264 A profecia sobre a abolição do sábado esta em Oséias 2:11?

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Existe no Antigo Testamento uma profecia sobre a abolição do sábado? Oséias 2:11: 


“Farei cessar todo o seu gozo, as suas Festas de Lua Nova, os seus sábados e todas as suas solenidades”.


Deus não estava abolindo a guarda do Sábado, dia que ele estabeleceu para que santificássemos (Êxodo 20:8-11). Certa vez o profeta Neemias repreendeu os israelitas por não guardarem o Sábado (Neemias 13:17) e por ordem de Deus restabeleceu a guarda do mesmo (Neemias 10:31; Neemias 13:15-22). 


Como Deus iria abolir o sábado, se Ele mesmo pediu para que o povo fosse instruído a santificar esse dia?


Para entender o texto de Oséias, vamos usar outro que também tem seu sentido deturpado: Isaías 1:13.


“Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene”. 


Existe uma ciência responsável pela interpretação do versículo Bíblico chamada de “Hermenêutica”, que estabeleceu alguns princípios para a interpretação dos textos, e um deles é examinar o “Contexto Externo” e o “Contexto Interno”. 


Analisar o “contexto externo” seria analisar o que o autor queria dizer, quando escreveu, a quem escreveu e por que escreveu. “Contexto interno” seria ler os versos que vem antes e depois do texto que queremos estudar.  


Portanto, não devemos tirar conclusões precipitadas sem analisar o contexto do verso, pois estaríamos forçando a Bíblia a dizer o que “não disse”.


Em Isaías diz: “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso para mim é abominação, e também as ofertas de lua nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar a iniqüidade “associada” ao ajuntamento solene”. 


Aqui, Deus não está dizendo que iria abolir o mandamento ou que o povo de Israel não tinha mais espírito religioso por observar o Sábado. 


O Senhor está dizendo apenas que não suportava mais ver eles “MISTURAREM” a guarda do Sábado (no texto mais especificamente os dias sagrados) com a iniquidade, assim como ele não toleraria a guarda de qualquer outro mandamento, se estivesse associado ao pecado. 


Para Deus, não basta obedecer apenas “exteriormente”, mas sim de “coração” como é ordenado no Novo Concerto (Jeremias 31:33; Hebreus 8:10). Nossa vida deve ser repleta de boas obras demonstrando, assim, uma verdadeira conversão. 


A reclamação de Deus não era jamais por eles guardarem o Sábado, pois o próprio criador lhes deu essa ordem! (Êxodo 31:13), mas sim por misturarem os mandamentos de Deus com a iniquidade que praticavam! (examinando o contexto, você poderá ver que a iniquidade praticada pelo povo eram diversas: a idolatria, bebedices e muita maldade- Ver capítulo 2, 5, 8, etc.)      


Com o verso de Oséias é mesma coisa. Deus não estava abolindo a guarda do Sábado, mas dizendo que iria fazer cessar as festividades do povo de Israel, seus sábados cerimoniais, porque eles estavam desobedecendo a Deus. Se lermos um pouco mais abaixo do verso, veremos que o povo estava queimando incenso aos baalins (verso 13); o povo estava sendo infiel, adorando outros deuses. 


Ao dizer que iria “cessar o gozo e os Sábados”, Deus estava profetizando que iria permitir que o castigo viesse a eles, ou seja, iriam ser escravizados e não mais poderiam comemorar suas festas.  


Deus não estava falando que o Sábado não era mais importante. Ele apenas estava falando que devido aos muitos pecados do "povo que guardava o Sábado", este povo não continuaria mais a existir como nação. Deus faria cessar as festas que ocorriam nos Sábados festivos da nação, porque a nação tinha pecado muito, e seriam levados para o cativeiro.


É algo parecido com uma diretora que avisa aos alunos bagunceiros que iria cancelar os jogos de futebol, porque eles estavam fazendo muita bagunça. Claramente pode ser visto que o problema não estava no jogo de bola, em si mesmo, mas nas atitudes irresponsáveis dos alunos.


Assim também Deus avisou através do profeta Oséias que as festividades do povo Judeu teriam um fim (não para sempre, mas temporariamente) até que eles mudassem de procedimento e parassem de viver “na igreja” mas praticando todo tipo de pecado.


Leandro Soares de Quadros

Consultor bíblico