223 Que semelhança há entre o Velho e o Novo testamento?

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Para termos uma resposta concreta e bíblica para essa pergunta, precisamos levar em conta algumas coisas:


1) A Bíblia que Jesus possuía continha apenas os livros do Antigo Testamento. Os evangelhos e cartas do Novo Testamento vieram a existir bem depois, quando a igreja cristã (após Cristo ter subido ao Céu) reuniu os escritos dos apóstolos para preservá-los. Portanto, quando Jesus diz em João 5:39 para examinarmos as Escrituras, Ele está dizendo: estudem o Velho Testamento!


2) A Bíblia que os apóstolos tinham era o Antigo Testamento. Quando Paulo disse para “pregarmos a Palavra” (2 Timóteo 4:2), ele estava se referindo a todos os escritos dos profetas antigos.


3) Jesus disse que não acreditar nos escritos de Moisés é o mesmo que não acreditar nEle! Veja: “Se vocês cressem em Moisés, creriam em mim, pois ele escreveu a meu respeito. Visto, porém, que não crêem no que ele escreveu, como crerão no que eu digo?” João 5:46, 47. 


Portanto, dizer que o Antigo Testamento foi abolido  (refiro-me ao feixe de livros) é uma heresia que deve ser rejeitada e combatida por todo cristão que ama a Palavra de Deus.



Que parte da Bíblia Jesus usava para explicar o evangelho?

O Velho e o Novo Testamento são uma coisa só. Não foi Deus quem criou a divisão dos livros da Bíblia em “Velho” e “Novo”, e sim os homens. Não que isso seja errado, pois serve para separamos “nominalmente” os livros, para fins didáticos (até facilita a procura dos textos); mas, não devemos separar os escritos do Antigo e Novo Testamento em nível de doutrinas, ensinos e validade, pois tudo veio do mesmo Deus. 

O Novo Testamento não foi escrito para abolir o Velho Testamento, mas para confirmá-lo e completá-lo. Tanto que o Novo Testamento faz aproximadamente cerca de 637 referências ao Velho Testamento! 

Os nomes “Novo” e “Velho” Testamento, que identificam e divisão das duas partes da Bíblia, vieram a existir posteriormente. O Novo Testamento recebeu tal identificação no ano 200 d.C e o Velho, em 326 d.C. 

Portanto, para Deus não há divisão da Bíblia.

Jesus Cristo, quando ia estudar as Escrituras, usava todos os escritos dos profetas (ver Lucas 24:27; 42, 44); não usava apenas o “Novo Testamento”, mesmo porque este ainda não existia no tempo dEle! O Salvador sabia que para serem bem compreendidas, a Escrituras devem ser estudadas em conjunto, a fim de chegar-se a um consenso quanto a uma doutrina, ensino ou instrução. Este princípio de interpretação da Bíblia (estudar um pouco aqui e um pouco ali) é exposto e defendido em Isaías 28:10: “Porque é preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali”. 

Segundo essa regra, devemos estudar o conjunto das Escrituras como um todo a fim de entendermos a plenitude de sua mensagem. 

E, mais uma coisa importante: os textos a seguir nos dizem que todos os livros da Bíblia, sejam do Antigo ou do Novo Testamento, foram criados por Deus e são úteis para nos guiar no caminho da salvação:

“Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. 2 Pedro 1:21.


“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” 2 Timóteo 3:16.


A palavra “Toda”, empregada no texto supracitado, vem do termo grego “Paza” e significa “cada escrito”, ou seja: cada parte da Bíblia, até mesmo os livros antigos, é da autoria do Espírito Santo! 

Concluindo: a Bíblia é uma só. Se aceitarmos apenas parte dela, é o mesmo que rejeitarmos todo o restante.

Estamos à sua disposição para maiores esclarecimentos.



Um grande abraço,



Leandro Soares de Quadros

Consultor e conselheiro

Jornalista