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Textos Bíblicos.
Jesus diz em no Evangelho de João cap. 14:15: “Se me amais, guardareis meus mandamentos”.
Estas palavras de Jesus não levadas em conta por muitos hoje. Afirmam categoricamente, com “base” em alguns textos que a lei de Deus, inclusive a guarda do sábado, foi abolida.
A seguir, analisaremos com você algumas das passagens bíblicas mal entendidas na atualidade:
Êxodo 35:3 e Números 15:32-36.
“Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado”. (Êxodo 35:3).
“Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado. Os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés, e a Arão, e a toda a congregação. Meteram-no em guarda, porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer. Então, disse o SENHOR a Moisés: Tal homem será morto; toda a congregação o apedrejará fora do arraial. Levou-o, pois, toda a congregação para fora do arraial, e o apedrejaram; e ele morreu, como o SENHOR ordenara a Moisés”. (Números 15:32-36).
Estas Leis existentes acerca do Sábado, aparentemente excessivas, eram dadas deste modo sabe porque? “As Leis são dadas de acordo com a consciência moral das pessoas”. Naquela época, eles tinham uma mentalidade diferente. Acender fogo no Sábado, maldizer os pais era punido com a morte. Em Êxodo 21:17 era ordenado: “quem maldizer seu pai ou sua mãe será morto”. Será que o fato de ser ordenado matar quem maldissesse seus pais seria uma desculpa para não guardarmos o mandamento que diz Honra teu pai e tua mãe? Claro que não, pois eles merecem todo nosso amor e respeito.
Vemos então que não é porque a profanação do Sábado era punida com a morte que iremos abolir o mandamento de Deus, que é eterno (Salmo 119:152), assim como não podemos tirar do decálogo o mandamento “honra teu pai e tua mãe”(Êxodo 20:12) pelo fato deste também ser punido na época com a morte. Estas punições estabelecidas por Moisés eram para “mostrar a importância” da Lei.
Acender fogo no dia de sábado.
“Acender fogo exigia considerável esforço. No clima relativamente cálido da região do Sinai não se fazia necessário o aquecimento, e o fogo só houvera servido para cozinhar. Posto que não era indispensável para a saúde comer alimentos quentes em tal clima, não se devia preparar comida quente no sábado ... Este mandato é observado estritamente nos lugares de clima frio, pelos os judeus caraítas, que não permitem ascender nem luz nem fogo nas suas casas durante o dia de sábado. Sem dúvida, muitos judeus consideram que esta ordem era de caráter transitório, e acendem luzes e fogo, inclusive em Israel. Porém os judeus ortodoxos estritos não cozinham (hoje) nenhum alimento no dia sábado” .
Porque o homem que apanhou lenha no sábado foi morto?
“O pecado deste homem era claramente insolente, e o mesmo era uma ilustração da classe de pecado de que se fala em Números 15: 30...”.
33.
“Foi sua atitude desafiadora que provocou o severo castigo. Deliberadamente quebrantou o sábado”.
Isaías 1:13.
“Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene”. (Isaías 1:13).
Existe uma ciência responsável pela interpretação do versículo Bíblico chamada de “Hermenêutica”, que estabeleceu alguns princípios para a interpretação dos textos, e um deles é examinar o “Contexto Externo” e o “Contexto Interno”.
Analisar o “contexto externo” seria analisar o que o autor queria dizer, quando escreveu a quem escreveu e o porque escreveu. “Contexto interno” seria ler os versos que vem antes e depois do texto que queremos estudar.
Portanto, não devemos tirar conclusões precipitadas sem analisar o contexto do verso, pois estaríamos forçando a Bíblia a dizer o que “não disse”.
Em Isaías diz: “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso para mim é abominação, e também as ofertas de lua nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar a iniqüidade “associada” ao ajuntamento solene”. Aqui, Deus não está dizendo que iria abolir este mandamento ou que o povo de Israel não tinha mais espírito religioso por observar o Sábado. O Senhor está dizendo apenas que não suportava mais ver eles “MISTURAREM” a guarda do Sábado (neste texto mais especificamente os dias sagrados) com a iniqüidade, assim como ele não toleraria a guarda de qualquer outro mandamento, se estivesse associado ao pecado. Para Deus, não basta obedecer apenas “exteriormente”, mas sim de “coração” como é ordenado no Novo Concerto. (Jeremias 31:33; Hebreus 8:10). Nossa vida deve ser repleta de boas obras demonstrando, assim, uma verdadeira conversão. A reclamação de Deus não era jamais por eles guardarem o Sábado, pois o próprio criador lhes deu esta ordem! (Êxodo 31:13), mas sim por misturarem os mandamentos de Deus com a iniqüidade que praticavam! (examinando o contexto, você poderá ver que a iniqüidade pelo povo praticada era a idolatria, bebedices e muita maldade- Ver capítulo 2, 5, 8, etc.)
Mateus 5:17 e 18.
Em Mat. 5:18 diz que, “nem um i ou til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra”.
a) Esse tudo se cumpra, de acordo com o texto, não é a lei? Até que se cumprisse nada seria tirado dela?... E Cristo já não cumpriu?
b) Aqui não está falando de toda a lei e não somente dos Dez Mandamentos?
Os versos, 17, 19 e 20 nos ajudam e entender o significado da expressão “cumprir” em Mt 5:18 (e inclusive no próprio v. 17):
“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir”. (Mateus 5:17).
“Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus”. (Mateus 5:19-20).
Estes textos nos ensinam 2 coisas:
1) Que Jesus não veio revogar a lei;
2) Que aquele que violar um dos mandamentos, mesmo que seja dos menores, é desaprovado pelo céu,ou seja: ninguém está autorizado a mudar a Palavra de Deus, incluindo os 10 Mandamentos.
Isto nos leva a conclusão de que, se Jesus não veio revogar a lei e os profetas e nenhum ser humano está autorizado a violar qualquer mandamento que esteja nos mesmos (lei e profetas), a expressão “cumpriu” não pode insinuar que Jesus cumpriu a lei no sentido de anula-la. Isto seria uma contradição no próprio texto no qual Jesus diz: “não vim revogar a lei e os profetas”.
“Que quer dizer ‘ab-rogar’ ? (ou revogar) De acordo com a clássica definição jurídica significa revogação total de uma lei. ‘Abrogatur cum prorsus tollitur”. É nada menos que extinguir uma lei. E Jesus disse que não viera AB-ROGAR (revogar) nada do que continham a lei ou os profetas.”
Este tudo se cumpra não é a lei, mas a Palavra de Deus. Isto é claro no contexto do verso. A Palavra de Deus será cumprida em todos os sentidos: as profecias referentes a Cristo, Sua segunda vida a esta terra , o estabelecimento da Nova Terra e tudo o mais.
O Contexto diz claramente que, “até que o céu e a terra passem...” não era para ser tirado o mínimo acento da lei (Neste caso todo o Antigo Testamento, onde está incluso o Decálogo). Se a lei tivesse sido abolida, o céu e a terra também já teriam passado e nós não estaríamos aqui hoje.
Este texto (Mateus 5:17-19) é um dos mais claros em dizer que Jesus não veio mudar a lei; mesmo assim, é usado o argumento: “Se Jesus Cumpriu a Lei, eu não preciso mais guardar. Está cumprido”!
Como interpretar corretamente este verso? O modo mais seguro é “ permitir que a Bíblia seja sua própria intérprete.” Vejamos Mateus 3:13-16. o qual nos ajudará no esclarecimento:
“Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça...” (Verso 15-Grifo nosso)
Analisemos: O texto diz que Jesus cumpriu o Batismo e a justiça. Será que pelo fato de Cristo ter cumprido o Batismo, ninguém, mais precisa se batizar para se salvar? Nenhum evangélico concordaria com isso.
E a justiça? Não precisaria mais cumprir os justos reclamos de Deus por que Jesus os cumpriu? De maneira nenhuma, pois temos de obedecer a Deus e sermos justos por toda a vida!
“Diz o grande lexicógrafo Webster: ‘cumprir é obedecer’. É um atendimento exigência legal, uma satisfação ao preceito. Um cidadão cumpre o dever de votar, por exemplo. Extingue-se a instituição do voto, por ele te-lo cumprido? Não! A exigência é permanente; o cumprimento é transigente . O cumprimento afeta a pessoa, não a exigência; liga a pessoa à exigência, mas não remove a exigência.Esta só é removível por força da lei superior que expressamente o declare...”
Digamos que você seja multado. Depois do susto, começas a cumprir corretamente as leis de trânsito. Por ter cumprido a lei, quer dizer que agora você pode andar na velocidade que quiser, bater em quem quiser, ou seja, não precisa mais obedecer? É muito ilógico supor uma coisa destas.
Assim como o CUMPRIR o batismo não significa que nenhuma pessoa mais precisa ser batizada para provar que crê em Jesus, o CUMPRIR a lei não significa que não precisamos obedecer. De acordo com qualquer dicionário, cumprir significa “obedecer”.
Em Gálatas 6:2 diz: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”. (Gálatas 6:2).
Imagine se isto significa abolir!
“J. Broadus, credenciado comentador batista, também faz empenho em alinhar-se na opinião de que “cumprir” significa obedecer. Ele escreve sobre Mateus 5:17: “Cumprir é a tradução de uma palavra grega significando “tornar cheio”, “encher”...Significa “executar plenamente”, “realizar”, aplicado a qualquer obra e dever. Em vão se tem procurado colocar este dito de Jesus em conflito com o que Paulo ensinou em referência á lei... A idéia que ainda ás vezes surge, de que Jesus foi um reformador radical que pôs de lado a lei de Moisés por imperfeita e gasta, é contrária a todo os espírito desta passagem” .
“Cumprindo a lei, Cristo simplesmente “preencheu-a” no seu completo sentido, dando ao homem um exemplo de perfeita obediência à vontade de Deus, a fim de que a mesma lei ‘possa ser cumprida (pleros) em nós’. Rom. 8:4”.
Marcos 2:23-28 e Mateus 12:3-8.
“Ora, aconteceu atravessar Jesus, em dia de sábado, as searas, e os discípulos, ao passarem, colhiam espigas. Advertiram-no os fariseus: Vê! Por que fazem o que não é lícito aos sábados? Mas ele lhes respondeu: Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? Como entrou na Casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os quais não é lícito comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam com ele? E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado”. (Marcos 2:23-28).
“Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na Casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo: aqui está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor do sábado”. (Mateus 12:3-8).
O sábado Bíblico remonta da criação do mundo. Ao Deus terminar sua obra criadora, Ele estabeleceu o sábado, o qual abençoou e santificou (Gênesis 2:1-3). Isto mostra-nos o quando Deus tornou o sábado um dia santo, ou seja, “separado” para uso santo.
O Eterno Deus estabeleceu o sábado como memorial da criação, como o objetivo de conservar na mente de seus filhos o verdadeiro motivo pelo qual Ele deve ser adorado – Porque Ele é o Criador, e nós as suas criaturas. O estabelecimento do sábado foi para manter na mente humana a lembrança de que há um Deus Criador e que não estamos no mundo por acaso. É uma proteção contra o ateísmo e idolatria.
O sábado (hebraico Shabbath) foi criado por Deus para que pudéssemos desfrutar um dia inteiro de comunhão com o Ele e nossa família; Deus viu que iríamos precisar santificar um dia, pois durante a semana não temos tempo integral (só poucas horas) para adorar a Deus e estar com a família. O sábado é meio divino de nos colocar em maior comunhão com Deus e com a família e um remédio contra o estresse, devido á possibilidade de descanso total das obras rotineiras.
Sendo que a guarda do sábado é tão importante, como harmonizar isto com alguns textos Bíblicos que falam que Jesus curou no sábado e permitiu que os discípulos colhessem espigas neste dia?
Vejamos:
Porque Jesus curou nos sábados e permitiu que os discípulos colhessem espigas?
Os fariseus tinham fanatizado a guarda do Sábado. Nas leis deles, era proibido caminhar mais que um quilômetro aos sábados; se uma pessoa deixasse cair um lenço, não poderia juntá-lo por que era Sábado; tinha-se aproximadamente trezentas regras em relação ao dia de guarda.
Ao permitir que os discípulos colhessem espigas no Sábado, ao curar as pessoas neste dia, Cristo não estava abolindo o mandamento. Ele estava ensinando-os a guardarem o sábado do modo correto. O próprio Jesus disse que “é lícito fazer o bem aos sábados” (Mateus 12:12). O Sábado é um dia próprio para fazermos obras de caridade, auxiliar os enfermos, visitar orfanatos e asilos, dar estudos Bíblicos.
Notemos que o Senhor disse “é lícito fazer o bem”, e não trabalhar, pois desviaria nossa atenção de Deus. Deus nos deu seis dias da semana para fazermos o que quisermos; Ele exige apenas um dos dias integrais da semana para dedicarmos em comunhão contínua com Ele.
Jesus guardou a lei: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço”. (João 15:10).
Durante a semana trabalhava na carpintaria, mas no sábado ia á igreja, “segundo seu costume”: “Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler”. (Lucas 4:16).
“Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou”. (1 João 2:6). Precisamos ter o desejo de seguir a Jesus e andar como Ele andou.
Portanto, o simples ato de colher espigas no sábado não foi um pecado, pois eles não estavam fazendo uma “colheita” (o que as escrituras não aprovam – ver Êxodo 34:21), mas apenas colhendo para “comer”, assim como se faz ao comer uma “fruta”. Não é pecado apanhar uma fruta para comer no Sábado. Jesus com esta lição queria ensinar isto ao povo da época.
“Os sacerdotes...violam o sábado”. – O raciocínio do Senhor neste passo é muito claro: se seus discípulos estavam profanando o sábado por colherem espigas para come-las a seguir (o que era perfeitamente legal), então os atos dos sacerdotes ao cumprirem sua função religiosa no templo (e faziam sacrifícios em dobro nesse dia, cf. Números 28:9) seriam também transgressão.
Caso, por suas palavras, Cristo estivesse afirmando que os sacerdotes desrespeitavam o mandamento, então realmente se poderá concluir que Deus deu ao povo uma lei santa ordenando a santificação do sábado, para depois transmitir a Moisés outra lei eclesiástica que resultaria em violação semanal do sábado da primeira...
É evidente, que o isso da palavra “violam” deve aqui ser compreendido no contexto daquela controvérsia, e a referência de Cristo aos sacerdotes foi simplesmente como ilustração da declaração que pouco depois faria: “Logo, é lícito fazer bem, aos sábados”. (v.12).
Marcos 2:27.
“E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2:27).
Um verso que nos ajudará a entender esta declaração de Jesus é o seguinte:
“Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem”. (1 Coríntios 11:9).
Se a afirmação de Jesus que “o sábado foi estabelecido por causa do homem e não o homem por causa do sábado” abole o mandamento, temos de supor que a afirmação de Paulo de que “o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem” quer dizer que Deus “aboliu a mulher e sua importância”, o que seria absurdo.
Um dos ensinos de Paulo neste verso é que a mulher foi criada para beneficiar o homem (pois este estava só); o mesmo se dá com o sábado.
Ao dizer que “o Sábado foi estabelecido por causa do homem e não o homem por causa do Sábado”, Jesus está afirmando que o dia de guarda foi santificado para “beneficiar” o homem, e não o homem beneficiar o Sábado. O Sábado foi estabelecido para que o homem pudesse descansar de suas obras diárias e dedicar este tempo somente ao criador, para refletir em seu amor e no seu poder criativo. Os judeus achavam o contrário.
Raciocinemos: Se o sábado foi feito para o benefício do homem, quando que o ser humano se beneficiará dele? Guardando-o! Não podemos nos beneficiar com suas bênçãos sem observá-lo.
Vejamos um estudo extraído do livro “Sutilezas do Erro” acera deste assunto:
“Vejamos o que o Mestre quis dizer com estas palavras. Há aí duas proposições: uma do sábado servir ao homem; outra, do homem sujeitar-se ao sábado. Consideremos a primeira. É de clareza meridiana. O sábado foi instituído e oferecido ao homem como algo muito precioso, como um bem, um favor divino. Figueiredo traduz: “O sábado foi feito em contemplação do homem”. O sentido evidente é que o sábado foi instituído para o bem estar físico, moral e espiritual das criaturas humanas. O sábado é assim uma instituição a favor do homem, em seu benefício, uma bênção grandiosa. Só uma perversa distorção do texto poderia levar à conclusão de que o sábado deva ser considerado contrário ao homem...
“A segunda proposição contida no texto diz: ‘e não o homem por causa do sábado’. Simples demais para ser entendida. Deus não criou o homem porque Ele tivesse um sábado necessitando ser guardado por alguém. Ao contrário, criara primeiro homem , e depois o sábado para atender-lhe às necessidades de repouso e recreação espiritual. Assim o sábado lhe seria uma bênção e não uma carga. O farisaísmo dos dias de Cristo obscurecera o verdadeiro caráter do sábado. Os rabinos o acumularam de exigências esdrúxulas que o tornaram um fardo quase insuportável. A atitude de Cristo para com o sábado foi a de escoima-lo desses acréscimos, devolvendo-o à prístina pureza. A atitude de Cristo para com Seu santo dia foi de reverência e não de desprezo.
“E de passagem cabe aqui uma observação: o sábado foi feito por causa do homem, e isto não pode ser verdade em relação ao domingo, porque no primeiro dia da semana o homem ainda não fora criado!
“...sendo o sábado um mandamento da lei de Deus, se Cristo o transgredisse de qualquer maneira Se tornaria um pecador, e nessa condição não poderia ser nosso Salvador!
“...Jesus declarou-Se Senhor do sábado! Solene e importantíssima declaração! Frise-se bem que Ele é o Senhor do sábado e não do domingo, embora a cristandade... averbe este dia este dia como o “dia do Senhor”. Cristo, porém, reafirmou Sua soberania sobre o sábado. É o autor do sétimo dia, consagrado ao repouso e, nessa qualidade, sabe o que é lícito ou não fazer nele. Os fariseus que censuraram os discípulos por apanharem espigas, foram além dos reclamos divinos, “além do que está escrito”. Punham restrições descabidas à guarda do sábado. E Jesus, para mostrar-lhes Sua autoridade, apresenta-Se como Autor do sábado. Nada há de derrogatório na declaração do Mestre. Ao contrário, reafirma o valor e a vigência do sábado, escoimado, no entanto, das exigências talmúdicas
“Broadus, renomado comentarista Batista, tratando desse texto, assim conclui:
“Mas o sábado permanece ainda, pois que existia antes de Israel, e era desde a criação um dia designado por Deus para ser santificado” (Gên. 2:3)...” (John A. Broadus, Comentário de Mateus, Vol. 1, pág. 345).
“Cristo jamais combateu o sábado, mas apenas a maneira de guarda-lo, a estreiteza dos fariseus.
“Diz Strong, grande teólogo batista:
‘Nem nosso Senhor ou os apóstolos ab-rogaram o sábado do decálogo. A nova dispensação abole as prescrições mosaicas quanto à forma de guardar o sábado mas ao mesmo tempo declara sua observância de origem divina e como sendo uma necessidade da natureza humana... Cristo não cravou na cruz qualquer mandamento do decálogo...Jesus não Se defende da acusação de quebrar o sábado, declarando que este fora abolido, mas estabelece o verdadeiro caráter do sábado em atender uma necessidade humana fundamental’ (A.H. Strong, Systhematic Theology, p. 409).
“Ryle, erudito comentarista evangélico, tratando do texto diz:
‘Não devemos deixar-nos arrastar pela opinião comum de que o sábado é mera instituição judaica, que foi abolido ou anulado por Cristo. Não há uma só passagem das Escrituras que isso prove. Todos os casos em que nosso Senhor Ser refere ao sábado, fala contra as opiniões errôneas que os fariseus propagaram a respeito de sua observância. Cristo depurou do quarto mandamento da superfluidade profana dos judeus... O Salvador que despojou o sábado das tradições judaicas e que tantas vezes esclareceu o seu sentido, não pode ser inimigo do 4o mandamento. Pelo contrário, Ele o engrandeceu e o exaltou’ (J. C. Ryle, Comentário Expositivo do Evangelho Segundo Lucas, pág. 79) .
Mateus 12:8.
“Porque o Filho do Homem é senhor do sábado”. (Mateus 12:8).
Neste verso Jesus diz que é o “Senhor do Sábado”, referindo-se ao fato de que ele é o dono. Ele faz o que quiser, ou seja, ele diz como se deve guardá-lo ou não.
Como visto anteriormente, Jesus guardou o sábado e em sua vida testemunhou acerca da maneira correta de faze-lo, como um memorial do Criador e da criação e sem o fanatismo ensinado pelos fariseus.
Romanos 14:4-5.
“Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente”. (Romanos 14:4-5).
Para entendermos estes versos, temos de fazer uso de uma importantíssima ciência responsável pela interpretação do versículo Bíblico chamada de “Hermenêutica”.
A Hermenêutica estabeleceu alguns princípios para a interpretação dos textos, e um deles é examinar o “Contexto Externo” e o “Contexto Interno”. Analisar o “contexto externo” seria analisar o que o autor queria dizer, quando escreveu a quem escreveu e o porque escreveu.
“Contexto interno” seria ler os versos que vem antes e depois do texto que queremos estudar.
Portanto, não devemos tirar conclusões precipitadas sem analisar o contexto do verso, pois estaríamos forçando a Bíblia a dizer o que “não disse”.
Esta passagem deve ser estudada e entendida “á luz de seu contexto”, pois esta é a maneira de entendermos as doutrinas das Escrituras. Vou fazer um estudo com você acerca de Romanos 14:5 e também sobre ouros versos do mesmo capítulo, para que sua compreensão seja melhor. Vejamos:
“Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes”. (Romanos 14:2).
“Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus”. (Romanos 14:5-6 RA).
“Débil na fé – Isto é, aquele que não tem senão uma limitada compreensão dos princípios da justiça. Nele está o desejo de ser salvo e ansioso para cumprir o que quer que dele seja exigido.
Porém, na imaturidade da sua experiência cristã (ver Hebreus 5:11 a 6:2), e provavelmente também como resultado da primitiva educação e crença tenta obter a sua salvação mais seguramente pela observância de certas regras e regulamentos que na realidade não são obrigatórios. Para ele, estes regulamentos revestem-se de grande importância. Ele os considera como absolutamente obrigatórios para a sua salvação, e torna-se agoniado e confundido quando vê outros cristãos ao seu redor, especialmente os que parecem mais experientes, não participarem de seus escrúpulos.
A declaração de Paulo em Romanos 14 tem sido interpretada de várias formas, e tem sido usada por alguns: (1) para depreciar uma dieta vegetariana, (2) abolir a distinção entre alimentos puros e impuros, e (3) remover toda distinção entre dias, abolindo dessa forma, o sábado do 7o dia. Que Paulo não está fazendo nenhuma destas coisas torna-se evidente quanto este capítulo é estudado á luz de certo problemas religiosos referidos que perturbaram alguns cristãos do primeiro século.
Paulo menciona vários problemas que são uma ocasião de mal entendido entre os irmãos: (1) problemas relativos á dieta (verso 2), e (2) problemas concernentes á observância de certos dias (versos 5, 6). Em I Coríntios 8 o problema do irmão forte versus irmão débil, considerando a dieta, também é tratado. A carta aos Coríntios foi escrita menos de um ano antes da enviada aos Romanos. Parece razoável concluir que em I Coríntios 8 e Romanos 14 Paulo está tratando em essência do mesmo problema. Em Coríntios o problema é identificado quanto a ser próprio o comer de alimentos sacrificados aos ídolos. Segundo a antiga prática pagã, os sacerdotes praticavam um intenso mercado de animais oferecidos aos ídolos. Paulo dissera aos crentes de Corinto conversos do judaísmo e do paganismo que desde que era um ídolo, nada havia de errado em si, no comer alimentos dedicados a ele. Contundo, explica, por causa da herança em instrução primitiva e diversidade no discernimento espiritual, nem todos possuíam este “conhecimento” e não podiam com a consciência livre, comer de tais alimentos... Daí, Paulo insta com aqueles sem escrúpulos quanto á consideração desses alimentos, a não colocarem pedra de tropeço no caminho dos irmãos pelo consumo destes alimentos (Romanos 14:3). Sua admoestação encontra-se dessa forma em harmonia com a decisão do Concílio de Jerusalém, e sem dúvida lança luz, sobre pelo menos uma razão por que o concílio tomou posição sobre este assunto...Provavelmente por temor de ofender neste assunto, alguns cristãos abstiam-se inteiramente de alimentos cárneos, o que significa que o seu alimento era restrito a “ervas”, isto é, vegetais (Romanos 14:2).
Paulo não está falando de alimentos higienicamente prejudiciais. Não está sugerindo que os cristãos de fé vigorosa possam comer qualquer coisa, desconsiderando os seus efeitos sobre o bem estar físico. Paulo já tem deixado claro no capítulo 12:1 que o verdadeiro crente compreenderá que o seu corpo dever ser preservado santo e aceitável a Deus como sacrifico vivo. O Homem de fé robusta considerará como ato de adoração espiritual, manter boa saúde (Romanos 12:1 e I Coríntios 10:31).
Um fato adicional lança luz sobre os problemas que Paulo está discutindo. Apenas muito palidamente, a princípio, os judeus cristãos compreenderam que a lei cerimonial encontra os seus cumprimentos em Cristo... e que esta daí por diante não mais era válida. Em verdade, os primeiros Cristãos não foram chamados abruptamente a cessar o serviço das festas anuais judaicas ou repudiar os ritos cerimoniais de uma vez por todas. Sob a lei cerimonial os judeus deviam guardar 7 sábados anuais. Paulo mesmo observou várias festas após a sua conversão (Atos 18:21, etc). Embora pensasse que a circuncisão nada era (I Coríntios 7:19), tinha consigo o circuncidado Timóteo (Atos 16:3) e concordara em cumprir um voto segundo as estipulações do código antigo (Atos 21:20-27). Sob tais circunstâncias parecia melhor permitir que os vários elementos da lei cerimonial da lei judaica gradualmente viessem a desaparecer a medida que a mente e a consciência se iam iluminando. Dessa maneira, era inevitável que entre os judeus cristãos surgisse a questão quanto á conveniência de observar certos “dias” – dias santos judaicos, em conexão com as suas festas anuais (Ver Levíticos 23:1-44).
Em vista destes fatos, torna-se evidente que Paulo, em Romanos 14, não está: (1) depreciando a dieta de “ervas” (vegetais), ou (2) indo de encontro á antiga distinção bíblica entre – alimentos puros e impuros, ou (3) abolindo o sétimo dia, o sábado da lei moral... O que pretenda afirmar que assim foi, deve estar vendo no argumento de Paulo algo o que aí não existe.
Que Paulo não ensina ou mesmo de a entender a abolição do sábado do sétimo dia tem sido reconhecido por comentaristas tais como: Janieson, Fausset e Brown em seus comentários sobre o cap. 14:5 e 6: "Dessa passagem sobre a observância de dias, Alford infelizmente infere que tal linguagem não podia ter sido usada se a sábado-lei não estivesse forçando o evangelho de qualquer maneira. Certamente não podia, se o sábado fosse meramente um dos dias de festas judaicas; porém, tal não acontecerá pois não foi outorgado meramente porque fora observado sob, a economia judaica. E certamente se o sábado era mais antigo que o judaísmo; se mesmo sobre o judaísmo foi guardado como relíquia entre a terna santidade do decálogo, proferido, com nenhumas outras porções do judaísmo o foram, em meio, aos terrores do Sinai; e se o próprio Legislador disse quando na terra “O Filho do homem ´se Senhor até do sábado” (Marcos 2:28). Será difícil mostrar que o apóstolo significasse que o mesmo devia ser colocado pelos seus leitores entre aqueles desaparecidos dias de festa judaicas, e que só um “débil” poderia imaginar estarem ainda em vigor, uma debilidade que os que tinham mais luz deviam, apenas por amor, suportar”.
Em Romanos 14: a 15:14 Paulo insta com os cristãos mais fortes para dar simpática consideração aos problemas de seus irmãos mais fracos. Como nos capítulos 12 e 13, ele mostra que a fonte da unidade e paz na igreja é o amor cristão genuíno. Este mesmo amor e respeito mútuo assegurará harmonia contínua entre o corpo de crentes, a despeito das opiniões e escrúpulos diferentes em assuntos de religião” .
“Paulo não diz que todos os dias são iguais. A palavra iguais está em itálico (Versão Almeida Revista e Corrigida), porque não se encontra no original grego e foi acrescentada por Almeida.
O dia aí mencionado não é o dia de repouso semanal, porque o mesmo apóstolo, em sua epístola aos Colossenses (2:16), tratando do mesmo assunto (pois o mesmo problema surgira naquela igreja) nos esclarece que são “dias de festa”. E em Gál. 3:10, abordando o mesmo problema, Paulo menciona “dias, e meses, e tempos e anos” (grifo nosso). Quer dizer que eram dias de festa, os feriados anuais e mensais, como:
Páscoa – Pentecostes – Dia da Expiação – Luas Novas – Tabernáculos – Jubileu regulados pela lei cerimonial. Por quê? Porque embora abolidos na cruz, esses dias, os judeus neófitos na fé, recém-convertidos (judaizantes) não se desvencilharam deles de pronto; queriam observa-los e ainda julgavam os cristãos vindos do gentilismo por não os observarem. Diz o comentarista Adão Clark: “A referência aí feita [à palavra dia] se prende a instituições judaicas, e especialmente a seus festivais, tais como a páscoa, pentecostes, festa dos tabernáculos, lua nova, jubileu, etc... Os gentios convertidos... consideravam... que todos esses festivais não obrigam o cristão. Nós os tradutores acrescentamos a palavra iguais, e fazemos texto dizer o que, estou certo, jamais foi pretendido, isto é, que não há distinção de dias, nem mesmo do sábado.” (Clark’s Commentary, Rom. 14:5)
Também os fundamentalistas Jamieson, Fausset e Brown comentam: “… será difícil mostrar que o apóstolo tenha rebaixado o sábado de maneira a ser classificado por seus leitores entre as transitórias festas judaicas...”.
Em parte algumas dos ensinos de Paulo, o sétimo dia do decálogo é assunto de controvérsia.”
“Não destruas a obra de Deus por causa da comida. Todas as coisas, na verdade, são limpas, mas é mau para o homem o comer com escândalo. É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar ou se ofender ou se enfraquecer”. (Romanos 14:20-21).
Após as considerações anteriores, podemos tr mais luz para entender este verso. Paulo está dizendo para os Corintos não destruírem a obra de Deus por causa do comer ou não carnes sacrificadas aos ídolos. O ídolo nada é.
Ao dizer que “todas as coisas são limpas”, Paulo está se referindo ás “carnes sacrificadas a ídolos”; não está usando o termo genericamente, pois se o fizesse, teríamos de supor que até cobras, lagartos, cachorro, são limpos para alimentação.
Paulo falou que “é bom não comer carne e nem beber vinho” porque estes eram evidentemente os objetos principais dos escrúpulos religiosos do irmão mais fraco, provavelmente porque eram costumeiramente usados nos sacrifícios aos ídolos pagãos .
Conclusão:
Romanos 14 trata em essência do mesmo assunto de I Coríntios 8: Carnes sacrificadas a ídolos. Podemos facilmente perceber isto através da comparação dos dois livros:
“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. (Romanos 14:17).
“Não é a comida que nos recomendará a Deus, pois nada perderemos, se não comermos, e nada ganharemos, se comermos”. (1 Coríntios 8:8).
Podemos ver que em Romanos 14 está sendo tratado sobre o mesmo assunto, que diz respeito ás carnes sacrificadas a ídolos. O versos 17 não está dando autorização para usarmos alimentos imundos, pois neste é este o objetivo do livro.
Outro fator que leva-nos a concluir que o assunto é o mesmo nos dois livros, é o fato da epístola aos Coríntios ter sido escrita menos de um ano antes da de Romanos. Chega-se á inevitável conclusão de que falam do mesmo assunto.
Lembremos de que o próprio Paulo disse: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”. (I Coríntios 10:31 RA).
Os versos 4 e 5 referem-se aos dias de festividades judaicos, que eram chamados de ‘sábados cerimoniais’, sábados estes que eram diferentes do sábado do Senhor, abençoado e santificado na criação do mundo. (Leia Levíticos 23:38; Levíticos 23:3 e 24-25).
Romanos 10:4.
“Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê”. (Romanos 10:4).
Devido á falta de estudo da Bíblia, muitos acham que este verso refere-se á abolição da Lei.
A palavra “fim” neste texto vem do grego “Telos” e significa “alvo, objetivo”. Esta é a mesma que aparece em I Pedro 1:9:
“Obtendo o fim (Telos) da vossa fé: a salvação da vossa alma”.
Será que a Bíblia está dizendo aqui que a fé teve um fim; ou que não precisamos mais ter fé para sermos salvos? Claro que não! Seria absurdo supormos isso! De acordo com o original grego, a tradução correta deste texto é:
“Obtendo o alvo (ou objetivo) da vossa fé: a salvação da vossa alma”.
Portanto, a tradução correta de Romanos 10:4 é : “Porque o alvo (objetivo) da Lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê”. Isto nos ensina que, o objetivo da Lei não é nos salvar, mas nos aproximar de Cristo, através da obediência por amor (João 14:15)
Colossenses 2:16 e 17 e Gálatas 4:10.
“Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados”. (Colossenses 2:16).
“Guardais dias, e meses, e tempos, e anos...”. (Gálatas 4:10)
Muitos sinceros cristãos têm lido este texto e ‘entendido’ que esta é uma forte evidência a favor da abolição do 4o mandamento – o descanso no sétimo dia. Ao analisarmos seu contexto e entendermos ‘a que tipo’ de sábado se refere, vermos que tal conclusão (abolição do sábado) não é apoiada pelas Escrituras.
Comentaristas Batistas, Metodistas, Presbiterianos e de outras denominações reconhecem que o Sábado mencionado nestas passagens não se refere ao descanso do Sétimo Dia, mas aos sábados “cerimoniais”. Veja o que diz Adam Clarke, erudito Metodista, em seu autorizado comentário:
“Não há aqui indicação de que o sábado fosse abolido, ou que sua obrigação moral fosse superada pelo estabelecimento do cristianismo. Demonstrei em outra parte que ‘Lembra-te do dia de sábado para o santificar’ – é um mandamento de obrigação perpétua, e nunca pode ser superado senão pela finalização do tempo”.
Albert Barnes, profundo comentador presbiteriano, em sua obra Notes on the Testament, comenta Colossenses 2:16, textualmente:
“Não há nenhuma evidência nessa passagem de que Paulo ensinasse que não havia mais obrigação de observar qualquer tempo sagrado, pois não há a mais leve razão para crer que ele quisesse ensinar que um dos Dez Mandamentos havia cessado de ser obrigatório á humanidade. Se ele tivesse escrito a palavra ‘O sábado’, no singular, então, certamente estaria claro que ele quisesse ensinar que aquele mandamento (o quarto) cessou de ser obrigatório, e que o sábado não mais deveria ser observado. Mas o uso do termo no plural, e a sua conexão, mostram que o apóstolo tinha em vista o grande número de dias que eram observados pelos hebreus como festivais, como uma parte de sua lei cerimonial e típica, e não a lei moral, ou os Dez Mandamentos. Nenhuma parte da lei moral – nenhum dos Dez Mandamentos – poderia ser referido como ‘sombra das coisas futuras’. Estes mandamentos são, pela natureza da lei moral, de obrigação perpétua e universal”.
Podemos ver, portanto, palavra “Sábado” está no plural, indicando que se refere aos sábados cerimoniais.
O Sábado mencionado nesta passagem não se refere ao descanso do Sétimo Dia, mas aos sábados “cerimoniais”. A palavra “Sábado” está no plural, indicando que se refere aos sábados cerimoniais. Estes sábados eram guardados uma vez ao ano, quando o sacerdote fazia expiação pelos pecados do povo (ver Levíticos 16:29 a 31). Em Levíticos 23:38 Deus orienta ao povo para guardarem as festas fixas do Senhor “além dos sábados do Senhor”. Isto mostra que além dos sábados do Senhor tinham outras cerimônias, e entre elas este Sábado anual.
Existem muitas provas de que na Bíblia são mencionados dois tipos de Sábados; mas creio que esta passagem da Bíblia será suficiente: Levíticos 23: 3 e 24,25.
“Seis dias trabalhareis, mas o sétimo será o sábado do descanso solene, santa convocação; nenhuma obra fareis; é sábado do SENHOR em todas as vossas moradas”. (verso 3).
“Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso (esta é a tradução da Palavra “Sábado” – quer dizer “descanso”) solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao SENHOR”. (verso 24 e 25).
Analise:
No verso 3 – Deus está falando do sábado “Semanal”, pois ele disse para trabalhar seis dias e descansar no sétimo.
Nos versos 24 e 25 – Deus fala para eles guardarem um sábado “anual”, que era dia primeiro de todo o sétimo mês.
Este sábado anual sim foi abolido; não precisamos nos reunir uma vez por ano para celebrar esta festa que antecedia ao dia da expiação, pois Jesus já fez a expiação (cumpriu a pena) pelos nossos pecados na cruz.
O Sábado do 7o Dia, semanal, foi feito pelo criador para comemorarmos o ato Divino da Criação; não faz parte da lei cerimonial.
Em Atos 17:2 vemos que era “costume” de Paulo ir todos aos sábados á igreja, ou seja, ele era um cristão que seguia o exemplo de Jesus. No cap.16 verso 13 vemos que os cristãos, juntamente com Paulo “foram para perto de um rio no Sábado, pois conselho um lugar de oração”.
Atos 18:3 e 4 nos mostram que Paulo trabalhava em Corinto construindo tendas durante a semana, juntamente com Áquila e Priscila e todos os sábados ia à igreja. No verso 11 diz que ele permaneceu um ano e seis meses. Isto equivale à 72 Sábados guardados por Paulo só na cidade de Corinto!
Vejamos este outro comentário sobre o texto, feito pelo Doutor e Professor de Teologia Alberto R. Timm:
“A expressão ‘ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados (grego sabbáton), encontrada neste texto, tem sido usada para provar que a observância do sábado foi invalidade por Cristo na cruz. Se, porém, analisarmos mis atentamente o seu conteúdo, veremos que também este não pode ser aplicado em relação com o descanso semanal.
“O tipo de sábado que está sendo considerado é indicado pela frase “que são uma sombra das cousas vindouras (Col. 2:17). O sábado semanal é um memorial de um evento do início da história da terra (Gênesis 2:2 e 3; Êxodo 20:8-11; Patriarcas e Profetas, p. 31 e 32). Portanto, os “sábados”, que Paulo declara serem sombras que apontam para Cristo, não podem referir-se ao sábado semanal designado pelo quarto mandamento, mas devem indicar os dias de repouso cerimonial, que encontram seu cumprimento em Cristo e no seu reino (ver Levíticos 23:5-8, 15, 16, 21, 24, 26, 27, 28, 37 e 38).
“Adam Clarke, conhecido comentarista Metodista, é claro em afirmar:
“...O sábado semanal se apóia numa base mais permanente, tendo sido instituído no Éden,para comemorar o término da criação em seis dias. Levítico 23:38 expressamente distingue ‘o sábado do Senhor’ dos outros sábados. Um preceito positivo é bom porque é ordenado e deixa de ser obrigatório quando ab-rogado; um preceito moral é mandato eterno, por ser eternamente justo”.
“O que foi dito anteriormente é suficiente para esclarecer que Paulo jamais pretendeu abolir, em Colossenses 2:16 e 17, a obrigatoriedade moral do quarto mandamento, que por ter sido instituído na criação (Gênesis 2:1-3) e fazer parte da lei moral (Êxodo 20:8-11), também é um mandamento ‘santo justo e bom’(Romanos 7:12)”.
O Sábado semanal o qual Jesus guardou (Lc 4:16) é uma bênção; neste dia podemos repousar de nossas atividades, adorar a Deus com maior intensidade e estar mais tempo com a família. Este sábado semanal não foi abolido, pois é um presente de Deus para nós.
A cada sábado na nova terra iremos adorar a Deus:
“E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR”. (Isaías 66:23).
Gálatas 4:10.
“Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco”. (Gálatas 4:10-11).
O livro de Gálatas jamais poderá ser usado como a favor da abolição da lei. Paulo, escrevendo o livro de gálatas, não está sendo contra a lei, mas sim contra um sistema religioso que colocava a lei como ponto de salvação. O livro trata da justificação pela fé em Jesus Cristo, em contraste com o conceito dos judaizantes de que a justificação vem por meio do cumprimento das obras prescritas no sistema judaico.
Apesar do objetivo da epístola de gálatas não ser o de ocupar-se na discussão das leis (morais e cerimoniais), pois trata do tema da justificação pela fé (Paulo está sendo contra uma forma de religião que crê na lei como um meio de salvação), o livro comenta algo acerca da circuncisão. Se você contar, verá que nos seis capítulos de gálatas a palavra “circuncisão” aparece mais de dez vezes.
E. Huxtable vê uma similaridade entre os “dias, e meses, e tempos, e anos” de Gálatas 4:10 e “dia de festa, ou lua nova, ou sábados” de Colossenses 2:16. Segundo ele, “as mesmas idéias são aparentemente apresentadas, mas em ordem inversa”
...Paulo está aqui se referindo “aos sete sábados cerimoniais e às luas novas do sistema cerimonial” , e as mesmas considerações feitas sobre Colossenses 2:16 e 17 também se aplicam a este texto.
O Comentário Bíblico Adventista acrescenta ainda:
Não há base escriturística para assumir, como alguns o fazem, que os “dias” dos quais Paulo fala aqui se refiram ao sábado do sétimo dia. Em nenhum lugar da Bíblia é feito referência ao sétimo dia na linguagem aqui usada. Além disso, o sábado do sétimo dia foi instituído na criação (Gên. 2:1-3; cf. Êxo. 20:8-11), antes da entrada do pecado, e cerca de 2500 anos antes da inauguração do sistema cerimonial, no monte Sinai. Se a observância do sábado do sétimo dia subjuga o homem à escravidão, então o próprio Criador deve ter entrado em escravidão, ao observar o primeiro sábado do mundo! E essa conclusão é inconcebível.
Portanto segundo A.R. Fausset , este texto não apresenta “nada que seja incompatível com a observância do sábado”
Quais eram os 7 Sábados Cerimoniais .
...Existem dois tipos específicos de sábados no Antigo Testamento, os sábados anuais e os sábados semanais. Paulo não deixa dúvidas sobre os quais está falando.
Os dias de descanso cerimoniais anuais, em conjunto com o festival de ciclo anual, não estavam relacionados aos sábados do sétimo dia ou ao ciclo semanal. Cada um desses outros sábados, ou dias de descanso, caíam numa data fixa do ano, e assim em dias diferentes da semana a cada ano. Assim, eram propriamente chamados sábados anuais, em contraste com os sábados semanais. Esses dias em que o trabalho era proibido “além dos sábados do Senhor” (Levíticos 23:38) eram:
1. O Primeiro Dia dos Pães Asmos – 15o dia do 1o mês (Lev. 23:6);
2. O Sétimo Dia dos Pães Asmos – 21o dia do 1o mês (Lev. 23:8,11);
3. Dia de Pentecostes – 6o dia do 3o mês (Lev. 23:24;25);
4. Festa das Trombetas – 10o dia do 7o mês (Lev. 23:16,21);
5. Dia da Expiação – 10o dia do 7o mês (Lev. 23:29-31);
6. Primeiro Dia da Festa do Tabernáculos – 15o dia do 7o mês (Lev. 23:34;35);
7. Sétimo Dia da Festa dos Tabernáculos – 22o dia do 7o mês (Lev. 23:36).
Os sábados anuais eram parte do sistema cerimonial que representava a vida e a morte de Cristo, e cessou quando Ele expirou na cruz. Eram “sombras de coisas futuras”.
Em contraste com o sábado semanal, que foi ordenado à toda humanidade ao fim da semana da criação, os sábados anuais apontavam para a vinda do Messias. E a sua observância findou com Sua morte na cruz...
“Poderíamos encerrar o assunto por aqui, mas como sempre há doutrinadores cavilosos que apelam para a filologia em torno da palavra “sábados” de Colossenses 2:16, mister se faz uma ligeira consideração neste particular.
“De início, a palavra grega empregada pode referir-se aos sábados semanais ou aos sábados anuais. Temos que apelar para o contexto a fim de sabermos a quais se refere. Em grego, “Sábados” do texto em lide é sabbata, uma forma plural de sabbaton. Embora sabbata em muitos casos não represente um exato plural, pelo fato de derivar da forma singular aramaica, por outro lado é de freqüente sentido singular. A exploração que pretensos helenistas fazem em torno deste fato em nada altera a posição que sustentamos, porque sabbata, pode representar um plural exato, como por exemplo, em Atos 17:2 e sem dúvida em nosso texto (Colossenses 2:16) ainda reforçado com o peso do contexto indicando tratar-se de sábados anuais.
Há oponentes que exploram também o fato de a palavra “Sábados”, na passagem que estamos considerando, estar no grego sem o artigo, mas esquecem-se de que o sábado semanal é também freqüentemente citado sem o artigo em grego, como, por exemplo, em S. João 5:9; 9:14, etc.”.
Veja o quanto é importante o estudo do contexto do verso e também seu correto significado na língua original.
João 5:17.
“Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”. (João 5:17).
Não podemos forçar o texto a dizer o que não disse. Analisando o contexto vemos que os judeus reclamaram de Jesus curar no Sábado.
Ao dizer “meu Pai trabalha até agora e eu também”, o Senhor está dizendo que o Pai e ele trabalham até agora em dar vida, curar as pessoas, salva-las.
A palavra grega usada neste verso reforça este ponto de vista, sendo que ao Jesus dizer que o “Pai trabalha até agora”, ele menciona a palavra grega “ergazestai”, palavra que é usada no evangelho de João para tratar da “obra salvívica” de Deus e ‘não da obra criadora’.
Claramente se vê aí a que tipo de trabalho Jesus está se referindo.
Isto confirma o ensinamento de Jesus de que é lícito fazer o bem aos sábados (Mateus 12:12). O texto não se refere ao trabalho cotidiano, mas ao realizado em favor do próximo, que deve ser todos os dias. “Segundo os judeus” ele quebrantava o Sábado, pois não guardava da maneira deles. “Segundo Deus”, Jesus nunca profanou porque guardava da maneira correta estabelecida por Deus.
João 9:4.
“É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”. (João 9:4).
Este verso da Bíblia também é tirado de seu contexto por muitos teólogos. Pegam a declaração de Jesus em que ele diz: “trabalhai enquanto é dia, pois vem a noite em que ninguém pode trabalhar” e dizem que ele estava mandando trabalhar no Sábado. Não existe base Bíblica para aprovar esta tese.
O Senhor está pedindo para eles trabalharem em prol do evangelho e em favor das pessoas enquanto à oportunidade. Jesus nem mencionou o Sábado neste verso. Não está dando liberdade para abusarem de seus mandamentos. Lembremos que “Jesus Cristo ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hebreus 13:8). Seu caráter é perfeito e imutável. Ele não iria criar uma Lei e depois pensar consigo mesmo: “arrependi-me de ter estabelecido o Sábado com dia de guarda, vou mudá-lo”. Ele não erra!
2 Coríntios 3:7-11.
“E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecente, como não será de maior glória o ministério do Espírito! Porque, se o ministério da condenação foi glória, em muito maior proporção será glorioso o ministério da justiça. Porquanto, na verdade, o que, outrora, foi glorificado, neste respeito, já não resplandece, diante da atual sobreexcelente glória. Porque, se o que se desvanecia teve sua glória, muito mais glória tem o que é permanente”. (2 Coríntios 3:7-11).
“Permita-me repetir as palavras de Paulo mais uma vez: Lei Santa, Lei justa, Lei boa. É inegável que Paulo faz alusão a leis diferentes, porque jamais poderia afirmar que uma lei boa não presta e seja boa ao mesmo tempo. Que foi anulada, e é santa, justa e boa. Que é maldição e que tenha uma promessa de longa vida ao se observa-la” .
Se a lei é boa, é certo concluirmos que ela contribui para que homem torne-se espiritual.
Uma lei Santa e boa não pode ser considerada o “ministério da morte” (2 Co 3:7) como quer o opositor. Na Bíblia jamais poderia haver tal contradição. Quando achamos vemos uma ‘contradição’ nas Escrituras o erro está em nós e não no livro sagrado.
Voltemos à questão de ser a lei ou não o ‘ministério da morte’ mencionado em 2 Co 3:7. O oponente afirma que “o ministério da morte era os Dez Mandamentos”. Estudando porém o contexto do verso e outros textos paralelos do apóstolo Paulo onde lei é exaltada por ele, vê-se a infelicidade desta declaração. O apóstolo disse que a lei é “santa, e o mandamento santo, justo e bom” (Rm 7:12) e “o que é bom de modo nenhum se tornou em morte” (v. 13). Se o mandamento do Senhor “não se tornou em morte”, chega-se à fatal conclusão de que o “ministério da morte” não é a lei moral.
Antes de estudarmos a expressão “ministério da morte”, faremos um breve estudo acerca do que é o “Novo Concerto”.
Há uma grande confusão na cristandade acerca do Novo Concerto. Acham que pelo fato do Velho Concerto ter sido abolido, a lei dos Dez mandamentos também o foi; sendo assim, se estamos no Novo Concerto, não precisamos mais observar a lei de Deus. Mas isto está longe de ser verdade, conforme veremos a seguir em um estudo feito pelo escritor Arnaldo B. Christianini:
“Afirmamos que os Dez Mandamentos eram a base do velho concerto, como igualmente o são do novo. Os oponentes, tomando o conteúdo pelo continente, concluem que se o velho concerto caducou, também caducou a lei de Deus. Mas não é assim.
“De fato, em Deuteronômio 4:13 se afirma que os Dez Mandamentos (dez palavras, no original) eram o concerto, porém essa maneira de expressar é um modismo hebraico. Do mesmo modo Moisés dissera aos israelitas: “... eu tomei o vosso pecado, o bezerro que tínheis feito, e o queimei”. Deut. 9:21. Em linguagem exata, o pecado era o volver deles para um falso deus – um ato da vontade rebelde – mas o bezerro era a base daquele pecado, era apenas aquilo em relação ao qual fora o pecado cometido. Assim também, o concerto fora feito pela vontade dos israelitas em resposta a Deus (Êxo. 19:5-8); os dez mandamentos eram a base – o ponto de referência sobre o qual fora o concerto feito. Esta é a legítima relação do decálogo com o concerto. Nada mais claro.
“Por aquele concerto, Israel prometera guardar o decálogo. O concerto dependia do decálogo, mas o decálogo não dependia do concerto. Sem dúvida, o concerto – o trato que Israel fizera – podia ser quebrado um milhão de vezes, porém isto não afetaria a lei de Deus...vamos ilustrar esta verdade. Um estrangeiro pode prometer guardar a lei do nosso país, sob a condição de que seja aceito como um cidadão brasileiro. Há então como que um concerto, uma promessa formal da parte dele, e aceita pelas nossas autoridades máximas. A lei do país (Constituição, códigos etc.,) seria no caso a lei que serviria de base a esse convênio ou promessa. Pois bem, esse indivíduo poderia quebrar sua promessa, ou violar seu convênio; isso, porém, não aboliria e de modo algum afetaria a lei do país. Ela permaneceria em vigor quer ele a observasse ou não. O seu convênio dependia da lei, mas a lei não dependia do convênio.
“A promessa do novo concerto não prediz uma época em que a graça suplantaria a lei de Deus, mas ao contrário, refere-se claramente a um tempo em que a lei de Deus seria escrita no coração dos homens, e isto, sem dúvida, pela graça de Deus atuando nos seus corações. Jer. 31:33; Heb. 8:10; 10:16. Assim é evidente que, longe de ser a lei de Deus abolida, ela é guardada no interior daquele que recebeu um novo coração. Ela é, portanto, reafirmada, e não ab-rogada.
“É oportuno lembrar que o insucesso do velho concerto não estava na lei de Deus, mas no povo. Em Hebreus 8:9 se diz que Deus os repreendeu, porque eram repreensíveis. A tradução inglesa diz: “Porque sendo eles (o povo) achado em falta...”.
“O velho concerto era um pacto de obras, feito sobre promessas humanas, e seu fracasso demonstrou a falibilidade do homem em pretender, por esforço próprio, guardar os mandamentos de Deus, ou pôr-se em harmonia com a lei do Céu. Quão significativas as palavras de Paulo, ao dizer que “a inclinação da carne” – a mente carnal que caracterizou o Israel rebelde – “não está sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser”. Rom. 8:7. Isto significa que, quando, pelo evangelho, somos transformados do carnal para o espiritual, então a lei de Deus pode ser escrita em nossos corações, e o novo concerto – ratificado com o precioso sangue de Cristo – é efetivado em nossa vida. Quem não tem um novo coração e não se põe em harmonia com a lei do Céu, nunca nasceu de novo, pois quem vive transgredindo a lei de Deus continua no pecado, porque “pecado é a transgressão da lei”, segundo a melhor da tradução de I João 3:4 e o mais autorizado conceito teológico.
“As leis civis e cerimoniais eram derivação de lei de Deus, para os judeus. Primeiro, porque eram, na época, depositários dos oráculos divinos, e assim entendemos que, enquanto não surgisse o Messias – o cordeiro de Deus que Se imolou pelos pecadores – as leis cerimoniais com suas prefigurações consistentes em símbolos, holocaustos, ofertas, sacerdócio, ritos e festividades que apontavam para Ele, tinham que vigorar. Em segundo lugar, porque Israel, como nacionalidade teocrática , tinha o seu código civil de certo modo relacionado ao decálogo.
“Se o velho concerto ligava o Israel literal a Deus, é obvio que, embora a base daquele concerto fosse o decálogo, logicamente abrangia as leis acessórias. É elementar que os estatutos civis e cerimoniais eram, para Israel, acessórios ao decálogo; eles deviam sua existência e significado ao decálogo, mas este não era dependente deles.
“Sabido é que o novo concerto a rigor, remonta à queda do homem – com a promessa de redenção que seria efetuada pela Semente da mulher; e que o concerto fora reafirmado a Abraão, Isaque, etc., e teve sua vigência suspensa quando os israelitas apresentaram o concerto do Sinai, denominado velho concerto. Porém o novo concerto foi restabelecido depois da falácia do velho, sendo eficazmente ratificado com o sangue de Cristo, e extensivo aos gentios, aos filhos de Deus, ao Israel. Gál.3:29. A base desse pacto da graça continua sendo a lei de Deus escrita nos corações. Como é evidente, permaneceu a base, o decálogo. As leis acessórias são peremptas (extintas), pois o código civil judaico deixou de vigorar desde o ano 70 A.D., e o cerimonialismo com suas festividades caducou, quando o “véu do santuário rasgou-se de alto a baixo”.
“É fatal a conclusão de que não há o mais leve indício, na doutrina dos concertos, de que a lei de Deus tenha sido abolida.
“Que o novo concerto abrange a todos os homens, e que todos os crentes se unem sob o mesmo está claramente demonstrado em Efésios 2:11-13. Diz o apóstolo aos crentes de Éfeso (não eram só judeus) que eles em outros tempos estavam sem Cristo, “estranhos aos concertos da promessa”, mas “agora em Cristo Jesus...pelo sangue de Cristo chegastes perto”. É disparatada a conclusão de que o novo concerto se aplica somente ao Israel literal, principalmente pelo fato de que este povo, como povo de Deus, fora formalmente rejeitado nos tempos apostólicos, e jamais tornará a ser povo de Deus.
“Não se deve passar por alto o fato de o chamado novo concerto ter sido feito antes do velho. Era, como foi dito, a promessa da graça redentora, que provia o perdão dos pecados. Fora feito a Adão, renovado a Noé, Abraão e a Israel. Ora, se era um concerto que, no entender do autor do livro desobriga a guarda da lei de Deus, então os patriarcas também não precisavam guardar os dez mandamentos, por aí se vê como é palpável o absurdo da tese antinomista construída sobre os concertos.
“A lei ‘dada 430 anos depois’, significa que ela foi dada em forma escrita ou solenemente promulgada nessa época, como lembrete a um povo que, pelo convívio com o paganismo, estava perdendo a noção da vontade divina, porém a lei moral existia desde o princípio. Ela revela o pecado, portanto, desde que existe o pecado, ela existe também.
“A lei de Deus consubstancia-se nos dez mandamentos; resume-se no decálogo, e sua observância subordina-se à aceitação dos homens. Por isso é chamada a “lei de liberdade” em S. Tia. 2:12. Também Cristo dissera ao mancebo: “se quereres... guarda dos mandamentos”. Certamente as ordenanças ritualísticas da lei cerimonial e os preceitos civis não seriam escritos nos corações, porque tais leis não dependiam do arbítrio dos homens, mas eram-lhes impostas. Não eram de caráter moral. E note-se que a lei escrita no coração é a mesma lei que Jeremias conhecia seiscentos anos antes de Cristo. E isto vem em abono da permanecibilidade da santa lei de Deus. Como admitir-se a sua ob-rogação?
“Note-se cuidadosamente o que Deus disse através de Jer. 31:33: ‘Porei a Minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração’. Donde se conclui que o novo concerto é uma providência para pôr o homem novamente em harmonia com a vontade divina, ou seja, pô-lo em situação em que possa guardar a lei de Deus. Não há dúvida que ‘as melhores promessas’ conferem perdão aos pecados, dão graça e poder para obedecer à lei de Deus, coisas que o velho concerto não tinha.
“Está é a verdadeira doutrina bíblica dos concertos, na qual a lei de Deus é exaltada. Porém a tese de que o novo concerto nos desobriga de viver em harmonia com a vontade divina revelada no decálogo, não passa de mais um subterfúgio dos inimigos da lei de Deus” .
Entendendo a expressão ‘ministério da morte’ em 2 Coríntios 3:7.
“E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecente”. (2 Coríntios 3:7).
Lendo atentamente todo o capítulo de 2 Co 3, pode-se perceber que Paulo fala de “ministério” e não de “lei”. O termo ‘lei’ não é empregado, o que será fundamental para nossa análise do texto, pois se o mesmo não mencionando a lei de Deus, então não podemos dizer, que a mesma tenha sido abolida.
“O apóstolo estabelece vários contrastes entre os concertos, que, em resumo, são os seguintes:
VELHO CONCERTO NOVO CONCERTO
1. “ministério da morte” 1. “ministério do espírito”
2. “ministério da condenação” 2. “ministério da justiça”
3. “letra que mata” 3. “espírito que vivifica”
4. “foi abolido” 4. “permanece”
5. “em glória” 5. “em excelente glória”
6. Está fora do homem (II Co 3:6) 6. Está dentro do homem. Concerto do espírito (II Co3:6) .
“Vamos analisar estes contrastes, para melhor esclarecimento.
“1 e 2. Que vinha a ser este “ministério da morte” ou “ministério da condenação?” Certissimamente não significa ‘lei’, porque ministério ou ministração jamais foi sinônimo de lei. Uma coisa é a ministração de uma lei, outra coisa é a lei em si mesma. A ministração, ou ministério, nada mais é do que os meios pelos quais a lei é aplicada, ensinada e vivida e só muita má vontade poderia confundi-la com a própria lei. Portanto, é fora de dúvida que o “ministério da morte” ou “ministério da condenação” refere-se inequivocamente ao antigo ministério ou ministração da lei que fora “gravadas com letras em pedra” – ou seja o concerto com base no decálogo, concerto este que, pela incapacidade dos israelitas, precisou ser abolido. Ao novo concerto, em contraste, Paulo chama de “ministério do espírito” ou “ministério da justiça”. Salta à evidência que, em linguagem vívida e comparativa, o apóstolo procura demonstrar que Cristo e o Seu ministério são a glória refulgente, ao lado da qual a glória do ministério dos tempos anteriores empalidecia e desaparecia. O livro de Hebreus está cheio desses contrastes, livro que fora escrito para os crentes judeus, os quais até aceitarem Cristo criam naturalmente que a glória do Sinai – a ministração (ministério) da lei divina pelos sacerdotes, levitas e governadores – era a última palavra no plano celestial. No entanto, viam depois que a glória de Cristo a superava em muito.
“É evidente também que a metáfora comparativa “tábuas de pedra” e “tábuas de carne do coração” é indicativo do contraste entre os dois concertos. Compare-se cuidadosamente com Jer. 31: 31-34 e Ezeq. 11:19 e 20. Mas não se pode encontrar aí a mais leve alusão à ab-rogação da lei de Deus. Convém lembrar também que há expressões na Bíblia que devem ser entendidas pelo que de fato significam e não tanto pela forma das palavras. Por simples figura literária, o ministério da lei no velho concerto é denominado de “morte” ou “condenação”, isto porque a transgressão da lei (pecado) tinha o seu salário de morte ou condenação. Também nos dias de Eliseu, certa vez, os filhos dos profetas ajuntaram-se em torno da “panela grande” em que se cozeu colocíntide. Evidentemente eram ervas venenosas porque os que as comiam clamaram: “Homem de Deus, há morte na panela”. II Reis 4:38-40. Em linguagem exata, queriam dizer que havia algo no interior da panela que iria causar a morte, mas, trocando a causa pelo efeito, gritaram, expressando-se daquela forma. Mas fácil é encontrar-se o sentido. Basta ser sincero,e querer descobri-lo. Assim a relação de Paulo com as “tábuas de pedra”.
3. Consideremos a “letra que mata”, em contraste com o “espírito que vivifica”. Um ministério de lei, baseado em sua letra, resulta somente em morte para os seus transgressores; mas um ministério de lei, baseado na justiça de Cristo através da ação do Espírito no coração do pecador, resulta em vida. O primeiro ministério foi letra morta, por inadimplemento por parte do povo; o último, espírito que vivifica, por ser Cristo que habilita o homem a obedecer. Sempre em foco os dois concertos. Nada sugere a abolição do decálogo.
4. Quanto ao que “foi abolido”, o versículo 14 diz, no original, que foi o velho concerto (diatheke) e não a lei de Deus. O novo permanece. Se a Bíblia diz que permanece, é porque permanece mesmo, queiram ou não os inimigos da verdade. Não se desmente a Palavra de Deus com malabarismos exegéticos. Nada é aqui afirmado com relação ao decálogo.
5. Finalmente, com relação à “glória” mencionada por Paulo, diz respeito à glória proporcional aos dois ninistérios. A justiça divina refulgiu de modo terrível no monte Sinai, quando foi solenemente proclamada a lei. Deus era um fogo consumidor. Porém, quão incomparavelmente maior, infinitamente maior, a glória de Deus jorrando sobre a terra seus raios vivificantes, quando Cristo desceu para “salvar o povo dos seus pecados”. S. Mateus 1:21. A última “glória” empalideceu a primeira. Aquela primeira – que produziu reflexos no rosto de Moisés – foi abolida, superada que foi pelo resplendor inigualável da segunda. Claramente diz a Bíblia que o véu foi posto no rosto de Moisés, e não nas tábuas da lei. Era a sua face que brilhava, não as tábuas; e foi o brilho do seu rosto que feneceu, não o decálogo.
“Comentando este capítulo, escreveram os eruditos e fundamentalistas Jamieson, Fausset, na Brown: ‘A lei moral do dez mandamentos, sendo escritas pelo dedo de Deus, é tão obrigatória agora como sempre o foi; mas ainda sob o evangelho com espírito de amor, do que sob a letra de uma obediência servil; agora com espiritualidade muito mais intensa e mais profunda (S. Mateus 5:17-48;Rom. 13:9)’.
“Portanto, II Coríntios 3 reafirma a vigência da lei!” .
Veja que o Novo Concerto não abole o decálogo. O fato de estarmos na Nova Aliança não termina com o mandamento de Deus. Veja:
“Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”. (Jeremias 31:33).
“Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”. (Hebreus 8:10).
Percebeu? No Novo Concerto não guardamos a lei “na letra”, mas no espírito, ou seja, de coração, interiormente. Na Nova Aliança a lei será escrita por Deus em nossa mente e coração para obedecermos automaticamente, através da comunhão com o Criador.
Onde nestes textos vê –se a abolição da lei só porque estamos na Nova Aliança? Ora, se no Novo Concerto a lei será escrita no ‘coração e na mente’, como pode ser anulada? O Novo Concerto reafirma a lei de Deus; põe a lei de Deus em uma nova perspectiva, que não é a de salvar mas sim direcionar a vida do crente para que se afaste do pecado e torne para Deus. Na Nova Aliança a lei brota do coração porque foi o Espírito Santo quem a colocou ali; não é como na Velha Aliança cuja obediência era pela “letra da lei” (e não interiormente), apenas exteriormente.
“Um estudo cuidadoso de ambos os concertos revela que a diferença entre eles não estava na lei, mas sim em como a humanidade se relacionava com a lei... A lei foi escrita em tábuas de pedra durante o antigo concerto. Sob os termos do novo concerto, está escrita no coração. Em Hebreus 8:10, Paulo usa as palavras de Jeremias para o novo concerto, explicando que agora a lei está escrita, não em pedras, mas “porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração”. Ele não aboliu a lei, nem a modificou. Ele a escreveu nas mentes daqueles que O seguem” .
João 13:34
“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros”. (João 13:34).
Relata-nos este texto que Jesus nos deu um “Novo mandamento”, que seria: “amais uns aos outros assim com eu vos amei”. Em Levíticos 19:18, mais de dois mil anos antes, Deus já tinha ensinado os folhos de Israel a “amarem uns aos outros como a si mesmo”. Como que este ensinamento de Jesus vai ser novo se existia bem antes?
Analisemos o texto. Note que Jesus disse “novo mandamento” e não “mandamento novo”.
Se ele tivesse dito mandamento novo, seria realmente um outro, que não existia. Já que Jesus disse novo mandamento, isso significa que é um mandamento novo porque é “aperfeiçoado”.
- Antigamente esta ordem de Deus era assim: “amarás o teu próximo com a ti mesmo”;
- Hoje é desta forma: “ameis uns aos outro como eu vos amei”.
Notou a diferença? Jesus acrescentou a expressão “como eu vos amei”. É por isso que Cristo disse que era um novo mandamento: porque foi aperfeiçoado.
Lucas 16:16.
“A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele”. (Lucas 16:16).
O ponto de partida para a boa compreensão deste verso é sabermos que as palavras duraram, vigoraram ou existiram, que aparecem em algumas versões não se encontram no original.
Na tradução de "Almeida Revista e Corrigida" está duraram em grifo, indicando que ela não se encontra no original. Foi um acréscimo do tradutor para a complementação do sentido.
Para uma adequada compreensão do sentido, esta passagem deve ser colocada ao lado do texto paralelo de SÃO MATEUS 11:13, que diz a mesma coisa, com mais clareza:
"Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João".
Assim, Lucas nunca pretendeu afirmar que a lei de Deus foi abolida depois de João. Entram, porém em contradições:
a) Afirmam que a Lei parou com João Batista, precursor de Cristo.
b) Afirmam que a Lei vigorou até a 1ª vinda de Cristo.
c) Afirmam taxativamente que a Lei findou na cruz.
Vemos aí a incoerência de TRÊS ABOLIÇÕES da Lei!
Nós, porém podemos provar que a Lei e os profetas continuaram depois de João:
a) A LEI
"Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos" Mat. 19:17.
b) OS PROFETAS
O texto bíblico nos informa que houve muitos profetas nos tempos apostólicos. Ler:
Atos 2:17 e 18 - " ... e profetizarão".
Atos 19:6 - "... e ... profetizavam."
Atos 21:7-9 - " (Filipe) tinha ... quatro filhas donzelas, que profetizavam."
I Cor. 14:29 - "Tratando-se de profetas ..."
Logo, o real significado de LUCAS 16:16 é: "A LEI E OS PROFETAS FORAM PREGADOS ATÉ JOÃO”, era uma indicação do tempo em que o reino de Deus seria anunciado. A vinda de João foi um cumprimento desse tempo.
O estudo do contexto é muito útil para melhor compreensão do assunto, pois este nos indica que nem Mateus nem Lucas estão discutindo os Dez Mandamentos. O contexto nos elucida que muitos dos judeus eram descrentes da missão e do caráter de Cristo e do seu precursor. Afirmavam sua crença em Moisés e em todos os profetas. Cristo procurou insistentemente provar-lhes que Ele era aquele de que os profetas falavam e que o reino de Deus estava sendo pregado através de João Batista.
João Batista iniciou seu ministério declarando: "É chegado o reino dos céus." Mat. 3:3.
O próprio Cristo iniciou Seu ministério público declarando: "O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo ...". Marc. 1:15.
As profecias ensinadas pelos profetas com referência a Cristo quando Ele veio, deixaram de ser profecias e passaram a ser fatos históricos consumados.
Sobre Lucas 16:16, a palavra até (no grego "méchri") jamais autoriza a idéia de que os escritos da lei e dos profetas tenham perdido o seu valor quando João começou a pregar. O evangelho veio, não para ser colocado em lugar do Velho Testamento, mas em acréscimo a ele. Este é o sentido claro no qual méchri é usado aqui e também em Mat. 28:15 e Rom 5:14:.
Os que ensinam que os escritos do Velho Testamento não têm mais valor para os cristãos contrariam o que Cristo ensinou. Ele declarou enfaticamente que não veio tirar das Escrituras nem um til nem um jota. (Mt. 5:18).
Interpretação perigosa é concluir que este verso ensina que Moisés e os profetas estavam abolidos, ou que os Dez Mandamentos não precisam mais ser guardados.
São oportunas e claras as palavras de Moody: "A Lei dada no Sinai nada perdeu de sua solenidade ..." "O povo precisa ser levado a compreender que os Dez Mandamentos estão ainda em vigor, e que há uma penalidade a cada violação ... O sermão do monte não cancelou os Dez Mandamentos".
Tenhamos cuidado ao afirmar que algo criado por Deus (sua santa lei – veja Êxodo 31:18) e que é santo (Romanos 7:12) seja uma maldição ou que tenha sido abolido; isto é perigoso.
É falta de respeito para com o Criador afirmar que os Dez Mandamentos, um transcrito de seu caráter, tenha sido abolido.
“Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos” (1 João 5:3)
“Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom”. (Romanos 7:12).
“Quanto às tuas prescrições, há muito sei que as estabeleceste para sempre”. (Salmos 119:152).
Que sejam nossas as palavras do salmista:
“Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei”. (Salmos 40:8).
A lei, colocada em seu devido lugar (não como ponto de salvação, mas como um espelho para nos mostrar o pecado, reger nossa conduta e glorificar a Deus através de nossos bons frutos) é uma bênção e não uma maldição.
Deus estabeleceu o sábado para que este fosse um “memorial da do Criador” e um “memorial da Criação”. É também um ‘memorial da redenção’.
Quando guardamos o sábado, estamos lembrando de que há um Deus Criador, e que não estamos no mundo por acaso; estamos dizendo que cremos no Eterno e que admiramos os seus feitos na criação e na redenção do homem.
O sábado é um momento em que podemos ter “um lindo encontro com o Senhor Jesus Cristo”. A cada final de semana podemos desfrutar deste maravilhoso companheirismo com o Senhor Jesus, Deus o Pai e com o Espírito Santo. É um dia que podemos também estar na companhia da família. Durante a semana pouco falamos com nosso cônjuge ou filhos e o sábado é um a oportunidade para restabelecermos os laços familiares, na companhia dos familiares e do Senhor Jesus” .
Guardar o sábado é uma questão de Adoração a Deus a aceitar Seu Senhorio. Toda criatura que foi criada por Deus (refiro-me mais especificamente a este planeta) deve adora-lo; automaticamente, deve guardar o sábado. Deve também aceitar a autoridade divina sobre qualquer forma de doutrina antes que crer em algo ensinado pelos homens (cf. At 5:29).
Nós Adventistas cremos como você que a lei não garante a salvação ; seremos salvos unicamente pela graça do Senhor Jesus (Ef 2:8); mas devo ressaltar que o fato de não sermos salvos pela lei não nos dá a liberdade de transgredirmos os mandamentos de Deus. Nossas obras, apesar de não nos salvarem são importantes, pois são evidências de nossa fé e devem vir como uma conseqüência da mesma (Efésios 2:10), pois “a fé sem obras é morta” (Tg 2:26).
Deixo-lhe um texto para reflexão: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei”. (Salmos 119:18).
Deus lhe guarde,
Leandro Soares de Quadros.
Instrutor Bíblico e Conselheiro Espiritual