Uma pessoa que é dizimista, mas que em determinado momento de sua vida passa por dificuldades financeiras muito grandes, e não havendo condições viáveis, para a devolução do dízimo (estes vão acumulando-se) chegando a ponto de não conseguir devolver os atrasados.
Por se tratar de uma fortuna, qual a visão de Deus em relação a esta questão? Ele perdoa os atrasados? Ele exige que sejam pagos os atrasados para haver perdão?
A devolução do dízimo faz parte de nossa adoração ao Senhor e ao fazê-lo estamos reconhecendo que Ele é o dono e mantenedor de tudo e de todos (cf. Salmo 24:1).
Se deixarmos de devolvê-lo, nossa adoração é prejudicada e, além disso, somos considerados "ladrões": "Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas." Malaquias 3:8. (se temos coragem de roubar ao Eterno e Criador do Universo, não é difícil o fazermos em relação a uma criatura mortal).
Porém, isto não significa que Deus não possa perdoar-nos e dar-nos uma nova chance. Ele tem "prazer na misericórdia" (Miquéias 7:18) e é de Seu interesse que todos os seus filhos, por mais pecadores que sejam, tornem-se puros pelos méritos de Cristo e recomecem sua vida. Além disso, Seu perdão é gratuito, única e exclusivamente pelos méritos de Jesus na cruz do calvário (Romanos 3:24).
No caso de uma pessoa que está devendo uma "fortuna" de dízimos, há duas coisas que ela deve fazer: (1) fazer um plano de restituição, pelo menos parte (apenas se acontecer de não mais lembrar o quanto deve a Deus) (2) confessar seu pecado ao Pai em sincero arrependimento e nunca mais cometer o mesmo erro.
Certo é que a Bíblia não apoia a interrupção de nossa adoração a Deus porque temos dívidas. Quando isto acontece, precisamos reavaliar nossos gastos (ver se não estamos gastando mais do que ganhamos) e continuar em nossa adoração a Deus com fé.
Tenho plena convicção de que a pessoa que deixa de devolver o dízimo por causa de "dificuldades financeiras" piora ainda mais sua situação por interromper o canal de bênçãos que havia entre ela e Deus.
Se tivesse continuado, não teria ficado tão endividada, pois a promessa do Senhor é abençoar abundantemente aquele que fielmente devolve os dízimos e ofertas: "Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.
Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos." Malaquias 3:10-11.
Conquanto tenhamos errado no passado, jamais nos esqueçamos de que nosso Pai Celeste é o "Deus Das Novas Oportunidades".
Leandro Soares de Quadros
Instrutor Bíblico – Conselheiro Espiritual