O capítulo dezessete apresenta Babilônia no seu efêmero esplendor em sua união ilícita com os reis da terra enquanto pretende cristianismo. No capítulo dezoito é ela desmascarada, acusada de habitação de demônios e lavrada a sua condenação. Porém, o capítulo dezenove descreve a vitória total de Cristo e de Seus santos sobre Babilônia.
A primeira parte do capítulo trata do imenso regosijo que causará entre os sêres celestiais e os santos ainda na terra, a queda de Babilônia sob o poder de Cristo. A segunda parte concretiza a certeza da vitória de Cristo sobre Babilônia, e atesta que ela é, especialmente, o conjunto de duas grandes facções religiosas — o papado e o protestantismo ou primeira e segunda bestas e suas múltiplas igrejas.
Com este capítulo encerram-se as profecias que dizem respeito à multimilenária contenda entre a luz e as trevas ou entre o bem e o mal ou entre Cristo e Satanás até à segunda vinda do Senhor Jesus.
REGOZIJO NO CÉU PELA QUEDA DE BABILÔNIA
VERSOS 1-4 — “E, depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia: Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus; porque verdadeiros e justos são os Seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos Seus servos. E outra vez disseram Aleluias. E o fumo dela sobe para todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos, e os quatro animais, prostraram- se e adoraram a Deus, assentado no trono, dizendo Amém. Aleluia”.
O céu regozijar-se-á com o julgamento ou vitória de Cristo sobre “a grande prostituta” que corrompeu a terra com a sua prostituição e com a vingança do “sangue de Seus santos” “das mãos dela”.
Enquanto na terra, à queda de Babilônia, os reis, os mercadores e os navegantes que tiveram contato com ela pronunciarão três “ais” duplos, os habitantes do céu, fremindo de alegria por sua subversão, pronunciarão três “aleluias”. Em todo o Novo Testamento não encontramos o termo “aleluia” senão neste capítulo, e tanto mais se reveste êle de significação quando é empregado como expressão de triunfo sobre a ruína de Babilônia.
Aleluia é uma palavra hebraica de “Halelu”: Louvai e “Jah”: Deus, isto é, louvai a Deus. “Entre os judeus, segundo o ritual fixado pelo Talmude, cantava-se, 18 vêzes no ano, especialmente durante o repouso pascal, o grande hallel, isto é, salmos 113 a 118 que principiam todos pela palavra aleluia”.1)
REGOZIJO NO CÉU PELAS BODAS DO CORDEIRO
VERSOS 5-9 — “E saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que O temeis, assim pequenos como grandes. E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia: pois já o Senhor Deus Todo-poderoso reina.
Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-Lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua espôsa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandescente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aquêles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus”.
UM CONVITE DO TRONO DE DEUS
Depois do primeiro côro celeste regozijar-se pela queda de Babilônia, uma voz do trono convidará as hostes celestes para um ainda maior louvor ao nome de Deus. Imediatamente um segundo côro entoará o Seu louvor. E, quão altamente grande há de ser a voz daquele côro, dá-nos a entender o profeta, dizendo que será como “a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões”. Vejamos as palavras do grande côro:
“Aleluia: pois já o Senhor Deus Todo-poderoso reina”. A aleluia de que Deus “já... reina”, aludirá ao Seu reinado na terra. Quando Êle subjugar todos os Seus inimigos conjuntamente com “a grande Babilônia”, então Êle reinará, em verdade, no mundo através de Jesus, Seu Filho.
“Vindas são as bodas do Cordeiro”. Tão grandemente esperadas são Suas bodas pelos seres celestiais que, ao estarem para se realizar, a saudarão com altissonante voz em tríplice expressão de contentamento: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos e demos-Lhe glória”.
E se os sêres celestiais anseiam ardentemente pelas bodas do Cordeiro, muito mais deveria a igreja do Cordeiro ansiar por elas. Naquele tempo, tudo terá chegado a um fim exato: Babilônia estará reduzida a pó, as “bodas do Cordeiro” chegarão e a sua esposa estará pronta para as bodas.
Quem é a espôsa do Cordeiro? No primeiro versículo do capítulo doze assentamos já, que a Sua esposa é a Sua igreja na terra como representante figurada da Nova Jerusalém que é a verdadeira esposa do Cordeiro.
A igreja, como espôsa terrestre do Cordeiro, estará trajada de linho fino, puro e resplandescente; porque o linho fino são as justiças dos santos, aliás, a “justiça de Cristo repartida a cada um” dêles como componentes da espôsa do Cordeiro. Nas bodas a espôsa será tão justa como o Cordeiro, o espôso; pois sua justiça será a dÊle.
UMA BEM-AVENTURANÇA
“Bem-aventurados aquêles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus”. Infelizmente “muitos são chamados mas poucos escolhidos”.1) Mas as palavras do Salvador a Seus escolhidos são estas: “Vinde, povo Meu, tendes passado por grande tribulação, e feito a minha vontade; sofreste por Mim; vinde à ceia porque desejo singir-me e servir-vos”.2)
O DOM DE PROFECIA
VERSO 10 — “E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas êle disse-me: Olha não faças tal: sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus: adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia”.
"ADORA A DEUS"
Nos versículos oito e nove do capítulo 22 encontra-se a explanação dêste maravilhoso conselho de Gabriel, o anjo do Senhor. Antes de chegarmos àquela consideração, aceitemos agora mesmo o seu sublime conselho e decidamo-nos a adorar a Deus “em espírito e em verdade”; pois disse Jesus, “o Pai procura a tais que assim O adorem”.3)
O TESTEMUNHO DE JESUS OU O ESPÍRITO DE PROFECIA
O Testemunho de Jesus é definido pela própria revelação como o “Espírito de Profecia”. E o que é o Espírito de Profecia? Nesta frase compreendemos duas verdades visíveis e definidas e uma invisível e compreensível. A primeira é o Espírito, isto é, o Espírito Santo, que é o inspirador e o caminho de ligação entre Cristo e o homem.
A segunda é a Profecia, a revelação antecipada daquilo que está por suceder. E, a verdade invisível mas indiscutível na frase, é o profeta, um agente humano que fala por inspiração. Estas três verdades da frase — Espírito de Profecia — são esclarecidas por S.
Pedro, nestas palavras: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”.1) Assim a frase apocalíptica pode ser resumida nestas três palavras: Espírito-profeta-profecia. Isto é o “Testemunho de Jesus”, o “Espírito de Profecia”, que é mais propriamente denominado de — Dom de Profecia.
Através dêsse dom Se tem Jesus comunicado com a família humana, da parte de Deus, desde que o homem caiu em pecado. Nunca foi este dom retirado da igreja quando fiel a Deus. Em certas épocas de crise para a igreja de Deus ou para a humanidade êle tem sido manifesto para admoestar, orientar e predizer, segundo a vontade de Deus.
Antes do pecado do primeiro homem, Deus falava com êle pessoalmente “sem nenhum véu de permeio”. Mas, o pecado abriu um abismo entre o homem e Deus, e nem mais a voz audível do Criador pôde êle ouvir sem temor.2) Agora, para a continuidade das relações, fez-se necessário um Mediador que estivesse sôbre o abismo do pecado entre Deus e o homem.
E quem poderia ser o Mediador senão o Filho de Deus? Através de Jesus a humanidade foi novamente ligada com Deus imediatamente após a entrada do pecado. Esta gloriosa verdade do plano da salvação foi maravilhosamente ilustrada no sonho de Jacó, segundo o qual o Filho de Deus se tornou uma escada simbólica de acesso ao céu e do céu à terra; do homem a Deus e de Deus ao homem. E assim continuaram as relações entre o homem e seu Criador, até ao dia de hoje.
Como, porém, o Mediador era em tudo semelhante a Deus, também Êle não podia comunicar-Se pessoalmente com o homem da parte de Deus. Foi então que surgiu a necessidade do Dom de Profecia, pelo qual o Mediador pôde entender-se perfeitamente com o homem e transmitir-lhe as revelações da vontade de Deus. Um semelhante seu deveria então falar-lhe em nome do Mediador e de Deus. Surgiram os profetas.
Eles foram escolhidos e preparados pelo Mediador para a sagrada missão. Em virtude de inspiração do Espírito Santo, o Agente direto e ativo do Dom de Profecia, nenhum profeta recebeu o encargo sagrado por herança ou por designação humana. E tudo quanto se contém nas Sagradas Escrituras, do Velho e do Novo Testamento, é evidente de que êles foram realmente chamados por Cristo e por Seu Espírito, inspirados através de sonhos e visões.3) Assim manifestou-se por intermédio dêles o Testemunho de Jesus ou o Espírito de Profecia ou o Dom de Profecia.
Mas o Espírito Santo foi o Agente que tornou possível êste sagrado Dom do Mediador. A isto diz São Pedro: “Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava nêles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir”.4)
O DOM DE PROFECIA EM ISRAEL
Desde a Sarça Ardente em que Deus falou a Moisés, tôda a história de Israel está repleta de manifestações do Dom de Profecia. Na jornada pelo deserto, nos dias de Josué, no período dos Juízes, na época dos reis do reino unido e do reino dividido, durante e depois do cativeiro, não faltou ao povo de Deus a luz da revelação do Dom de Profecia. Com frequência era o povo de Israel instruído, aconselhado, repreendido e advertido por homens e até por mulheres que lhe falavam da parte de Cristo e de Deus.
Alguns profetas foram despertados para um longo ministério, enquanto outros o foram por pouco tempo. Alguns, chamados pelo Espírito de Deus, deram a sua mensagem e imediatamente desapareceram como profetas. Assim, por tôda a era patriarcal e a Dispensação Mosaica, por milênios, Deus, em Seu Filho, estêve ligado a Seu povo, através do Dom de Profecia.
O DOM DE PROFECIA NA ERA APOSTÓLICA
João Batista é o primeiro profeta citado no Novo Testamento ou o profeta que ligou as duas dispensações — a Mosaica e a Cristã. O momento mais glorioso de seu ministério foi aquêle em que êle apresentou o Salvador como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.1)
O Novo Testamento declara que Jesus, “subindo ao alto... deu dons aos homens” e que “Êle mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastôres e doutores”. Tal o grande serviço que êstes dons deviam prestar à igreja de Cristo. Mas, por quanto tempo deviam continuar na igreja? Até à segunda vinda de Cristo, diz S. Paulo.2)
Um dos dons mencionados é o de “profecia” como em Éfeso o de “profeta”, isto é, o “Dom de Profecia” que o apóstolo considera o principal de todos.3) Aos tessalonicenses escreveu o apóstolo: “Não extinguais o Espírito. Não desprezeis as profecias”.4) Com isto vemos que na igreja cristã o Dom de Profecia ocupou o primeiro lugar como ocupou na igreja israelita.
No livro dos Atos dos Apóstolos e nas epístolas do Novo Testamento e em especial no livro do Apocalipse, o Dom de Profecia é amplamente manifesto na era apostólica. E não só os apóstolos foram profetas na igreja apostólica como também outros exerceram o Dom de Profecia.5)
A FALSIFICAÇÃO DO DOM DE PROFECIA
Na história de Israel surgiram muitos falsos profetas que pretendiam falar em nome de Deus.6) Por suas falsificações prejudicaram grandemente as relações de Israel para com Deus. Contra eles Deus enviou tremendas mensagens lavrando-lhes um terrível destino.
1) Porém, há nos nossos dias falsos profetas no meio do cristianismo. No Apocalipse é referido um cujas profecias a seu respeito não deixam duvidas tratar-se do protestantismo-estadunidense.2) Entretanto, a mais flagrante falsificação do Dom de Profecia, hoje, é a doutrina da infalibilidade papal. Todos os dons do Espírito Santo, incluso o Dom de Profecia, encontram nela a sua contrafação.
Segundo o concílio do Vaticano de 1870, o papa, em virtude de sua pretendida sucessão apostólica de São Pedro, exerce a infalibilidade quando fala “ex-cathedra” defendendo uma doutrina relativa à fé e à moral. Porém, a sucessão apostólica não pode ser traçada retrospectivamente até S. Pedro.
E, ainda que pudesse ser, não encontramos na história apostólica que a liderança fosse entregue a S. Pedro. Jamais algum apóstolo o reconheceu como líder entre eles. Mas era evidente que Satanás não iria estar desapercebido. Ao ser restaurado o verdadeiro Dom de Profecia nestes últimos dias, como predito no Apocalipse, capítulo doze versículo dezessete, ele procuraria introduzir uma contrafação, e o fêz com a introdução da infalibilidade papal.
REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES
VERSOS 11-16 — “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco: e o que estava assentado sôbre êle chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de jogo; e sôbre a sua cabeça havia muitos diademas; tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo.
E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. E da Sua bôca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e Ele as regerá com vara de ferro; e Êle mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso. E no vestido e na Sua coxa tem escrito êste nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores”.
O profeta contempla o Filho de Deus, deixando o céu e dirigindo-se à terra num cavalo branco. Esta é uma cena apenas simbólica, pois Jesus não necessitou de cavalo para subir da terra ao céu e é evidente que não necessitará para voltar a ela.
A cena representa Jesus como se fôra um grande general montado, apressando-Se com Seus exércitos a dar batalha a Seus inimigos nas planícies do Armagedon. E quem são os Seus inimigos senão “a besta e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos”? O cavalo branco nos dias desta visão, era emblema de vitória, de triunfo na guerra, no que vimos assegurada a vitória, o triunfo de Cristo em Sua segunda vinda, sobre todos os Seus adversários.
UM DOS TÍTULOS DE JESUS AQUI INTRODUZIDO
Seu nome — Fiel e Verdadeiro — está ligado estreitamente à batalha que virá vibrar contra Seus inimigos. Nesta guerra de extermínio dos malfeitores, Êle será “Fiel e Verdadeiro” no sentido que cumprir contra Seus opositores exatamente como os advertira antecipadamente nas profecias. Dar-lhes-á a beber do calix tal como anteriormente os avisara.
Cumprirá infalivelmente o Seu desígnio em lhes dar o merecido quinhão de que são dignos e de que bem lhes notificara por Sua palavra inspirada. E, ainda mais, ao enfrentá-los, julgá-los-á e contra êles pelejará “com justiça”. Sim, ele lhes fará uma guerra de juízo e justiça, para retribuí-los por suas declaradas blasfêmias contra ele; por suas rebeliões contra Sua santa lei e por seus crimes praticados contra o Seu povo inocente na terra.
OS SEUS MUITOS DIADEMAS
Sôbre Seus olhos “como chama de fogo”, veja-se o versículo quatorze do primeiro capítulo. Os muitos diademas ou coroas sôbre Sua cabeça, representam Sua vitória sôbre o poderio dos reis da terra. Os diademas que agora cingem, ou o pretendido direito de reinar, é demonstrado como usurpação dos direitos de Cristo que é o verdadeiro Rei do mundo; direitos de realeza absoluta que Êle logo reconquistará.
O NOME INCÓGNITO DE CRISTO
Naquele dia Jesus terá um nome que só Êle o saberá. Conhecemos muitos de Seus nomes, aliás centenas dêles, revelados nas Sagradas Escrituras. Mas, um dêles, um dos que Êle terá na guerra contra Seus inimigos, é privativo dÊle apenas. Embora o profeta visse o nome escrito, não o pôde entender nem referi-lo.
SUAS VESTES SALPICADAS DE SANGUE
Já dissemos que Jesus virá para juízo e justiça. Isto está em harmonia com Suas vestes salpicadas de sangue, cuja explanação profética é dada pelo profeta Isaías: “Quem é Êste, que vem de Edom, com vestidos tintos de Bozra? êste, que é glorioso em sua vestidura, que marcha com a sua grande fôrça? Eu, que falo em justiça, poderoso para salvar.
Porque está vermelha a Tua vestidura? e os Teus vestidos como os daquele que pisa o lagar? Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve Comigo; e os pisei na minha ira, e os esmaguei no Meu furor; e o seu sangue salpicou os Meus vestidos, e manchei tôda a minha vestidura.
Porque o dia da vingança estava no Meu coração; e o ano dos Meus redimidos é chegado. E olhei, e não havia quem me ajudasse; e espantei-me de não haver quem me sustivesse; pelo que o Meu braço Me trouxe a salvação, e o Meu furor me susteve. E pisei os povos na minha ira, e os embriaguei no Meu furor e a sua fôrça derribei por terra”.1)
SEU NOME "É A PALAVRA DE DEUS"
Na terra Jesus era o Verbo de Deus — a Palavra de Deus. No céu Êle é a “Palavra de Deus”. Ao voltar Êle será a “Palavra de Deus”. E eternamente Êle será a “Palavra de Deus”. Em outros termos, Jesus é o representante pessoal do Pai perante o universo. “Todo o poder”, disse Êle, lhe fôra dado “no céu e na terra”. Ele tem a mente do Pai. Tudo quanto Jesus realiza no céu e na terra, O faz o Pai por Seu intermédio. A mais perfeita união é aqui revelada. Sobretudo “o nome ‘palavra de Deus’ é uma eterna lembrança do concêrto eterno que os dois fizeram, quando Cristo recebeu aquêle nome”.
"E SEGUIAM-NO OS EXÉRCITOS NO CÉU"
Jesus é muitas vêzes na Bíblia denominado — Senhor dos Exércitos. Seus exércitos celestiais são os Seus santos anjos. Com êste santo exército sairá Jesus à peleja contra os Seus inimigos. E que maravilhoso! — todo o exército angélico seguirá o grande General em cavalos brancos e uniformizado “de linho fino, branco e puro”. Na grande batalha estará o exército celestial, em suas vestimentas, identificado com o grande Comandante que os precederá. Todavia, a cavalaria celestial é simbólica da batalha que vibrará na terra contra os adversários da divina justiça.
A AGUDA ESPADA DA SUA BÔCA
Sobre esta espada veja-se o versículo dezesseis do capítulo primeiro. Porém, é dito que com esta espada Jesus ferirá as nações, as nações que pisam a Constituição do Seu universo. Pelo profeta Isaías assim definiu Jesus esta espada: “E fêz a minha boca como uma espada aguda”.2) De sua bôca sairá a espada — a espada que liqüidará Seus ímpios e impedernidos inimigos. “Pela palavra da minha bôca os matei”, diz Êle por Oséias, Ceu profeta.3)
"ELE AS REGERÁ COM VARA DE FERRO"
Esta profética declaração não implica em que Êle governará as nações atuais, mas que as destruirá. Davi dá esta verdadeira explanação: “Recitarei o decreto: O Senhor me disse: Tu és Meu Filho, Eu hoje te gerei. Pede-me, e Eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por Tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; Tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro”.
Note-se agora o apêlo do Senhor aos governantes do mundo: “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor. Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se inflamar a Sua ira; bem- aventurados todos aquêles que nÊle confiam”.1) Mas o Seu apêlo tem sido desconsiderado e a Sua ira não poderá tardar.
O LAGAR QUE CRISTO LOGO PISARA
O lagar desta profecia é “o do furor e da ira de Deus Todo- poderoso”. Êste “lagar”, como indica a sequência da profecia, está ligado à segunda vinda de Cristo, e devemos entendê-lo segundo a explanação dos versículos dezenove e vinte do capítulo quatorze.
REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES
O momento da intervenção de Cristo no mundo coincidirá com o término de Sua obra mediadora no santuário celestial. Êle deporá então Suas vestes sacerdotais trocando-as por outras que indicarão Sua nova prerrogativa. Diz-se que os antigos guerreiros traziam algum título escrito em suas vestiduras. E Cristo, vitorioso, trará à altura de Sua coxa êste título: Rei dos reis e Senhor dos senhores.
O GRANDE BANQUETE DAS AVES
VERSOS 17-18 — “E vi um anjo, que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a tôdas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, e ajuntai-vos à ceia do grande Deus: para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sôbre êles se assentam; e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes”.
O convite do anjo referido não será feito aos homens porque todos terão perecido à aparição de Cristo-Rei. Mas será feito a tôdas as aves do céu — Vinde, e ajuntai-vos à ceia do grande Deus. Que hão de comer as aves na “ceia do grande Deus”?
A carne de todos os inimigos de Deus citados no versículo dezoito. Um dos profetas declara que “serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra”.2) Ezequiel, o profeta, fazendo também referência à ceia das aves, não deixa dúvida de que ela será depois da intervenção de Cristo no Armagedon.3)
Extraordinário contraste: Enquanto no céu se realiza a “ceia das Bodas do Cordeiro”, na terra tomará lugar a “ceia do grande Deus” para as aves do céu. Aquêles que aceitaram o convite de Deus banquetear- se-ão conjuntamente com o Salvador com os frutos da Cidade Santa, enquanto os que rejeitaram o amoroso convite da salvação proporcionarão, com seus próprios corpos, uma ceia às aves de rapina.
A SORTE FINAL DOS INIMIGOS DE DEUS
VERSOS 19-21 — “E vi a bêsta e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra Àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao Seu exército. E a bêsta foi prêsa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da bêsta, e adoraram a sua imagem. Êstes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. E os demais foram mortos com a espada que saia da bôca do que estava assentado sôbre o cavalo, e tôdas as aves se fartaram das suas carnes”.
A ATITUDE DA BÊSTA NO SEGUNDO ADVENTO DE CRISTO
Estará, diz a profecia com os reis e seus exércitos reunidos “para fazerem guerra Àquele que estava assentado sôbre o cavalo, e ao Seu exército”. No capítulo dezesseis versículos treze e quatorze, lemos que a bêsta, inspirada por espíritos de demônios, terá parte preponderante no preparo do Armagedon com os reis da terra. E aqui é dito que ela estará ao lado dos que tentarão guerrear o Filho de Deus, descendo Êle dos céus, ou que os apoiará, estando a êles unida. Mas chegará logo o seu fim conjuntamente com os reis de todo o mundo e seus exércitos.
A SORTE DA BÊSTA E DO FALSO PROFETA
O falso profeta é plenamente identificado aqui com a bêsta de dois chifres da segunda parte do capítulo treze, que é o protentantismo estadunidense. E por que o protestantismo estadunidense é denominado — falso profeta? Ora, um falso profeta, para não ser descoberto como tal, introduz-se com um — assim diz o Senhor — sem que o Senhor lhe tenha incumbido de dar qualquer mensagem.
A mensagem que apresenta dizendo tê-la recebido do Senhor, é falsa. O Senhor não falou por êle e nada tem com êle. Assim é o protestantismo norte-americano — o falso profeta da profecia. Pretendendo falar de acordo com a palavra de Deus em matéria de religião, é enganador, e a profecia o descobre como tal.
Assim ambos, a bêsta e o falso profeta, aproximam-se do fim de sua longa história. Serão presos ou desmascarados como poderes eclesiásticos inimigos de Cristo e estarão irremediàvelmente perdidos. E afinal, serão lançados “vivos no ardente lago de fogo e de enxofre”, no fim do milênio. Não haverá lugar para êles no reino de Deus. O mundo estará livre dêles pela intérmina eternidade.
E os demais, súditos mundiais das nações não cristãs, serão “mortos com a espada” “da bôca do” Rei dos reis e Senhor dos senhores. Então tomará lugar o farto banquete mundial das aves.