressar seus próprios sentimentos e pontos de vista sem alienar outros.
- Retirada. Recusa de participar de atividades ou encontrar pessoas.
- Elevados níveis de ansiedade.
5. Consequências Sociais de Comportamento
Se o indivíduo quando não está deprimido é grandemente ignorado, tomado por garantido, ou tratado de modo precário por outras pessoas quando mostrando disposição normal, ele ou ela pode mudar na direção da depressão. De igual modo se pessoa ao se tornar deprimida percebe uma reação das pessoas que de certa forma a encoraje para a depressão, ficará deprimida.
TRATAMENTO
Uma fase vital para o tratamento da depressão é a da formulação onde a correta intervenção será decidida a partir da causa hipotética do problema. Isto pode ser obtido em consulta com um profissional de saúde, psicólogo ou psiquiatra. Este profissional estará orientando qual o procedimento mais adequado para o caso, de acordo com as causas.
No caso de se determinar exatamente que tipo de depressão é, pode-se proceder uma intervenção alternativa. Algumas orientações que costumam ser dadas incluem as seguintes:
Fatores Situacionais
- redução de stress
- aumento do nível de apoio positivo
- aconselhamento de apoio para ajustamento da dor
Padrão de pensamento
- substituir declarações negativas por declarações "antídoto"
- identificar processos de pensamento não saudáveis.
- reestrutura cognitiva.
Causas Orgânicas
- obter apropriada consultoria de psiquiatras biológicos.
- intervenções biológicas, conforme a necessidade (medicação, dieta, etc.).
Fatores de Resposta
- ensinar mais habilidades sociais adaptivas.
- desencorajar fugas e isolamentos.
Consequências
- apoiar e reenforçar comportamentos de adaptação, de correr risco, e saudáveis.
- evitar apoio exclusivo para comportamento depressivo.
PREVENÇÃO
A prevenção da depressão aproxima-se muito dos passos para o seu tratamento.
Vejamos quais seriam eles:
1. Reconheça que alguma depressão é normal e espere que ela ocorra diante de alguma perda ou tristeza intensa.
2. Pare de sentir autopiedade (pobre de mim). Procure identificar seu comportamento e atitude.
3. Estabeleça para si mesmo alguns alvos simples que possam ser alcançados imediatamente. Por exemplo: sair da cama no horário correto, não isolar-se nalgum canto.
4. Procure realizar freqüentemente alguns exercícios estimulantes. Ciclismo, caminhada ou corrida seriam algumas opções. Após um curto período de exercícios, você apreciará prosseguir com eles.
5. Aprenda a se defender e a fazer valer os seus direitos. É necessário que você decida quais são os seus direitos e faça com que os outros o respeitem.
6. Cultive um amigo ou amiga capaz de ouvir. A simples conversa com uma pessoa que demonstra simpatia é algo que pode operar maravilhas numa depressão relativamente suave.
7. Avalie o seu estilo de vida a fim de verificar se nele está presente alguma condição estressante que você poderá modificar.
8. Identifique áreas que não podem ser modificadas e deixe de sentir-se responsável por elas. Mude sua própria atitude quanto a estas áreas.
9. Haja no sentido de modificar os aspectos estressantes que se encontram sob o seu controle.
10 Em casos extremos, psicoterapia e hospitalização podem ser úteis. Não exite em procurar um profissional de saúde.
CONCLUSÃO
A depressão não é apenas um mau humor. mas um sentimento que permanece e que pode acontecer a qualquer um, causando uma incapacidade de realização das tarefas comuns do dia.
A depressão é uma doença, e as pessoas que sofrem desse mal, necessitam de atenção psicológica ou psiquiátrica.
A depressão pode ter um efeito devastador sobe os pacientes e suas famílias. Felizmente tratamento eficaz está disponível e a maioria daqueles que recebem tratamento recuperam-se prontamente e retornam a funcionar em seu pleno potencial.
BIBLIOGRAFIA
Lowen, Alexander O Corpo em Depressão, São Paulo: Summus Editorial, 1972.
Miller, William R. Pracical Psychology For Pastors, Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall, 1985. [CDD 253.5]
Campbell, Alastair v. A Dictionary of Pastoral Care, New York: Crossroad, 1987.
Creist, John H. & Jefferson, James W. Depression and Its Treatment, New York: Warner Books, 1984.