As estatuetas que as pessoas da família de Abraão usavam (como pode ser lido em Gênesis 31) aparecem traduzidas na bíblia como ídolos ou deuses, mas não eram adoradas por eles.
No original hebraico, a palavra usada para designar essas estatuetas é terafim, que eram bonequinhos de barro usados como documentação de propriedades. Quem os possuía era dono dos bens materiais a que se referiam, como se fossem as escrituras de uma fazenda.
Muitos anos depois, as pessoas passaram a adorar essas estatuetas e, então, elas passaram a ocupar o contexto de idolatria. Daí vem a confusão ao interpretar o texto hebraico do Antigo Testamento a fim de saber se o terafim era um objeto de documentação ou adoração.
Mas, no caso da família de Abraão, se você analisar bem o contexto, verá que a importância que as estátuas tinham para eles era de documentação e não de adoração porque:
a) Na fuga de Jacó e Raquel, com a perseguição de Labão, a motivação de seus confrontos era a preocupação com os bens materiais, a herança, o salário, etc.;
b) Não há relatos de pessoas orando ou preocupadas com a veneração a esses objetos;
c) Nessa história, eles sempre adoram ao Senhor;
d) Raquel chega a sentar-se em cima das estatuetas - ela jamais faria isso com o que considerasse santo.
A única idolatria que poderia estar se passando por ali era a de colocar os bens materiais à frente de Deus nas prioridades do coração. Essa é a mesma idolatria na qual corremos o risco de cair hoje, pois onde está o nosso tesouro, está também o nosso coração (Mateus 6:21).
Somente a Deus seja toda a honra, glória e louvor.
Um abraço,
Pastor Valdeci Júnior