16 AS SETE PRAGAS FUTURAS (Araceli)

Profecias do apocalipse Araceli Melo


Antes de Deus libertar o Seu povo do cativeiro do velho Egito, fez com que dez terríveis pragas caíssem sobre aquele reino opressor dos Seus escolhidos. De igual maneira, antes do segundo advento de Cristo para redimir seu aflito povo do cativeiro dêste mundo, fará cair sete tremendas pragas sôbre os opressores de Seus eleitos. Elas serão derramadas, sim, sôbre os que tomaram sua decisão com a bêsta, sua imagem e receberam o seu sinal e oprimiram o povo de Deus. Serão o resultado da desobediência aberta aos mandamentos de Deus.


As sete pragas são agora sete luzes vermelhas de advertência à civilização atual, do supremo perigo próximo futuro. Trarão o cunho da ira de Deus, sem mescla de misericórdia, como desfêcho da história duma civilização que O desonra. Serão lançadas na terra exatamente ao fechar-se a porta da salvadora graça. Todo aquêle que as receber é digno delas; pois menosprezou o santo evangelho da graça que o poderia livrar do grande perigo; endureceu o coração com a mensagem de misericórdia e zombou do amante Salvador.


A PRIMEIRA PRAGA


VERSOS 1-2 — “E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide, e derramai sôbre a terra as sete salvas da ira de Deus. E foi o primeiro, e derramou a sua salva sôbre a terra, e fêz-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da bêsta e que adoravam a sua imagem”.


O TEMPO DO DERRAMAMENTO DAS SETE PRAGAS


O primeiro versículo dêste capítulo e o último do capítulo anterior, convencem de que as sete pragas serão derramadas na terra logo após a conclusão do ministério sacerdotal de Cristo no santuário, ao ter findado a divina graça pelo pecador. A mão misericordiosa que deteve a vingança não poderá mais interceder.


O derramamento destas pragas será aquêle  tempo  de  angústia, sem paralelo na história, predito por Daniel a ocorrer imediatamente antes do segundo advento de Cristo.1) Em si mesmas não há nenhuma figura nestas pragas. Elas são inteiramente literais; do contrário não haveria razão para serem consideradas como juízos da ira de Deus. E, para derramar o segundo anjo a sua taça ou praga, não depende da suspensão da primeira pelo primeiro anjo. Cada praga perdurará até que as sete sejam derramadas, fato que é comprovado pelo versículo onze que diz que ao receberem a quinta praga, estarão os homens sofrendo ainda as consequências da primeira.


"UMA CHAGA MÁ E MALIGNA"


E’ importante salientar que uma praga não é uma epidemia que esteja na alçada da ciência debelar. Não haverá pois quem possa curar aquêle que fòr ferido por esta praga da ira de Deus.


As chagas desta praga são, segundo a palavra original grega, “úlceras malignas”, que rebentarão nos corpos humanos. Certa manhã os que serão por ela atingidos, acordarão com dores lancinantes em seus corpos, e verificarão os inchaços das úlceras apodrecendo seus próprios corpos. E’ êste o verdadeiro quadro da profecia de Zacarias: “E esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos que guerrearam contra Jerusalém: a sua carne será consumida, estando êles de pé, e lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e lhes apodrecerá a língua na sua boca”.1) Um quadro horrorizante!


Embora não saibamos a natureza real desta praga, possivelmente terá alguma semelhança com a que feriu aos egípcios antes da saída de Israel do cativeiro, “que arrebentava em úlceras nos homens e no gado por tôda a terra do Egito”, parecendo uma combinação de “úlceras, eczema e lepra negra” incurável.2) O que é certo é que aquêles que não honrarem a Deus em seus corpos, vê-los-ão consumir-se, apodrecer-se em vida. Desprezaram a verdade para se salvarem e os sinais dos tempos que os advertiam do perigo, e eis por fim o terrível resultado.


A CLASSE A SER ATINGIDA PELA PRIMEIRA PRAGA


A primeira praga terá por alvo uma classe definida de pessoas. Segundo a evidência do texto, são alvos dela os “homens” que têm “o sinal da bêsta” e que adoram “a sua imagem”. Como consideramos no capítulo treze, a bêsta é o papismo-romano, a sua imagem é o protestantismo norte-americano, e o sinal da bêsta é o domingo. 


De maneira que, a primeira praga cairá sôbre a grande maioria do cristianismo que tomou posição junto dos dois poderes apóstatas referidos, optando pelo sinal da bêsta — o domingo — em oposição ao sábado como sinal de Deus. Assim a primeira praga será uma resposta categórica aos pretensos teólogos que, cheios de prevenção e aversão à lei de Deus, ensinam o povo a guardar o domingo, dia não santificado, e a rejeitarem, abertamente, o sinal de Deus, o sábado do sétimo dia. Êstes senhores do falso púlpito sofrerão a ira total de Deus, sem mescla de misericórdia.


A inspiração fornece-nos um quadro tremendo não só desta como das sete pragas conjuntas. Um dos profetas que viram por antecipação o terrível quadro das pragas, refere o seguinte: “Muitos dos ímpios foram grandemente enraivecidos ao sofrerem os efeitos das pragas. Era uma cena de terrível agonia. Pais reprovaram amargamente seus filhos e filhos a seus pais, irmãos a suas irmãs e irmãs a seus irmãos. 


Clamores e grandes lamentações eram ouvidos em tôdas as direções: ‘Foste tu que me impediste de receber a verdade que me teria salvo desta terrível hora’. O povo dirigiu-se a seus pastôres com amargo ódio e exprobação, dizendo: ‘Não nos tendes advertido. Dissestes-nos que todo o mundo seria convertido, e clamastes, paz, paz, para acalmar todo o temor que se levantava. 


Não nos falastes desta hora; e aquêles que nos advertiram dela declarastes serem fanáticos e homens maus, que nos arruinariam’. Mas vi que os pastôres não escaparam da ira de Deus. Seus sofrimentos eram dez vezes maior do que o de suas congregações”. “Os falsos pastôres foram o objetivo assinalado da ira de Jeová. Seus olhos foram consumidos em suas cavidades e suas línguas nas suas bôcas, enquanto permaneciam de pé. Depois dos santos terem sido libertados pela voz de Deus, a multidão dos ímpios voltou sua ira uns contra os outros. A terra parecia estar inundada de sangue, e corpos mortos jaziam de uma a outra extremidade dela”.1)


Todavia, antes da primeira praga cair sôbre o seu alvo, anunciando o fechamento da porta da graça, a mensagem do terceiro anjo terá realizado a sua obra de advertência contra a adoração da bêsta, sua imagem e seu sinal.


A SEGUNDA PRAGA


VERSO 3 — “E o segundo anjo derramou a sua salva no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar tôda a alma vivente”.


Esta segunda praga, que será lançada no mar, redundará numa catástrofe. Tôdas as águas mundiais salgadas, tomar-se-ão em sangue de morto. “E’ difícil conceber uma substância mais infecciosa e mortífera que o sangue de um morto”. “Logo após a morte o sangue se transforma imediatamente. Os glóbulos sangüíneos desaparecem. 


O plasma emigra através das paredes dos vasos e penetra nos tecidos. Um pouco de sangue que fica nas veias é escuro, viscoso, tóxico. Fazendo uma incisão nos tecidos, logo depois da morte, escorre um líquido sanguinolento, tóxico, carregado de cadaverina e putrescina, aminas tóxicas, oriundas da decomposição das proteínas”. 


Para dizer-se tudo basta dizer que todos os animais marinhos morrerão. Por certo um odor pestilento e repugnante inundará a terra levado pelos ventos. A praga egípcia que transformou o Nilo em sangue nos dias de Moisés, fez com que esse rio cheirasse mal, já por sua transformação em sangue, já pela mortandade de sua fauna aquática.1) Evidentemente todo o tráfego internacional marítimo terá que ficar repentinamente paralizado.


A TERCEIRA PRAGA


VERSOS 4-7 — “E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fonte das águas, e se tornaram em sangue. E ouvi o anjo das águas, que dizia: Justo és Tu, Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque julgaste estas coisas. Visto como derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também Tu lhes deste o sangue a beber; porque disto são merecedores. E ouvi outro do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor Deus Todo-poderoso, verdadeiros e justos são os Teus juízos”.


Os rios e as fontes das águas são o alvo da terceira praga. Todas as águas tornar-se-ão em sangue de morto. Será isto uma calamidade tremenda. As chagas da primeira praga produzirão uma febre cruel, não havendo água para suavizá-la. Mesmo tôdas as cisternas não conterão água potável, mas apenas “sangue como de um morto”. Ainda que cavem poços em seu desespêro, sangue lhes surgirá das veias da terra. Será uma tragédia indescritível.


Os versículos cinco a sete nô-los põem a par do porquê da praga de sangue. Por terem os países do mundo, principalmente os da órbita da bêsta e de sua imagem, derramado o sangue dos santos e dos profetas, lhes será dado sangue a beber: “Terríveis como são êstes castigos, a justiça de Deus é plenamente reivindicada”. O anjo das águas aclama a Deus como justo em dar sangue a beber aos matadores dos Seus servos.


Urge, entretanto, a pergunta: Como a última geração derramará sangue dos profetas e dos mortos, pôsto que os santos da última geração não serão mortos embora hajam de ser perseguidos? Embora não derramem realmente o sangue dos santos, contudo decretarão a morte dêles. “Nenhuma geração formulou jamais um propósito mais resoluto de entregar os santos à matança sem descriminação, que o que será traçado em um futuro não distante pela geração atual”. 


“Condenando o povo de Deus à morte, são tão culpados do crime do derramamento de seu sangue como se êste tivesse sido derramado por suas próprias mãos. De modo semelhante declarou Cristo serem os judeus de Seu tempo culpados de todo o sangue dos homens santos que havia sido derramado desde os dias de Abel; pois possuiam o mesmo espírito, e estavam procurando fazer a mesma obra daqueles assassinos dos profetas”.2)


Todos os que se aliarem aos poderes que já derramaram o sangue dos servos de Deus no passado e que procurarão fazê-lo no futuro, serão com êles cúmplices dêste crime — e terão apenas sangue de morto a beber. Nos versículos nove e dez do sexto capítulo, vemos os santos chacinados  na Idade Média clamando vingança do sangue que lhes derramaram seus inimigos. Esta praga vingá-los-á.


A QUARTA PRAGA


VERSOS 8-9 — “E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo. E os homens foram abrasados com grandes calores, e blasfemaram o nome de Deus, que tem poder sôbre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória”.


A quarta praga será seguida de consequências as mais dramáticas e terá a faculdade de ainda aumentar as calamidades das anteriores. Já a segunda e a terceira pragas privarão os culpados atingidos da água para suavizar a cruenta febre produzida pelas chagas da primeira praga; mas, a quarta praga ativará ao sumo o tormento desesperador da febre e da sêde. E haverá apenas sangue repugnante “como de um morto”, que lhes será dado beber.


Esta quarta praga que levará as massas que desrespeitaram a Deus e Sua lei ao auge do desespêro, será lançada no sol. O astro rei, em lugar dos belos e vitalizantes raios que insidem desde milênios sôbre a natureza inteira, abrasará “os homens com fogo”. O sol, adorado na mitologia pagã e mesmo pelo cristianismo apóstata, revoltar-se-á contra seus adoradores, abrazando-os.


A quarta praga não é mais que a Bomba de Hidrogênio. A luz e o calor desprendidos do sol em indizível profusão, é o resultado de desintegração do hidrogênio e sua integração em hélio. Quando a cortina que protege a terra dos efeitos dos raios solares for removida pela quarta praga, seguir-se-á então verdadeira devastação, mormente nas regiões onde o povo de Deus foi afligido, perseguido e morto pela bêsta, sua imagem e os que lhes emprestaram a espada, a espada assassina.


Os profetas dão um quadro horroroso dos efeitos da quarta praga. Joel pinta um desolador quadro na agricultura e na pecuária sob os efeitos desta praga.1) Diante da evidência da devastação e vingança causadas por um Deus irado contra a maldade, diz a profecia que os homens, embora no auge do sofrimento, ainda, mesmo assim, não se arrependerão de suas más obras; ao contrário, não darão glória a Deus, antes dÊle blasfemarão. Com uma diabolesca atitude tal, demonstrarão serem dignos dos juízos de que serão alvos.


Mas aqueles que servem a Deus e não zombam de Seu amor apelativo, poderão dizer naquele tempo confiantes: “À sombra das Tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades”.1) Sim, haverá refúgio em Deus somente para os que já desde agora procuram nÊle se refugiar através de uma sincera e fiel obediência aos reclamos de Sua santa lei e do evangelho de Seu Filho amado. Ao queimar o sol tudo e por isso mesmo não haver mantimento e água, o fiel povo de Deus terá seu pão e sua água garantidos pelo Todo-poderoso.2)


A QUINTA PRAGA


VERSOS 10-11 — “E o quinto anjo derramou a sua taça sôbre o trono da bêsta, e o seu reino se fêz tenebroso; e êles mordiam as suas línguas de dor. E por causa das suas dores, e por causa das suas chagas, blasfemaram do Deus do céu; e não se arrependeram das suas obras”.


O objetivo desta quinta praga é o trono da bêsta, trono que não é difícil de identificação. Segundo viemos considerando desde o capítulo treze, a bêsta é infalivelmente o poder papal. E ninguém ignora que o trono da bêsta está no Estado do Vaticano e que êste reduto dentro de Roma é o seu reino. Portanto, a quinta copa da ira de Deus, ao atingir em cheio o trono da bêsta, cobrirá de trevas expessas o seu reino — o Estado do Vaticano.


Por que a quinta praga alvejará diretamente o trono e o reino da bêsta? Em primeiro lugar, porque êste poder apóstata deu de beber às nações “do vinho da ira da sua prostituição”, isto é, porque insuflou no mundo um falso sistema religioso cristão e portanto uma falsa salvação inspirada pelos poderes das trevas. 


Em segundo lugar, porque perseguiu aquêles que, inspirados por Deus, mantiveram erguida a gloriosa tocha da luz do puro evangelho de Jesus Cristo. Ao cair sôbre o seu trono e seu reino a praga de trevas, ficará constatado, mais que nunca, que seu poder pertence ao reino das trevas e está sob o contrôle do príncipe das trevas.


A nona praga que veio ao Egito antigo, foi de trevas densas. “Subitamente repousou sôbre a terra uma escuridão tão densa e negra que parecia ‘trevas que se apalpem’. Não sòmente estava o povo despojado de luz, mas a atmosfera era muito opressiva, de maneira que a respiração era difícil. ‘Não viu um ao outro, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; mas todos os filhos de Israel tinham luz em suas habitações”’.3)


A praga de trevas que atingiu o Egito foi uma demonstração duma praga que atingiu um reino com o desagrado de Deus. E não será inferior aquela escuridão que logo envolverá o trono e o reino da bêsta-papal. Ao desabar esta praga, os senhores da Sé romana estarão sofrendo ainda as lancinantes dores produzidas pela praga das chagas, mordendo “suas línguas de dor”. Contudo, blasfemarão “do Deus do céu”, e não se arrependerão “das suas más obras”.

 

Esta atitude que manifestarão para com o Rei do céu, é mais uma evidência incontestável de que pertencem ao império das trevas, do engano, do inimigo de Deus e da verdade de Jesus Cristo. Escapem, pois, apressadamente os povos deste poder que, por êstes juízos é apresentado como enganador, e refugiem-se em Deus para gozarem de Sua proteção naquele tempo terrível.


A SEXTA PRAGA


VERSOS 12-16 — “E o sexto anjo derramou a sua taça sôbre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente. E da bôca do dragão, e da bôca da besta, e da bôca do falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso. 


Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquêle que vigia, e guarda os seus vestidos, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas. E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedon”.


O RIO EUFRATES COMO SÍMBOLO


O primeiro fator de importância que se descortina nesta copa da sexta praga, é o grande rio Eufrates. Êste rio, que é o mais importante rio da Ásia Ocidental, tem sua origem nas montanhas da Armênia de onde se estende até ao Golfo Pérsico, num percurso aproximado de 2200 quilômetros, e numa largura média de 100 metros.


Nas profecias inspiradas águas representam “povos” e “nações”. No sentido geral do mundo ou de nações, o “mar” é tomado como símbolo, como comprovam os textos indicados.1) Na referência feita aos domínios da antiga Assíria e de Babilônia sôbre as nações, estas são representadas como muitas águas.


2) A visão do capítulo sete de Daniel representa pelo mar o teatro do mundo de onde surgiram os quatro grandes impérios da história — Babilônia, Medo-persa, Grécia e Roma.3) No que respeita ao poderio papal sôbre as nações, diz a profecia que êste poder surgiu do mar e que sua igreja mundial “está assentada sôbre muitas águas”, as quais são “povos, e multidões, e nações, e línguas”.4)


Ainda outras referências bíblicas há que poderiam ser aduzidas como comprovantes de que as nações e povos do glôbo, quando alvos coletivos das profecias divinas, sempre encontraram no “mar” o seu emblema.


Mas o mesmo fato não sucede com um rio quando tomado simbolicamente pela mesma inspiração. Não há um só caso em que a revelação use um rio como figura de nações, de povos ou do mundo em geral. Ao contrário, um rio é empregado para representar um só povo ou uma só nação. Assim o rio Nilo foi no passado uma figura do Egito.1) E também já o Eufrates, nos antigos tempos, fôra um emblema da Assíria em particular.2)


Diante do exposto, o Eufrates, na profecia da sexta praga, não poderá, sob hipótese alguma, ser simbólico do mundo ou das nações no sentido geral. Pois também é enfático que a profecia localiza o derramamento da sexta praga numa região determinada do glôbo — a do rio Eufrates — e não toma o glôbo total como seu alvo. 


Se o cumprimento da previsão devesse abranger o mundo em geral, a inspiração jamais tomaria o rio Eufrates como emblema — um rio localizado numa região do mundo e não correndo sôbre o mundo total; — antes servir-se-ia do mar como símbolo. Nisto temos, como veremos adiante, que o rio Eufrates, localizado como símbolo, é figura duma poderosa potência localizada e dominante em sua região. Pois tôda vez que êste rio é tomado pela inspiração como emblema duma potência política, sempre alude a um grande e poderoso poder de sua região.


Além disso, o rio Eufrates, desde remotos tempos, tem sido  tomado como ponto de partida dos juízos de Deus, a cargo do poder de sua região sôbre e em determinada região da terra. E é exatamente a isto, aludindo ao fim ou à sexta praga, que Jeremias faz referência nas seguintes palavras: “Porque êste dia é o dia do Senhor Jeová dos Exércitos, dia de vingança para se vingar dos Seus adversários: e a espada devorará, e fartar-se-á, e embriagar-se-á com o sangue dêles; porque o Senhor Jeová dos Exércitos tem um sacrifício na terra do norte, junto ao rio Eufrates”.3)


O SECAMENTO SIMBÓLICO DO RIO EUFRATES


Segundo os têrmos da profecia, a sexta praga deverá secar o rio Eufrates “para que se preparasse o caminho dos reis do oriente”. Disto, evidencia-se que os “reis do oriente”, com seus aguerridos exércitos, deverão transpor a região do rio Eufrates sem encontrar obstáculos. Porém, o secamento dêste rio, segundo esta previsão, não pode ser literal. 


Os exércitos modernos atravessam hoje rios bem mais largos que o Eufrates e mesmo oceanos e mares bravios de milhares de milhas de distância, sem a mínima dificuldade. Seria necessário secar o rio Eufrates, literalmente, para o atravessarem os reis do oriente, com suas tropas? Já não o atravessaram numerosos exércitos no passado, sem a necessidade  de secarem-se suas águas? Dada a veracidade do seu secamento literal, seria imprescindível que também se secasse o rio Tigre que, nascendo também nas montanhas da Armênia, segue todo o seu curso quase paralelamente com o Eufrates e à curta distância dêste, até juntarem-se próximo do Golfo Pérsico. 


Se o rio Eufrates constitui uma barreira para a travessia dos exércitos orientais, o rio Tigre por certo o constituirá também e deveria igualmente desaparecer, secando-se. Mas a profecia nada fala do rio Tigre. Portanto, não se trata do secamento literal do Eufrates, e mòrmente também porque a revelação não declara que a sexta praga será lançada nas fontes que alimentam êste rio, mas nêle mesmo; se as fontes dum rio não se secarem, é evidente que êle não poderá secar-se. Doutro lado, já na quarta praga, todos os rios secar-se-ão, como enfatiza o profeta Joel, referindo-se à quarta praga que será lançada no sol que tudo então abrasará.1)


Também o secamento simbólico do rio Eufrates não pode significar o secamento total das nações ou o aniquilamento delas na sexta praga, visto que em primeiro lugar isto estaria em desarmonia quanto ao emprego simbólico dum rio pela inspiração e porque, em segundo lugar, seria supérflua a sétima praga, que visa aniquilar o mundo total, principalmente os três poderes que fomentarão a guerra do Armagedon. O secamento do rio Eufrates visa preparar um caminho para tropas bélicas orientais em marcha e não o aniquilamento das nações totais do glôbo.


Dada a impossibilidade do rio Eufrates, em si mesmo, deter os reis do oriente e seus exércitos, êste rio deve ser simbólico, como vimos, de um grande poder bélico de sua região que seria capaz de fazer frente à investida dos orientais na sexta praga, e, por isso, êste poder deveria abandonar os territórios do rio Eufrates. E na verdade há um grande e único poder de vulto da história do rio Eufrates que dominou e ainda domina nos territórios adjacentes a êste rio, e que, pôsto que já tenha perdido grande parte de seu domínio em tôrno dêste rio, domina ainda nas suas fontes abastecedoras. E êste poder é a Turquia.


Como ao secar-se as fontes de um rio, êle terá que desaparecer como obstáculo, de igual modo, para que o govêrno e o poderio da Turquia não constituam obstáculo à marcha “dos reis do oriente”, na região do Eufrates, terão êles que abandonar o atual território dominado pelos turcos, e bem assim as cabeceiras do rio Eufrates. 


Então terá a Turquia deixado tôda a região do rio Eufrates, e, simbolicamente, terá então o Eufrates se secado. E, o que é extraordinàriamente notável em relação com a Turquia, é que a última vez que a voz da profecia tomou o rio Eufrates como símbolo, foi para apontar esta potência, ali localizada, no que respeita a acontecimentos internacionais ligados ao fim da civilização. Veja-se sobre isto a sexta trombeta no capítulo nove do Apocalipse.


E’ precisamente isto o que diz da Turquia a profecia  de  Daniel referente ao derradeiro fim, aliás, ao tempo da sexta praga. Vejamos: “Mas os rumores do oriente e do norte  o espantarão;  e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos. E armará as tendas de seu palácio entre o mar grande e o monte santo e glorioso; mas virá o seu fim, e não haverá quem o  socorra”.


2) Que  esta profecia sobre a Turquia está ligada ao período das sete pragas e à segunda vinda de Cristo, como o está o Armagedon, é enfatizado pelo profeta no primeiro versículo do capítulo doze, aludindo aos dois últimos do capítulo anterior, referentes ao abandono de Constantinopla pelo govêrno turco para instalar-se na Palestina.


A razão por que o govêrno turco abandonará a sua atual sede, será o fato de “naquele tempo” ver-se insustentável em sua posição ao avanço dos “reis do oriente” e os “rumores do norte”. Um dos objetivos imaginários da investida dos orientais será infalivelmente Constantinopla, o baluarte cobiçado desde os antigos tempos. 


“Quando Napoleão e o Czar Alexandre se encontraram em Tilsit para dividirem o mundo entre si, Alexandre disse a Napoleão, segundo se afirma: ‘Dê-nos ou tome-nos o que quiser, porém, dê-nos Constantinopla. Meu povo está preparado a fazer qualquer sacrifício por Constantinopla’. Napoleão estêve inclinado algum tempo sobre o mapa, e logo, endireitando-se com resolução repentina, contestou: ‘Constantinopla! Nunca! Significa o domínio do mundo...1)


Orientais e ocidentais têm desde muito cobiçado apoderarem-se de Constantinopla por julgarem-na ser um dos baluartes chaves para o domínio do mundo. O receio, porém, duma guerra mundial inevitável na realização desta conquista, tem demorado a decisão de ambas as partes.


Não percamos de vista o fado de que, como enfatiza a profecia, os “rumores do oriente” e do “norte”, relacionados evidentemente com a sexta praga, espantarão de tal modo a Turquia, que o govêrno turco, vendo-se insustentável em sua atual sede, tranferir-se-á para o “monte santo e glorioso”, isto é, para Jerusalém. Mas mesmo ali não encontrará segurança; pois reza a profecia de Daniel que virá o seu inexorável fim sem que haja “quem o socorra”. 


Assim notamos que a profecia de Daniel confirma que o secamento simbólico do rio Eufrates, cumprir-se-á definitivamente no abandono do governo turco de sua atual posição geográfica, por ocasião da sexta praga, e, por conseguinte, quando não mais houver governo e poderio bélico da Turquia nos territórios que agora ocupa e bem assim nas fontes nascentes do rio Eufrates.


Desde o alvorecer do século XIX aos nossos dias, numerosos expositores das profecias do Apocalipse vêem na Turquia o poder simbolizado pelo rio Eufrates, no lançamento da sexta praga. Dentre os notáveis intérpretes que a este ponto de vista se apegaram, salientam-se os seguintes: G. S. Tober (1804), Andrew Fuller (1810), Captain Maitland (1813), Archibald Mason (1820), John Try (1822), E. T. Vaughan (1828), James A. Begg (1831), Edward N. Hoare (1830), James Leslie (1831), William Throp (1831), John Cox (1832), Charlotte Elizabeth (1840), John Cuming (1843), Edward B. Elliot (1844), Joseph Baylee (1845). E ainda outros mais notáveis, entre os quais: José Bates, James White, John N. Loughborough, S. N. Haskel, Goodloe H. Bell, Uriah Smith.

 

"OS REIS DO ORIENTE" EM MARCHA


A propósito da futura marcha dos reis do oriente na direção do rio Eufrates, recordamos as terríveis investidas de Gensis-Khan e Tamerlão sobre o ocidente da Ásia, com poderosos exércitos, até atingirem as portas dos Balcãs, tudo submetendo pelo caminho. Lembremo-nos dos próprios turcos que aportaram da Ásia Oriental e destruiram o império romano na Ásia Ocidental. 


E, no lançamento da sexta praga, o Oriente estará novamente em marcha para o Ocidente. Ao referir-se a revelação à marcha dos “reis do Oriente”, refere-se aos exércitos das nações orientais. China, Japão, Índia e outros povos que estiveram como que adormecidos até bem poucos anos, estão despertando da letargia política e procurando impor-se ao mundo. 


Uma verdadeira efervescência é deparada em tôda Ásia Oriental, especialmente, no extremo oriente. As nações orientais estão progressivamente se arregimentando sob uma única bandeira que tem por alvo a conquista dum baluarte inexpugnável para o domínio do mundo. E no Ocidente, as nações, conscientes da determinação dos orientais, preparam-se febrilmente para enfrentar a borrasca.


"GOG" EM MARCHA PARA O ARMAGEDON


Urge dizer-se, inicialmente, que “Gog”, mencionado ùnicamente nas profecias de Ezequiel e do Apocalipse, é mais uma figura dum poder político de influências mundiais do que propriamente um povo. Nas profecias citadas não se encontra um só texto que apresente “Gog” como um personagem ou mesmo uma nação ou povo, e muito menos como um descendente dos filhos de Noé que povoaram o mundo depois do dilúvio. Ezequiel, porém, revela “Gog” como um grande e influente poder político internacional, indubitàvelmente de nossa geração, poderosamente belicoso, embora se escude em um povo distinto.


A análise de Ezequiel capítulos trinta e oito e trinta e nove, diz- nos tudo quanto concerne a “Gog”, na política, bem como a seus grandes aliados em marcha conjunta para a batalha do Armagedon.


"GOG" EM EZEQUIEL CAPÍTULOS TRINTA E OITO E TRINTA E NOVE


1. Deus é contra “Gog”. Isto prova que êle deve designar um poder que exclui determinada e voluntàriamente a Deus. Portanto, deve haver hoje no mundo um tal poder político e de influências mundiais, sem o que a profecia não poderá cumprir-se.


2. “Gog” é lider na “terra de Magog”. Magog era um dos descendentes de Jafé e ancestral dum numeroso povo guerreiro. E seu povo e sua terra são bem evidenciados nas narrativas dos antigos historiadores. “Há uma inscrição de cêrca de 650 A. C., de Assurbanipal, rei da Assíria, na qual ocorrem as palavras, Sariti e Payiza, filhos de Gog, um chefe dos Saka; e Saka eram os citas.


“Os citas, portanto, que habitavam a vasta região ao norte do Mar Cáspio, e que expulsaram os Cimerianos e tomaram possessão de seu país, eram o povo de Magog. Sabe-se por alguns dos sucessores de Alexandre, o Grande, que havia uma muralha edificada, chamada a muralha caucásia, que se estendia da praia Ocidental do Mar Cáspio em Derbend, quase até à praia oriental do Mar Negro. Esta muralha foi edificada como uma defesa contra as incursões das hordas citas, e é ainda chamada ‘a muralha de Gog e Magog’.


“Das narrativas achadas entre os árabes e persas, e sírios, ... aprendemos que êles entendiam sob a designação YAJUJ e MAJUJ todos os menos conhecidos povos bárbaros do nordeste e noroeste da Ásia.


“Da multidão de povos que habitavam nestas regiões sem fronteiras, os principais no tempo de Herôdoto eram três distintos corpos de Citas, propriamente assim chamados:


“Primeiro — haviam os ‘Citas Cultivadores’, que possuíam o país regado pelo Dinieper — a Ukrânia — do qual os cimerianos haviam sido desapossados.


“Segundo — o Nômade ou ‘citas errantes’, que nem aravam nem semeavam.


“Terceiro — os ‘Citas Reais’, a maior e a mais brava das tribos citas, que liderava tôdas as outras tribos na qualidade de escravas. Êstes eram dos mesmos habitantes como os Citas Nômades. Seu principal assento estava entre o Dinieper e o Don.


“Além destas, havia a quarta divisão, composta de tribos que se tinham revoltado dos Citas Reais, e habitavam nas nascentes orientais do Volga. Na verdade, a região das montanhas do Altai estava cerca do centro, do Oriente ao Ocidente, do vasto povo de Magog; porque êles se estendiam da Europa ao Oceano Pacífico.


“Das principais divisões das raças que se originaram dêstes, podemos nomear ao menos nove:


“1. Os antigos Mongóis ou mongolianos, donde vêm os chineses os indo-chineses, os siameses, anameses; os burmeses, cambodianos, os tibetanos, os japoneses, e os aborígenes do norte e sul da América, do Alasca à Patagônia.


“2. Os malaios, que têm povoado a península malaia, o malai, ou arquipélago indiano Oriental, Madagáscar, e a maior porção das ilhas do Oceano Pacífico.


“3. Os hunos, cuja ‘antiga e talvez original morada’ estava no país agora chamado Mongólia, imediatamente ao norte da China.


“4. Os modernos mongóis, os mongulos, que, sob Jenghis Kan, ou Zingis Khan, e seus filhos, 1162-1241, A. D., estabeleceram seu império do mar da China às bordas do Morávia.


“5. Os Tártaros, que, sob o nome de Sienpi, desbarataram o poder dos hunos em 93 A. D.


“6. Os Turcos, Turkmans, ou Turcomanos, que a princípio da era cristã emigraram da Ásia central ao noroeste cêrca dos mares Cáspio e Aral.


“7. Os Finns que em cinco grupos povoaram os seguintes países: a) Os Finns propriamente dito, na Finlândia e as províncias do Báltico, Estônia, Livônia, e Courland; b) os Lapps, em Lapland e partes do norte da Suécia e Noruega; c) os Finns Permianos, na parte setentrional habitável da própria Rússia; d) os Finns do Volga ou ambas as margens, e os afluentes do Volga superior; e) Ugrian Finns, entre as montanhas do Ural e o rio Yenisei acima de 59 graus de latitude norte.


“8. Os Sarmatas, que originaram dos Citas Reais, e que nos dias de Herôdoto habitavam o oriente do Don.


“9. Os Partos, que deram nome ao país da Pártia, na Ásia Central”.1)


Depois desta extensa narrativa podemos ter uma irdéia do imenso território de Magog e seus numerosos descendentes, muitos dos quais existem hoje.


Em outras palavras, parte da Europa e grande parte da Ásia constituía o assento original de Magog como um povo. E é nesta imensa região que “Gog” é apontado na profecia de Ezequiel como chefe (orientador político, é claro) e como príncipe ou lider poderoso.


E quem ignorar “Gog” como se tratando do atual regime político socialista líder da Ásia, ignora tudo nesta questão. Pois na antiga terra de Magog só há, em verdade, um único poder lider, o qual não ignoramos.


3. “Gog” é “príncipe e chefe de Mesech e de Tubal”: — Êstes dois aliados de “Gog” são mencionados juntos na Bíblia. “A terra dc Musku, que é Mesech, estava nas montanhas ao norte da Assíria e limitada com Tabal, que é Tubal, no Oeste. — Êles gradualmente foram avançando  para o norte, para perto do Mar Negro. Herôdoto chama as duas raças de a Moschoi e a Tibarenoi, e localiza-as nas montanhas s. e. do Mar Negro.2)


Mesech e Tubal são muitas vezes mencionados nas inscrições assírias como “Mushku e Babal”.


“O país de Mesech — o Moschoi — era a Capadócia, Colchis e Armênia... Ali os moschi tornaram-se conhecidos como moskovs e então moscovites, que edificaram Moscow e ainda dão nome à  Rússia”.1)


Resumindo, concluímos que os dois povos — Mesech e Tubal — sempre mencionados conjuntamente na Bíblia e na História, como visinhos de fronteira, — o primeiro a leste e o segundo a oeste — e sendo que Mesech é indubitavelmente comprovado como sendo a Rússia, Tubal deve representar a Hungria, não só por estar a oeste da Rússia como também jazer como esta na terra de Magog e ser igualmente um apreciável poder, bem como não pertencer à corrente slava a que pertencem os demais povos da Europa Oriental.


4. “Gog” surgirá “do norte” em marcha para o Armagedon”: — A profecia de Ezequiel acrescenta que “Gog” virá “das bandas do norte”, com seus muitos aliados à terra de Israel. E Daniel, o profeta, declara que o govêrno turco, a êsse tempo, que é o tempo de angústia — o tempo das sete pragas — como já vimos, se espantará dos “rumores do Norte e do Oriente”, e ver-se-á insustentável em sua atual sede ao avanço de “Gog” e suas tropas e dos “reis do oriente”, sendo obrigado a retirar-se para a “Terra de Israel” e instalar-se em Jerusalém.2)


Estas profecias de Ezequiel e Daniel citadas, comprovam dois fatos irrecusáveis: 1.) Que “Gog” domina atualmente ao norte da Turquia; 2.) e que todos êstes sucessos estão ligados às sete pragas, das quais a sexta é o Armagedon, para onde convirgirão os “reis do oriente” e “Gog”, com seus aliados, do Norte.


5. “Gog” aniquilado no Armagedon: — A profecia contra “Gog” declara que Deus o levará à “Terra de Israel” “no fim dos dias”, com numeroso exército composto de aliados seus: — Messech (Rússia), Tubal (Húngria), persas, etíopes, put ou púteos (líbios, que antigamente possuiam todo o norte da África), Gomer (europeus ocidentais), Togarma (armênios) e provàvelmente outros. 


E, ali em Israel, declara o Senhor Deus, “contenderei com êle (Gog) por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei cair sôbre êle, e sôbre as suas tropas, e sôbre os muitos povos que estiverem com êle”.3) Eis uma imagem vívida do Armagedon e do aniquilamento de “Gog” e seus aliados na planície dêste nome.


6. “Gog” sepultado em Israel: — “Gog” e a multidão de seu exército aliado serão sepultados “em Israel, no vale dos que passam ao oriente do mar”.4) Êste vale é a vasta planície de Armagedon de que temos falado amplamente. Então acrescenta Ezequiel, como também São João, tomará lugar a ceia das aves — para comerem a carne dos guerreiros esmagados no Armagedon pelo furor da “ira de Deus”.5) Aqui temos inquestionàvelmente o fim desfechado pela sétima praga e a segunda vinda de Cristo.


OS TRÊS PODERES QUE PREPARARÃO O GRANDE CHOQUE


As agências que na sexta praga prepararão o grande choque, no Armagedon, são evidentes na profecia: O Dragão, a Bêsta e o Falso Profeta. O Dragão, que era emblema do antigo paganismo romano conquistador, que excluía o verdadeiro Deus para adorar a natureza e suas forças, deve representar hoje um paganismo idêntico, e tudo deixa transparecer que o atual poder político líder da Ásia pagã reune todas as características proféticas do Dragão em nossa época. 


A Bêsta, como já ficou bem esclarecido no capítulo treze, é figura do papado sob a liderança da Sé de Roma. E, o Falso Profeta, como revelado também no capítulo treze, é emblema dos Estados Unidos sob a insinuação do protestantismo- estadunidense. Estas três potências são poderes reconhecidamente mundiais tanto no que respeita à influência político-religiosa como no sentido de súditos entre todas as nações do glôbo. E quem ousará dizer que o mundo não está já dividido entre estas três influências!


Estes fatos, exarados com evidência na profecia da sexta praga, descem a hipócrita máscara das potências nela referidas. Enquanto o mundo as exalta ao sumo, Deus as vê como Seus inimigos e as conclama para desbaratá-las conjuntamente. O novo mundo de Cristo ficará livre da farsa duma política corrutora que só objetiva infortúnios e desgraças à civilização. 


Desde agora urge alegrarmo-nos com santo regozijo pela intervenção do céu neste caos mundial forjado por êstes poderes. Oremos para que aquêle dia indicado nas profecias se apresse para trazer-nos a liberdade, libertando-nos da opressão dos homens sem Deus.


OS DEMÔNIOS EM ATIVIDADES


“E da bôca do Dragão, e da bôca da Bêsta, e da bôca do Falso Profeta”, diz o vidente ter visto sair três “espíritos de demônios que fazem prodígios”, os quais irão incitar “os reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha naquele grande dia do Deus Todo-poderoso”. 


Sob o controle dos demônios, pois, influirão os três poderes citados, através duma política mundial verdadeiramente demoníaca, nos governantes das nações para levá-las com seus exércitos à horrível matança predita, no Armagedon. Os demônios lhes têm inspirado uma política mundial que nada mais é que um coaxar desconexo e confuso de rãs que gritam à aproximação dum temporal, apenas emitindo sons aborrecíveis. 


As condições internacionais recalcitrantes, exprimidas como que por êsses cânticos de rãs, são inspiradas pelos demônios que estão preparando o mundo bélico para o maior conflito da história.


Estadistas de renome têm reconhecido que os demônios incitam a desordem e a guerra através dos líderes do mundo. Sir Eduardo

 

Grey declarou na Câmara dos Comuns: “E’ realmente como se na atmosfera do mundo obrasse alguma influência maligna, que perturba e excita a cada uma de suas partes”. E Ramsay MacDonald, ex-primeiro ministro da Grã Bretanha, disse: “Parecia que estavam todos enfeitiçados, ou que obravam sob alguma condenação a êles imposta pelos demônios... 


Os povos começaram a sentir que havia algo demoníaco nas operações que se realizam para acrescentar os exércitos, as marinhas e as fôrças aéreas”.1) Assim se os estadistas crêem na operação dos demônios na política mundial, não deveríamos nós crer, quando a profecia assevera que os poderes figurados pelo Dragão, a Bêsta e o Falso Profeta, serão especialmente guiados por “espíritos de demônios” para forjarem o grande conflito da sexta praga?


"EIS QUE VENHO COMO LADRÃO"


Em meio à profecia da sexta praga, o Senhor Jesus abre um parênteses para fazer uma solene comunicação a Seu povo. Quando Seus escolhidos depararem os exércitos do mundo em marcha para o encontro fatal com o Todo-poderoso, no Armagedon, devem saber que Sua vinda está às portas. Virá Jesus como o ladrão, à hora inesperada, embora os acontecimentos da sexta praga revelem a proximidade do grande acontecimento. Os verdadeiros crentes devem estar alerta. O Novo Testamento contém várias advertências de sua vinda como um ladrão.2)


São os crentes assim aconselhados a vigiarem a segunda vinda de Cristo. O vigiar Sua vinda implica em guardarem “os seus vestidos” que, sem dúvida, devem ser os de seu Mestre; porque só as Suas santas vestes de divina justiça poderão neutralizar neles o pecado e as suas vergonhosas consequências. Não é, pois, tempo para dormirem espiritualmente, mas estarem no pôsto da vigilância de seus deveres cristãos.


"E OS CONGREGARAM NO LUGAR QUE EM HEBREU SE CHAMA ARMAGEDON"


Sob esta epígrafe há vários fatôres que devemos considerar para apreciarmos devidamente todos os detalhes nela contidos e certificarmo- nos da verdade sôbre o grande conflito que logo envolverá o poder bélico do mundo:


1. O terror da iminência do Armagedon: — Há anos atrás o têrmo Armagedon era empregado apenas por clérigos e raramente ouvido. Hoje, os jornalistas, impressionados com os acontecimentos mundiais, fazem, constantemente, menção do termo. 


Estadistas e líderes militares internacionais estão aterrados com a possibilidade da vinda imediata do Armagedon. Porém, têm êles idéias próprias sôbre esta tremenda catástrofe futura. O general Douglas Mac-Artur, por exemplo, disse: “Se não encontrarmos algum sistema melhor e mais equitativo, o Armagedon estará às nossas portas”.


2. A realidade sôbre o têrmo “Armagedon”: — Êste têrmo alude a um lugar tão real como qualquer outro geogràficamente localizado. “Êste têrmo dá-se à grande planície da Palestina central que se estende desde o Mediterrâneo até ao Jordão, e separa as serras do Carmelo e de Samária das da Galiléia... E’ a antiga planície de Megido, o Armagedon do Apocalipse”.


1) “Megido era a chave militar da Síria; dominava tanto a estrada para o Norte, que se dirigia para a Fenícia e Cale-Síria como a estrada que cruzava a Galiléia e se dirigia a Damasco e ao vale do Eufrates. Era além disto, a sede de um distrito fertilíssimo, cuja posse fora disputada por muitas raças. O vale de Kishon e a região de Megido eram inevitáveis campos de batalhas. Durante toda a história se decidiram lá muitas das grandes lutas do sul do ocidente da Ásia. 


Por tais fatos, esta região adquiriu uma triste reputação, pois era considerada como sendo um lugar predestinado a lutas e derramamento de sangue. E o profeta do Apocalipse a revestiu de espanto, como o local do conflito final entre as forças do bem e as do mal”.2)


“Na tradução grega, antiga, do Velho Testamento, conhecida por septuaginta, ou dos setenta, se encontra a ‘planície de Magedon’, que nas traduções latinas figura como campus Mageddon, isto é: ‘Campo de Megido’”. Segundo alguns autores, o nome “Armagedon” denomina a colina de Megido, por cuja razão se escreve Ar-magedon ou Armagedon”.3)


O Armagedon é uma planície triangular, estendendo-se do Monte Carmelo no noroeste ao Monte Tabor no oriente e ao monte Gilboa ao sul. Tem saída tanto para o Ocidente pelo Mediterrâneo como para o Oriente por ambos os lados do Monte Tabor. Êste lugar tornou-se conhecido como  o “vale da matança” ou “vale da decisão”, e não é estranho que esteja em preeminência nos finais eventos da história humana.


3. A significação do têrmo “congregaram-se: — O têrmo grego “SUNAGO” — congregar conjuntamente — exclui a idéia de que o Armagedon não seja um lugar específico no glôbo. Pois, congregar os reis do mundo num lugar, não significa deixá-los onde agora estão.


Várias traduções bíblicas dizem que “Êle”, aludindo a Cristo, mencionado no versículo quinze, é quem reunirá as fôrças dos três poderes no “lugar” chamado Armagedon, para dar-lhes o que merecem. Um dos profetas do Velho Testamento, confirmando isto, diz: “Porque o Meu juízo é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sôbre êles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira”.4) Confirmando isto, diz outro profeta:


“Proclamai isto entre as nações, santificai uma guerra; suscitai os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra. Forjai espada das vossas enchadas, e lanças das vossas foices: diga o fraco: Eu sou forte. Ajuntai-vos, e vinde, todos os povos em redor, e, congregai-vos (ó Senhor, faze descer ali os Teus fortes!); Movam-se as nações, e subam ao vale de Josafá; porque ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor. Lançai a foice, porque já está madura a seara: vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos lagares trasbordam; porquanto a sua malícia é grande. Multidões, multidões no vale da decisão! porque o dia do Senhor está perto, no vale da decisão”.1)


Os textos do profeta Joel falam do Armagedon como uma guerra santa. Guerra santa não só porque seus promotores serão poderes religiosos e ela será vibrada na Terra Santa, mas também porque Deus intervirá — pois dÊle será esta batalha — “para julgar tôdas as nações em redor”. Ali no “vale de Josafá”, que alude ao “vale de Magedon”, a 70 milhas de Jerusalém, será o “vale da decisão” em que multidões de exércitos serão esmagados como resultado da rejeição do govêrno de Deus e Sua lei. Será o desfecho inevitável da rebelião do homem contra Seu Criador. E’ a sétima praga que dará o tremendo golpe final nas multidões belicosas reunidas no Armagedon.


4. A significação do vocábulo “lugar”: — Outra evidência de que o termo “Armagedon” é um “lugar” no globo, como vimos, e não êle próprio, depreende-se do vocábulo grego “TOPOS” — lugar. No Novo Testamento há 86 vêzes referência a êste vocábulo, e, em tôdas elas, êle designa um “lugar” determinado no planêta e não o planêta mesmo. 


Ao congregarem- se os exércitos do Oriente e do Ocidente — no lugar que em hebreu se chama Armagedon — o farão num “lugar” do globo, aliás, determinado pela profecia. Isto aniquila a suposição de que o rio Eufrates represente o mundo e o Armagedon um conflito de extensão mundial quanto ao derramamento de sangue. Pois tôdas as profecias que rodeiam o grande conflito, não deixam dúvida de que haverá uma só batalha — Deus contra os exércitos reunidos — e que esta será no “lugar” denominado Armagedon, e não noutro qualquer lugar.


5. O vocábulo “Armagedon” em relação com o idioma hebraico” — O termo “Armagedon” é um têrmo próprio do idioma hebraico, e era um local conhecido por êsse nome ao tempo da revelação do Apocalipse. E onde poderia ser conhecido um lugar chamado Armagedon segundo o idioma hebraico e a revelação do Apocalipse naquela época, senão na Palestina que era um lugar nacional hebreu? Diante disso não podemos conceber, sob nenhuma hipótese, que o vocábulo “Armagedon” designe o mundo e que a batalha dêsse nome seja uma batalha mundial. E tão pouco “Armagedon” quer dizer “guerra mundial”.

 

A batalha denominada de “Armagedon” ferir-se-á, infalivelmente, no mesmo local da Palestina chamado por êsse nome ao tempo da revelação da profecia, ainda que porventura lhe tenham dado outro nome depois. Ar — significa montanha e — Magedon — lugar da multidão. Em sentido militar, dizem autoridades hebraicos, “Ar-Magedon” significa — “monte de reunião de tropas” — o que confirma plenamente os textos de Joel citados.


6. O Armagedon será uma Batalha Real: — A batalha do Armagedon será uma batalha tão real — embora não seja de homem para com homem — como o foram as de Constantinopla, de Waterloo, do Monte Castelo e outras da história, e ainda será uma batalha tão certamente localizada como estas o foram. Não haveria necessidade de a revelação referir-se ao avanço “dos reis do oriente” e a sua concentração no “Armagedon” para a batalha predita, não fôsse ela uma indiscutível realidade localizada.


7. O Armagedon e o Oriente Médio: — A importância da planície do Armagedon jaz no fato de se localizar na mais estratégica região do mundo


— o Oriente Médio. Por três razões principais, o Oriente Médio é a mais estratégica região do glôbo: 1. E’ o centro ou o coração do mundo. 2. Contém a principal artéria de comunicações entre o Ocidente e o Oriente — o Canal de Suez. 3. Economicamente, em certo sentido, é inigualável na atualidade.


O território do Oriente Médio compreende os seguintes países: Cirenaica, Egito, Arábia Saudita, Palestina, Transjordânia, Líbano, Síria, Chipre, Turquia, Ymen, Costa da Trégua, Iraque, Irã, Aden, — com uma população de quarenta e cinco a cinquenta milhões de habitantes.


Outro fator que contribui para dar ao Oriente Médio um papel de importância no mundo, consiste nas suas jazidas pretrolíferas por todo o seu território, cujas reservas, atualmente, calcula-se sejam superiores às dos Estados Unidos. E isto produzirá na região inevitáveis mudanças de grande alcance. Várias companhias estrangeiras exploram o petróleo no Oriente Médio, cuja extração diária é fenomenal. Observe-se que a maior refinaria do mundo encontra-se em Abadan, no Irã, sendo sua capacidade atual de 500.000 barris diários, e na qual trabalham 100.000 homens.


Estupendamente estratégico no coração do mundo, pomo de ligação entre o Ocidente e o Oriente e economicamente inigualável, no que respeita ao petróleo, está o Oriente Médio nas mãos de nações que não o podem aproveitar na devida forma. Por êste fato tem o Oriente Médio sôbre si os olhos cubiçosos das grandes potências e, se uma delas já não o invadiu deveras, é em virtude do temor das demais. Porém, na sexta praga, todas elas far-se-ão presente no Oriente Médio com seu poderio bélico, para serem tão somente esmagadas na planície do Armagedon.

 

8. A Palestina e o conflito do Armagedon: — Seria engano supor que a importância da Palestina é inteiramente devido a sentimentos religiosos. Geogràficamente está no centro do mundo civilizado, sendo, por isso mesmo, o baluarte mais estratégico do glôbo e o mais cobiçado por todos os grandes impérios da história e pelas grandes potências da atualidade. Territorialmente é a Palestina ainda uma ponte que liga três continentes: África, Ásia e Europa através dêste último. O mar Mediterrâneo, que banha tôda a sua costa ocidental, é realmente o mar onde o Oriente encontra o Ocidente, e o Norte o Sul.


A terra chamada “Santa” é também centro do Oriente Médio para onde se voltam atualmente, como vimos, os olhos cobiçosos das grandes potências. Em 1914 a Alemanha tinha grandes interêsses na Ásia Menor, e, às suas próprias expensas, construiu uma grande estrada de ferro desde Berlim até Bagdad, passando por Bizâncio, tendo sido conhecida como “BBB Railway”. Ela necessitou uma estrada de ferro para o Mediterrâneo e Oriente Médio e a Aliança Central Européia foi a tentativa para ganhar acesso a esta importante área.


No fim da primeira guerra mundial, ao general Allenby, que esmagou o último vestígio da resistência turca, foi dado o título de “conde de Megido”, e a Palestina caiu sob o controle britânico como um mandato territorial da Liga das Nações. Os ingleses fortificaram a Palestina com grandes despesas e edificaram um grande ancoradouro no pôrto de Haifa, grande bastante para flutuar tôda a frota do Mediterrâneo. Êste vasto ancoradouro tem subministrado a defesa de Megido.


Mas, desde 1918 outras coisas têm contribuído para fazer da Palestina um centro de interesse mundial. A ciência tem descoberto no depósito químico do Mar Morto uma origem de fabulosa riqueza. Financistas inglêses e americanos instalaram ali grandes estabelecimentos para comercializar os produtos químicos contidos em suas águas. 


Segundo estatísticas, há potassa no Mar Morto no valor de setenta bilhões de dólares; magnésio clorine no valor de um trilhão de dólares. Isto significa que a Palestina está capacitada, se a civilização durar muito tempo ainda,  a ter o mais estupendo desenvolvimento jamais ouvido dela. Tal desenvolvimento está destinado a fazer dela, em verdade, “a mais cobiçada prêsa internacional”. Quão profundamente significativo é isto.


Todavia, outra coisa vemos ainda de importância na Palestina. Através de sua pequena terra atravessa o mais longo oleoduto do mundo. Êle conduz óleo desde os campos petrolíferos de Mossul, no Iraque, ao porto de Haifa no Mediterrâneo, num percurso de mais de 1200 milhas. Mais de trinta milhões de barris de óleo são escoados anualmente por êle. E outro grande depósito de óleo próximo da Palestina é o de Abadan, no Iran. Entre oitenta e noventa milhões de barris são tirados, anualmente, de seus poços.


Assim, a Terra Santa, em todo o sentido — geográfico, político, econômico e religioso — é o centro nevrálgico do mundo, e, cobiçada pelo Dragão, pela Bêsta e pelo Falso Profeta, está uma de suas regiões destinada a ser o teatro do tormentoso conflito vaticinada pela sexta praga.


O DESENLACE DO DRAMA


Já que as grandes potências — das órbitas do dragão, da bêsta e do falso profeta — anelam apoderar-se da Palestina, principalmente, Deus vai decidir a controvérsia para tais pretendentes. O Todo-poderoso transformou esta ambição internacional da arrogância bélica das nações, numa tremenda praga — a sexta. Deus permitirá que os demônios, até agora detidos quanto à realização da posse da Palestina, e que não obstante por muito tempo têm inspirado êste tremendo desenlace pela posse da Terra Santa, para infligirem nas nações uma terrível carnificina,


— preparem o grande choque sem rival na história do mundo. Porém, em vez de realizar-se qualquer encontro entre os pretendentes e contendores nalgum outro lugar da Palestina, Deus os dirigirá para a espaçosa planície do Armagedon, para ali tê-los todos juntos, como que encurralados, e para sôbre êles derramar, com a sétima praga, todo o pêso da sua indignação e reduzi-los a nada como Seus irreconciliáveis adversários. Disto vemos que o objetivo real e principal da sexta praga, e parte da seguinte, será o poderio bélico do mundo, como uma indignação sem precedente do ofendido Deus contra os fazedores da guerra.


Milhões de milhões têm sucumbido estupidamente nos campos de batalha através dos séculos, vítimas do poderio bélico das nações, em conflitos terríveis, sem que isso tenha trazido qualquer benefício moral, espiritual e social à humanidade.


As desmedidas ambições e a predisposição para estar sempre em cima política e economicamente, é o atual imperativo das nações principalmente das grandes potências. E, com isso, caiu a zero o conceito de independência e de vida ao ver dos poderes bèlicamente mais poderosos do mundo. Isto era assim noutras eras e o é igualmente, no presente.


Este estado de coisas, porém, cada vez mais alarmante, não está despercebido por Aquêle que é o legítimo Senhor do mundo. O tremendo resultado de desafiar a Deus e trazer miséria e destruição ao mundo pelo espectro da guerra, produzida por homens sem coração no seio da civilização, logo se manifestará da parte de Quem é o legítimo soberano. A sexta praga e a planície do Armagedon serão a resposta ao mundo bélico deletério, do desagrado de um Deus ofendido por  indivíduos irresponsáveis da política mundial.


A SÉTIMA PRAGA


VERSOS 17-21 — “E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito. E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sôbre a terra: tal foi este tão grande terremoto. 


E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande Babilônia se lembrou Deus, para lhe dar o calix do vinho da indignação da sua ira. E tôda. a ilha fugiu; e os montes não se acharam. E sôbre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do pêso de um talento; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva: porque a sua praga era mui grande".


UM TERREMOTO SEM PRECEDENTES


A sétima praga será lançada no “ar”, aliás, a tôda a atmosfera que circunda a terra, o que demonstra que será totalmente universal. As nações reunidas no Armagedon e os ímpios todos do mundo, entornarão a copa final que os prostrará fulminados. A indignação da ira de Deus encontrará sua culminação numa tempestade mundial assoladora. Uma grande voz procedente do templo de Deus anunciará — Está feito. 


Está consumado o juízo sôbre a última geração. O “ar” encher-se-á de morte em vez de vida. Um horrível quadro patenteia-se na terra. Multidões estão cobertas de chagas; as águas jazem em sangue; o sol abrasa como fogo; o reino da besta está em trevas; os exércitos das nações estão congregados no Armagedon; por fim, a copa última terminará o quadro acabando com a vida da totalidade de todos os seres humanos.


Vozes e trovões acompanhados de relâmpagos dão lugar a um terremoto não havido ainda na terra. Todo o glôbo será violentamente sacudido. Um dos profetas do Velho Testamento assim falou do grande terremoto: “O temor, e a cova, e o laço vêem sôbre ti, ó morador da terra. 


E será que aquele que fugir da voz do temor cairá na cova, e o que subir da cova o laço o prenderá; porque as janelas do alto se abriram, e os fundamentos da terra tremeram. De todo será quebrantada a terra, de todo se romperá a terra, e de todo se moverá a terra. De todo vacilará a terra como o ébrio, e será movida e removida como a choça de noite; e a sua transgressão se agravará sôbre ela, e cairá, e nunca mais se levantará”.1)


“A glória do trono de Deus dir-se-ia atravessar a atmosfera. As montanhas agitam-se como a cana ao vento, e anfratuosas rochas são espalhadas por todos os lados. Há um estrondo como de uma tempestade a sobrevir. O mar é açoitado com fúria. Ouve-se o  sibilar  do furacão, semelhante à voz de demônios na missão de destruir. A terra inteira se levanta, dilatando-se como as ondas do mar. 


Sua superfície está a quebrar-se. Seu próprio fundamento parece ceder. Cadeias de montanhas estão a sossobrar. Desaparecem ilhas habitadas. Os portos marítimos que, pela iniqüidade, se tornaram como Sodoma, são tragados pelas águas enfurecidas”.1)


Todas as cidades das nações ruirão como castelos de cartas. Êstes focos da perversidade e do orgulho humano serão arrasados  em escombros. Todas as obras do homem, obras da exploração do próximo, obras que não honram a Deus, desaparecerão para jamais se erguerem.


"E A GRANDE CIDADE FENDEU-SE EM TRÊS PARTES"


Esta “grande cidade” não é uma cidade literal, mas figurada. Dela tratamos nos capítulos 14, 17, 18 e 19. Seu verdadeiro nome é — Babilônia


— “aquela grande cidade”.2) Esta Babilônia, denominada também de “forte cidade”,3) significa “confusão”, sendo formada por três distintos poderes mundiais descritos nas profecias, bem como na sexta praga, como: — o Dragão, a Bêsta e o Falso Profeta. A Bêsta e o Falso Profeta temo-los bem definidos no capítulo treze, enquanto o Dragão, nestes derradeiros dias, é, politicamente, simbólico do paganismo-ateísta-asiático.


A sexta praga reunirá no Armagedon êstes três poderes que constituem Babilônia, os quais para ali marcharão na intensão de se desforrarem, — o Ocidente contra o Oriente, em batalha político-religiosa pela posse da “Terra Santa” e do Oriente Médio — ignorando que para tal região estarão sendo conduzidos por fôrças extra-terrenas, para serem esmagados como entidades inimigas de Deus e de Seu povo. O poderio bélico da órbita da Bêsta marchará unido com o do Falso Profeta, enquanto que o poderio do Dragão sob a liderança da maior potência da Ásia. 


A sétima praga, porém, que será a culminação dos juízos sôbre Babilônia, decidirá para sempre a controvérsia político-religiosa no seio de Babilônia, e desta contra Deus e Seu povo, aniquilando-a pelos séculos infindos do futuro. Diante da sétima praga, os três poderes não mais pensarão em prosseguir na contenda, pois cada um procurará salvar, inutilmente, o seu côro. E’ isto o que a profecia quer dizer por — “e a grande cidade fendeu-se em três partes”. Demasiadamente tarde, porém, empreenderão esta solução, não em reconhecimento da justiça, mas diante dos juízos do céu contra os quais nada poderão fazer.


A CONDENAÇÃO DA GRANDE BABILÔNIA


E’ desnecessário descrever aqui Babilônia e sua condenação. Dela tratamos nos capítulos já mencionados e a sua condenação poderá ser apreciada, plenamente, no capítulo dezoito.

 

"E SOBRE OS HOMENS CAIU DO CÉU UMA GRANDE SARAIVA


Aqui está o último ato do drama da ira de Deus. Os antigos egípcios receberam também a sua messe de “saraiva”: “E havia saraiva, e fogo misturado com a saraiva, mui grave, qual nunca houve em tôda a terra do Egito, desde que veio a ser uma nação”. A pecúa- ria e a agricultura egípcias foram arrasadas. Todavia a saraiva que como praga caiu naquele antigo reino, não era nada em comparação com a que há de vir na sétima praga futura.1)


Não só no Egito caiu saraiva como um juízo de Deus. Ao empreender Josué a conquista de Canaã, o exército de uma coligação que fazia frente ao exército de Israel foi aniquilado por uma chuva de saraiva. A descrição da vitória de Josué assim reza: “O Senhor lançou sobre êles, do céu, grandes pedras até Azeka, e morreram; e foram muito mais os que morreram das pedras da saraiva do que os que os filhos de Israel mataram à espada”.2)


Mas, a saraiva da sétima praga será bem diferente. Tão grande será que é dito que o pêso das pedras será de um talento. Naqueles antigos tempos quando o profeta recebeu esta profecia, o talento era o padrão dos valores. Havia talentos de ouro, de prata e de outros metais, e tinham a forma de um cubo. No Egito havia um talento de 18 kg. e mais dois alexandrinos de 46 kg. e 34 kg. 


Na Caldéia o talento era de 18 kg. e em Babilônia de 21 kg. Na Grécia, o primitivo talento era de 19 kg. passando depois a ser de 26 kg., sendo que na Ática era de 20 kg. O talento itálico, empregado na magna Grécia, era de 32 kg. O talento de Egina, uma ilha grega, era de 45 kg. 


Os romanos tinham o grande talento de 67 kg. e o pequeno talento de 26 kg. Para termos uma idéia do pêso do talento de prata da Síria antiga, leiamos: “E disse Naamã: Sê servido tomar dois talentos. E instou com ele, e amarrou dois talentos de prata em dois sacos, com duas mudas de vestidos; e pô-lo sobre dois de seus moços, os quais os levaram diante dêle”.3) Dois homens para conduzirem dois talentos em dois sacos!


Assim temos uma idéia do que há de ser a saraiva da sétima praga. E, como o profeta escreveu em Grego, provàvelmente referiu-se ao talento de 26 kg. da Grécia, embora naquela nação houvessem talentos de maior pêso. Mas, quais serão as consequências do chuveiro de saraiva cujas pedras possivelmente serão de 26 kg.? “As mais orgulhosas cidades da terra são derribadas. Os suntuosos palácios em que os grandes homens do mundo dissiparam suas riquezas com a glorificação própria, desmoronam-se diante de seus olhos”.4) Um dos profetas, declara:


“E o Senhor fará ouvir a glória da Sua voz, e fará ver o abaixamento do Seu braço, com indignação de ira, e a labareda do Seu fogo consumidor, e raios e dilúvio e pedras de saraiva”.5)


A PROTEÇÃO DE DEUS SOBRE SEUS ESCOLHIDOS


Os desprezadores da misericórdia de Deus estarão em terrível desespêro e agonia. Mas para o fiel povo de Deus haverá perfeita proteção naquele tempo. O Salmo 91 lhes dá plena certeza do cuidado de Deus por êles. E Joel diz: “Mas o Senhor será o refúgio do Seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel”.1)


Esse é o conteúdo do livro A Verdade Sobre as Profecias do Apocalipse, de Araceli Melo - Confira aqui o índice Completo.