“Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; pois o santuário de Deus, que são vocês, é sagrado (1Coríntios 3:16-17)”.
A última década foi chamada pela medicina de a década do cérebro. Nunca foram feitos tantos avanços no conhecimento do cérebro como nesse período.
Uma das grandes descobertas foi que o estresse intenso e prolongado produz níveis muito altos de corticóides, e os corticóides são tóxicos para o sistema nervoso, principalmente para o hipocampo, uma parte do cérebro responsável pelo aprendizado e pela memória.
Assim, andar continuamente estressado pode acelerar a perda da memória e a diminuição da capacidade de aprender.
Não existe um remédio que faça diminuir esses níveis de corticóide. O que a gente deve fazer é não permitir que o estresse se prolongue, dando folgas periódicas ao cérebro. Por essa razão, são tão importantes o repouso, o sono, o exercício físico, as férias. Por isso, o sábado é tão importante.
Quem guarda o sábado de acordo com o plano divino, tem a oportunidade de se afastar semanalmente das causas de estresse e de dar uma pausa reparadora no nível de corticóides do cérebro.
Outra pausa fundamental é o sono nosso de cada dia. Há algum tempo a Sociedade Britânica do Sono patrocinou um estudo que mostrou que as pessoas que dormem menos de oito horas por noite, sofrem uma perda transitória do Q.I.
O título do artigo era: “Falta de sono emburrece”. Quem dorme pouco, durante sete dias seguidos, chega a perder, temporiamente, até 15 pontos nos Testes de Quociente de Inteligência.
Isso é um alerta a todos nós, mas principalmente aos estudantes e a quem toma conta deles, pais e professores: dormir na hora certa é muito mais importante do que estudar uma hora a mais. Dormir não é uma coisa que se faça no horário que der, ou quando terminar a festa do sábado à noite.
O cérebro precisa de regularidade. Ele se programa para dormir sempre na mesma hora. Quando atrasamos o início do sono por mais de uma hora, estamos prejudicando o cérebro.
Outra grande descoberta foi que substâncias que causam dependência ativam os sistemas de estresse, aumentando a quantidade de corticóides e acelerando a perda de neurônios e o envelhecimento cerebral. Aqui entram evidentemente muitas drogas: cocaína, morfina, heroína, etc., mas as drogas mais usadas em todo o mundo são a cafeína, a nicotina e o álcool.
Há muito tempo se sabe que a cafeína age no cérebro aumentando muito os níveis de estresse. Sintomas de cafeinismo incluem ansiedade, agitação, inquietação, insônia, sensação de estar ‘ligado’ e sintomas somáticos relacionados ao coração e ao tubo digestivo.
É comum que a cafeína e outros estimulantes precipitem sérias crises em pacientes com esquizofrenia e doença maníaco-depressiva”. Current Diagnosis and Treatment/2000, pág. 1.070. As descobertas mais recentes mostram que, além de tudo isso, a cafeína, a longo prazo, também acelera a perda da memória e da capacidade de aprendizado.
Mas, então, como é que de vez em quando aparece alguém na imprensa, ou na televisão, dizendo que o café é bom para “desenvolver a inteligência” e que as crianças deveriam tomar café para ter um melhor desempenho escolar? Essas afirmações são criminosas!
Na realidade para funcionar normalmente, o cérebro precisa de um suprimento contínuo de glicose do sangue. Por ser um estimulante, a cafeína obriga o cérebro a trabalhar mais intensamente, mesmo que já esteja exausto.
Assim, a cafeína aumenta o consumo de glicose pelo cérebro mas, ao mesmo tempo, diminui a circulação cerebral e diminui a concentração de glicose no sangue. – Annals of Internal Medicine,15/10/1993, págs. 799 a 804.
O cérebro se torna um escravo que é obrigado a trabalhar mais, enquanto come menos. Evidentemente, isso não aumenta a inteligência, nem pode ser saudável para o cérebro. O que realmente acontece é um total desarranjo do cérebro.
Café, chá preto, mate, chimarrão, tereré, guaraná em pó e um grande número de refrigerantes são outras fontes de cafeína.
À luz dessas novas descobertas, é interessante ver o que já estava escrito sobre o café em 1890:
“Os que recorrem ao chá e ao café como estimulantes para o trabalho, experimentarão os maus resultados dessa maneira de proceder em nervos trêmulos e falta de domínio. Nervos cansados necessitam de repouso e tranquilidade. A natureza necessita de tempo para recuperar suas energias exaustas.
Se suas forças, porém, continuam a ser incitadas pelo uso de estimulantes, há, quando esse processo é repetido, uma diminuição da força real. Por algum tempo, pode realizar-se mais sob o incitamento artificial, mas gradualmente se torna mais difícil suscitar as energias ao ponto desejado, e por fim a natureza exausta não pode mais corresponder.
Tomar chá e café é pecado, condescendência prejudicial, que, como outros males, causa dano à alma”. – Conselhos Sobre Regime Alimentar, pág. 422 e 425.
Hélnio Judson Nogueira