“Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado. Os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés, e a Arão, e a toda a congregação.
Meteram-no em guarda, porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer. Então, disse o SENHOR a Moisés: Tal homem será morto; toda a congregação o apedrejará fora do arraial. Levou-o, pois, toda a congregação para fora do arraial, e o apedrejaram; e ele morreu, como o SENHOR ordenara a Moisés”. (Números 15:32-36 RA).
“... ascender um fogo exigia considerável esforço. O clima relativamente cálido da região do Sinai não se fazia necessário o aquecimento, e o fogo só houvera servido para cozinhar. Posto que não era indispensável para a saúde comer alimentos quentes em tal clima, não se devia preparar comida quente no sábado ...
Esse mandato é observado estritamente todavia, nos lugares de clima frio, para os judeus caraítas, que não permitem ascender nem luz nem fogo nas suas casas durante o dia de sábado. Sem dúvida, muitos judeus consideram que essa ordem era de caráter transitório, e atualmente ascendem luzes e fogo, inclusive em Israel. Porém os judeus ortodoxos estritos não cozinham (hoje em dia) nenhum alimento no dia de sábado” (SDABC Volume I, pág. 888).
Por que o homem que apanhou lenha no sábado foi morto?
“Este era o castigo para crimes notórios (Levíticos 20: 2; 24: 14). Esse homem foi o primeiro a quebrantar o santo sábado desde que se deu a lei, ao menos até onde saibamos pelo que está registrado. O pecado desse homem era claramente insolente, e o mesmo era uma ilustração da classe de pecado de que se fala em Números 15: 30...”.
“Foi sua atitude desafiadora que provocou o severo castigo. Deliberadamente quebrantou o sábado” ( IBID).
As pessoas na época eram mortas devido a outros pecados (cometer adultério, maldizer o pai ou a mãe, etc). Mas devemos notar que por trás de cada pronunciamento de Deus havia uma chance de misericórdia. Lembre-se do caso, por exemplo, de Nívive (livro de Jonas), que, mesmo já tendo seu castigo pronunciado, ao arrepender-se, recebeu a retroação de Deus. Veja que esse apanhador de lenhas de Números 15:30 não se arrepende, não pede perdão, não volta atrás. Se ele tivesse confessado o seu pecado e se arrependido, com certeza, a promessa de 1 João 1:9 (mesmo sendo revelada posteriormente) teria se cumprido para ele, pois, conforme o livro de Hebreus, Jesus Cristo é o mesmo sempre: ontem, hoje e eternamente.
“Se confessarmos os nossos pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar de toda a nossa iniquidade”.
Ascender fogo no sábado, hoje em dia não nos faz transgredir o sábado, pois não nos leva às mesmas ações de concentração esforço e trabalho físico a que eram levadas aquelas pessoas daquela época. Errado é ocupar as horas sabáticas trabalhando arduamente para o nosso próprio interesse, mas alimentar-se não é pecado. O simples ascender uma chama de fogão não se compara a sair ao campo, procurar lenha, escolhê-la, cortar as toras, arrastá-las até o quintal de casa, rachá-las, limpá-las, selecioná-las, armazená-las, colocá-las com gravetos e palhas num fogão a lenha, e ficar batendo pedras, soprando e abanando até que pegue fogo. Hoje, com um simples apertar de botão podemos aquecer nossa refeição no sábado e nos alimentar sem que tais ações nos tire da missão de fazer o bem, pregar e adorar no sábado, como os discípulos fizeram quando estavam com Jesus, que, em sua missão, se alimentaram com o mínimo esforço de pegar as espigas que estavam por perto (Marcos 2:23-38).
O que Deus quer no sábado é o nosso espírito de adoração, louvor, missão e benevolência.
Um abraço,