Minha igreja tem me rejeitado, porque, no meu trabalho, ou eu troco a escala para não trabalhar no sábado, ou tenho que trabalhar, para salvar vidas.
O que eu faço? Posso trabalhar no sábado e recompensar isso entregando o dinheiro do ganho referente na igreja?
Como se aplica hoje o termo “nem o teu servo” do quarto mandamento? Será que estou correndo o risco de perder a minha salvação, ao trocar a escala?
O que vou dizer aqui vai precisar ser adaptado para a sua realidade, pois não conheço todo o contexto em que você está inserido.
Mas me parece que o maior problema que você tem não é o emprego, mas o cheiro farisaico de legalismo da realidade local de sua igreja (não me refiro ao que a igreja ensina, mas ao que ela vive).
Desculpe-me, mas esse é um problema que não tenho como fazer outra coisa a não ser orar por ele. E lhe aconselho que também ore por isso, e não tente fazer justiça com as próprias mãos. Lembre-se que "bem-aventurados sois vós, quando vos perseguirem...".
Apesar de que você pareça ter ouvido sobre entregar o dinheiro do trabalho no sábado como dízimo, em um programa da TV, se foi dito isso ou não, isso é errado.
Não tem nada a ver, por várias razões.
1) Dízimo é 10%, e se você der esse dinheiro como dízimo não corresponderá a esta porcentagem, em relação à sua renda;
2) Dízimo é adoração, e o ato de ir trabalhar e não ir para a igreja não é adoração;
3) Somos salvos pela graça, e não por obras, por isso, não existe barganha - se existisse, então todos poderiam trabalhar, em qualquer trabalho, no sábado, e dar o dinheiro na igreja.
Mas salvação não acontece por procuração. Ou "pode", ou "não pode", se existisse um "não pode" que pudesse ser substituído por dinheiro, isso seria indulgência. Deus nos livre disso.
Também não é errado você colocar um colega de trabalho no seu lugar no sábado, desde que você não deixe de testemunhar sobre o sábado pra ele. Essa troca de escala não se aplica ao "nem teu servo" do mandamento. O contexto em que vivemos é outro.
Esse "nem teu servo" do mandamento, era num contexto em que o servo era obrigado a fazer o que o patrão quisesse, tanto nos assuntos trabalhistas quanto religiosos, e ponto final. Hoje em dia não: somos livres.
Se o seu colega quiser guardar o sábado, você não vai obrigá-lo a cumprir sua escala. Ele não é seu escravo. Mas uma vez que ele não quer saber de guardar o sábado, não vai fazer diferença onde ele vai trabalhar.
De qualquer forma, nesta sociedade secularizada, totalmente diferente da sociedade teocrática israelita do mundo antigo, sempre haverá clientes exigindo serem servidos no sábado e servidores querendo servir no sábado. Portanto, deixe que os não-guardadores do sábado se entendam.
É difícil eu analisar contigo, todos os detalhes do seu caso, e definir exatamente o que você deve fazer. Você precisa analisar os princípios com oração, e aplicá-los à realidade que você vive e conhece.
Lembre-se que ninguém será salvo por guardar o sábado, e que não é a placa de uma igreja, ou estar dentro de um templo que nos servirá de conduto para o Céu. Somos salvos pela graça, mediante a fé.
Isso não vem de nós. É um presente de Deus. Portanto, não se esqueça de que você é um filho de Jesus, muito amado por ele. E tenha certeza de que Deus está contigo, pois você está procurando dar o seu melhor pra Ele.
Um abraço,
Pr. Valdeci Junior.