370 Como surgiu o pecado no Universo e no mundo?

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Se Deus é eterno (Salmo 45:6 – RC; ver também Salmo 90:2) e, se pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus (Hebreus 11:2), compreendemos que houve um tempo em que existia somente a família triúna da Divindade em perfeita harmonia e amor. 


Deus então resolve criar. “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles, pois ele falou, e tudo se fez” (Salmo 33:6 e 9). 


Este exército dos céus o adorava (Neemias 9:6) e milhares o serviam (Daniel 7:10) na cidade celestial; os muitos milhares de anjos (Hebreus 12:22), ao redor do trono (Apocalipse 5:11). “Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. 


E clamavam uns para os outros: Santo, santo, santo é o SENHOR” (Isaías 6:2 e 3). Sim, todos os seus anjos, os seus exércitos celestiais... foram criados pelo Senhor (Salmo 148:2-5)! Naquele tempo da eternidade, muito antes da criação do nosso planeta, todos os anjos, juntos, alegremente cantavam e rejubilavam (Jó 38:4-7). Não existia o mal e tudo era paz e harmonia no Céu. 


Esses seres haviam sido criados por Deus dotados de “livre arbítrio”, melhor dizendo, “vontade”, “poder de escolha”. Como Deus é amor, jamais gostaria que Suas criaturas O servissem por obrigatoriedade. Todos os anjos eram livres para escolher receber o amor de Deus e, com Ele, relacionar-se.


Havia um poderoso anjo, a quem chamamos de Lúcifer. A ele, Deus conferira capacidade e posição muito especiais. Veja como ele era: “O sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. 


Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados. 


Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas.  Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado” (Ezequiel 28:12-15).


O Criador o havia criado como um ser inteligente e não um robô. Mas ele começou a usar mal o seu livre arbítrio. Misteriosamente, passou a cultivar um narcisismo muito intenso e a ficar cada vez mais cheio de si. Queria ser igual a Deus. Por possuir tão alta glória e posição sobre os outros anjos, se achava melhor que eles. 


Não percebia muita diferença entre si e o Deus Filho, que se revelava aos anjos na forma de um anjo comandante. Este desequilíbrio veio à tona no coração de Lúcifer, quando a Trindade reuniu-se para planejar a criação de um novo planeta, lindo e habitado por seres inteligentes: a Terra. Lúcifer não foi convidado! Percebeu nítida a diferença: não era criador, mas criatura. 


Em vez de reconhecer sua posição e a de seu Criador, continuou alimentando aquele mistério errado em seu coração e, como a Bíblia diz, “se achou iniquidade em ti... se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda... Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra... 


Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça... profanaste os teus santuários” (Ezequiel 28:15-18). Nas palavras de Billy Graham, ele “não estava satisfeito de se achar subordinado ao seu Criador. Queria usurpar o trono de Deus...” Seu argumento para com os outros anjos era de que o governo de Deus não era justo, pois eles, criaturas, não tinham outra opção a quem servir. Iniciava-se uma rebelião coletiva. 


Várias e várias vezes, Deus advertiu Lúcifer e deu-lhe oportunidade de arrepender-se, mas sempre respeitando sua liberdade de escolha. Nem os anjos fiéis reconheceram plenamente seu caráter, e essa é a razão por que Deus não o destruiu imediatamente. 


Era preciso deixar que muito tempo se passasse até que fossem demonstradas ao Universo, as extremas consequências do pecado (1 Coríntios 4:9). Mas não no Céu! “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva (Lúcifer)! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas (o reino de Deus). 


Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima (dos anjos) de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei... subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao (Deus) Altíssimo. Contudo, serás precipitado para o mais profundo abismo (Isaías 14:12-14). 


Houve peleja no céu. Miguel (Jesus) e os seus anjos pelejaram contra (Lúcifer) o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. 


A sua cauda (influência) arrastou a terça parte (dos anjos) (Apocalipse 12:4, 7-9), caindo do céu como um relâmpago” (Lucas 10:18).


Mas o mal não é o centro das atenções do Universo. Deus continuava suas atividades, inclusive, criando. Ele veio até este nosso planeta, num tempo em que aqui só existia o reino mineral. Não havia vida. O Espírito Santo já rondava guarda no globo da terra (Isaías 40:22 - RC). E então, como vemos no relato de Gênesis 1 e 2, Ele criou este mundo que conhecemos, porém, perfeito, sem maldade e sem pecado.


Adão e Eva foram criados para povoar este planeta e governá-lo, honrando e servindo seu Criador. Entretanto, eles não o poderiam fazê-lo forçadamente. Deus os criou para o bem, mas amou-os tanto, a ponto de dar-lhes a opção de seguir este bem ou não.


Esses seres eram fruto do amor de Deus. O amor que levou o Criador a compartilhar Sua vida. Não pode existir amor onde não há liberdade. Portanto, a possibilidade de amar ou rejeitar a Deus, de servi-Lo ou abandoná-Lo, de fazer o bem ou o mal, era parte de um mundo perfeito. Se não existisse a possibilidade do mal, as criaturas não seriam livres. Seriam escravas do bem. 


Deus combinou com o casal que a voluntariedade dessa obediência seria demonstrada de uma forma muito simples: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás” (Gênesis 216 e 17). 


Satanás, que havia sido expulso do céu, questionava ser impossível seguir a este bem divino e ser feliz. Por não poder mais habitar perto das moradas do altíssimo (Salmo 91:1), ele e os anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio (Judas 6), foram atirados para a terra (Apocalipse 12:9). 


Seu primeiro pecado havia sido querer ser Deus e dizer que Deus não era verdadeiro. Agora, ele tenta convencer Eva à desobediência com essas mesmas corrupções de pensamento: “É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gênesis 3:4 e 5). 


Eva, que já estava encantada por ver uma serpente falar, agora se deleita em pensar em ser como Deus. Ela e seu marido haviam sido muito bem advertidos, mas escolheram desobedecer. O fruto que eles comeram era simples, mas a sua atitude tinha o profundo significado de uma aberta rejeição do comando divino. “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12).


O inimigo passou então a achar-se no direito de ser o deus deste século (2 Coríntios 4:4), o príncipe deste mundo (João 16:11). Ao contrário do que afirma o grande psicanalista Renato Mezan, que o demônio é apenas um “mecanismo de defesa”, a Bíblia diz que o diabo é um ser pessoal, que desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta (Apocalipse 12:12), pois em breve será lançado para dentro do lago de fogo (Apocalipse 20:10 e 15), preparado para ele e seus anjos (Mateus 25:41), para serem destruídos para sempre. Ele anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar (1 Pedro 5:8).


Estes anjos maus e expulsos são espíritos enganadores (1 Timóteo 4:1); demônios, operadores de sinais (Apocalipse 16:14), de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens  seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais... (Apocalipse 13:13 e 14). 


Inspiram os falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçados em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça (2 Coríntios 11:13-15). 


Mas não desanime! Você pode ser fortalecido no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para ficar firmes contra o diabo; a nossa luta é contra os principados e potestades; os dominadores deste mundo tenebroso; as forças espirituais do mal, nas regiões celestes (Efésios 6:10-12). 


Deus, aos Seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos (Salmo 91:11). Não tenha medo! O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra (Salmo 34:7).


Assim é o desfecho desta batalha universal. Satanás tentando provar que servir a Deus não é bom. Deus tentando conquistar Suas criaturas ao melhor caminho: servi-Lo. As criaturas de todo o Universo estão a observar este período de 6000 anos de pecado no planeta Terra, para comprovarem a justiça de Deus, baseada na milagrosa combinação de amor e misericórdia (Salmo 85:10). 


Portanto, a guerra consiste em conquistar a nossa escolha individual. Porque nos tornamos espetáculo, tanto a anjos, como a homens (1 Coríntios 4:9). A luta é do bem contra mal, para ver quem será o dono do seu coração, o que determinará também o seu destino. No trono do viver só pode haver um senhor. A quem você entregará sua vontade? “Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais... Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Josué 24:15).


Que Deus lhe abençoe, 

Pr. Valdeci Júnior