Ao apreciarmos a profecia do capítulo doze, verificamos que o seu tema é uma mulher cujos símbolos que a cercam a relacionam inteiramente com o seu Criador e atestam defini-la como emblema da verdadeira igreja de Deus na era cristã.
Mas, no capítulo dezessete, que agora temos diante de nós, uma outra mulher é apresentada, uma mulher “vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas”. Uma mulher que tem em sua mão “um calix de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição”. Uma mulher “com a qual se prostituiram os reis da terra”; que embebeda os habitantes da terra “com o vinho da sua prostituição”; que “está embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus”.
Uma mulher denominada de “a grande Babilônia, a mãe das prostitutas e abominações da terra”. Em fim, uma mulher que está “assentada sôbre uma bêsta côr de escarlata, que está cheia de nomes de blasfêmias, e tem sete cabeças e dez chifres”. Sim, esta mulher é tão diferente da do capítulo doze como o dia o é da noite. Enquanto aquela representa a santa igreja de Cristo no mundo, esta outra, por suas características proféticas indiscutíveis, não deixa dúvidas que designa a igreja de Roma. A exposição de todo o capítulo assegura evidentemente isto mesmo sem nenhuma objeção aceitável em contrário, em face da verdade.
A MULHER SÔBRE A BÊSTA CÔR DE ESCARLATA
VERSOS 1-6 — “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sôbre muitas águas; com a qual se prostituiram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição.
E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sôbre uma bêsta de côr de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres. E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálix de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição; e na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra. E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração”.
UMA PROSTITUTA DESMASCARADA PELA PROFECIA
Um dos anjos das pragas, provàvelmente o quinto, foi incumbido de mostrar ao profeta a “grande prostituta” que estava “assentada sôbre muitas águas”. Na introdução já definimos que esta mulher é a igreja romana. E por que esta igreja é denominada de “prostituta” na revelação? Ora, quando no caso de espôsos a mulher abandona a seu marido e procura viver ilicitamente com outros homens, então ela torna-se uma prostituta.
Caso idêntico ocorreu com a igreja de Roma, a mulher desta profecia. Antes da auto-exaltação desta igreja, fazia ela parte do todo da igreja cristã nos primórdios séculos do cristianismo. Mas ela exaltou-se a si mesma, repudiou a pura verdade do evangelho de Cristo e abandonou o próprio Senhor Jesus como espôso legítimo de Sua igreja, para ligar-se a um homem que começou a adorar como se fôra até mesmo um deus na terra. Eis porque a igreja apóstata é considerada prostituta no Apocalipse.
E, como irredutível prova de que esta profecia trata realmente da igreja católica, é mencionado que a “grande prostituta” está “assentada sôbre muitas águas”. E o versículo quinze nô-lo esclarece que estas águas “são povos, e multidões, e nações, e línguas”. A bêsta sôbre a qual a mulher aparece assentada é figura da Europa inteira — as águas da profecia. E hoje esta igreja jaz assentada numa mais vasta área do glôbo, no mundo todo. Sua influência nos cinco continentes é tão corrutora no que respeita a Cristo e à religião cristã, como o é a influência de uma prostituta natural no seio da sociedade humana.
"COM A QUAL SE PROSTITUIRAM OS REIS DA TERRA"
Aqui vemos outras relações ilícitas da igreja de Roma. Suas relações com os reis ou governantes da terra. Esta tem sido a história, desta igreja desde o quarto século até aos nossos dias. Deixou de ser pròpriamente uma igreja para ser um Estado em meio aos Estados; do mundo. Sua influência entre os govêrnos da terra, com raras excepções, é a mais poderosa de tôdas as influências humanas.
E, como igreja, não está ela ligada ao Estado por afinidades espirituais para espiritualizá-lo, mas por afinidades políticas, isto é, para: fazer do Estado um dócil instrumento de sua política sob o véu de religião. Esta igreja não dá a César o que lhe é devido — o direito de governar sem a sua intromissão — e isto porque deixou de dar a Deus o que também Lhe é devido — a honra a que Ele tem direito como Deus.
Houve em verdade uma prostituição de direitos pela igreja católica — os direitos de César e os direitos de Deus. E quão calamitosa é esta prostituição deparamos na vida espiritual e material das massas humanas e nas relações internacionais. Horroriza-nos a declaração da profecia de que os governantes do mundo foram prostituídos por suas relações com a Sé de Roma.
"E OS QUE HABITAM NA TERRA SE EMBEBEDARAM COM O VINHO DA SUA PROSTITUIÇÃO"
Esta é uma gravíssima denúncia que pesa sôbre a igreja apóstata. Por certo já vimos um ébrio sob a ação do vinho, do vinho embriagante. Quão séria e lastimosa é a sua situação. Êle não se porta com decência e nem mesmo pode expressar o que é correto e moral. Sua mente está atrofiada, entorpecida pela ação venenosa do álcool do vinho e sua razão está tão em descontrole que êle já não é mais senhor de si mesmo.
Imaginemos agora as nações sob a ação entorpecente do vinho a um só tempo. Seria isto uma catástrofe mundial. Tôda a humanidade jazeria sem controle. O demônio do álcool oculto no vinho, seria o imperador das consciências. Tôdas as ações cometidas em tôda a terra, seriam ações desastrosas em que a razão, amortecida e obstruída pelo deletério veneno alcoólico do vinho, não seria capaz de detê-las, estaria sem ação própria, sem defesa. Porém, depois desta ilustração, concluamos o que quer dizer a profecia do embebedamento dos “que habitam na terra” “com o vinho” da “prostituição” da igreja romana. Mas, o que é, afinal o vinho da sua prostituição?
Note-se que se trata do “vinho da sua prostituição”. A igreja tornou-se prostituta porque abandonou a Cristo. E somente alguém pode abandonar a Cristo quando abandona a verdade de Cristo, o Seu perfeito evangelho que encerra um maravilhoso corpo de doutrinas que constituem o fundamento da verdadeira fé cristã.
E não se discute que tôda esta preciosa verdade foi abandonada pela igreja de Roma, quando ela se prostituiu, unindo-se a um marido arranjado ilicitamente, o papado, e também por sua união ilegal com César, os govêrnos civis. E’ claro que, uma vez pondo de lado as santas doutrinas fundamentais da fé apostólica e cristã, pelo abandono de Cristo para unir-se com outros, a igreja papal tinha que arranjar outras para substituir aquelas. E é o seu corpo de errôneas doutrinas ou ensinamentos, que constitui o “vinho da sua prostituição”, com o qual “os que habitam na terra se embebedaram”. Veja-se Capítulo quatorze verso oito: O vinho de Babilônia.
Embriagados que estão, pois, as multidões da terra com o vinho da prostituição da “grande prostituta”, não podem entender as verdadeiras doutrinas básicas do evangelho do Senhor Jesus. Suas mentes estão embotadas pelo vinho do êrro da “grande Babilônia”; e por mais clara que se torne a verdade de Cristo a seus olhos e ouvidos, não a podem crer e aceitar. Estão entorpecidos pelo venenoso vinho de Roma. Terrível tragédia para um mundo que podería ser salvo para Cristo!
A MULHER CAVALGA UMA BESTA CÔR DE ESCARLATA
A mulher santa do capítulo doze representando a igreja de Cristo foi vista na visão estando nas alturas dos céus sôbre um luminoso fundamento. A mulher do capítulo dezessete, a “grande prostituta”, vira o profeta no deserto, lugar da habitação dos demônios.
A besta côr de escarlata sôbre a qual a mulher se assenta, tem tôdas as características do dragão vermelho do capítulo doze e muita semelhança com a besta do capítulo treze. O dragão, diz a própria profecia, é Satanás sendo também Roma-pagã ou Satanás no controle do império romano. A bêsta do capítulo treze que recebera poder do dragão é Roma-papal, sucessora de Roma-pagã. Assim podemos ter uma idéia da bêsta sôbre a qual a igreja de Roma fôra vista “assentada” ou dos poderes que a sustêm no mundo.
Mas, a mulher aparece tão naturalmente cavalgando a bêsta, sem o uso de freio ou chicote aparentes, como se a tivesse domado e ensinado a obedecer, com temor e tremor, às suas ordens de comando. Assim foi a igreja de Roma por 1260 anos, desde 538 a 1798, na supremacia temporal do papado na Europa. O papado é o poder clerical sob um único homem e a igreja é a mão firme propagadora e mantenedora do poder do papado no mundo.
Foi pela igreja que o papado pôde subjugar a Europa medieval e reduzí-la à escravidão. A igreja tornou-se igreja do Estado, nos escuros séculos medievais em tôda a Europa, e foi tão mais forte que êle que o pôde dirigir a seu bel prazer. Envenenados e entorpecidos pelo vinho da sua prostituição e sem terem direito às suas próprias consciência, os Estados e os estadistas da Europa nada tinham mais a fazer senão acatar e executar as ordens da igreja, mesmo os mais hediondos crimes contra os santos por ela denominados hereges. O período do consórcio da igreja católica com o Estado, na Idade Média, foi o pior período jamais registado na história do mundo.
O CARÁTER DA BESTA ESCARLATA
A “besta côr de escarlata” estava cheia de “nomes de blasfêmias”. O mesmo é dito da bêsta do capítulo treze “semelhante ao leopardo”. “Nomes de blasfêmias” ou nomes que são blasfêmias. O que é uma blasfêmia? Contra quem somente é possível blasfemar? Blasfêmias são palavras que ofendem, que ultrajam a divindade. Uma blasfêmia não pode ser proferida de homem para homem porque ambos são humanos.
Os homens só podem blasfemar, contra Deus, Seu Filho e Seu Espírito Santo.1) Assim era a besta sobre a qual a mulher estava assentada — estava cheia de blasfêmia contra Deus, Cristo e Seu Espírito. Tal foi a história dos poderes com os quais a igreja romana se aliou e sôbre os quais dominou por quase treze séculos na Europa. Ela os ensinou a blasfemar contra o Todo-poderoso.2)
AS VESTIDURAS DA "GRANDE PROSTITUTA"
A púrpura e a escarlata são as principais côres simbólicas da igreja papal. Os mantos usados pelos papas e cardiais são precisamente de púrpura e escarlata. “O trono papal sobre o qual o papa é levado, o pálio que é estendido sobre ele, todo o seu séquito e ainda ele mesmo, todas as igrejas de Roma, todos os palácios e todos os pavimentos por onde anda, são cobertos de púrpura e escarlata; os cardiais pretendem não só a dignidade real, senão que usam um traje talar vermelho e purpúrio e um chapéu da mesma côr, como o são também até as mantas dos cavalos que montam”.3) E quem quiser comprovar o cumprimento da profecia com seus próprios olhos, basta dirigir-se a Roma.
Ainda a revelação fala de seus adornos de “ouro, e pedras preciosas e pérolas”. Na verdade miríades de pedras preciosas e pérolas adornam as cerimônias papais. Só a tríplice coroa papal já é o cumprimento da profecia. “Sôbre a armação ou esqueleto, forrado de seda, ostenta três coroas de ouro, que levam incrustados tesouros de rara pedraria. A primeira côroa tem dezesseis rubis, três enormes esmeraldas, uma água-marinha e uma safira.
A segunda ostenta dez esmeraldas, oito rubis, duas águas-marinhas e três safiras. E a terceira, dezenove gigantescos rubis e uma multidão de safiras, águas-marinhas, crisólitos e granates, além de pérolas que leva cada uma das três coroas e que reunem noventa pérolas por fileiras. No fim, rematando tão preciosa jóia, fulgura a cruz feita com onze soberbos brilhantes de singular limpidez e tamanho”.4)
Mas estas evidências purpúreas e as custosas jóias de Roma, não são apenas prioridade do papa e de seus cardeais, mas de seus arcebispos, bispos e igrejas de tôda a terra. Isto evidencia que os pormenores proféticos concernentes aos adornos da mulher é mais uma prova inconteste de que ela representa perfeitamente a igreja do papado, o seu instrumento no mundo.
O CALIX DE OURO NA MÃO DA MULHER
O calix, por ser de ouro, símbolo da pureza e da viva fé, devia estar transbordante da pura doutrina e da pura verdade apostólicas. Porém, que diz o profeta continha êle? Oh, viu-o “cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição”! A igreja que se arroga depositária da verdade pura para o mundo, a ele está dando a beber, em taça de ouro, abominações e imundícias resultantes aa sua prostituição.
E, para evidenciar ainda mais o cumprimento da profecia pela igreja católica, lemos na história o seguinte: “Em 1825, por ocasião do jubileu, o papa Leão XII fêz cunhar uma medalha que trazia de um lado sua própria imagem, e do outro, a da igreja de Roma simbolizada como uma ‘mulher’ que sustinha em sua mão esquerda uma cruz e na direita um cálix, e tinha em seu redor a legenda, Sedet Svper universvn, ‘todo o mundo é seu assento”’.
1) Mas a profecia do capítulo dezoito, que também trata da igreja católica, alerta o mundo com estas palavras: “Tornai-lhe a dar como ela vos tem dado, e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras: No cálix em que vos deu de beber dai-lhe a ela em dôbro”.2) Esta profecia fala bem alto do que são os ensinos de Roma representados por aquêle calix simbólico de ouro. Estejamos alerta, pois, contra o vinho de Babilônia.
A INSCRIÇÃO DA TESTA DA MULHER
A primeira palavra é “mistério”! Em sentido geral, a igreja católica é um mistério. Uma igreja que possui as Sagradas Escrituras e pretende ser a sua guardiã e única interprete e ensina doutrinas flagrantemente contrárias às mesmas Escrituras, é isto na verdade um mistério. S. Paulo já se referira a êste mistério que o denominou de “mistério da injustiça”.
3) Não era um mistério Roma-pagã fazer sua obra pagã em perseguir a igreja cristã. Mas, uma igreja que se diz cristã e mãe da cristandade, e ainda embriagar-se “do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus”, é um mistério verdadeiro. “Uma igreja jatando-se a si mesma de ser a noiva, e ainda ser prostituta; intitulando-se a si mesma de Sião e ser Babilônia — isto é um mistério. Um mistério é, que, quando ela diz a todos
— Vinde a mim — a voz do céu clama — ‘sai dela, povo meu’. Um mistério é, que aquela que se orgulha como cidade dos santos, tornou-se a habitação dos demônios; que aquela que pretende ser infalível, está falando para corromper a terra; que, denominando-se ‘mãe das igrejas’, é chamada pelo Espírito Santo ‘mãe das prostitutas’; que aquela que se orgulha ser indefectível, deve um dia ser destruída, e que os apóstolos devem regozijar- se em sua queda; que aquela que tem, como ela diz, em suas mãos as chaves do céu, será lançada no lago de fogo por Aquêle que tem as chaves do inferno. Tudo isto, em verdade, é um grande mistério”.4)
E quem quer que pergunte a razão desta ou daquela das doutrinas abomináveis de sua taça, a igreja responde por seu clero — Mistério! Sim, mistério é a palavra chave da sua manhosa evasiva para não declarar a realidade de seus ensinos e pretensões anti-evangélicos.
BABILÔNIA é a segunda palavra inscrita em sua testa. Babilônia! Êste nome vem de longe e encerra uma história a mais poluída do mundo. Babilônia era em remotos tempos a mais idólatra e a mais prostituída cidade da terra. Falsos ensinos religiosos e prostituição a caracterizavam. A cidade de Babilônia tornou-se a capital de um império mundial que procurou dominar as consciências humanas e impor sua idólatra religião que tinha por fundamento a salvação pelas obras em desprêzo ao plano original de Deus da salvação pela fé.
As Sagradas Escrituras contêm decisivas profecias que foram proferidas contra Babilônia por vários profetas. Sua própria destruição e mesmo o estado de suas ruínas, foram traçados por profecias infalíveis e definidas.
Mas, a Babilônia espiritual, segundo a nossa consideração, é a igreja católica-romana. Esta não é uma declaração humana mas da própria inspiração. Comparando a igreja de Roma com a antiga Babilônia, faz a revelação a mais drástica denúncia contra esta igreja, elevando-a ao mais alto índice como responsável pela corrupção da fé cristã e lavrando tão certamente o seu aniquilamento como o fez com aquela outra Babel da antiguidade.
Numerosos teólogos reconhecem em Roma a Babilônia do Apocalipse. O Dr. Guthrie, da igreja Presbiteriana, asseverando que sua igreja saiu de Roma, diz por fim: “Sairam de Babilônia limpos?”1) Os valdenses “declararam ser a igreja de Roma a Babilônia apóstata do Apocalipse, e com perigo de vida erguiam-se para resistir às suas corrupções”.2)
Inúmeros, personagens históricos do cristianismo reconheceram na igreja católica a Babilônia do Apocalipse. Agostinho, Jerônimo, Tertuliano, Primosius em seu comentário, Vitorino bispo de Petau, André de Cesaréia, Eusébio, Clemente de Alexandria, Papias bispo de Hierápolis, Ecumenius, — e numerosos outros antigos e contemporâneos. Entre a antiga Babilônia oriental e a moderna Babilônia mundial, a igreja católica romana, há um paralelo real:
Ambas exerceram poder mundial sôbre muitas águas.3) Ambas embebedaram as nações com vinho duma taça.4) Ambas são idólatras na história. Ambas pretenderam eternidade, supremacia universal, poder sôbre as consciências e exerceram crueldade contra o povo de Deus. Mas o fim de cada uma das Babilônias é assegurado sob um mesmo símbolo — o afundamento e o afogamento violentamente nas águas.5) E, “caiu Babilônia”, é o grito profético sôbre ambas.6) E, um outro grito profético, de alerta ao povo de Deus, é êste: “Sai dela povo meu”.7) Terrível paralelo!
"MÃE DAS PROSTITUIÇÕES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA"
Uma outra versão traz a palavra “prostitutas” em vez de “prostituições”. Assim está mais em relação com a palavra “mãe”. Mas, quem são estas “prostitutas” das quais a igreja católica é a mãe? “Como suas filhas devem ser simbolizadas as igrejas que se apegam às suas doutrinas e tradições, seguindo-lhe o exemplo em sacrificar a verdade e aprovação de Deus, a fim de estabelecer uma aliança ilícita com o mundo”.
1) Em outras palavras, as “prostitutas” filhas da igreja “mãe”, são as igrejas protestantes que dela sairam e com ela comungam em muitos pontos de doutrinas. O termo Babilônia significa confusão. Dêste modo a Babilônia “mãe” e suas filhas são acusadas da confusão reinante no seio do cristianismo com suas centenares de denominações e de falsas doutrinas. São também responsáveis pela confusão política e social do mundo, pois se lhe ministrassem a pura revelação do evangelho de Cristo, êle por certo estaria em melhores condições do que está.
Que a igreja católica é considerada pelo clero como “mãe”, segundo reza a profecia, declara o próprio papa Pio XII, num de seus discursos. Eis as suas palavras: “A Igreja é Mãe, ‘Santa Mater Eclesia’, a verdadeira mãe de tôdas as nações e de todos os povos, assim como de todos os homens individualmente. Precisamente por ser mãe não pertence com exclusividade a êste ou àquele povo, mas a todos igualmente. A Igreja é Mãe e portanto não é estrangeira em parte alguma. Vive e por sua natureza deve viver entre todos os povos”.2)
POR QUE A INSCRIÇÃO NA TESTA DA MULHER?
Não é estranho que a inscrição — Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostitutas e abominações da terra — fôsse vista pelo profeta na testa da mulher que representa a igreja de Roma. Na testa, o frontal do cérebro, está a sede da razão e da consciência. Por este motivo, não devemos pensar que a igreja católica ignora que ela é o que a inscrição profética diz a seu respeito. Pois, como esta igreja nada mais é que um ardiloso grêmio-clerical mundial sob um falso manto religioso-cristão, interessado unicamente em finanças, — pouco se lhe dá de sua condenatória inscrição que traz em seu frontal.
"A MULHER ESTAVA EMBRIAGADA DO SANGUE DOS SANTOS, E DO SANGUE DAS TESTEMUNHAS DE JESUS"
Cada detalhe da profecia é comprometedor contra a mulher romana. Esta nova denúncia torna claro o fato de que a revelação de Deus adverte o mundo, denunciando a igreja de Roma como anti-cristã. Perseguir seus santos e suas testemunhas, disse Jesus, é a mesma coisa que perseguir a Êle próprio.
3) A expressão — estava embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus — revela as extensas carnificinas da igreja papal e o grande derramamento de sangue que lhes causou. Sobre as perseguições desta igreja contra os santos veja-se o versículo sete do capítulo treze do Apocalipse.
AS SETE CABEÇAS DA BÊSTA
VERSOS 7-11 — “E o anjo me disse: Porque te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da bêsta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres. A bêsta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão, vendo a bêsta que era e já não é, mas que virá.
Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças São sete montes, sôbre os quais a mulher está assentada. E São também sete reis: cinco já cairam, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo. E a bêsta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição”.
O PROFETA MARAVILHOU-SE DA ESTRANHA MULHER
Não era para menos o profeta maravilhar-se desta estranha mulher, depois de ver em visão anterior uma linda mulher, simbólica da Santa Igreja de Cristo, perseguida tenazmente pelo dragão. Agora, na visão desta mulher-romana, “embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus”, o profeta pôde compreender quem o dragão usaria para perseguir a linda mulher — a Igreja de seu amado Mestre.
As perseguições do paganismo que dizimaram a igreja cristã e que êle também sofria, não eram para êle admiração. Mas quando viu que uma igreja nominalmente cristã desembainharia a espada contra a verdadeira igreja de Cristo, para êle isto foi uma grande admiração. Porém, o anjo, dada a sua admiração, prontificou-se dar-lhe novos detalhes identificativos da mulher e da bêsta que ela cavalgava.
AS TRÊS FASES PROFÉTICAS DE ROMA
O quarto animal do capítulo sete do livro de Daniel é definido no próprio capítulo como o quarto reino da terra. O dragão do capítulo doze do Apocalipse é em primeiro lugar emblema de Satanás, depois de Roma, pois os dez chifres o identificam com o quarto animal de Daniel sete citado, que é Roma-pagã, e S. João contemplou esta potência com mais os detalhes das sete cabeças.
Sendo, pois, o dragão, o império romano, suas sete cabeças são impreterivelmente romanas, por meio das quais o império ou o dragão falava e governava. Doutro lado, o dragão está ligado à história da igreja cristã da nova dispensação, não podendo êle representar poderes anteriores a Roma e nem mesmo nesta profecia relacionar-se com a igreja israelita da velha dispensação.
No capítulo que estamos considerando, a bêsta escarlata com sete cabeças e dez chifres é identificada pelo quarto animal da profecia de Daniel, pelo dragão do Apocalipse doze e pela bêsta semelhante a um leopardo do Apocalipse treze, como sendo a mesma potência perseguidora
— Roma. Mas, na história profética de Roma, vemos que esta potência tem três fases distintas.
Em suas formas pagã e papal, é apresentada como um poder perseguidor e opressor do povo de Deus e denominada na profecia como — “a bêsta que era”. Quando em 1798 Roma, na forma papal, recebera a ferida mortal da espada de França revolucionária e deixou de existir como poder temporal, a profecia, desde então, a considera como — “ bêsta que... já não é”. Porém, quando num futuro próximo, em harmonia com várias profecias bíblicas, Roma-papal ascender a seu antigo despotismo temporal e novamente torna-se poder opressor do povo de Deus e das consciências dos homens, então a profecia a considerará — “a bêsta que... há de subir do abismo”.
Do abismo da confusão e do caos reinantes no mundo internacional — religioso e político — surgirá outra vez Roma, para infligir novamente o seu tacão sôbre todos os que não lhe deram irrestrito apoio e não lhe submeteram suas consciências. E novamente o mundo ver- se-á envolto pelos escuros séculos da Idade Média e suas despóticas tragédias.
Mas, graças a uma cláusula desta profecia, o poder romano a ressuscitar “irá à perdição” ou será aniquilado pelos séculos eternos sob o poder de Deus e de Jesus Cristo. Tudo isto constitui uma solene advertência de Deus a todo homem e tôda mulher sinceros, a não ter nenhum compromisso com o poder romano sentenciado a perecer.
AS SETE CABEÇAS DA BÊSTA
O profeta é muito explícito: “Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sôbre os quais a mulher está assentada. E são também sete reis; cinco já cairam, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo”.1)
Quão clara é a definição inspirada: “As sete cabeças são sete montes sôbre os quais a mulher está assentada”. Aqui está o assento ou o local, sede de Roma, apontado pela revelação. Uma cidade, é claro, edificada sôbre sete montes ou colinas. Pois, no versículo 18, lemos: “E a mulher que viste é a grande cidade que reina sôbre os reis da terra”.
Não era propriamente a cidade que reinava, e sim o poder que nela tinha seu assento. E não é a cidade de Roma chamada — “a cidade das sete colinas”, denominadas: Aventino, Palatino, Quirinal, Viminal, Ceoli, Janículo e Esquilino? Não dominou o poder romano, quer pagão quer papal, da cidade de Roma?
Assim, em primeiro plano, as sete cabeças apontam para a cidade de Roma e significam Roma.
Em segundo plano, as sete cabeças são emblemas de “sete reis”, como as são dos sete montes de Roma. Isto é, “sete reis” que exerceram seu domínio e isto é fora de tôda controvérsia — dos sete montes ou da cidade de Roma, “sobre os reis da terra”. Pois, o versículo 18 citado enfatiza que os sete montes e os sete reis estão ligados à história da cidade de Roma donde o poder romano foi exercido no mundo de então.
Sim, é indiscutível que em Roma só governaram ou reinaram romanos. Os poderes que antecederam Roma no cétro mundial, não impuseram suas leis ao mundo dos sete montes ou da cidade dos Césares. Tudo, pois, enfatiza altamente que as sete cabeças são indiscutivelmente romanas e jamais apontam outro poder antecedente a Roma.
Mas, se em Roma só governaram romanos, que “sete reis” são êstes da explanação da profecia? A palavra “reis”, do original grego, vem do vocábulo “basileus”, que também significa “dignidades”. Dêste modo temos que o poder romano exercido de Roma caracterizou-se, em sua história, por sete “dignidades” políticas governativas. E a história romana fomece-nos exatamente estas sete “dignidades”, como seguem abaixo:
1. Reis (753); 2. Cônsules (510). 3. Ditadores (500). 4. Tribunos (493). 5. Decênviros (450). 6. Imperadores (30). 7. Papado (538 A.D.).
Os cônsules depuseram a realeza e estabeleceram a República; os ditadores eram nomeados como tais quando necessário para salvar a pátria em perigo; os tribunos eram os defensores dos direitos da plebe; os decênviros eram os redatores das leis; os imperadores eram, por assim dizer, os únicos administradores do império; e o Papado cuja história bem conhecemos.
Em sua exposição detalhada, refere a inspiração que, ao tempo desta profecia do ano 94 A. D., cinco das sete “dignidades” já haviam caído, isto é, as cinco primeiras. Uma delas, a sexta, existia reinante, que era a imperial, na pessoa dos imperadores, que suplantou as cinco primeiras em esplendor político. A sétima “dignidade” viria no futuro, após a queda da imperial. E, ao cair Roma Imperial, em 476 A.D., a “dignidade” que se seguiu foi a papal, a sétima cabeça do dragão chamada ainda romana.
"E QUANDO VIER, CONVÉM QUE DURE UM POUCO DE TEMPO"
Qual seria o “outro” “rei” de Roma ou a outra fórmula de poder romano que viria, e duraria “um pouco de tempo”? A resposta é evidente e sobeja. A sexta fórmula, reinante ao tempo de São João, era a Imperial que, como vimos caiu em 476 A.D.. E a sétima fórmula ou o sétimo “rei” de Roma que viria ao cair a sexta, foi, sem contradição alguma — o papado romano, de 538 a 1798.
Entre as tantas evidências de que o papado é a sétima cabeça do dragão e das duas bêstas — dos capítulos treze e dezessete — a continuação da antiga Roma-Cesariana, contam-se estas: Seu nome é romano, pois assim se denomina a si mesmo; a sede de seu trono mundial é a mesma Roma de Rômulo e dos Césares; arroga as mesmas pretensões romanas; pretende títulos divinos como os imperadores romanos; seu idioma é o mesmo da velha Roma — o latim; blasfema de Deus como os seis anteriores “reis” de Roma; e propaga a idolatria como Roma-pagã.
Verdadeiramente não há dúvida alguma de que o papado é a sétima cabeça da bêsta romana, côr de escarlata e da outra do capítulo treze bem como do dragão vermelho do capítulo doze ou o próprio Império Romano sob um novo aspecto. E durou “um pouco de tempo” realmente, aliás, 1260 anos, de 538 a 1798, quando a França, cumprindo outra profecia divina, arrebatou-lhe o poder temporal que exercia em tôda a Europa.
O OITAVO "REI" DE ROMA
O versículo onze é idêntico à primeira parte do versículo oito. Em paralelo temos os dois textos assim: A bêsta que... foi — a bêsta que era; e já não é — e já não é; e há de subir do abismo — é ela também o oitavo e é dos sete; e irá à perdição — e vai à perdição. Quão definida é a inspiração da profecia.
A versão de João Knox reza assim o versículo onze: “E a bêsta que uma vez viveu e agora está morta, deve ser reconhecida como o oitavo, ainda que êle é um dos sete; mas ela encontrará o caminho que a levará à sua destruição”. Diante dêste texto mais esclarecido, conviemos que o poder romano ia morrer.
No capítulo treze versículo três, é isto enfatizado no que respeita a Roma-papal, nas seguintes palavras: “E vi uma de suas cabeças como ferida de morte”. No capítulo dezessete é dito que a bêsta morreu e pelo capítulo treze notamos que ela morreu porque “uma de suas cabeças” foi “ferida de morte”. Assim a bêsta é o que são as suas cabeças. Morrendo ou sendo morta a sua cabeça reinante — morre ou é morta pròpriamente a bêsta.
E a única vez que foi morta uma de suas cabeças e bem assim a própria bêsta ou poder romano, foi em 1798 quando o exército francês revolucionário destituiu o papado do seu poder temporal e aprisionou o Papa Pio VI que, levado para a França, ali morreu. Portanto, desde que o poder romano foi fundado em 753 A. C., com Rômulo, só em 1798 A. D. é que êste poder foi morto. Pois o poder romano é um só, quer na fórmula pagã quer na papal; a bêsta é um único poder e suas sete cabeças representam-na em tôda a sua história. A fórmula papal de Roma foi apenas uma transição deste poder do paganismo real para o cristianismo irreal. Mudou tão sòmente de nome ou de título enquanto o poder permaneceu o mesmo.
Deste modo, a explanação mais completa do versículo onze, é a seguinte: “A bêsta que uma vez viveu e agora está morta”, é o poder romano transmudado de pagão para cristão ou de civil para eclesiástico. E, o oitavo rei de Roma, que será uma das sete cabeças e que também há de ser a própria bêsta ressurreta, é a mesma cabeça ferida de morte, “cuja chaga mortal” será “curada” ou a própria bêsta em sua fase papal morta em 1798.
Assim o oitavo “rei” de Roma, só poderia surgir posteriormente ao ano 1798, porque até êste ano dominou de Roma o sétimo “rei”, o papado. Ora, das sete cabeças da bêsta escarlata ou dos “sete reis” que elas representam, o oitavo só poderá ser, em verdade, o mesmo papado, pois dos sete é o único que permanece com vida, vindo-se restaurando como oitavo rei de Roma desde 1800.
Daí esta profecia nos atestar que o papado, novamente, como nos séculos medievais, reassumirá o poder temporal romano perdido, e da “cidade das sete colinas” ditará suas leis aos potentados do govêrno civil para que as executem contra os que se lhe opuserem. O poder que Roma-papal exerceu no passado foi sôbre os dez reinos do versículo doze e a restauração outra vez, completa, de seu poder, terá de ser sôbre êles e em união com êles ou em um novo consórcio entre Igreja e Estado.
O versículo três, do capítulo treze encerra, com mais evidência, a futura restauração total do poder temporal do papado — como o oitavo dos “sete reis” ou das sete cabeças romanas. Porém, segundo assegura a profecia ainda, o papado “vai à perdição”, como já vimos. Outras profecias do Apocalipse e de Daniel dão mais ênfase à sua destruição sob os juízos de Deus.
OS DEZ CHIFRES DA BÊSTA
VERSOS 12-14 — “E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a bêsta. Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à bêsta. Êstes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com Êle, chamados, e eleitos, e fiéis”.
OS DEZ CRIFRES SÃO DEZ REIS OU REINOS
Os dez chifres, reza a profecia, são dez reis ou reinos, que aparecem em várias profecias dos livros de Daniel e do Apocalipse. Em qualquer uma destas profecias vemos que os dez reinos sairam do império romano ou o dividiram entre si, e são eles hoje: Francos- França, Alamanes-Alemanha, Anglo Saxões-Inglaterra, Lombardos- Itália, Visigodos-Espanha, Suevos-Portugal, Borgundos-Suíça, Ostrogodos, Hérulos e Vandalos.
Estes três últimos foram removidos pelo papado, isto é, destruídos por serem seus oponentes. Foi em meio dêstes reinos que surgiu o papado como esclarece a profecia do capítulo sete do livro de Daniel. Ao tempo de S. João êstes dez reis não haviam recebido o reino e nem mesmo existiam como reinos; mas reinariam “conjuntamente com a bêsta”, o papado.
Durante uma “hora” reinariam êles com a bêsta. O vocábulo grego “oran” — hora, tem três significados: 1) “Um espaço definido de tempo, uma estação; 2) uma hora (de 60 minutos. Atos 5:7); 3) o tempo particular para alguma coisa” (S. Luc. 14:17).1) Vemos que o vocábulo “hora” também significa em grego mais do que uma hora literal — o tempo particular para alguma coisa. Os dez reinos não poderiam reinar com a bêsta apenas uma hora de 60 minutos.
Com ela reinariam todo o tempo — tempo particular para alguma coisa — em que ela reinasse. Certa versão bíblica traduz o texto assim: “E os dez reinos que viste são dez reis que não receberam ainda um reino, mas como reis alcançarão poder por um tempo com a bêsta”. E que o papado, a bêsta, reinou “por um tempo” ou de 538 a 1798, é fora de tôda dúvida. Os 1260 anos de reinado temporal do papado foram na verdade um “oran”, não de 60 minutos, mas de séculos, em que os dez reinos reinaram com êle.
"ENTREGARÃO O SEU PODER E AUTORIDADE À BÊSTA"
Isto é também confirmado no capítudo treze. Poder e autoridade dos reinos europeus para atuar à sua vontade. Durante o reinado dêles com a bêsta-papal, 538-1798, isto foi plenamente confirmado. A França foi a primeira potência a entregar-lhe o poder e autoridade.
E o papado, com o poder e a autoridade dos potentados em suas mãos, tornou tal aquele “oran” em que êles reinaram com êle, que a história chegou a denominá-lo de “Idade Escura”. Seriam necessários não poucos volumes para descrever todos os crimes, todas as astúcias e todos os deboches daquele “oran” crucial para a Europa e o mundo sob o papado.
"ÊSTES COMBATERÃO CONTRA O CORDEIRO"
O Cordeiro é Jesus Cristo. Contra Êle de fato combateram os dez reinos europeus irmanados com a bêsta. Dela receberam e executaram ordens contra o povo de Deus. O sangue dos “santos e das testemunhas de Jesus “foi por êles derramado em profusão no solo europeu, por ordem da bêsta-papal. Por milhões, dezenas de milhões, contou-se o número das vítimas. Batalhavam contra o Cordeiro batalhando contra o Seu povo por ordem da bêsta-romana. Todo o poder que se alia com a besta batalha contra o Cordeiro, pois do contrário não poderá com ela aliar-se.
Mas os dez reinos perderam seu tempo em aliarem-se à bêsta de Roma para batalhar contra o Cordeiro. Nada ganharam com isto, antes perderam, porque a profecia diz: “E o Cordeiro os vencerá, porque é Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com Êle, chamados, e eleitos, e fiéis”. Quem poderá vencer o Cordeiro de Deus?
Quem vencerá os que estão com Êle? No capítulo seis é referido que, aos milhões que foram chacinados por aquêles reinos sob as ordens da bêsta, “foram dadas a cada um compridas vestes brancas”, emblema de vitória embora lhes fôsse derramado sangue pelos agentes de Satã. Os seus matadores sim, foram vencidos em vez de vencedores.
AS ÁGUAS QUE VISTE
VERSO 15 — “E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas”.
O versículo dezoito contém a explanação do primeiro referente às águas onde a “grande prostituta” estava assentada. Ela fôra vista assentada sobre uma bêsta côr de escarlata com “sete cabeças e dez chifres”, as cabeças representando Roma e os dez chifres a Europa. Aí estão os “povos, e multidões, e nações, e línguas”, sôbre os quais a mulher estava assentada, a todos dirigindo a seu prazer sem que pudessem dizer- lhe — não.
OS DEZ REINOS ABORRECEM A BÊSTA
VERSOS 16-17 — “E os dez chifres que viste na bêsta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão desolada, e núa, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo. Porque Deus tem pôsto em seus corações que cumpram o seu intento e tenham uma mesma idéia, e que dêem à bêsta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus”.
Estes versículos falam bem alto do juízo contra a igreja apóstata que infligiram os rez reinos europeus, depois de por algum tempo lhe terem emprestado o poder e autoridade. Em 1798 França foi a primeira nação sujeita a dar-lhe o golpe. E as demais cortaram também com ela as suas relações de Igreja e Estado unidos.
A igreja ficou abandonada e privada de suas carnes, isto é, de seus chamados Estados vassalos. Como que queimada no fogo, ficou seu poder reduzido a um montão, aliás, circunscrito aos edifícios do Vaticano. Foi isto que o anjo dissera ao profeta no princípio da visão: “Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sôbre muitas águas”. E êste juízo dos dez reinos estava em harmonia com a vontade de Deus. Todavia a condenação sê-lo-á completada de cima.
A MULHER QUE VISTE
VERSO 18 — “E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra”.
Qual a cidade que reinava sôbre os reis da terra nos tempos de S. João? A resposta é uma só: Roma. Ora, uma mulher profética nunca foi apresentada como emblema de cidade. Na verdade não era a cidade de Roma que reinava sôbre os reis da terra, mas o poder romano que nela tinha o seu assento.
A mulher vista sôbre a bêsta, na visão, não era a cidade de Roma, mas a igreja, também denominada Roma, que dela reinou sôbre os reis da terra ao cair o poder romano civil. A declaração de que a mulher era a cidade de Roma, foi apenas uma pista dada ao profeta, pelo anjo que o assistia, para que nós encontrássemos o caminho para entendermos o perfeito cumprimento da profecia.